Passa já da hora o vosso despertar espiritual . . . Saiba que a tua verdadeira pátria é no mundo espiritual . . . Teu objetivo aqui é adquirir luzes e bênçãos para que possas iluminar teus caminhos quando deixares esta dimensão, ascender e não ficar em trevas neste mundo de ilusão . . .   Muita Paz Saúde Luz e Amor . . . meu irmão . . . minha irmã

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Capítulo VII - Livro: Elucidário – pelo espírito de Paulo de Tarso através do médium: Diamantino Coelho Fernandes. Mensageiros encarnados do Senhor - Os maiores de quarenta anos - Recepção e acomodação no plano espiritual – Meu apostolado do primeiro século - O valor da fé cristã na desencarnação das almas - A consoladora doutrina de Jesus



Acontece muito freqüentemente no Alto, serem designados mensageiros do Senhor a várias regiões da Terra, com o objetivo de falar ao coração dos encarnados a respeito de assuntos de seu mais caro interesse espiritual, mas encontrarem esses irmãos tão preocupados, tão absorvidos com outra espécie de interesses, que não chegam a prestar ouvidos ao que lhes dizem os mensageiros de Jesus. Isto acontece muito freqüentemente, repito, para tristeza dos mensageiros e sofrimento dos irmãos encarnados, tal como está acontecendo no momento que passa.

Encontram-se presentemente em missão desta natureza junto aos encarnados, alguns milhares de Entidades de maior ou menor grau evolutivo, procurando segredar-lhes ao ouvido espiritual, conselhos e ensinamentos de utilidade imediata para eles, em face dos tempos que se aproximam para a transformação desta pequena esfera em planeta de vida mais tranqüila e feliz para os seus habitantes. Em todas as regiões geográficas da Terra se encontram Entidades missionárias, procurando despertar nos encarnados a sua atenção para o que verdadeiramente lhes interessa de imediato, sem falar no trabalho realizado durante o sono do corpo junto aos Espíritos encarnados. Dizer que todo este esforço está sendo empregado em vão, não será a expressão da verdade porque, felizmente, uma boa parcela dos Espíritos encarnados tem se interessado vivamente pelo assunto, e enveredou pela senda que lhe há de proporcionar uma passagem tranqüila quando essa oportunidade chegar. A parcela dos seres humanos assim despertados e atentos aos conselhos e ensinamentos recebidos, já está colaborando com os mensageiros de Jesus junto aos irmãos de suas relações, no sentido de que despertem também para a vida espiritual, e este fato está ampliando bastante a área de esclarecimento iniciada pelos emissários de Jesus.

Aí está, então, uma tarefa a ser empreendida igualmente pelos leitores deste livro, aceitando de bom grado o seu ingresso na categoria de mensageiros encarnados que Nosso Senhor lhes confia, e na qual hão de resultar poderosas luzes para os seus Espíritos, ao regressarem ao seu plano de vida no Além. A tarefa é simples e muito fácil de desempenhar. É apenas uma questão de amadurecimento espiritual, obtido mediante a observância de quanto vem sendo divulgado através dos livros do Irmão Thomé e das páginas deste, que eu venho especialmente redigir para os meus estimados irmãos terrenos. Bem sei que alguns de meus leitores, ainda presos a interesses materiais, julgando-os porventura entre os objetivos da vida terrena, poderão sentir à primeira vista ser-lhes bastante difícil o ingresso na categoria de missionários encarnados, mas eu lhes direi que o não é absolutamente. Eu lhes direi que para os seus Espíritos isso constituirá uma tão grande alegria, assim uma espécie de realização de suas mais caras aspirações, capazes de transformar completamente a idéia possivelmente contrária inicial. Existe efetivamente uma alegria tão grande a envolver os Espíritos devotados ao trabalho santo do Senhor, que uma vez experimentada jamais os abandonará. Isto acontece, tanto no plano físico como no espiritual, onde também vivem Entidades refratárias à prática do bem e do amor ao próximo. Estas estão sendo igualmente esclarecidas a respeito do seu progresso e felicidade como seres espirituais, sendo motivo da maior alegria para todos nós a constatação do seu devotamento ao trabalho espiritual, apenas recebidos os primeiros reflexos do seu devotamento à boa causa.

Poderá parecer estranho aos viventes atuais desta pequena esfera terrestre, o empenho com que hoje se entregam à tarefa de que me ocupo, tantos milhares de Entidades altamente evoluídas, com o só objetivo de esclarecimento dos nossos irmãos encarnados. O fato deve-se, conforme foi sobejamente explicado, à necessidade de preparar a grande maioria dos encarnados de hoje, sobretudo os maiores de quarenta anos, para ingressarem em breve num outro planeta de vida mais adiantado do que este, se para isso se encontrarem devidamente preparados. Fazendo parte desta classe maior de quarenta anos, encontram-se Espíritos possuidores de certa experiência, adquirida à custa de vidas numerosas em que foram duramente provados, e, voltando à Terra em sua atual existência, apenas necessitam de um pouco mais de luz espiritual para melhor se conduzirem no Além. Foi precisamente para despertar no coração desta categoria de irmãos o interesse pelas coisas do Espírito, que o Senhor Jesus nos enviou à Terra a transmitir os conselhos e ensinamentos que aí ficam, uma vez que outras Entidades estão em preparativos para vir ao solo terreno, a fim de operar transformações de ordem moral e técnica de que o mundo terreno está necessitando. Assim, ouvidos e atendidos os conselhos que lhes trazemos, os encarnados do momento atual, ao partirem do solo terreno, irão participar da alegria de quantos estão sendo conduzidos a determinado plano de luz no mundo espiritual.

