Passa já da hora o vosso despertar espiritual . . . Saiba que a tua verdadeira pátria é no mundo espiritual . . . Teu objetivo aqui é adquirir luzes e bênçãos para que possas iluminar teus caminhos quando deixares esta dimensão, ascender e não ficar em trevas neste mundo de ilusão . . .   Muita Paz Saúde Luz e Amor . . . meu irmão . . . minha irmã

quinta-feira, 26 de março de 2015

Capítulo XXXIII - Livro: Elucidário – pelo espírito de Paulo de Tarso através do médium: Diamantino Coelho Fernandes. Preparai-vos devidamente para a partida - O motivo deste e de outros livros semelhantes - O caso do meu intermediário -Brasil, um país maravilhoso - Mediunidade psicográfica, fonte de grandes alegrias - Eis aqui uma chave poderosa



Os dias que a humanidade terrena está vivendo hão de passar à história da Terra como dias excepcionais, desde que o planeta recebeu em seu solo os primeiros seres animados. E isto porque em todas as fases por que tem passado a Terra, nenhuma apresentou circunstâncias sequer parecidas com as atuais. Tem sido dito e repetido com insistência por todos os enviados de Jesus que a Terra está em vésperas de ascender a uma nova categoria planetária, deixando de ser um planeta meramente material para se tornar um plano de vida espiritualizada. Isto não quer dizer que este plano passe a ser uma esfera para a vivência de Espíritos livres da matéria, porém uma esfera em que os seus habitantes se distingam pela sua categoria de seres espirituais encarnados, mas possuidores de um grau evolutivo bastante mais elevado do que a maioria dos atuais. Será então a Terra um dos planos espiritualizados, semelhantes a várias outras esferas que circulam no espaço cósmico.

Tanto já foi escrito em detalhes a este respeito, com o só objetivo do esclarecimento dos homens e mulheres, que a sua repetição tornar-se-ia talvez enfadonha. Foi dito e repetido em livros que circulam em vários países, que a Terra sofrerá modificações em sua estrutura física a fim de se adaptar às necessidades da nova civilização que aí vem. Dessas modificações é que resultará inevitavelmente a partida de numerosos seres humanos para os planos espirituais a que pertencem. E como todos estes irmãos necessitarão de encaminhamento, em face da quantidade que poderá partir ao mesmo tempo, é que se lhes recomenda por determinação do Senhor Jesus, que se preparem devidamente para essa partida, da mesma maneira que se preparariam para viajar a um país distante. Há nisto apenas a diferença que diz respeito à bagagem a conduzir. Enquanto para viajar ao estrangeiro o viajante necessita de reunir uma certa bagagem de tudo quanto terá de usar por lá, a preparação para regressar ao mundo espiritual bem pouca coisa requer. Apenas uma consciência tranqüila, isenta de recordações de atos inconvenientes a pesarem demasiado, e a ligação constante, a mais estreita possível com as Forças Superiores, tal como um fio imaginário entre o plano físico e o espiritual, pelo qual ascenderá cada um ao lar que deixou no Alto ao reencarnar na Terra. Isto tem sido dito e repetido em vários livros bastante procurados, sendo de registrar com agrado por todos os emissários do Senhor que os leitores dos mesmos receberam estes conselhos com seriedade e os estão pondo em prática. O benefício que isso lhes proporcionará eles o avaliarão devidamente quando as oportunidades chegarem, e então os agradecerão ao Senhor.

