Passa já da hora o vosso despertar espiritual . . . Saiba que a tua verdadeira pátria é no mundo espiritual . . . Teu objetivo aqui é adquirir luzes e bênçãos para que possas iluminar teus caminhos quando deixares esta dimensão, ascender e não ficar em trevas neste mundo de ilusão . . .   Muita Paz Saúde Luz e Amor . . . meu irmão . . . minha irmã

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

CAPÍTULO XLVI - A VISITA DO MALTRAPILHO - Livro: Derradeira Chamada. Psicografado por Diamantino Coelho Fernandes. Ditado pelo Irmão Thomé.





Os dias que passam hão de ficar gravados para sempre no âmago dos corações que tiverem a ventura de os viver. São dias que passarão à história do planeta como marcos decisivos em sua evolução. Que bom seria, por conseguinte, que os homens e mulheres presentes na Terra em dias tão particularmente memoráveis, se dispusessem a encará-los e vivê-los com seus corações inteiramente voltados para o Senhor Jesus, a fim de receberem do Divino Mestre a ajuda e proteção de que tanto necessitam.

O Senhor Jesus, profundamente preocupado com o que poderá suceder a não pequeno número de seus filhos presentemente encarnados no solo terreno, deseja ardentemente salvar a todos duma possível catástrofe que aceleradamente se aproxima, sob cujos efeitos certamente muitas lágrimas correrão pela face dos menos prevenidos. Os demais, aqueles que estes conselhos receberam, aceitaram e puseram em prática, esses terão no preciso momento a intuição exata do que estiver acontecendo, e, como de antemão se prepararam para a viagem de regresso ao seu plano espiritual, não terão nada mais a fazer do que invocar o santo nome do Senhor, e por Ele serão conduzidos a salvamento. Melhor será portanto, que a população inteira adira prontamente aos conselhos deste e de outros enviados do Senhor que se encontram em sua atividade noutros pontos da Terra, para que a salvação possa ampliar-se, tornando-se total, para que nenhuma criatura humana venha a encontrar-se em meio aos destroços da catástrofe.

Se a vontade santa do Senhor Jesus puder prevalecer sobre a de quantos ainda persistem em subestimar estes conselhos, dúvida não restará quanto ao pleno êxito da ingente tarefa que eu e alguns milhares de outros enviados nos impusemos, de penetrar a dureza de não pequeno número de corações, o que vale dizer Espíritos encarnados.

O velho edifício terreno encontra-se em vésperas de entrar em reparos de estrutura, sendo talvez imprescindível provocar a sua demolição por processo aparentemente violento, para reconstruí-lo desde os alicerces. Nesta linguagem figurada, estareis compreendendo bem o que podem significar alicerces da Terra num planeta em que predominam ainda as águas sobre a parte fixa do solo. Qualquer movimento que nos alicerces se processe, toda a estrutura a sentirá e certamente desabará com estrondo. E o que sucederá aos habitantes desse grande edifício? - perguntareis vós todos que acompanhais atentamente o meu pensamento. Sucederá bem pouca coisa no sentido espiritual, porque em se tratando de Espíritos apenas revestidos pelo invólucro carnal, se esse invólucro vier a perecer, a Entidade nele enclausurada alcançará a sua liberdade, quiçá mesmo a sua redenção espiritual.

Para todos nós que vivemos a felicidade permanente da vida espiritual, qualquer acontecimento extraordinário verificado no solo terreno, tem sempre uma causa predeterminada e também uma consequência correspondente. É por isso que os ensinamentos espirituais insistem em afirmar que o fenômeno da morte só existe para a matéria e jamais para a Entidade espiritual que a habita. O que importa primordialmente é a convicção que deve existir em todos os homens e mulheres, de que não desceram à Terra para viver uma vida puramente terrena de interesses e gozos materiais para matar o tempo, como costumais dizer inadvertidamente porém que vieram exclusivamente, isto sim, para aprimorar ao máximo suas qualidades morais em primeiro lugar, e em segundo cooperar na medida de sua capacidade na ajuda aos menos afortunados. E a propósito, desejo esclarecer ainda uma vez que os Espíritos que neste momento, como em outrora do passado, cumprem encarnações ricas de privações e lutam duramente pelo seu pão de cada dia, esses Espíritos não devem ser absolutamente julgados inferiores ou atrasados, porque existem nessa classe de encarnados, Entidades que assim pediram viver para redimirem completamente encarnações em que usaram e abusaram de recursos que caíram em suas mãos, não importando o caminho pelo qual vieram. Verificando a seu tempo o mau uso que fizeram da fortuna, sempre havida como dura prova para seus possuidores, esses Espíritos imploraram uma reencarnação em que pudessem recuperar o mérito desperdiçado na anterior existência no corpo.

