Passa já da hora o vosso despertar espiritual . . . Saiba que a tua verdadeira pátria é no mundo espiritual . . . Teu objetivo aqui é adquirir luzes e bênçãos para que possas iluminar teus caminhos quando deixares esta dimensão, ascender e não ficar em trevas neste mundo de ilusão . . .   Muita Paz Saúde Luz e Amor . . . meu irmão . . . minha irmã

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

XXXV - A FORTUNA IMPERECÍVEL - Livro: Vida Nova – Ditado pelas “Forças do Bem”, psicografada por Diamantino Coelho Fernandes.



Os povos que compõem a humanidade atual da Terra, diferenciados apenas pelas condições geográficas e mesológicas que os separam, são em verdade Espíritos oriundos do mesmo plano espiritual, e por isso possuidores do mesmo grau evolutivo alcançado através de encarnações anteriores, neste mesmo plano de vida. A única diferença que entre estes povos se assinala, consiste no seu grau de religiosidade, isto é, no maior ou menor sentimento de amor para com o semelhante. Nisto apenas consiste a diferenciação existente entre os atuais habitantes da Terra.

Sucede entretanto, que a diferença apontada não pode constituir nenhuma barreira ao estabelecimento de um verdadeiro espírito de fraternidade entre os filhos das várias regiões do globo terrestre, para que todos se irmanem no mesmo pensamento de devoção ao Governador da Terra, que por delegação multimilenar do Pai Celestial é Nosso Senhor Jesus, aqui nascido pela última vez na povoação de Nazareth, com o objetivo, já naquela época longínqua, de estabelecer a desejada união de pensamento nesse espírito de fraternidade.

Sabem os homens deste século o que então sucedeu ao filho de Maria de Nazareth, em resposta dos homens de então à pregação de Jesus pela harmonia de todos no mesmo sentido religioso, quando se esforçava em os convencer de que todos os homens são irmãos, por serem filhos do mesmo pai, o Pai Celestial. Seu esforço de então custou ao Senhor o sacrifício que persiste na memória de todos, não sendo necessário descrevê-lo aqui. E sabeis acaso, vós todos que tiverdes a ventura de manusear estas páginas, quem eram os homens e as mulheres que viviam na Terra à época em que Jesus desceu ao planeta para tomar um corpo de carne, com o fim de pregar a sábia doutrina da compreensão e da fraternidade? Eu vos elucidarei a respeito, dizendo-vos com perfeito conhecimento de causa que, com algumas exceções, são todos os Espíritos que na Terra se encontram presentemente em seu último ano do curso terreno, devendo em breve prestar exame final acerca do que vieram aprender neste plano de vida. Digo-vos que vos falo com conhecimento de causa porque assim é realmente, uma vez que eu próprio me inscrevia entre a humanidade de então, e tenho acompanhado bem de perto quanto até agora se registrou em relação a todos os seus elementos. Tendo tido uma ação de certo relevo na História do Cristianismo, por tê-lo aceito e pregado em circunstâncias as mais difíceis que imaginar se possa, a ponto de ter sofrido a amputação de minha cabeça como a melhor maneira que se encontrou de impedir a continuação do meu apostolado, eu venho hoje declarar de todo o coração aos homens e mulheres, que de tal sacrifício resultou a maior iluminação do meu Espírito. Apenas decepada a minha cabeça nos arredores da grande capital da Itália, senti-me instantaneamente aconchegado em macio leito de arminho, no qual fui conduzido ao plano espiritual a que meu sacrifício fazia jus. Desejo então relatar a todos os leitores deste livro, o que faço pela vez primeira, que vale a pena dedicar-se alguém ao serviço do Senhor na difusão de sua encantadora doutrina de amor ao próximo, ainda que na prévia certeza de receber dos homens como recompensa, o encarceramento por mais longo e doloroso, e até mesmo a pena que me foi imposta naquela fase tão distante de minha vida. Ajuntarei ainda, para maior esclarecimento dos leitores, que tendo vivido na Terra inúmeras encarnações anteriores, várias delas em condições bastante difíceis, foi aquela em que me dediquei para sempre ao serviço de Jesus, a em que comecei realmente a viver.