A nossa missão, tanto a minha como a de todos os demais emissários do Senhor, é a de bater em todas as portas para despertar nossos irmãos encarnados porventura despreocupados das coisas do Alto, por se encontrarem inteiramente entregues aos seus interesses no ambiente terreno. Esse trabalho vem sendo realizado principalmente durante as horas de sono, quando nos é mais fácil falar diretamente ao Espírito afastado do corpo. Como, entretanto, a grande maioria dos irmãos encarnados não consegue recordar no corpo o que ouviu em Espírito, é que foi deliberado pelo Senhor escreverem-se livros reunindo os principais conselhos e advertências, para que os leiam quantos tiverem a felicidade de adquirir estes livros ditados por Entidades a serviço do Senhor, e possam então pôr em prática os conselhos e advertências que deles constam. Devo acrescentar a estas linhas que foi para o Alto considerada uma verdadeira felicidade descobrir-se na Terra este instrumento humano que me serve de intermediário a grafação do meu pensamento e da minha palavra, em vista do fracasso de vários outros que, tendo vindo à Terra com idêntica missão, ou não se dispuseram a cumpri-la, ou não conseguiram preparar-se convenientemente num meio onde os credos são, não poucas vezes, os responsáveis por tais fracassos.

Para glória do Senhor Jesus, contudo, o Brasil tem-se demonstrado o campo mais fértil em pronunciamentos e dedicações do tipo desta que fez do meu intermediário um autêntico servidor de Jesus na Terra, do que resultou ser ele procurado por grande número de Entidades missionárias para divulgação em livro de sua palavra de amor aos irmãos encarnados do presente momento. Para satisfazer um pouco a vossa curiosidade eu direi em poucas palavras o que foi feito no Alto para apurar as qualidades mediúnicas do meu intermediário, o que equivaleu ao que fazeis vós próprios quando desejais fazer vingar nos vossos canteiros uma plantinha bastante rara mas para vós preciosa. Tratais certamente de a proteger contra a intensidade dos raios solares que poderiam crestá-la, assim como do frio excessivo ou das intempéries, sabendo todos que a perdendo, muito dificilmente conseguireis nova muda. Assim procedeu também o Alto em relação ao meu intermediário em muitos decênios. Nascido num país distante, onde a sua faculdade, previstamente não poderia ser exercida em virtude da preponderância anti-espiritista, como ainda hoje lá se observa, foi ele conduzido a este país maravilhoso que é sem dúvida o Brasil, e aqui acompanhado muito de perto em todos os seus passos visando à sua proteção em todas as circunstâncias. Possuidor que era já de uma notável elevação espiritual, sua atenção era atraída pelas leituras que lhe falavam da vida espiritual, através das quais foi ele despertando determinadas células, aquelas que lhe permitiram a realização desta espécie de trabalhos. A certa altura, surgiu-lhe uma feliz oportunidade em que ele tomou contato com a atividade psicográfica numa bela instituição na qual havia ingressado, conduzido por seus amigos do Alto. Recebeu nesse primeiro exercício uma pequena mensagem que lhe deu grande alegria por vir assinada por uma Entidade amiga e familiar. Passou o meu intermediário a exercitar no lar esta esplêndida faculdade mediúnica, através da qual lhe falaram numerosas Entidades notáveis da História terrena, cuja palavra lhe proporcionava verdadeira alegria. Positivava-se desta maneira o trabalho desenvolvido pelo Alto em torno desta frágil plantinha, procurando desenvolvê-la muito carinhosamente a fim de a preservar dos numerosos perigos a que estão sujeitas todas as plantas desta espécie, com a finalidade de obter dela exatamente os frutos que hoje estamos efetivamente colhendo em benefício de todos os leitores. É preciso repetir não ter sido esta a única semente lançada à Terra pelo Senhor Jesus. Várias outras foram também lançadas com este mesmo propósito. As intempéries talvez, o excesso de sol possivelmente, ou ainda a impropriedade ou pobreza do solo em que nasceram não lhes permitiram desenvolver-se, florescer e frutificar, como tem acontecido muitas vezes através dos séculos. Graças, portanto, ao Todo-Poderoso, elevamos todos nós, por termos podido salvar então este belo instrumento de que ora dispomos para nos comunicarmos convosco em nome do Nosso Amado Jesus, com o objetivo de contribuir para a salvação dos vossos Espíritos, ou seja de todos vós, quando as circunstâncias se apresentarem.