Encontrareis, por conseguinte, entre os desafortunados dos vossos dias, não poucos Espíritos possuidores de conhecimentos notáveis e grande poder de compreensão das coisas do Senhor, faltando-lhes apenas capacidade de expor idéias e pensamentos que frequentemente lhes ocorrem. Mas é necessário que assim seja para evitar possível desvio do seu plano de vida, plano que eles próprios traçaram no Alto para na Terra cumprirem religiosamente em seu próprio benefício. Assim pois, toda ajuda moral ou material quando oportuna, que for concedida a estes meus e vossos irmãos, redundará em bênçãos e luzes para aqueles que a concederem. O livro de assentamentos espirituais acusará no porvir qualquer ação, de bem como de mal produzida pelo Espírito, durante seus numerosos mergulhos na carne.

Eis aí meus estimados irmãos leitores, um detalhe a mais da grandiosidade da existência terrena, para quantos se esforçarem em vivê-la segundo os princípios espirituais que orientam a jornada evolutiva que todos nós percorremos através dos milênios vividos ou por viver. Dai porque eu não canso de insistir na utilidade da oração e meditação diária, como a melhor, senão a única maneira, do homem e da mulher recordarem cada vinte e quatro horas aquilo que tão de perto se relaciona com sua verdadeira felicidade.

E a propósito vou relatar-vos uma pequena história. É de fato uma história pequena em extensão porém grande bastante no ensinamento que encerra. O fato passou-se na Terra cerca do meado do século XIX. Vivia na época em certo pais do Ocidente, um homem possuidor de imensos recursos em ouro e propriedades, senhor absoluto de certo número de pessoas inteiramente escravizadas ao seu serviço. Surgiu na vida desse homem uma oportunidade excelente de demonstrar dotes de coração, pondo em prática um sentimento de amor ou mesmo só de atenção pelo seu semelhante. Casava uma filha, a mais velha, dando por tal motivo a primeira festa do gênero em sua vida. Encheu-se o belo palácio da nobreza da época, havendo em tudo requintes de iguarias, licores e o que imaginar se pudesse na oportunidade.

Ia a festa em meio quando avisado foi o grão-senhor de que um pobre se encontrava no portão insistindo em lhe falar para dar um recado urgente. Indagou o fidalgo que espécie de pobre era aquele que insistia em lhe falar pessoalmente.
- É um maltrapilho qualquer - informou o mordomo.
- Mande os criados tocá-lo para fora sem detença. Não atendo a ninguém neste dia e muito menos a um maltrapilho como esse - foi a ordem dada ao mordomo.
Lá pelo amanhecer, algo de muito triste ocorria no palácio daquele grã-senhor. Um colapso que a todos contristara, paralisara o coração do fidalgo, cujos despojos ali estavam agora para serem levados à última morada.
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Do outro lado da vida, uma surpresa aguardava aquele Espírito que acabava de deixar a Terra tão inesperadamente. Uma Entidade de grande luminosidade aproximou-se dele, e após confortá-lo do desespero em que o mesmo se debatia, perturbado pelo inesperado da partida, perguntou-lhe se carecia de mais alguma coisa para sua tranquilidade e bem-estar.
- Com quem tenho a ventura de falar? Poderei sabê-lo? – indagou o recém-chegado, acrescentando: é muito dolorosa a minha situação, tendo deixado em festa o meu palácio na Terra. Quem sois vós, então, que tão amigo meu vos mostrais?
- Eu sou aquele pobre maltrapilho que ainda há poucas horas insistia em falar-te, para te prevenir quanto ao uso dos licores e iguarias da tua festa. Teu plano de vida ainda permitia que permanecesses alguns anos mais na Terra, no gozo da imensa fortuna que reuniste. Sou o teu Guardião de muitos séculos, que tudo tenho feito pela tua felicidade. Em face de tua recusa em ouvir-me... sucedeu o que eu tanto desejei evitar. Repousa então uma vez mais meu filho...