Meu coração enchia-se até então, dos sentimentos peculiares ainda hoje a muitos dos viventes humanos, abrangendo apenas o que se relaciona com a vida puramente terrena, na qual preponderam os interesses materiais, de grandeza e domínio sobre o semelhante, com lamentável desprezo pelos interesses espirituais, objeto e causa da vinda de cada um ao solo terreno. Numerosas encarnações vividas por mim até então, resultaram praticamente nulas para o meu Espírito, afeito como a grande maioria, à preocupação que a todos domina, apenas nascidos e desenvolvidos no ambiente materialista deste mundo terreno. Até que, usando eu da cultura material então adquirida, e desejoso de a demonstrar perante os meus contemporâneos, lancei-me à campanha de combate à doutrina de que fora portadora a maior figura humana de todos os milênios — Jesus de Nazareth — apresentando como argumento o fato de que um homem aparentemente despreparado como se apresentava o jovem carpinteiro de Nazareth, não teria autoridade para pregar uma doutrina que se baseava na humildade, no amor e na fé, quando as mais altas classes sociais da época rendiam sua mais destacada homenagem à cultura e à riqueza dos homens de então. Claro está que a pregação de Jesus tinha de suscitar a desaprovação, a revolta e o ódio dos potentados, como de fato sucedeu, a cuja campanha meu pobre Espírito se lançou com desenvoltura e denodo. Sobreveio, porém, para início de minha felicidade, aquele episódio inesquecível ocorrido na estrada de Damasco, episódio que todos conheceis, do qual resultou acender-se em meu Espírito a luz que fez de mim um dos mais intrépidos seguidores de Jesus, e desde então me haver dedicado pelos séculos em fora ao seu serviço.

Do que aí fica em relato sucinto, eu pretendo convencer a quantos na Terra se encontram na hora presente, que nenhum interesse puramente terreno, seja ele qual for, o de ascender aos mais altos postos de mando em seu ambiente ou região, seja o de acumular fortuna de bens perecíveis, seja enfim qual seja, nenhum interesse dessa espécie sobrepuja o verdadeiro interesse do Espírito, que é a sua maior iluminação, e esta só se consegue por meio da vivência de uma existência equilibrada entre o dever material da obtenção dos meios honestos da manutenção do corpo e a emissão de pensamentos sãos, elevados, em favor da paz e bem-estar dos semelhantes. A ninguém é concedida no mundo espiritual qualquer honraria pela aquisição que haja conseguido na Terra, dos mais altos padrões de cultura, se essa aquisição não tiver podido beneficiar a comunidade.

Nunca será demasiado insistir na grande verdade de que, sendo a humanidade constituída por um número ilimitado de indivíduos, cujo dever consiste, ou deveria consistir, em promover cada um em sua esfera o progresso da coletividade — não reconhecem as leis divinas qualquer mérito na preocupação daqueles que se empenham exclusivamente no próprio benefício. Daí a aplicação constante que todos vemos dos dispositivos da Lei de Causa e Efeito, conduzindo aqueles que apenas se preocupam consigo mesmos e se tornaram ricos, poderosos, numa encarnação, a situação contrária numa próxima existência, quantas vezes até carecente do indispensável à sua subsistência. Isto sucede tão freqüentemente e a tão grande número de almas, que verdadeiramente nos constrange, a quantos contemplamos do Alto o vosso panorama atual.

Chegou, porém, uma fase por todos os motivos ímpar na vida deste planeta, cujo transcurso impõe uma completa modificação na vida de quantos seres humanos aqui desfrutam atualmente uma nova encarnação. É que a semente lançada pelo Senhor há perto de dois milênios encontra-se em plena floração, e seus frutos devem ser colhidos. A semente lançada pelo Senhor com o enorme sacrifício que conheceis, por serdes vós todos, habitantes da Terra nos dias que passam, aqueles mesmos que subestimaram a pregação do puro e são Cristianismo, e que, mais de dois mil anos após, deveis encontrar-vos perfeitamente cientes e conscientes dos vossos deveres espirituais.

Está finda, por isto mesmo, a fase de aprendizado de que todos necessitáveis, e vos foi concedida ao longo destes mais de dois mil anos de idas e vindas a este plano de vida. E como a própria escola em que vos encontrais matriculados, necessita de reparos que a tornem capaz de abrigar novos alunos de mais adiantado curso, isto é, uma escola que vai passar deste grau de ensino primário que cursais à categoria de pré-universitária - está na dependência do vosso próprio juízo preparar-vos para ingressardes em novo curso, em companhia de quase todos os Grandes Espíritos que passaram pela Terra e aqui voltarão com a missão de promoverem o aparecimento de novos progressos à vivência humana, ou, se isto preferirdes, engajar-vos nas levas de almas que devem imigrar a planos-escolas inferiores.