Diariamente se estão verificando desencarnações de Espíritos que a véspera se poderiam considerar ainda cheios de vida, e no entanto dispunham apenas de algumas horas de permanência no corpo. Outros muitos desencarnam ao cabo de períodos mais e menos longos de sofrimento, durante os quais a quase totalidade muito apelou para a Divina Providência, entrando assim em contato com uma força espiritual que de há muito deveriam cultivar. Contudo, fazendo-o durante o período da enfermidade, em que o Espírito sempre se dirige ao mundo espiritual, conseguem esses irmãos amenizar bastante o esquecimento em que mergulharam em relação aos seus deveres espirituais. Seus rogos emitidos da carne enferma chegam ao destino e preparam o Espírito para uma recepção a melhor possível quando seu regresso se verificar. E aqueles que partem inesperadamente, sem terem tempo suficiente para se comunicarem com o Além? Se a vida destes irmãos se tiver desenvolvido no olvido completo de seus deveres espirituais, então, meus queridos, sua recepção e acomodação no plano espiritual não será das mais desejáveis nem mais confortáveis espiritualmente falando. Mas acontece por vezes, e não muito raramente, que uma boa parcela dos irmãos desencarnados inesperadamente, pelo estado de ignorância em que viveram em relação às leis espirituais, não consegue durante certo tempo elevar-se do solo terreno, por se conservar demasiadamente acorrentada aos interesses da matéria. E quando isto se dá, somente estes dois fatores lhes poderão valer para elevá-los até ao plano onde possam repousar em paz: a oração fervorosa de seus familiares ou a sua própria, proferida com verdadeira unção. O melhor será, por conseguinte, preparar-se cada qual desde agora com devoção e fé, como quem tivesse a certeza prévia de que o dia de amanhã poderia ser o dia de seu regresso. Assim procedendo metodicamente, elevando diariamente o coração aos paramos siderais, que são em conjunto os diversos planos do mundo espiritual, não só estarão os seres humanos a coberto de qualquer surpresa, como estarão construindo eles próprios a vivência de luz espiritual que os aguardará a seu tempo.

Para ilustrar um pouco a vossa imaginação em relação ao valor da fé cristã como elemento de felicidade e bem-estar espiritual, eu recorrerei a fatos ocorridos no passado, naquele passado que continua a ser presente para mim, quando me dediquei com todas as minhas energias à divulgação do Cristianismo em terras do Oriente próximo. Viviam os povos das regiões que percorri a serviço da boa nova de Jesus, inteiramente mergulhados na obscuridade de doutrinas utilitárias que em nada os ajudavam após o encerramento da vida corporal. Como o grau de instrução da quase totalidade daquelas boas criaturas não fosse além das quatro operações nas melhor preparadas, que eram pequena percentagem, conclui-se que o analfabetismo predominava por toda parte, e com ele a completa ignorância das leis espirituais. A minha pregação cristã, assim como a de meus companheiros de tarefa, conseguiu despertar principalmente os Espíritos daquelas gentes para o entendimento das coisas de Deus, que nós divulgávamos de par com a consoladora doutrina de Jesus. Tendo assim percorrido e evangelizado quase todos os territórios da Ásia ocidental, era natural que nos sentíssemos estreitamente ligados por laços espirituais aos nossos irmãos visitados com o empenho que pusemos em nossa pregação religiosa.

Uma vez libertado do meu invólucro carnal, agasalhei a idéia de percorrer em Espírito as cidades, vilas e povoados por mim visitados em vida, na tentativa de poder observar resultados relacionados com o meu trabalho evangélico. E aqui vos refiro com verdadeira alegria, que estes foram altamente compensadores dos esforços despendidos junto àquelas almas simples. Pude então verificar a sensível diferença apresentada pelas almas evangelizadas das que, ou não o foram, ou preferiram permanecer em suas crenças materiais. Verifiquei então que as almas ou Espíritos encarnados das pessoas que se entregavam à prática dos ensinamentos cristãos ministrados por nós, apresentavam cada qual o seu ponto luminoso apenas visível às Entidades espirituais, ao passo que as pessoas não evangelizadas nenhuma luminosidade apresentavam. Procurei observar, como segunda referência, o que acontecia a umas e outras pessoas no momento da desencarnação e a seguir, como elemento de comprovação para mim acerca da crença de cada classe de pessoas. O resultado desta observação serviu para me convencer ainda mais da necessidade que existe de que toda a população do mundo terreno enverede sem mais demora no estudo e prática da doutrina trazida à Terra por Jesus de Nazareth. Constatei em todos os lugares por onde passei no desempenho do meu apostolado do primeiro século, que as almas evangelizadas na fé cristã, ao se desprenderem do corpo pelo fenômeno da morte, desferiam um vôo em direção a determinado plano espiritual, graças à luminosidade incrustada pela sua crença e fé na doutrina de Jesus. Enquanto semelhante fenômeno se verificava com as almas evangelizadas, eu constatava com sincera tristeza que as demais, aquelas que preferiram conservar-se ao nível utilitarista em que viviam, ou as residentes nos lugares onde não consegui alcançar, ao se desprenderem do corpo físico permaneciam desconsoladas e atônitas, sem qualquer idéia ou rumo a seguir. Outra observação ainda fiz a esse tempo, e que eu reputo do maior interesse para vós em conhecê-la, que é a seguinte: a luminosidade apresentada pelas almas evangelizadas e adesas à fé cristã, funcionava ao desencarnarem, como elemento de atração ou chamamento de Entidades afins que delas se aproximavam instantaneamente e as acolhiam, para juntas se desprenderem da face da Terra em direção ao novo plano de vida; ao passo que tal assistência não ocorria àquelas que desencarnavam imbuídas de suas velhas crenças.