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

CAPÍTULO XLV - GALARDÃO DE ESPÍRITOS SUPERIORES - Livro: Derradeira Chamada. Psicografado por Diamantino Coelho Fernandes. Ditado pelo Irmão Thomé.




O Senhor Jesus destacou para o solo terreno numerosos de seus mensageiros com a missão de prevenir, de ajudar, assistir e proteger a todos os viventes no momento em que essa ajuda e assistência se tornarem necessárias. Sabe o Senhor Jesus que os Espíritos, por mais elevados que sejam em seu plano de vida no Alto, perdem ao reencarnar noventa e nove por cento de sua capacidade receptiva aos fatos porvindouros, em face do revestimento de carne em que aqui têm de viver. É por essa razão que o Senhor Jesus tanto se tem empenhado há milênios em promover o esclarecimento de seus estimados filhos em estágio na Terra, entristecendo-se profundamente quando vê seus esforços subestimados ou até desprezados. 

Cada mês, cada dia ou semana transcorridos na era presente, constituem um degrau vencido na escada descendente que, partindo do infinito, tem seu pedestal firmado no solo terreno. Cada um de seus degraus vencidos na direção da Terra, significa a aproximação dos acontecimentos a que me venho reportando através das páginas dos meus livros, podendo vós, para uma antevisão, contar os degraus da escada pelos decênios que vos separam. São acaso muitos esses decênios? Bem poucos, infelizmente, ou melhor dizendo, bem felizmente para os vossos Espíritos. 

Partindo do princípio geralmente aceito, porque verdadeiro, de ser a Terra ainda um planeta de lutas e sofrimento para todos os Espíritos nela encarnados, concluiremos que a partida de regresso aos planos espirituais só deve ser encarada como a do presidiário a quem se abriram os portões do cárcere e se lhe entregou o mundo por menagem. Por pior que a liberdade possa parecer a esse presidiário libertado, é claro que ele a recebe como muito melhor do que as limitações impostas ao viver dos cárceres. O caso da partida de todos vós, a seu tempo, de regresso ao vosso plano de vida espiritual, também representa uma volta à liberdade que vos aguarda, dependendo a extensão e durabilidade dessa liberdade, dos elementos positivos que houverdes colhido durante a vossa presente encarnação no ambiente terreno. 

Quereis fazer vós mesmos uma experiência que poderá elucidar-vos um pouco acerca do que no Alto podereis encontrar? Podeis fazê-la hoje mesmo com excelente resultado. Praticai da seguinte maneira: utilizai-vos de uma pequena balança doméstica, dessas que possuem dois pratos ou recipientes. Muni-vos também de certo número de objetos pequenos, de tamanho e peso igual, na falta de pesos autênticos. Esses objetos tanto podem ser caroços de milho como avelãs, castanhas, ou coisas semelhantes. Isto conseguido, sentai-vos calmamente em frente à balança e iniciai um exame dos vossos atos que julgardes bons ou maus. A um ato bom que vos ocorra, colocai um daqueles objetos no prato da balança que escolherdes para pesar os atos bons. Fazei o mesmo a cada ato que vossa consciência vos disser que obrastes mal e, por conseguinte, praticastes um ato mau. Prossegui nesse trabalho até que hajais esgotado vossa lembrança em ambos os sentidos. E no fim prestai bem atenção à posição do fiel da balança. 

Esta experiência, embora aparentemente desprovida de sentido, é, ao contrário, um grande exercício para a vossa consciência, e de valor inestimável para todos vós. A partir daí, um tal sentido do bem e do mal penetrará em todos os vossos atos, que eu quase poderei afirmar desde agora que nenhum ato condenável jamais praticareis, graças ao exercício da balança. 

No Alto as coisas passam-se mais ou menos assim. Com a diferença apenas de que não sereis vós quem colocará os pesos nas conchas da balança. Esta ser-vos-á apresentada com esse trabalho feito, cumprindo-vos apenas tomar conhecimento do resultado. Eis aí, queridos irmãos leitores, um exercido bastante útil para todos e muito fácil de realizar, se vos considerardes verdadeiros juízes de vossos próprios atos. Realizai-o pois. 