Lamentável seria, meus amigos terrenos, se a última hipótese viesse a prevalecer para um ou dois que fosse, dos Espíritos atualmente encarnados, por qualquer motivo, em vez de se prepararem todos para ascender à luminosa categoria de universitários do amor e da fraternidade, juntamente com as almas que se preparam para reencarnar para a vida terrena. Estou bem certo de que não será preciso que aquele episódio que passou à história com a designação de Estrada de Damasco se repita em muitos ou alguns de vós, para que vos dediqueis também, e com todas as vossas forças morais, ao Nosso Divino Jesus que vos espera, confiante em vossa dedicação. Convencei-vos pois, de que da Terra apenas levamos as ternas e luminosas vibrações do nosso amor aos nossos irmãos encarnados, amando-os, ajudando-os e servindo-os em nome de Jesus, como se o fizéssemos aos próprios irmãos consangüíneos. Procedendo e agindo neste sentido, tendo em vista contribuir para que os mais necessitados possam amenizar dificuldades, mas fazendo-o com verdadeiro sentimento de fraternidade, estareis contribuindo em verdade para o vosso engrandecimento espiritual. Dizendo engrandecimento espiritual, desejo significar o aumento da luminosidade de cada um, cujo valor no mundo espiritual proporciona vantagens mil vezes superiores àquelas que a posse da mais vultosa moeda terrena pode proporcionar aos seus possuidores. E a diferença consiste em que a moeda terrena se desgasta pelo dispêndio ou se extingue no desperdício, enquanto que a luminosidade do Espírito representa fortuna imperecível que só tende a se ampliar, ampliando-se com ela a própria felicidade do Espírito. Vindo ao vosso plano redigir também um capítulo deste livro, o que faço desvanecido com o convite com que me distinguiu a imensa bondade de Jesus para comigo, procurei oferecer-vos um assunto absolutamente útil a todos os meus amigos terrenos, mediante cujo estudo encontrareis no que aí fica toda a sinceridade de quem muito vos ama e de longa data, desde quando palmilhamos juntos os mesmos caminhos terrenos do início do Cristianismo A iluminação que então consegui para o meu Espírito permitiu-me apreciar de um ângulo diferente daquele que então conhecia, a finalidade e a razão de se encontrarem ao mesmo tempo palmilhando idênticos caminhos, criaturas ricas, afortunadas, orgulhosas mas quantas vezes infelizes, e almas simples, humildes e afáveis, cuja aproximação e convívio tanto apreciamos. Reflete-se no campo mental dessas criaturas, tanto das orgulhosas como das simples e humildes o grau de sua iluminação espiritual: As primeiras restaram um caminho assaz longo a percorrer, ao longo do qual as urzes e os acidentes terão de retirar a camada espessa que as impede de refletir a luminosidade do diamante que possuem; enquanto as últimas, já inteiramente livres dessa camada espessa, conseguem transmitir aos outros os belos reflexos de sua luminosidade. Analisai-vos então, meus amigos terrenos, e deduzi vós mesmos qual a classe a que ora pertenceis.

Aqui me despeço de vós com grande saudade deste pequeno convívio, mas prometo estar convosco a qualquer momento em que me chameis. Deixo-vos a segurança de que no plano em que vivo, atenderei prontamente a quanto esteja ao meu alcance em vosso favor. Disponde, pois, queridos amigos terrenos, deste irmão que conheceis com o nome de PAULO DE TARSO


Not. biogr. — Paulo de Tarso — 24-66 — O Apóstolo dos Gentios, como foi cognominado em face do seu trabalho imenso na pregação do Cristianismo, após a sua conversão na estrada de Damasco, onde Jesus lhe apareceu em Espírito, nasceu em Tarso, Cecília, no ano 24 e desencarnou em Roma em 66. Naquela época, ainda com o nome de Saulo, ocupava um elevado cargo no sinédrio em Jerusalém, tendo sido incumbido de comandar a perseguição aos adeptos de Jesus de Nazaré em toda a Síria. Foi quando se dirigia a Damasco, cidade onde viviam muitos cristãos, que o Senhor lhe apareceu e lhe perguntou: “Saulo, Saulo, por que me persegues tu?” Saulo, caindo da montaria, levantou-se ferido de cegueira, mas iluminado interiormente pela Luz Divina. Jesus apareceu em seguida a Ananias, um dos seus seguidores, e lhe determinou que procurasse Saulo em Damasco e lhe aplicasse passes magnéticos na vista para recuperar a visão. Recuperado em poucos dias de tratamento, Saulo tornou-se um adepto entusiasta de Jesus de Nazaré e passou a difundir sua doutrina entre os próprios hebreus estupefatos ante a notícia da ressurreição de Jesus. Assim convertido e adotando o nome de Paulo, percorreu em companhia de Barnabé primeiramente a ilha de Chipre, a Panfília e a Galácia, onde fundou numerosas igrejas. Dono de uma grande cultura helênica e judaica, expunha aos gentios com sua palavra eloqüente os princípios fundamentais da doutrina cristã, conquistando-os de pronto para o Cristianismo nascente. 