Estas observações, escusado será dizê-lo, foram para mim altamente confortadoras, e muito me compensaram da luta que tive de sustentar para difundir a consoladora doutrina de Nosso Senhor Jesus. Isto constatado, porém, não consegui sopitar minha própria reação contra aqueles que tão violentamente me impediram de semear em quantos outros povos a mesma semente do Cristianismo, tão necessária então como hoje à salvação das almas. Este sentimento porém — esclareceu-me o Senhor Jesus — não devia permanecer em face da marcha ininterrupta dos tempos, pois que as coisas acontecem quando devem acontecer, e sempre para o bem da humanidade. Minha pregação não teria alcançado o êxito que alcançou se eu não tivesse sido sacrificado daquela maneira.

sábado, 20 de dezembro de 2014

Capítulo VI - Livro: Elucidário – pelo espírito de Paulo de Tarso através do médium: Diamantino Coelho Fernandes. A displicência dos seres humanos - Esforços que hoje recordo com saudade - A união de todos os povos da Terra vem em caminho - O problema religioso - Derrubada dos muros imaginários - O Espiritismo no mundo atual




Aproximam-se dias, meses e anos que ficarão para sempre marcados nas páginas da História desta pequena esfera, pelo muito que estão destinados a produzir em favor da melhoria das condições da vida humana na Terra. Não serão propriamente os dias os agentes das transformações em curso, porém servirão como ponto de registro dos fatos que aqui devem verificar-se. Isto que escrevo já não constitui novidade para uma grande parte da humanidade, porque o assunto vem sendo divulgado desde muito pelos mensageiros de Jesus, seja por meio da palavra falada no recinto de numerosas organizações espiritualistas e mesmo sociais, seja em livros autorizados que circulam em vários países do globo  terrestre. Nunca será demais insistir neste ponto, conhecida como é a tendência de quase todos os seres humanos à displicência em relação às coisas e ensinamentos vindos do Alto, subestimando-os e quantas vezes desprezando-os. Esta tendência inata dos seres humanos é, entretanto, tão prejudicial à felicidade e ao progresso de cada um, que estou eu certo, se outra fosse, todos os Espíritos ora encarnados ou a grande maioria deles, já se encontraria nos dias que correm, integrada numa outra modalidade de vida espiritual em mundos bem mais adiantados do que este. Dois mil anos decorridos desde a vinda do Senhor Jesus à Terra em corpo físico, são mais do que suficientes para que na Terra se houvessem operado mudanças substanciais na maneira de viver de quantos Espíritos aqui têm reencarnado sucessivamente, se ouvidos tivessem dado aos ensinamentos trazidos pessoalmente pelo meigo Jesus de Nazareth. Ao invés disso, o que se tem registrado nestes dois milênios entre os seres humanos são disputas guerreiras em todo o planeta com enorme sacrifício de vidas preciosas, muitas delas portadoras de planos de grande valor para o progresso do mundo terreno.

Chegado, porém, o fim de muitos milhares de encarnações de Espíritos que deverão prestar no Alto o seu exame final do curso vivido na Terra, foi deliberado operar-se no solo terreno uma série de modificações que se fazem necessárias à vivência de uma nova civilização, composta, em parte, por Espíritos de grande evolução que se aprestam para reencarnar, e em parte por muitos dos que aqui vivem, que se mostrarem merecedores da graça de aqui voltarem a viver em condições bem melhores do que as atuais.

Minha tarefa, ao vir por minha vez ao solo terreno redigir este volume, atendendo prazerosamente a convite do Senhor Jesus, é a de tentar repetir esforços que hoje recordo com a maior saudade, junto àqueles povos simples e bons da Macedônia, Éfeso, Antioquia e muitos outros, empenhado em implantar em seus corações a encantadora doutrina de Jesus. Todos sabeis através das páginas da Bíblia, que não foram róseos os tempos em que tive a dita de percorrer aqueles lugares, na tarefa de evangelizar as almas simples que lá viviam, escravizadas moralmente a certas filosofias que em nada serviam ao Espírito. Tenho desde muito, porém, a alegria de registrar o aproveitamento da minha pregação em quase todos os lugares por onde passei, contando hoje no Alto com a companhia e gratidão de milhares de almas encarnadas à época, onde desempenhei a santa missão de difundir a doutrina de Jesus.

Pois bem, caros irmãos leitores meus; minha tarefa de hoje, se bem que destituída dos perigos a que então me submeti, pelo fato de vos visitar em Espírito e deixar minha palavra em letra de fôrma, ela deve ser considerada tão meritória quanto aquela para todos vós, pela circunstância de vir dizer-vos ao coração espiritual, que não há mais tempo a perder para que procureis cuidar da vossa próxima partida do solo terreno, por tempo inteiramente desconhecido, porém em condições que somente vós próprios podereis preparar.

Dito isto, com a recomendação que vos deixo de que lhe deis a vossa maior atenção, dir-vos-ei algo sobre o futuro próximo deste planeta que habitais. Dir-vos-ei, inicialmente, que a união de todos os povos da Terra está a caminho de se constituir uma perfeita realidade. Dois importantes fatores têm impedido que esta união exista desde séculos, mantendo os seres humanos em constantes discórdias: as numerosas religiões existentes na Terra em primeiro lugar, e a ambição de domínio material em segundo. Quanto ao problema religioso, posso antecipar-vos que está sendo resolvido por meio da vinda ao solo terreno de Entidades devidamente afinadas com o pensamento do Senhor Jesus, no sentido de derrubar essa espécie de muralhas levantadas pelos homens em torno das religiões que criaram. Derrubadas essas muralhas, o que em breve se verificará, ter-se-á oportunidade de constatar que o objetivo de cada uma das inúmeras confrarias, outro não é senão o de encaminhar os adeptos para Deus por um caminho que a cada uma se afigura o mais curto. E se é esse em verdade o objetivo das numerosas confrarias religiosas existentes na Terra, motivos não devem haver para o choque constante de idéias entre uma e outra, como tanto se tem verificado desde milênios. Note-se que as muralhas a que me refiro, levantadas por toda a Terra, têm o único objetivo de evitar que os adeptos de cada uma das religiões existentes possam visitar as demais, e não de impedir que adeptos de outras procurem as suas.