Em seguida quero trazer-vos algo que suponho inteiramente novo em matéria de ensinamentos espirituais para quantos se dedicam a esta ordem de estudos. Quero referir-me ao que sucede no Alto aos Espíritos que hajam completado a contento o ciclo de suas reencarnações no ambiente terreno, após vidas e mais vidas transcorridas na Terra. Estes irmãos recebem no Alto homenagens tão belas por sua solenidade, que eu não encontro um termo de comparação com as que aqui se verificam. Não posso sequer compará-las com as de formatura de vossos médicos, bacharéis ou engenheiros, pela enorme inferioridade do respectivo ambiente na Terra. 

Ao passo que, ao recebermos no Alto um ou mais Espíritos que tenham encerrado o ciclo de sua peregrinação de aprendizado terreno, mobilizamos os mais belos e expressivos elementos espirituais, para que bem fixado permaneça na memória de todos eles, o valor de todos os sofrimentos porque hajam passado para ascenderem ao sonhado grau de Espíritos Superiores que alcançaram. Nosso Senhor Jesus, Ele mesmo, preside esta espécie de solenidades, cercado dos demais Grandes Espíritos, fazendo questão de abraçar carinhosamente a todos os assim graduados, designando-os a seguir para ingressarem como trabalhadores qualificados em seu Divino Serviço. Não tenho expressões, repito, que bem retratem toda a beleza de tais solenidades, as quais, para honra e glória dos homenageados, não são tão raras assim, porque se realizam muito frequentemente.

Agora um detalhe do qual deveis tomar nota: - A grande maioria dos Espíritos que ao chegarem no Alto vão sendo agraciados com o galardão de Espíritos Superiores, é constituída de criaturas que passaram humildemente em sua última existência no corpo, algumas até com certas dificuldades de vida, pela ausência já de todo sentimento de ambição em face do seu grau de adiantamento espiritual. Essas criaturas, tendo palmilhado sua última existência com o coração sempre voltado para o lado bom da vida, e solidários sempre, com o sofrimento alheio, viveram com o pensamento mais voltado para o Alto, para Deus e Jesus, do que propriamente para as suas necessidades terrenas. Recebem então, ao regressarem ao seu plano espiritual, aquilo a que fizeram jus para se tornarem finalmente Espíritos Superiores e, ingressarem nas luminosas falanges de servidores do Senhor.

Eu estou bem certo, queridos irmãos leitores, de que se pudésseis recordar em vossa memória física, o espetáculo deslumbrante da consagração a que muitos de vós já assistiram, se isso pudésseis recordar, os vossos atos, os vossos pensamentos, os vossos objetivos todos mudariam imediatamente, no sentido de vos tonardes também Espíritos Superiores ao depositares no túmulo a vossa matéria atual. É possível isso? - perguntar-me-eis. E eu vos respondo que sim, que é absolutamente possível, só dependendo da vossa vontade, da vossa determinação. Ficai certos também, de que vosso esforço nesse sentido receberá o apoio imediato das Forças do Bem que assistem os encarnados por toda a parte, auscultando aqui e ali suas disposições de concluírem definitivamente o curso de aprendizado em que na Terra se encontram. 

Desejo ressaltar contudo, que não só os humildes em certas circunstâncias recebem aquele galardão espiritual. Das demais classes a recebê-lo destacam-se os irmãos que foram médicos em seguidas encarnações em que visaram mais ao tratamento e assistência aos clientes pobres, do que propriamente aos ganhos da profissão. O galardão para estes irmãos abnegados reflete bem o grau de bondade e fraternidade com que ornaram o seu viver terreno. Esses recebem, além do galardão, o beijo do Senhor Jesus. 

CAPÍTULO XLIV - A CATEGORIA DOS IMPRUDENTES - Livro: Derradeira Chamada. Psicografado por Diamantino Coelho Fernandes. Ditado pelo Irmão Thomé.




Os homens e as mulheres que desfrutam presentemente mais uma de suas múltiplas encarnações na Terra, talvez não possam ou não saibam imaginar o tesouro que detêm em suas mãos. O tesouro que a presente encarnação representa para todos os seres humanos, vale muito mais para cada um dos Espíritos encarnados, do que a posse de todos os tesouros materiais da Terra. Mister se faz, por conseguinte, que tenham todos bem presente o que aqui fica, em beneficio exclusivo de si próprios e jamais do seu semelhante. 