XXXIV - ÚNICA FONTE DE SALVAMENTO - Livro: Vida Nova – Ditado pelas “Forças do Bem”, psicografada por Diamantino Coelho Fernandes



Sempre que as Forças Superiores do Universo empreendem a realização de algo que deva importar na alteração do statu quo da humanidade vivente no planeta em que esse algo deva produzir-se, aquelas Forças só o empreendem após uma longa preparação espiritual dessa humanidade, tal a atenção que lhes merece a tranqüilidade e o bem-estar do semelhante. Outra não é, por conseguinte, a atitude das Forças Superiores no caso pertinente a este planeta, em sua preparação para o início das operações transformatórias já determinadas.

Todos quantos neste momento planetário se encontram habitando corpos humanos na face da Terra, estão sendo prevenidos, despertados e advertidos para que não deixem desabar a montanha para só então se precaverem. Estão sendo advertidos os seres humanos, de que maneira? Por algum procedimento ruidoso, violento? Absolutamente. Estão sendo advertidos por meio do convite a todos endereçado pelo meigo Jesus de Nazareth, através dos seus enviados ao ambiente terreno, os quais procuram, através das mais puras expressões da linguagem humana, fazê-los cientes de que devem voltar-se sem demora para a única fonte de salvamento que existe para os habitantes da Terra, que é, sem nenhuma dúvida, a grandiosidade do coração magnânimo do Senhor Jesus. É esta a única fonte de salvamento que existe para as almas presentemente encarnadas na Terra, quer dela venham a necessitar ou não durante a fase transformatória do planeta.

Se, por algum motivo para nós desconhecido, alguns dos irmãos encarnados preferirem subestimar o que aqui lhes deixaram grafado em letras de forma, quantas Entidades Superiores vieram cooperar nesta magna campanha de salvamento dos Espíritos encarnados, se isso acontecer, só o poderemos lamentar e muito, porque as palavras constantes deste volume não possuem senão um sentido, ou seja, um único significado: alertar os corações antes que a montanha comece a desabar. Dizendo montanha, numa linguagem figurada, estaremos procurando significar o desmoronamento de algo de proporções gigantescas em vésperas de se precipitar sobre bons e maus podendo a todos soterrar, se se encontrarem desprevenidos. Quero convencer-me, porém, de que o quanto foi dito e repetido nas páginas deste volume, assim como naqueles redigidos pelo Apóstolo Thomé, já terá sido suficiente para a todos despertar. Assim sendo, volverei aqui o meu pensamento para outro setor da existência espiritual da humanidade de todos os mundos, no desejo que alimento de poder interessar a todos vós, queridos irmãos leitores. Referir-me-ei então ao que habitualmente sucede nos planos espirituais, ou seja, nos mundos habitados por Espíritos em suas vilegiaturas no Espaço, entre uma e outra encarnação. Sim, irmãos meus; cada vez que se extingue a vida de um corpo físico na Terra ou em outro mundo qualquer, o Espírito que tal corpo construiu e habitou por vários anos, pode ser considerado em vilegiatura no seu plano espiritual, por maior ou menor lapso de tempo. Pode tratar-se então de um verdadeiro descanso em face do merecimento adquirido pelo Espírito em sua vida terrena, e nesse caso ele desfruta uma autêntica vilegiatura em que são proporcionados novos e importantes conhecimentos para seu enriquecimento espiritual. Há, também, infelizmente em número assás avultado, vilegiaturas que recordam até pequenas ou grandes punições, tal haja sido o comportamento do Espírito em sua recente vida terrena. Para uns, os primeiros citados, sucede não raro que esse lapso de tempo lhes pareça demasiado exíguo, tão bela quão rápida a vilegiatura decorreu. É que o mundo espiritual é por sua natureza riquíssimo de ensinamentos para aqueles que por seu viver correto na Terra a eles fizeram jus, os quais ali se incorporam aos pelos mesmos já possuídos. Sua incorporação, isto é, a incorporação dos novos ensinamentos aos Espíritos que os mereceram, passa a constituir a fonte de novas e maiores possibilidades em sua próxima reencarnação. Ao passo que, o grande número de Espíritos que passaram pela Terra com a preocupação única de colher, mas sem semear, locupletando-se por conseguinte, da experiência e do trabalho alheios enquanto se fartaram dos prazeres materiais, esse grande número de irmãos decepciona-se apenas haja transposto a fronteira do novo mundo em que forçosamente ingressou. Não conduzindo ativo útil mas apenas passivo inútil, esses irmãos cedo se arrependem da vida que levaram, porém já estão sem remédio.