Ora, assim se depreende que o objetivo palpável das religiões, aquele sobre o qual se fundaram, vem a ser a idéia do engrandecimento constante, na suposição de que o número de adeptos poderá influir em sua grandeza espiritual. Assim não acontece, porém, se examinadas do Alto as características de quase todas as confrarias religiosas disseminadas por toda a superfície terrena. Justo é, naturalmente, considerar que a humanidade terrena vem caminhando a passos demasiado lentos desde uns bons milênios, na sua categoria de aluna desta escola primaríssima que ainda é a Terra. Eu digo primaríssima para situar melhor a posição da Terra como planeta habitado, em relação a alguns outros existentes no espaço infinito.

Em tais circunstâncias, consideram as Forças Superiores que a lentidão se justifica em parte, em relação ao avanço espiritual dos seres humanos aqui encarnados. Esta fase, entretanto, está terminando, devendo ser procedida uma seleção de valores entre os seres humanos da atualidade, a fim de promover a mundos melhores, os que bem souberam assimilar os ensinamentos recebidos durante dezenas e dezenas de existências na Terra, os quais não poderão estacionar indefinidamente entre alunos primários desta escola, o que para eles importaria na perda de oportunidades verdadeiramente preciosas, de ingressarem em outras escolas ou mundos de vida melhor.

Voltando ao assunto religiões, sobre o qual eu muito me empenho em vos falar, direi que a derrubada dos muros imaginários, construídos em torno das confrarias religiosas, terá a grande finalidade de permitir o ingresso no seio de cada uma delas, deste prodigioso elemento de progresso humano que é a doutrina dos Espíritos, capaz de, por si só, conduzir os seres humanos à realização de suas mais belas aspirações de progresso e felicidade, onde quer que se encontrem. Sendo a doutrina dos Espíritos a base de todo entendimento possível entre os Espíritos que se encontram mergulhados na carne no solo terreno, e os que no Alto permanecem trabalhando e orando pelos encarnados, e prontos a servi-los sempre que necessário, claro está que tanto são Espíritos aqueles como estes, e portanto que uma só deve ser também sua doutrina, que é a doutrina do amor e da solidariedade. Sabendo-se, ao demais, que Deus é amor, e que só o amor constrói para a eternidade, para usar as próprias palavras de Jesus, fácil nos é concluir pela necessidade de todos os seres humanos adotarem com urgência tão bela doutrina enquanto permanecerem na Terra, isto porque ao partirem daqui irão necessitar dela como hoje necessitam do oxigênio para os pulmões.

Examinemos a seguir as vantagens que se apresentam a todas as confrarias religiosas na aceitação e estudo da consoladora doutrina dos Espíritos, que é em verdade aquela que Nosso Senhor veio trazer à Terra há perto de dois mil anos. Falemos então do corpo humano. O que é o corpo humano sem o Espírito, podereis dizer-mo? Nada mais do que um corpo sem vida, não é assim? Prova disto é que quando o Espírito dele se retira pelo fenômeno da morte, logo tem de ser sepultado porque para nada mais ele serve. Isto tanto acontece ao corpo do mais humilde dos mortais, como ao mais ilustre, mais culto e poderoso dos homens, seja ele rei, imperador, bispo ou pontífice. O corpo apenas vive, se movimenta, enquanto conduzido pelo Espírito que o construiu desde o ventre materno. Conseqüentemente, se Jesus é Espírito, o homem também é unicamente Espírito. E sendo o homem Espírito, tem absoluta necessidade de viver em perfeita harmonia com a doutrina que rege a vida espiritual em todos os planos ou mundos do Universo.

Do Alto todos nós temos constatado o interesse, ou melhor dizendo, o gosto com que as criaturas humanas dão os primeiros passos no estudo e prática do Espiritismo, assim designada a doutrina dos Espíritos. E isto acontece em virtude das inúmeras consolações que este conhecimento lhes traz ao coração, através das revelações que proporciona aos seres humanos. Quereis que vos apresente uma imagem do que representa o estudo desta doutrina pela grande maioria das criaturas que a isso se dedicam? Imaginai uma bela mansão, um palácio ou mesmo uma choupana envolvidos por densa cortina, cuja finalidade consiste em impedir a penetração dos raios solares em seu interior, porque seus habitantes ouviram dizer que a ação do Sol lhes seria provavelmente nociva à saúde e bem-estar, ou que poderia destruir-lhes as belas coisas situadas no interior. Este tem sido em verdade o papel de numerosas religiões terrenas, no sentido de manter afastados da doutrina dos Espíritos, os adeptos que conseguem reunir. Um dia, porém, encontram estes a sua oportunidade de entrar em contato com a doutrina dos Espíritos, estudam-na, experimentam segui-la, e, embora não desprezem sua antiga religião por uma tradição muito respeitável, ei-los agora mais alegres e felizes em contato com seus numerosos amigos, parentes e Protetores espirituais, marchando decisivamente para a frente e para o alto. Qual terá sido, então, o fenômeno verificado? Apenas este: o Sol que se encontrava impedido de penetrar nesses ambientes recém iluminados, encontrou um meio de neles penetrar, iluminando-lhes o interior, e convencendo irreversivelmente os felizes habitantes de que sua vida em contato com a realidade dos raios solares, que é a doutrina dos Espíritos, tornou-se imensamente mais feliz e até mais próspera em relação àquela que antes viviam.