Deste relato que aí fica eu viso estes dois objetivos: relatar-vos sucintamente a preocupação e cuidados dispensados pelas Forças Superiores em mais de sessenta anos à preservação deste instrumento mediúnico por cujo intermédio vos falo, e que constitui um entre muitos outros que se perderam, e também procurar despertar em cada um de vós, leitores meus, o desejo de vos exercitardes na prática da psicografia. Esta modalidade mediúnica, além de proporcionar grandes alegrias a quantos a desenvolvem e praticam, tem a grande finalidade de servir ao Senhor Jesus para continuar a divulgar na Terra conselhos e ensinamentos de grande valia para todos os seres humanos.

Isto posto, falemos em seguida de um assunto que eu reputo de grande interesse para todos, qual seja a maneira de poder cada um reduzir ao mínimo ou mesmo anular certas dificuldades peculiares à vivência terrena. É muito comum defrontar-se o ser humano com dificuldades que se apresentam muito freqüentemente em sua vida de atividades diuturnas, algumas vezes de tal porte, que o deixam bastante preocupado. Eu quero entregar-vos então uma chave que podereis apelidar de mágica, para resolver toda espécie de dificuldades. Inicialmente devemos definir o que deva entender-se por dificuldades, para podermos operar com maior eficiência na sua eliminação. Assim, por exemplo, se um homem prossegue em suas atividades normais, agindo invariavelmente com bom senso e se defronta com obstáculos à realização do seu objetivo, terá aí uma dificuldade interposta pelos fatos, a impedir que seu objetivo se concretize. Neste ponto torna-se muito importante adotar o homem ou a mulher o seguinte raciocínio: - É justo e razoável o que pretendo? Não será alguém prejudicado com a realização do meu objetivo? Se o Senhor Jesus estivesse presente, aprovaria Ele a minha pretensão?

Fazendo mentalmente ou pronunciadamente, o que é preferível, estas perguntas, vá o leitor anotando no papel as respostas que em sã consciência lhe pareceram corretas. Anotará sim, não e duvidoso, como forma de resposta às suas indagações. Isto deverá ser feito muito calmamente e a sós para que não haja incorreções pela pressa nem interferências estranhas. Terminada a operação, analise o leitor o resultado para se decidir. Se houver maioria de sim esteja certo de que a dificuldade vai desaparecer. Há que considerar devidamente a segunda pergunta, cuja resposta, no caso sim deve ser considerada desfavorável. E se as demais respostas forem pelo não ou duvidoso é claro que melhor será desistir do objetivo. Vamos admitir, porém, que a análise das respostas se traduza em que o seu objetivo seja justo e razoável, que ninguém será prejudicado com a sua realização; e finalmente pela convicção de que se o Senhor Jesus estivesse presente, Ele próprio aprovaria a vossa pretensão. Em casos como este, estimados leitores, entregareis a vossa pretensão às Forças Superiores, invocando-as pela palavra ou em pensamento no ato da vossa meditação, na certeza de que a vossa pretensão, o vosso objetivo, por ser justo e razoável será alcançado sem maior demora além daquela que for natural conforme o caso. Esta é uma chave que não é mágica porque é raciocinada, com a qual podereis anular noventa por cento das possíveis dificuldades que surgem constantemente na vida dos encarnados.