Isto sucede, entretanto, devemos reconhecê-lo com sinceridade, na grande maioria dos casos, em conseqüência da falta de preponderância das religiões terrenas sobre o indivíduo. Religiões existem, talvez em maior número do que o necessário, todas elas visando, pelo menos na aparência, à felicidade das almas encarnadas. Seja entretanto por que motivo for, a verdade é que sua religiosidade não consegue atrair as almas para o núcleo, de modo a fazer de cada uma um seguidor fiel dos princípios que pregam. Sendo os corpos por natureza impermeável às mais belas práticas religiosas, a elas se sujeitando apenas pelo domínio exercido pelos Espíritos sobre eles, aí encontramos uma das poderosas razões da rebeldia dos homens à prática dos ensinamentos religiosos pregados pelos vários credos e seitas terrenas. Que fazer então? Pouca coisa na aparência, porém muitíssimo na realidade. Partindo do princípio de que só em casos excepcionais a palavra humana consegue interessar verdadeiramente a outro ser humano, teremos que voltar nosso pensamento para outra modalidade de ensinamento ou pregação religiosa. E qual deverá ser ela? — perguntareis. É necessário voltarmos o pensamento, nós do Espaço e vós religiosos da Terra, para o ensinamento espiritual, que é o ensinamento a ser ministrado por Entidades espirituais de grande evolução, que, ou se materializarão em vossos templos, ou se manifestarão por intermédio de pessoas convenientemente preparadas para isso.

O que digo não constitui novidade em relação a algumas regiões do Oriente, onde o desenvolvimento espiritual de seus habitantes permite a manifestação visível de Instrutores espirituais que comparecem aos templos em dias e horas certos, com o fim de ministrar ensinamentos espirituais aos ouvintes. Isto acontece há muitos e muitos anos em várias localidades dos países orientais, cujo resultado se reflete no extraordinário progresso espiritual registrado nos Espíritos que ali vivem suas reencarnações. Devo acrescentar que em face da afluência de ouvintes àquelas reuniões, já se experimentou realizá-las ao ar livre na praça pública, o que vem sendo feito com sucesso. Até há pouco tempo existia aí o inconveniente da falta de audição por parte dos ouvintes mais afastados. Com o progresso, entretanto, da eletrônica, esse inconveniente desapareceu completamente. Torna-se assaz interessante observar o que sucede entre os milhares de ouvintes dessas palestras espirituais após o seu encerramento. Observa-se com satisfação o interesse neles despertado pela palavra iluminada do Instrutor, cujas idéias, transmitidas diretamente aos Espíritos e não aos ouvidos materiais, corpóreos, dos ouvintes, passam a constituir objeto de discussão e estudo durante o intervalo das reuniões, com o melhor aproveitamento para todos, que jamais esquecem o que aprenderam.

Há também, em vários lugares, outra modalidade de reuniões de estudos espirituais. Há organizações constituídas de elementos por assim dizer já iniciados, as quais promovem a materialização da Entidade instrutora pelo espaço de até duas horas, durante cujo lapso de tempo ela prossegue na transmissão verbal de suas aulas do mais alto valor filosófico-espiritual para os respectivos membros. Esta é a segunda modalidade de transmissão de ensinamentos espirituais aos ouvintes encarnados. É a da manifestação da Entidade por meio de sua materialização visível e audível, porém em recinto fechado.