O Espiritismo no mundo atual pode ser considerado o elemento mais avançado de todos os ensinamentos e filosofias da era presente. Sua doutrina veio superar a todas as demais, que pretendiam submeter as criaturas à orientação, direção e submissão de homens nem sempre integrados no verdadeiro objetivo de proporcionar a felicidade e o bem-estar espiritual dos seus semelhantes. A doutrina dos Espíritos proporciona a cada um a autodeterminação, tendo como finalidade precípua iluminar-lhe o Espírito para que bem possa conduzir-se a si mesmo pelo caminho que escolher. Jesus é Espírito, como Espíritos são, igualmente, todos os seres humanos de todos os tempos.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Capítulo V - Livro: Elucidário – pelo espírito de Paulo de Tarso através do médium: Diamantino Coelho Fernandes. A humanidade é uma só - A ajuda constante das Forças Superiores - Modificações substanciais na estrutura terrena -Tratai de arrumar as vossas coisas - Minha desencarnação nos arredores de Roma foi um grande bem para mim



Se me perguntassem os meus irmãos encarnados de todas as regiões do mundo terreno, por que tanto se empenham os Espíritos de Luz em vir aconselhar normas de procedimento a quantos se encontram no gozo perfeito do seu livre arbítrio, eu lhes responderia que, sendo a humanidade uma só, quer se encontre uma parte dela encarnada e outra desencarnada, esta parte, desejosa de contribuir para a maior felicidade e bem-estar da parte encarnada, empenha-se em ministrar-lhe ensinamentos e conselhos capazes de a conduzirem mais rapidamente àquele objetivo.

É certo que o homem dispõe de sua vontade e livre arbítrio para se conduzir como quiser em sua vida terrena, cumprindo ou não compromissos livremente assumidos ao se preparar para vir à Terra. Tem sido constatado, porém, que durante séculos e séculos de vidas terrenas, o progresso alcançado pelos Espíritos encarnados ficou muito aquém do mínimo que lhes cumpria alcançar. Por este motivo, pois, deliberado foi pelas Forças Superiores a vinda ao meio terreno de numerosos Espíritos mais e menos evoluídos, a transmitirem aos seres humanos uma palavra de incentivo, de ensinamento e de conselho, no sentido de os ajudar a percorrer com êxito o caminho em que hoje se encontram, e de impedir que no amanhã que vem próximo, se desesperem a lamentar o que todos desejamos evitar.

Já foi dito por outros mensageiros de Jesus em várias oportunidades, que a esfera terrestre se prepara para receber modificações substanciais em sua estrutura, modificando e aprimorando condições necessárias à vivência dos seres humanos.  Como é bem de ver, sempre que haja necessidade de introduzir modificações em qualquer estrutura, o que nela houver estabelecido deverá ser previamente removido para deixar livre a superfície a modificar. Assim terá de acontecer ao vosso pequeno mundo em dias que se aproximam numa velocidade igual à da sua própria rotação, e necessário se torna que sejais disso prevenidos com alguma antecedência, a fim de que possais arrumar as vossas coisas, os vossos pertences de ordem moral, para os levardes convosco se a vossa partida vier a ocorrer em meio aos acontecimentos esperados. Referindo-me às vossas coisas e aos vossos pertences, estou certo de que bem compreendereis o meu pensamento. Não me refiro, é claro, as vossas instalações domésticas, por modestas ou luxuosas que sejam, nem aos vossos haveres em valores de bens terrenos ou depósitos bancários, porque nada disso constitui patrimônio do Espírito que realmente sois. Quando me refiro ao que devereis tratar de arrumar como quem se preparasse para empreender viagem, refiro-me exclusivamente às boas obras que houverdes podido praticar ao longo da vossa existência terrena, ao bem que possais ter proporcionado aos vossos contemporâneos, e ainda ao que em vossas orações diárias houverdes solicitado do Alto para as almas sofredoras que tanto carecem da oração dos que vivem na carne. Estas são, em verdade, as coisas a serem convenientemente arrumadas por todos e cada um dos seres humanos, não havendo, porém, a meu ver, nenhuma dificuldade em arrumá-las. Para colaborar um pouco convosco, leitores meus, eu direi qual a melhor maneira de proceder a essa arrumação, que deve ser iniciada imediatamente, a fim de prevenir qualquer antecedência na chegada do navio. Fareis então apenas o que vou dizer, metodicamente, diariamente, com toda a vossa tranqüilidade de Espírito. Elevareis o vosso pensamento àquela Fonte de todo o bem que existe em algum ponto do Universo, e rogareis mentalmente a graça do seu apoio à vossa presença na Terra enquanto permanecerdes, e a misericórdia do seu amparo desde o momento em que tiverdes de partir de regresso ao vosso lar espiritual. Nada mais do que isto se faz necessário. Um pensamento assim dirigido, traduz milhões de coisas que não conseguiríeis dizer em palavras. A Fonte de todo o bem, entretanto, sabe interpretar os pensamentos que diariamente lhe são dirigidos de todos os recantos do mundo, neles traduzindo fielmente, seja um voto de alegria, seja um pedido de ajuda, ou um grito de socorro de alguém em estado de aflição. Indispensável porém, para que tais pensamentos logrem atingir aquela Fonte, é que o posto emissor, no caso os seres humanos, estejam em situação moral de poderem emitir pensamentos de tal categoria.

Para que isso aconteça, para que os seres humanos possam encontrar-se nas condições ideais de poderem dirigir-se à Fonte, é suficiente estabelecerem um regime de vida em perfeita harmonia com os seus semelhantes, isto é, não lhes façam nem desejem senão o que para si também desejem. E se, por acréscimo ao seu merecimento, houverem contribuído de alguma maneira para minorar ou cessar o sofrimento a algum de seus contemporâneos, este fato eleva de muito o grau de penetração do seu pensamento de ajuda própria nas camadas superiores do mundo em que vive, e atinge seguramente o seu objetivo: a ajuda solicitada, ou o socorro imediato.