Se, entretanto, a análise das respostas que captardes se apresentar desfavorável ao vosso propósito, ainda que seja apenas pela circunstância de poder prejudicar a terceiros, a melhor doutrina a seguir é que abandoneis tal objetivo, mesmo que verifiqueis a possibilidade de realizá-lo. Sendo alguém prejudicado por uma realização nossa, e sendo esse alguém uma partícula da Divindade como todos nós, não desfrutaria felicidade aquele que tentasse ou chegasse a realizar empreendimento que envolvesse de tal maneira uma vibração negativa. Melhor será em tais casos desistir do objetivo imediato e rogar às Forças Superiores que em sua bondade e espírito de serviço, inspirem a realização de outro objetivo que possa receber delas o seu beneplácito. Isto, estimados leitores, chama-se agir em harmonia com os desígnios divinos, ou seja em harmonia com as forças da natureza. E quem agir desta maneira pode estar seguro de que agirá sempre bem. E se tiver desistido de uma pretensão pelo fato de poder a mesma prejudicar a terceiros, não apenas ver-se-á largamente compensado por isso, pela sua tranqüilidade interna, como ainda terá oportunidade de alcançar o seu objetivo de maneira mais justa, razoável, límpida, perfeita.

A razão de vermos um grande número de seres humanos envolvidos em dificuldades que poderemos dizer permanentes, tal a sua continuidade pela renovação de circunstâncias que defrontam, reside exclusivamente no desconhecimento do princípio que venho de expor, e agem tumultuadamente, atiram-se resolutos a todas as maneiras de proceder, na maioria dos casos sem os escrúpulos da consciência. O resultado é o que todos conheceis: o desmoronamento dos seus castelos malfeitos, construídos à margem de um raciocínio que deveria primar pela correção de atos e pensamentos, sem o que se tornam castelos construídos sobre areia, e por isso sujeitos ao desmoronamento com prejuízo para os construtores e para terceiros.


Esta categoria de irmãos encarnados, mesmo conseguindo montar uma boa situação financeira na vida à custa do que denominais de golpes contra os demais irmãos que neles confiaram, ao aportarem no seu plano espiritual de regresso da Terra, sofrem dolorosamente. Não possuindo luminosidade espiritual porque não a construíram durante a sua vivência, apresentam-se com uma consciência demasiado oprimida pelos registros negativos que ostenta. Nenhuma atividade espiritual conseguem exercer por totalmente incapacitados para isso. Não vislumbram nenhuma alma amiga que os conforte, e não raro acontece não enxergarem os próprios parentes quando deles se aproximam. Esta situação pode perdurar anos e anos, durante cujo período estes irmãos duramente se lamentam do mau uso de sua última encarnação, inteiramente perdida para a sua evolução espiritual. É tarde demais, porém. A única esperança que podem alimentar então, é a da misericórdia divina em lhes conceder nova oportunidade, só Deus sabe em que condições, para que possam redimir-se.

terça-feira, 24 de março de 2015

Capítulo XXXII - Livro: Elucidário – pelo espírito de Paulo de Tarso através do médium: Diamantino Coelho Fernandes. Planejamento de um mundo em formação - Plano de constituição da Terra - A monumental ramificação dos condutos de água, vista como obra da Natureza - Quem é a Natureza? - Recordando o Apóstolo dos gentios – Aquele senhor respeitável...



No princípio da consolidação dos elementos materiais que deviam constituir o mundo terreno, quando nenhum ser vivente se cogitava de enviar à Terra, foram estudadas meticulosamente as várias camadas geológicas segundo a conveniência da constituição do solo em toda a superfície terrena. Estudadas foram as necessidades relacionadas com a vivência futura de animais, aves e homens para alguns milênios mais tarde, no que dizia respeito à alimentação, assim como a distribuição dos condutos interiores das águas à conveniência do seu afloramento em nascentes nos terrenos elevados. É digno da maior admiração o planejamento executado por verdadeiros sábios espirituais, de tudo quanto deva existir num mundo em formação, destinado a receber e alimentar muitos milhões de seres em seu solo, alimentá-los e provê-los de quanto eles necessitem para nele se manterem. Dizendo muitos milhões, eu refiro-me à espécie humana que já excede a casa dos sete bilhões de almas encarnadas, segundo as vossas próprias estatísticas. Mas há ainda toda a vastíssima escala animal da qual não existe levantamento na Terra mas que, somados os diversos setores, devem exceder um pouco a casa dos cem bilhões. É de imaginar-se, por conseguinte, a meticulosidade com que foi elaborado no passado longínquo o plano de constituição da Terra com a indicação segura de suas nascentes mais e menos volumosas, o leito dos rios que deveriam conduzi-las até ao mar, reunindo-se vários deles em determinados pontos com estes dois objetivos igualmente previstos: tornar certos rios navegáveis para a facilidade de comunicações de várias regiões entre si, e diminuir desta maneira o número daqueles que chegariam até ao mar.