Mister se faz, repito, que medite cada um em seu próprio futuro espiritual, futuro que se inicia a partir do momento de sua separação do corpo material, e, se prolonga pelos milênios em fora até aos limites do infinito. Julgo haver evidenciado nestas palavras simples, todo o panorama que aos Espíritos se defronta em seu regresso periódico ao plano espiritual a que pertencem. Bem pouco, aliás, há a fazer para que todos tenham presente o objetivo primordial de sua decida à Terra pela décima, centésima ou milésima vez, quem sabe? É a necessidade peculiar a todos os encarnados, da aquisição de mais luz com o aprimoramento de suas qualidades morais em cada nova descida à Terra - A luz do Espírito se adquire, por conseguinte, através do refinamento de seus atos e pensamentos, palavras e obras ao longo dos caminhos percorridos, enriquecendo com ela o seu patrimônio espiritual. Aí está mais uma vez definido o objetivo fundamental da reencarnação concedida pelo Senhor Jesus a quantos palmilham os áridos caminhos deste pobre planeta. 

Pelo que ficou dito em páginas anteriores, já se encontram perfeitamente esclarecidos todos os meus estimados irmãos leitores, de quem desejo fazer amigos muito estimados para todos os séculos do porvir. Consegui-lo-ei? Estou certo que sim. 

Tratarei então de outro dos numerosos assuntos que pretendo divulgar perante os meus irmãos leitores, e por seu intermédio aos seus amigos e conhecidos mais próximos, numa antecipação do que no Alto a todos aguarda em seu próximo regresso. E se ao desembarcarem no Além, os meus queridos leitores lá se encontrarem convenientemente preparados, suceder-lhes-á o que se verifica com o turista que estudou bem o seu itinerário e os costumes dos povos que pretende visitar. 

Tratarei então do que se relaciona mais de perto com a chegada no Além dos nossos irmãos que diariamente se libertam dos liames da matéria, e penetram nos planos espirituais correspondentes à sua categoria. Dizendo categoria, não me refiro absolutamente à classe social em que tenham vencido a sua encarnação, nem ao poderio maior ou menor que hajam enfeixado em suas mãos. Nada disto conta, meus queridos, em vosso regresso ao mundo dos Espíritos, ou plano do Além, como melhor vos agrade denominar o plano de cada um após a morte do corpo. O que no Alto conta exclusivamente é a categoria espiritual em que possam enquadrar-se quantos regressam da Terra, tanto aqueles que houverem cumprido toda a vida terrena que tinham a seu favor, como os que a houverem interrompido por suas próprias mãos, ou, ainda, os que podendo permanecer na Terra um determinado número de anos, oitenta, por exemplo, regressaram antes do tempo, por motivos que no Alto são criteriosamente apurados. 

Aquele que, no afã de andar depressa, de correr muito para não perder tempo de engrandecer sua fortuna material, perecível, sacrificando nesse objetivo suas horas de alimentação e de repouso, de certo terá sua vida algo encurtada pelo sacrifício imposto ao veículo, desgastando-o antes do tempo. Aquele outro que por prazer ou imprudência usou e abusou de alimentos impróprios para o corpo, ou de excesso de bebidas igualmente prejudiciais à sua saúde e bem-estar, encontrar-se-á no Alto muito antes do prazo predeterminado, e será por isso reunido à categoria dos imprudentes, apressados ou desleixados, passando a viver num plano onde a consciência de si mesmo passou ao estado de nebulosidade, até que seu tempo de reencarnado se complete. Nesse estado, nem o Espírito se encontra completamente desencarnado, nem pode considerar-se encarnado por lhe faltar o veículo material, embora a muitos custe acreditar que já deixaram a Terra. Aos que assim se consideram, existe um meio fácil de os convencer: é mostrar-lhes o estado de sua matéria, e eles prontamente se convencem da realidade. Se eu vos disser, irmãos leitores, ser muito grande o número de desencarnados nestas condições, estarei dizendo-vos uma triste verdade. Poderemos denominar então estes irmãos como pertencentes à categoria dos imprudentes, para não usarmos de outro qualificativo que poderia magoá-los. 