Quando eu me encontrava na Terra e tive a suprema felicidade de abraçar a doutrina de Jesus, e me lancei através de várias nações a propagá-la aos povos de então, eu tive muitas ocasiões de sentir diante de mim uma espécie de barreira ao prosseguimento da minha pregação, tão enegrecidas eram ainda as mentes dos povos aos quais eu me dirigia. Ocasiões eu tive, inclusive, de sucumbir à violência de atos praticados contra mim e meus companheiros de pregação, tendo numa dessas ocasiões sido abandonado por meus verdugos em estado de morto. Desejo dizer-vos com isto, leitores meus, que me valeu nesses momentos a fortaleza do Espírito, para reanimar a matéria amolecida pelas violências recebidas, o que sucedeu mais de uma vez. Ligado, porém, o meu Espírito ao Espírito de Jesus, naqueles tempos como ainda hoje a minha Fonte de todo o bem, a Ele eu apelava nas circunstâncias descritas, e o socorro eu o recebia prontamente.

Direis vós, provavelmente, que da última violência recebida nos arredores da grande Capital da Itália, o socorro teria falhado, porquanto aí desencarnei da maneira que todos conheceis. Eu vos esclareço, porém, que muito ao contrário do que possais supor, o socorro me foi enviado da maneira mais conveniente possível, não para o corpo exausto de caminhar centenas de milhares de milhas através de montes e vales, cidades e vilas, da Ásia Menor ao Mediterrâneo, padecendo de todos os males e privações habituais das regiões citadas; o corpo sentia ânsias de repousar para sempre, tal o sentido de aniquilamento que então me dominava, e somente o Espírito vivia, lutava, pregava e orava as vinte e quatro horas do dia.

Em tais circunstâncias, um único desejo a vida me sugeria, embora meu Espírito se recusasse a aceitá-lo por absolutamente incompatível com as leis de Deus: o aniquilamento total, por minhas próprias mãos. Foi então que os meus pensamentos, interpretados pela Fonte de todo o bem, levaram os homens a promoverem minha libertação da carne pela degola, como sabeis, um ato que imediatamente me atirou nos braços do Senhor Jesus, cessando de todo os meus sofrimentos físicos. A História registra o fato como violência criminosa praticada contra mim, apenas idêntica a quantos milhares de outras que então se praticavam, sem quaisquer escrúpulos de consciência. Eu, porém, vos declaro, que a violência que me eliminou do plano terreno, serviu a dois grandes objetivos: traumatizando como o fez, os povos por mim visitados desde a Ásia Menor, a Grécia, o Egito e ilhas do Mediterrâneo, consolidou em seus corações os princípios que eu lhes havia ensinado, levando-os a propagá-los por sua vez em toda a região com excelentes resultados para o Cristianismo nascente; e o segundo resultado foi o abalo sofrido pelo próprio imperador romano, que em breve também se converteu, sendo hoje um dos mais dedicados servidores de Jesus. Não necessito de mencionar aqui o grande bem que minha morte me proporcionou, libertando-me de todos os sofrimentos físicos e morais que o meu apostolado me impunha naqueles dias de há dois mil anos.

Deste resumo que faço em torno dos fatos em que fui parte no início do Cristianismo, e dos quais resultou o maior foco de luz já recebida por meu Espírito, ficareis sabendo sem mais nenhuma sombra de dúvida, que todos vos encontrais em condições de pedir e receber qualquer espécie de socorro de que possais necessitar, assim como de alcançar poderoso foco de luz em recompensa de qualquer empreendimento social ou espiritual a que vos dedicardes, com o objetivo de servir à coletividade, servindo igualmente aos desígnios de Jesus.

Podereis argumentar que os tempos são outros, muito diversos daqueles em que fui Paulo de Tarso, e eu concordarei convosco, apenas para afirmar que muito mais fácil hoje se torna a tarefa de servir ao Senhor do que o era naqueles tempos. O grau de adiantamento alcançado pela humanidade de hoje, muito favorece a realização de novos empreendimentos espirituais na Terra, sem os riscos em que incorriam os apóstolos de há dois mil anos. Já se não torna necessária como dantes a pregação da amorosa doutrina de Jesus, porque ela se encontra no âmago de todas as criaturas humanas, do Oriente ao Ocidente, a despeito da existência de numerosas seitas religiosas diferentes na aparência, porque no fundo todas se irmanam no belo princípio do amor ao próximo. Há vários setores de trabalho espiritual na Terra que podem ser trabalhados por quantos seres humanos se sentirem desejosos de servir a Jesus, servindo aos seus contemporâneos e até, em certos casos, aos que hão de vir.

No setor da educação, por exemplo, há um grande campo de trabalho na Terra para ser atendido. Os milhões de irmãos nossos que vivem no mundo impossibilitados de usar o alfabeto para enriquecimento dos seus conhecimentos, estão à espera de alguém verdadeiramente cristão, que empreenda essa enobrecedora tarefa.

É necessário semear escolas em todos os recantos onde vivam filhos de Deus, mas escolas onde, além dos conhecimentos necessários à vivência humana, se ensine a amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, tal como nos ensinou Jesus de Nazareth. É indispensável transformar, através do ensino, as criaturas humanas em seres espirituais apenas temporariamente encarnados, ensinando-lhes como princípio de todos os conhecimentos, a doutrina do Amor, da Bondade e da Fraternidade, para erradicar de seus corações a idéia prejudicial de grandeza e domínio, como objetivo da reencarnação na Terra.