Já imaginastes, estimados leitores, o valor de todo este trabalho de planejamento e execução realizado pelas Forças Superiores na constituição do mundo que habitais? Já imaginastes, igualmente, o quanto de sabedoria e experiência terão presidido à instalação dessa monumental ramificação dos condutos de água que vós encontrais em todas as latitudes para matar a sede em primeiro lugar, e em segundo formar os córregos que procuram os rios em direção ao mar? Certamente nenhum de vós terá tido oportunidade de meditar sobre isso, por parecer à primeira vista uma obra da Natureza que é sábia e perfeita em suas realizações. Muito bem, pois. E quem é a Natureza? Será porventura alguma força misteriosa que age de maneira invisível mas sempre eficiente e perfeita? Sim, estimados irmãos, em parte assim é, uma vez que sua ação se processa invariavelmente de maneira invisível para os seres encarnados. Se falarmos, porém, em Forças da Natureza, o que é mais certo, estaremos falando realmente das Forças Superiores que superintendem e dirigem a vida planetária sob a sua jurisdição. São essas Forças multimilenares as que elaboram no Alto as modificações requeridas pelo avanço do planeta em sua escala evolutiva quando acontece como agora ao mundo terreno, ter de receber uma nova categoria de seres espirituais que estão reencarnando. Tratando-se de uma categoria espiritual bem mais refinada do que a média da humanidade atual, necessário se tornou modificar certas condições planetárias ajustando-as às necessidades de seus novos habitantes. Decorrem dessa necessidade as transformações em curso no seio da Terra, não tardando a aparecerem na superfície os seus efeitos visíveis a todos os seres humanos. Devo informar-vos paralelamente que os estudos relacionados com as modificações em curso datam de quase três milênios, quando no Alto se decidiu operá-las no mundo terreno. Foram estudados, por conseguinte, novos condutos de água a regiões e setores até agora privados dessa preciosa linfa, possibilitando a fertilização de grandes áreas até então absolutamente improdutivas. Isto sucederá, logicamente, em conseqüência da própria modificação topográfica dessas regiões, tornando-as habitáveis.

Eu estou abordando certos detalhes acerca do que tendes lido e ouvido com a simples designação de transformação ou modificação das condições atuais do solo terreno. Os detalhes que abordei linhas acima têm o objetivo de explicar de certo modo em que consistem as operações transformatórias que deram motivo à vinda ao meio terreno das Entidades incumbidas de vos falar por meio da palavra falada e escrita. E como esses tipos de operações implicam na modificação do solo terreno nos lugares em que elas se realizarem, foi julgado necessário pelas Forças Superiores, colocar todos os seres humanos inteiramente a par do que se trata, para que se mantenham atentos e prevenidos em relação ao que possa acontecer-lhes.