Vencido o prazo de sua permanência no solo terreno, estes irmãos são então como que despertados e conduzidos ao plano a que tiverem feito jus, segundo o comportamento registrado em sua estada na Terra. Alguns deles, não obstante a falta de método ou de cuidados demonstrados ao longo de sua encarnação, apuraram de certa maneira suas qualidades morais e ganharam com isso um maior foco de luz para os seus Espíritos. Neste caso eles registram em seu arquivo espiritual os fatos relacionados com o bem e o mal de seu comportamento na Terra, e isso é o que em linguagem terrena conheceis pela designação de experiência. Em sua encarnação seguinte essa experiência acumulada em seu patrimônio espiritual, já lhes diz que o homem deve ter e respeitar suas horas de levantar, comer, trabalhar e repousar, para que sua máquina possa durar longo tempo e funcionar a inteiro contento, para o melhor êxito da encarnação. 

Estou imaginando ao tratar deste detalhe que podereis alimentar a curiosidade de conhecer os motivos pelos quais certas criaturas realmente cuidadosas e metódicas em seus hábitos, partem deste mundo na idade infantil, juventude ou na mocidade, deixando um vácuo imenso em seu meio familiar. Sei que desejais conhecer o motivo dessa partida, por vos parecer que não foram ai nem a imprudência, o desleixo, nem a ambição, que determinaram sua partida prematura, como costumais referir. 

Estes casos acontecem muito frequentemente, é verdade, e raros são os lares que não choram a partida do seu ente querido. Existe aí, porém, um determinismo que deve cumprir-se, seja pelo cumprimento de um prazo predeterminado para a estada na Terra do Espírito que parte, seja pela necessidade de despertar em certos corações o principio da fé, através da saudade daquele ente querido que se foi. De qualquer maneira, a partida prematura de um Espírito obedece a planos preestabelecidos, cuja grandiosidade haveis de conhecer um dia. Devo informar-vos, contudo, que tais Espíritos cumpriram delicada missão ao reencarnarem nesses lares, vindo sua partida a contribuir, não raro, para o despertar dos corações que lhes foram familiares, tornando-se eles próprios no Alto verdadeiros agentes missionários da fé e do aprimoramento espiritual recíproco. 

Não podeis sequer imaginar, estimados irmãos leitores, o que representa para a evolução de um Espírito no Alto, a vibração de amor a ele dirigida através da prece diária daqueles que deixou na Terra, vibração essa de duplo efeito, porque beneficia igualmente os corações que a emitem. E existem casos de que eu talvez possa tratar ainda com o necessário desenvolvimento, em que determinado Espírito reencarna num meio familiar que é preciso conquistar para Deus e para Jesus, e sua missão consiste precisamente em captar a fundo os corações familiares, pela sua inteligência, pela sua bondade, pela delicadeza que lhe é peculiar, para, inesperadamente ou ao termo de certo padecimento, despedir-se dos seus e voar para bem alto em busca do luminoso plano a que pertence, com o coração igualmente repleto de saudade dos que ficaram. Não há em casos tais, nenhum dos motivos antes apontados. Apenas um Espírito missionário concluiu sua tarefa e parte de volta ao mundo espiritual, para tornar-se ali um ponto de referência, de amor e de saudade dos que ficaram na Terra. Estes passam a orar fervorosamente pelo parente que partiu, e suas orações, absolutamente sinceras contribuem para que, tanto aquele a quem são dirigidas quanto os que as dirigem, se engrandeçam, se elevem e se iluminem. Dai resultará invariavelmente, que Nosso Senhor Jesus virá a penetrar um dia no lar deixado por seus dedicados missionários, conquistando assim um lar a mais para o Serviço divino. 

CAPÍTULO XLIII - UMA IMAGEM DO PARAÍSO - Livro: Derradeira Chamada. Psicografado por Diamantino Coelho Fernandes. Ditado pelo Irmão Thomé.


Os caminhos da Terra, percorridos de século em século pelos mesmos Espíritos em novas reencarnações evolutivas, estão em vésperas de passar por completa transformação, tal como sucede com a abertura das grandes rodovias em que se transformam numerosos caminhos do passado. As transformações por que estão em vésperas de passar também os caminhos há milênios percorridos pelos mesmos Espíritos, oferecer-lhes-ão sem dúvida maior facilidade em sua trajetória evolutiva pela Terra. 