Os tempos anunciados vêm aí e ninguém poderá detê-los, estais disso perfeitamente informados. Isto não quer dizer que vos lanceis ao chão de joelhos e permaneçais orando, para poderdes escapar-lhes. Melhor que tudo, para que os tempos passem por vós, em vez de passardes vós com eles, será empreenderdes algo de útil ao bem estar espiritual dos vossos semelhantes, seja prepará-los espiritualmente para o que vier a acontecer, seja proporcionando-lhes aquilo que de bom e de útil esteja em vossas mãos realizar. Isto equivalerá a uma preparação do vosso Espírito para ingressar na vivência de planos de vida bem mais felizes do que este, não importando a maneira pela qual venhais a encerrar a vossa presente vida terrena.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Capítulo IV - Livro: Elucidário – pelo espírito de Paulo de Tarso através do médium: Diamantino Coelho Fernandes. Completa renovação em toda a vida terrena - A aquisição do progresso moral - A voz amiga que vos fala à consciência - Não cabe a alegação de ignorância - O reverso da medalha – A Doutrina dos Espíritos








O mundo terreno apresta-se para receber uma série de melhoramentos em sua estrutura, com o objetivo de transformar fundamentalmente para melhor, as condições da vida humana, ainda tão difíceis de suportar pelos Espíritos que necessitam de viver o seu período escolar nesta pequena esfera terrestre. Muito já foi dito pelas Entidades designadas pelo Senhor Jesus para falar aos seres humanos, tudo no sentido de os despertar do sono em que permanecem, em relação ao cumprimento de quanto lhes incumbe neste período escolar que estão vivendo na Terra. Todas as Entidades possuidoras de certo grau de iluminação espiritual se empenham dia e noite em ajudar a despertar na mente de cada um dos seres humanos a idéia mater de sua presente encarnação, que é aquela que no Alto conceberam e prometeram cumprir tão logo houvessem atingido a fase do raciocínio. Atingida, porém, esta fase, a grande maioria já impregnada das idéias preponderantes no ambiente material da Terra, olvidou aquela idéia fundamental concebida no Alto, e ei-la a palmilhar os mesmos caminhos de passadas encarnações, em que tão pouco conseguiu adiantar o seu progresso moral.

Sucede, entretanto, que uma completa renovação se terá de verificar em todos os setores da vida terrena, com o afastamento desta esfera de todas as criaturas que, ou não estejam em situação moral de acompanhar a onda de vida a ser implantada na Terra dentro de poucos anos, ou se recusem a acompanhá-la seja por que motivo for. Já tem sido dito e repetido por toda a parte, que sendo o Universo inteiro habitado por Espíritos adaptados às condições peculiares a cada um dos seus milhares ou mesmo milhões de mundos habitados, a vida de todos os seres espirituais obedece em todos os planos a uma e única característica evolutiva.

As leis reguladoras da vida universal são igualmente as mesmas em todos os planos ou mundos habitados. As encarnações e reencarnações se processam desde a esfera mais enegrecida, até às mais claras e brilhantes do mundo sideral. E todas elas objetivam sempre a evolução moral de todos os seres, através dos trabalhos a que se destinam quantos conseguem o necessário deferimento ao pedido de novo mergulho no ambiente peculiar a cada uma das esferas ou mundos de vida material.

Dos trabalhos a que vão entregar-se as almas que reencarnam, é que deve resultar ou não a aquisição de novo grau de progresso moral em sua escala evolutiva. Se durante a vigência de sua reencarnação, a alma ou Espírito procurou enveredar pelos caminhos que conduzem à sua evolução, isto é, se procurou pautar os atos de sua vida pela medida traçada no Alto pelos seus mentores espirituais, e soube dividir o tempo entre o trabalho honrado e nobre e a oração, certo essa alma irá encontrar no seu regresso ao plano a que pertence, a luminosidade proveniente do seu comportamento na Terra, alcançando com isso um novo estágio espiritual.

Não cabe a alegação de ignorância dessa particularidade da vida humano-espiritual, sob o fundamento de não haver tido os esclarecimentos necessários a respeito. Eu direi a quantos formularem semelhante alegação, que uma das grandes preocupações dos mentores espirituais dos seres humanos, é procurar instruí-los, aconselhá-los, alertá-los continuamente durante as vinte e quatro horas do dia, mas especialmente durante o sono do corpo. Ninguém jamais haverá praticado na Terra um ato injusto, violento ou incorreto, sem que antes tenha ouvido aquela voz amiga da sua consciência, a dizer-lhe qual a característica do ato que pretende praticar. Felizes daqueles que souberem agasalhar a voz amiga e obedecer-lhe com humildade, retrocedendo ou modificando o sentido daquilo que pretendem praticar. Dessa maneira terão evitado a prática de um ato injusto, violento ou incorreto, e adquirido uma verdadeira preciosidade para si mesmos, isto é, uma luz a mais para o seu Espírito.

Muitas pessoas existem na Terra, infelizmente para elas, que recebem bem nitidamente a sua voz amiga a adverti-las nas circunstâncias apontadas; como, porém, ainda prevaleçam no seu íntimo certos sentimentos condenáveis, como o orgulho, a ambição e a vaidade, a dizer-lhes que a sua personalidade é que deve prevalecer sobre o bem-estar e a felicidade do semelhante, ei-las a incorrer nas mesmas faltas de outros tempos, quando fizeram absoluta questão de impor a sua vontade e conveniência, com menosprezo da justiça, da bondade e do amor ao próximo.