Há ainda a terceira modalidade, a mais fácil de conseguir certamente em qualquer região do mundo, também de valor inapreciável pelos resultados que pode trazer para o aprimoramento espiritual dos ouvintes. Refiro-me à modalidade de incorporação do Espírito Instrutor num ser encarnado possuidor do necessário ascendente mediúnico. Esta modalidade, igualmente útil pelos ensinamentos que pode transmitir aos ouvintes de boa vontade, é sem dúvida a que poderá vir a ser utilizada pelas diversas religiões, credos e seitas existentes na Terra, com o maior aproveitamento para todos os ouvintes. Sabemos todos da existência entre os encarnados e até fazendo parte integrante do corpo de pregadores religiosos, de Espíritos de grande evolução, possuidores, por conseguinte, de belos ensinamentos a ministrar ao seu auditório. Sucede porém, que inúmeras barreiras se lhes opõem para que eles possam transmitir esses ensinamentos lealmente, sendo uma dessas barreiras a constituída pelas limitações da organização a que pertencem, a impor-lhes restrições e mais restrições, segundo os próprios interesses materiais. Podem raciocinar que o fato de ensinarem o que sabem aos seus adeptos, possa levá-los a se afastar dessas organizações e passarem a dirigir-se diretamente a Deus ou ao Senhor Jesus. Daí as limitações que podem existir em relação ao sistema religioso. Já a modalidade de ensinamentos por via mediúnica liberta-se deste inconveniente, com a vantagem de oferecer aos ouvintes a mais pura doutrina filosófico-espiritual, como nenhum ser encarnado poderá jamais interpretar. A propósito relatarei um fato verificado em certa região da Terra, do qual resultava uma afluência desusada ao templo em que o mesmo se registrava. Em certa época do ano comparecia a essa região determinada personalidade religiosa, incumbida de iluminar com sua palavra erudita uma pequena multidão de almas simples que se entregavam à prática dos mais puros deveres para com Deus durante o ano todo. Por ocasião das colheitas, apenas terminado estas e guardado o produto do trabalho santo de suas lavouras, aparecia na região, contratado de antemão, um pregador religioso cuja palavra a todos encantava. O templo tornava-se pequeno para conter a quantos desejavam ouvi-lo. Verificava-se entretanto, com o pregador, um fenômeno que muito o intrigava, e que apenas confidenciava a um colega de sua maior intimidade, Dizia então o pregador ao amigo: — Passa-se comigo um fato verdadeiramente extraordinário, todas às vezes em que vou fazer missão em ........(e citava a região). Acontece-me invariavelmente que, ditas as primeiras palavras de saudação aos fiéis presentes, apenas volto a dar conta de mim quando o sermão termina. Eu dou-me conta, é certo, de que falei, mas não consigo recordar uma palavra sequer do que disse. Fico verdadeiramente intrigado com o fato!...
No ano seguinte ficou combinado irem os dois amigos a realizar a missão do primeiro, a fim de que o segundo procurasse esclarecer o fenômeno. Foram. Iniciado o sermão constatou o amigo ter-se operado uma mudança notável, não apenas na palavra do orador, na maneira de dizer, nas imagens apresentadas, como ainda na sua fisionomia. A oração revestia-se de uma eloqüência desconhecida até então no orador pelo seu amigo presente, à qual se prendiam atentamente, empolgados, todos os ouvintes. Terminado o sermão e recolhidos os dois amigos à sua hospedagem, passaram a raciocinar a respeito. Mais uma vez o pregador confessava não ter sido dele o sermão, porquanto não recordava sequer uma palavra do que dissera. Constatava que o fato se verificava apenas naquela localidade, porque nas demais onde pregava tal não acontecia. Em busca de um possível esclarecimento, resolveram os dois fazer uma pesquisa nos registros paroquianos da terra e dirigiram-se ao templo. Aí conseguiram esclarecer o fenômeno. Um velho cura que ali vivera dezenas de anos e muito amara seus paroquianos, um Espírito que alcançara as mais elevadas regiões espirituais por seu merecimento nesse mister, aproveitava o ascendente mediúnico do emissário religioso para proferir os mais belos sermões, muito semelhantes aos que no seu tempo proferia. Os paroquianos, encantados, comentavam que daquela maneira só o Padre Eustáquio costumava pregar.

Eis aí, amigos meus, um fato que pode repetir-se indefinidamente na Terra, com a vinda de Instrutores espirituais a ajudarem vossas almas a progredir. Meditai sobre isto, é o conselho que aqui vos deixa com a bênção do Senhor Jesus, este vosso amigo que se chamou
HENRI JACQSON DURVILLE


Not. biogr. — Médico e escritor francês desencarnado neste século. Escreveu várias obras sobre magnetismo, dedicando-se também ao estudo do pensamento e sua potencialidade. Grande servidor do Senhor Jesus no Alto. Não há registro do seu nome nas enciclopédias.