É certo que assim como as grandes rodovias permitem a utilização de novos meios de transporte, os novos caminhos terrenos em preparação hão de trazer à Terra novos Espíritos possuidores de mais aprimorados conhecimentos, com o objetivo de imprimir um maior ritmo de bem-estar e de felicidade ao meio terreno. Não me canso de repetir, portanto, a todos vós meus estimados irmãos leitores, que entre os felizes habitantes da Terra poderão encontrar-se muitos de vós, senão mesmo vós todos que tivestes a ventura de travar conhecimento com os conselhos enfeixados nos meus livros. 

Repetirei então ainda uma vez, que isso dependerá exclusivamente de vós mesmos, na formação do vosso desejo sincero, verdadeiro, de o conseguirdes. Nosso Senhor Jesus regozijar-se-á com essa decisão de vossa parte, não tendo sido outro o objetivo do Divino Mestre em me enviar ao vosso ambiente para vos dizer o que ficou dito nas páginas do meu livro anterior e no presente. Armai-vos, pois, de uma vontade bem forte para vos ligardes pelo coração ao coração magnânimo do Senhor, e estareis fazendo a única coisa necessária para alcançardes o mérito de regressar à Terra no decorrer do século XXI. 

Isto posto, desejo entrar noutra ordem de considerações acerca de algo igualmente interessante para todos os encarnados, como seja o que no Alto se passa com as Entidades ávidas de aprender para progredir na escala espiritual. Devo declarar em princípio, que nenhuma Entidade espiritual alimenta desejos de aprender algo mais no Alto, que não seja com a única finalidade de melhor servir a esse grandioso conjunto de almas que se chama Humanidade. No Alto não existe, por assim dizer, o egoísmo de uma Entidade cursar qualquer ramo do saber com o objetivo de colecionar diplomas ou colocar no dedo uma nova insígnia. Não, meus amigos, no Alto não se conferem diplomas nem quaisquer insígnias de ostentação perante a comunidade espiritual. O saber de cada Entidade, adquirido exclusivamente à custa de esforços meritórios perante o Senhor do Mundo, aparece sempre refletido pelas claridades irradiadas por sua personalidade, que são visíveis e compreensíveis pelas Entidades da sua ou mais alta categoria. E todos quantos já conseguiram alcançar as luzes da verdadeira sabedoria espiritual, estão incondicionalmente à disposição do Senhor Jesus para o desempenho de qualquer missão de serviço que lhes seja confiada, ao fim da qual novas claridades se projetarão em seu diadema espiritual. 

Desejo ressaltar aqui, meus estimados irmãos leitores, que a maior projeção de uma Entidade se encontra estreitamente relacionada com a sua humildade e simplicidade. Sucede então frequentemente, ser um Espírito ainda de fraca projeção recebido em serviço por outro de grande luminosidade, e, em face do tratamento acolhedor, bondoso, que deste recebe, confessar-se maravilhado com o fato, enquanto que na Terra se passa, em regra, o oposto: os grandes homens se negam muitas vezes a receber os pequenos, ou a tratá-los como o que realmente são. No Alto as coisas se passam de modo diferente, para honra e glória da verdadeira espiritualidade. E a propósito vou relatar-vos um fato bastante expressivo.

Passava certa vez por uma pequena povoação de Espíritos de mediana evolução no Espaço, uma Entidade altamente evoluída, que costumava visitar esses conjuntos espirituais para irradiar sobre seus habitantes pensamentos de amor, de fraternidade, caridade e bem-estar, que um grande bem espargiam em todos eles. Pela continuidade dessas irradiações, os Espíritos estagiários já adivinhavam a presença de Entidades elevadas, e alguns manifestavam mentalmente o desejo de conviverem algum tempo no ambiente que lhes era peculiar.

Ciente desse desejo de alguns Espíritos daquela pequena povoação, a Entidade Superior resolveu atrair ao seu plano cerca de meia dúzia de irmãos e conduziu-os ao seu ambiente, como tanto eles desejavam. Ao fim de uma semana reconduziu esses irmãos ao plano em que viviam, verdadeiramente encantados com o estágio que haviam feito em companhia daquela Entidade. Estes irmãos reuniram então numa grande assembléia os companheiros de vida estagiária, para lhes referirem o que de maravilhoso para eles haviam podido apreciar no curto período em que haviam sido hóspedes da "Grande Entidade", como então a designavam. Vou tentar reproduzir as próprias expressões daqueles irmãos maravilhados. 