Uma segurança, porém, se oferece a todos, que é a assistência espiritual que a todos envolverá em quaisquer circunstâncias. O fato de um homem ou mulher poder ver-se atingido pelos efeitos de qualquer operação transformatória e em conseqüência vir a ter fechados para sempre os olhos do corpo, nada representa de mau ou inconveniente para eles, porque logo constatarão ter abertos e bem abertos os olhos do Espírito num plano de luz sem possível confronto com a nebulosidade da Terra. Esse é o trabalho atento a que se entregam desde algum tempo os emissários do Senhor no meio terreno, uns como este que vos fala, através da palavra escrita, esta palavra que aqui fica gravada para sempre, a qual pode e deve ser relida muitas vezes para que o próprio Espírito dela tome conhecimento. Outros usarão a palavra falada nos lugares próprios, sempre com este mesmo e grande objetivo: aconselhar a todos, homens e mulheres, que se preparem para empreender sua viagem de volta a qualquer momento. A preparação, de tão recomendada e repetida, não precisarei referi-la. Acredito que todos os homens e mulheres já estejam em ligação permanente com o Senhor Jesus, a fim de que o Divino Mestre saiba exatamente quantos dos seus guiados terrenos desejam salvar-se por meio de sua ligação espiritual.

Assim perfeitamente claro o assunto que aí fica, eu tratarei de um caso que fez parte em minha vida de apóstolo dos gentios, segundo a denominação com que me distinguiram aqueles povos bons aos quais andei pregando a excelência da doutrina cristã. O fato ocorreu numa pequena povoação muito próxima da cidade de Éfeso, habitada principalmente por gente do campo, aquela que se ocupava da criação de pequenos animais e tecelagem de linho e cânhamo. Eu havia marcado reunião para uma tarde de domingo, dia em que todos podiam comparecer, como era hábito no lugar. Eu cheguei cedo ao local e meditava sobre a minha tarefa do dia, reunindo meus argumentos para demonstrar a necessidade de todos os habitantes se filiarem ao Cristianismo, que eu apresentava como ainda hoje, como a doutrina consoladora por excelência, em todas as circunstâncias da vida. Meditava eu então sobre o desenvolvimento dos meus argumentos neste sentido, quando vi aproximar-se uma figura de homem que tudo denotava tratar-se de pessoa culta, responsável por algum setor do governo. Dei-lhe minha atenção respeitosa e aguardei a sua palavra. O visitante fitou-me demoradamente sem nada dizer, ao que eu julguei conveniente dirigir-lhe a palavra, o que fiz nestes termos:

- O que desejais, senhor?

O homem retirou de mim aquele olhar firme, penetrante, e falou:- Vim aqui atraído pela tua missão que é nobre e santa. Eu não sou deste lugar. Recebi, porém, onde moro, o sentido das tuas palavras e desejei ouvir-te de perto.

- Pois bem, respeitável senhor - retruquei-lhe, acrescentando: - Se minhas palestras lhe têm agradado, pode dizer-me onde as ouviu ou assistiu?

O respeitável senhor lançou-me agora um olhar de grande simpatia e falou assim:

- Eu não sou deste lugar nem desta terra. Soube das tuas palestras por ouvir dizer, mas o assunto agradou-me sobremodo e por isso resolvi comparecer à que hoje farás. Desejo porém recomendar-te muita atenção e cautela com este povo fanático que poderá surpreender-te.

Eu agradeci as suas palavras, que me deixaram um pouco preocupado realmente. À hora aprazada, já ao cair da tarde, havia um regular número de ouvintes, enquanto outros vinham chegando e se acomodando da melhor maneira, formando filas laterais, assentados no chão, como era costume nos lugares em que não havia salões mobiliados.

Iniciei então a minha pregação como fazia nos outros lugares que percorri. Comecei dizendo à assistência que ali estava para informar que uma nova religião se encontrava em franco crescimento na Síria, trazida à Terra por um homem santo que a pregara durante três anos desde Jerusalém, e que voltara depois de morto para reafirmar que não se morre. Declarei que eu próprio tinha visto esse homem próximo à cidade de Damasco, de quem ouvira que a sua doutrina salvaria o mundo porque salvaria antes todas as almas dos homens que a seguissem.

Nesta altura fui interrompido por um ouvinte que me perguntou o seguinte:

- Que provas podes dar-nos de que esse homem de quem falas, já tinha morrido? Não terias sido enganado na tua boa fé?