Leitores meus: o que aqui vos deixo não constitui novidade par nenhum de vós, tenho eu certeza disso. Estes princípios circulam pelo vosso mundo em todos os compêndios de moral, e são ministrados em vossas escolas desde os vossos primeiros anos. Apenas o que os compêndios não dizem, é que existindo o reverso em todas as medalhas, a desobediência a estes princípios, pelas pessoas menos integradas no conhecimento da doutrina dos Espíritos, assim denominado o espiritualismo, importa em terem essas pessoas de passar por situações idênticas àquelas em que foram parte, impondo sua prepotência a outras criaturas. O conhecimento mais detalhado e atento do espiritualismo, é capaz de recolocar no verdadeiro caminho a quantos seres humanos possam encontrar-se à mercê de conseqüências de atos impensados, a que foram levadas nesta ou em vidas anteriores, e transformá-las de criaturas sofredoras, em seres tranqüilos e felizes. A doutrina dos Espíritos é aquela que manda amar o próximo como a si mesmo, não lhe fazendo senão aquilo que desejaria que lhe fizessem, doutrina que não é nova, porque conta já tantos milênios quantos são os desta esfera como mundo habitável pelos seres humanos. O último Profeta a reavivar estes princípios perante a humanidade terrena foi Jesus de Nazareth, cuja recompensa todos a conheceis através das páginas da História religiosa. Sabeis por conseguinte, que os princípios pregados por Jesus contrariavam fundamentalmente os interesses dos potentados da época, arquitetando-se daí a sua condenação ao Calvário, nas condições também vossas conhecidas. Pois bem; terão os potentados e os mandantes da crucificação do Senhor, logrado com isso a realização da própria grandeza e felicidade? Terão, porventura, esses nossos antepassados, logrado implantar no solo terreno a organização político-religiosa dos seus sonhos? Uma sociedade em que houvesse apenas estas duas categorias: os poderosos e os miseráveis? Uma sociedade em que preponderassem de uma parte os felizes, os ricos, os gozadores, e da outra os servidores, os humildes, os sem eira nem beira, os necessitados, enfim? Terão, porventura, os governantes ocasionais ao tempo do sacrifício do Senhor, conseguido edificar um mundo ao seu bel-prazer, um mundo sem Deus, sem amor, à base da prepotência e da humilhação dos fracos?

Sabeis todos igualmente que isso não lhes foi possível, conforme o atestam as páginas da História terrena. O que, entretanto, não sabeis, caros leitores, o que ainda não conheceis provavelmente, é o reverso da medalha assim fundida por aqueles nossos irmãos desse passado de dois milênios. Vireis, porém, a conhecê-lo, se assim o desejardes, quando vos transportardes novamente ao vosso plano espiritual, onde podereis consultar tranqüila e demoradamente o LIVRO DOS SÉCULOS que se encontra à disposição de quantos desejem consultá-lo. Em suas páginas ireis encontrar registros que poderão estarrecer a muitos de vós, leitores meus, pelas revelações que lá haveis de encontrar. Digo que podereis estarrecer-vos, e digo bem, porque longe estais de supor terdes sido vós mesmos, alguns daqueles religiosos e potentados que impuseram ao Senhor o duro sacrifício do Calvário. Sim, amigos meus; numerosos dos seres humanos presentes na Terra, prestes a deixá-la talvez para sempre, irão encontrar seus nomes do passado entre os mais cruéis dirigentes do mundo, à época da estada do Senhor Jesus na Terra, já aqui tendo vivido diversas existências em situações as mais penosas e difíceis, como conseqüência de seus atos praticados em outras eras. É sempre a mesma Lei de Causa e Efeito a regular a vida dos seres no Universo. É em virtude dessa lei que vedes ainda hoje irmãos vossos arrostarem uma existência verdadeiramente heróica, por lhes faltarem, a uns um membro insubstituível, a outros condições de locomoção orgânica, a outros a visão material, e um sem-número de deformações em seu veículo físico, embora seu Espírito se encontre tão perfeito quanto o vosso. Tudo isto, nós poderemos apropriadamente denominar de reverso da medalha que construíram no passado, e que se torna necessário polir para apagar as manchas e deformações nela impressas em conseqüência de infrações à lei espiritual.

Bem sabemos todos nós que vivemos o espiritualismo que a circunstância de se haverem fundado na Terra milhares de seitas religiosas à revelia da verdadeira lei espiritual, que é a Lei do Amor, é que tem protelado até aos dias de hoje o desconhecimento por parte dos seres humanos, dos princípios amorosos que devem servir de base ao progresso moral da humanidade terrena. A lei espiritual, ensinada pela Doutrina dos Espíritos, nos diz que tanto o homem como a mulher possuem a faculdade inata de se comunicarem diretamente com Deus e Jesus, bastando-lhes querer sinceramente fazê-lo. Foram-se os tempos em que o homem como a mulher, pelo estado primitivo em que na Terra se encontravam, eram levados a confiar a especialistas religiosos as suas fraquezas e misérias, em busca de absolvição. Sua ilusão tinha de ser completa, ante a impossibilidade de obterem de terceiros aquilo que só o Senhor pode conceder. Daí o regresso à Terra, periodicamente, de quantos houvessem falido moralmente no passado, reencarnando em situação de terem de ressarcir prejuízos proporcionados a outrem. O que, apenas, os milhares de seitas religiosas terrenas terão feito de bom, de útil a quantos as seguiram até hoje, é o ensinamento da maneira de cada ser humano poder entrar em comunicação com Deus e Jesus, que é a prática da oração sincera, partida do coração. Esse é o único bem que as religiões têm prestado aos respectivos adeptos em todos os milênios decorridos.

Desse extraordinário bem, desse ensinamento de como pôr-se em contato com a Divindade, e a Ela se dirigir para pedir quanto necessite para cumprir sua missão terrena, é que justo se torna erguer louvores às numerosas seitas religiosas da Terra. E muito têm sido louvadas por esse motivo no mundo espiritual. O conhecimento, entretanto, da Doutrina dos Espíritos, vem suprir, com real vantagem para os seres humanos, os velhos ensinamentos atribuídos às religiões sectárias da Terra.