“Para que possais fazer uma idéia aproximada - diziam aos companheiros - do que são as residências do plano em que estivemos, bastará dizer-vos que não existem na Terra palácios, mansões, castelos ou o que for, que se lhes possa comparar. Tudo ali é luminosidade, beleza, fosforescência. Os jardins ostentam repuxos duma linfa de tal modo luminosa, multicor, que não sabemos qualificá-la. As residências assemelham-se a vivendas de sonho construídas de preciosas laminas de esmeraldas, turquesas, safiras, topázios e ônix, de uma transparência cristalina. Há lá jardins imensos onde as flores, cultivadas com esmero por Entidades menores, espargem no ambiente um perfume delicioso."

E prosseguia a narrativa. "O Sol que ilumina aquelas belíssimas mansões não queima como este que ilumina o nosso plano. É suave, belo, permitindo que o fitem os habitantes daquele autêntico paraíso, sem o risco do deslumbramento. Porém, - referiu - o que mais ainda nos impressionou, foi a simplicidade daquelas "Grandes Entidades" no tratamento que nos dispensaram. Trataram-nos como se fôramos hóspedes ilustres e não estes pobres Espíritos que ainda somos. E como oram! A oração está para aquelas "Grandes Entidades" como o alimento está aqui para nós. Assistimos às suas reuniões de prece, e que bem-estar admirável se lhes seguia. Sentíamos todos nós, ainda tão atrasados, que uma espécie de neblina luminosa se derramava sobre as suas e as nossas cabeças durante e após as reuniões de prece." 

“A este respeito - interferiu outro irmão - quero informar-vos de algo que nos é muito importante. E prosseguiu: “Maravilhado com aquela neblina luminosa que se derramava durante as reuniões de prece a que se entregavam as "Grandes Entidades" de manhã, ao meio-dia e à noite”, aventurei-me a indagar do nosso hospedeiro a razão daquilo e ele assim me respondeu:

"Meu filho, o que acontece neste plano, acontece igualmente em todos os planos do Universo. Em qualquer parte em que uma criatura emita uma vibração de prece ao Criador, uma neblina semelhante a esta se derrama sobre ela, por efeito da transformação da prece ao atingir determinado plano. Se a prece partir realmente do âmago da criatura, esse sentimento a projeta mais rapidamente àquele plano, transformando-a instantaneamente nessa neblina perfumada que acabas de ver e sentir. Essa neblina - continuou a “Grande Entidade" - no teu plano transforma-se em luz para os que oram, e consequente refinamento de suas qualidades espirituais. Já na Terra, disse, esta neblina é absolutamente invisível aos encarnados em consequência da opacidade do veículo carnal; porém ela se derrama igualmente sobre todos que oram, transformando-se em vibrações de saúde e bem-estar para o corpo." 

"Meus irmãos, - prosseguiu o primeiro orador - sinto imenso que tão curta nos fosse a estada feliz no plano das Grandes Entidades; mas um grande bem ela nos trouxe a todas: d'agora em diante nos reuniremos também três vezes ao dia para orarmos juntos, e juntos recebermos aquele fluido maravilhoso que é o resultado da prece, para o mais rápido progresso de todos nós." 

Assim decorreu a reunião daqueles nossos irmãos após a visita que alguns tiveram a ventura de fazer a um dos mais belos planos do Além, como gostais de referir o Mundo Espiritual. A constatação que fizeram da simplicidade das Entidades altamente evoluídas, confirma o que vem sendo ensinado há milênios na Terra e repetido foi pelo Messias quando recomendava aos homens da época: Sede simples  como as crianças! 

A simplicidade denota a ausência dos sentimentos condenáveis que se apossam do homem após a idade infantil, e se transformam nos seus piores inimigos. Alcançada, entretanto, a simplicidade através da evolução espiritual de cada um, eis a característica das Grandes Entidades, que terá de ser um dia alcançada por todos os seres humanos - Quando, porém? - perguntareis vós. Eu vos responderei de todo o coração que tão rapidamente quanto o desejardes. Pela prece sincera todos o conseguirão! Exercitai-a pois, com ardor.