As palavras deste ouvinte deram lugar à manifestação de outros dos ouvintes, aos quais eu procurava esclarecer da melhor maneira, com argumentos cuidadosamente preparados. O primeiro interlocutor, todavia, procurava refutar-me, e exigia que lhe apresentasse provas da ressurreição da figura humana que me havia aparecido e me falado próximo à cidade de Damasco. O tumulto crescia com a solidariedade dos circunstantes ao meu interlocutor, que eu logo compreendi não desejava que minha pregação prosseguisse. Em pouco toda a assistência se achava de pé à minha frente, bem próxima de mim, numa atitude significativa. Recordei-me então do respeitável senhor que me procurara antes da reunião e não o vi em parte alguma. O fato causou-me certa estranheza porquanto as suas palavras traduziam interesse pela minha palestra e no entanto ele se retirara sem que eu visse. O fato pareceu-me realmente estranho.

O tumulto da reunião continuava, entretanto. Percebi a certa altura que alguns dos presentes manifestavam atitudes pouco cordiais para comigo, ao que eu não dei maior importância. Não era aquela a primeira pregação em que os ouvintes, liderados por pessoas deliberadamente contrárias à pregação do Cristianismo nascente, fossem por sua própria convicção ou por interesses contrariados em grande parte dos casos, procuravam abafar a palavra do orador até por meios violentos.

Eu prosseguia tentando expor a excelência da doutrina que propagava, apresentando inclusive a existência de ocorrências extraordinárias, como a cura de aleijados, cegos e enfermos pelos adeptos categorizados de tão consoladora doutrina. Concluí que o ambiente me era já totalmente desfavorável em face do empenho dos líderes em obstar que eu prosseguisse em minha pregação. A reação apresentava-se já com tendências ao uso da violência contra o orador, que continuava a argumentar com toda a calma em favor da doutrina de Jesus de Nazareth. Os intuitos da assistência eram já perfeitamente visíveis: ou eu encerrava a pregação ou seria removido dali e expulso do lugar.

Verificou-se nesta altura um fato absolutamente inesperado que produziu efeitos deveras surpreendentes em todo o auditório. O senhor respeitável que me visitara em princípio, assomou à entrada e abriu caminho por entre os presentes exaltados e veio postar-se ao meu lado, olhando firmemente o auditório. Este, de agitado como estava, aquietou-se, silenciou, passando a reinar em todos os semblantes um ar de surpresa e expectativa. Passados alguns instantes de silêncio, o senhor respeitável falou novamente:

- Vim até este lugar no dia de hoje, especialmente para ouvir a palavra verdadeira deste irmão em Israel. Ele é portador de uma boa nova para todos vós, e deve ser ouvido com atenção. A palavra que ele vos traz é verdadeira, incontestável. A prova disto é que tendo tido conhecimento desta palavra na região em que hoje vivo, resolvi vir escutá-la de perto e por isso aqui estou junto a vós, irmãos meus que eu tanto amei noutros tempos e ainda hoje. Escutai, pois, com atenção, a palavra deste nosso querido irmão.


O senhor respeitável calou-se e sua figura em pouco se desvaneceu aos olhos admirados de todos. Surgiu um sussurro entre os assistentes que procuravam uma explicação para o fenômeno. Aquela figura respeitável era bastante conhecida e estimada de todos os presentes, por haver sido um dos mais poderosos dirigentes de povos da região a que pertenciam. Havia sido um chefe estimado e admirado por sua grandeza de alma, sempre solícito ao atendimento de quantos o procuravam. Desencarnara, todavia, fazia então mais de vinte anos. E concluíram daí os meus ouvintes, que este fato verdadeiro, justificava aquele que eu apresentara, ocorrido próximo de Damasco. Os ânimos mudaram completamente a meu respeito desde aquele momento. Na pequena povoação eu fundei uma igreja cristã que bastante se desenvolveu.

segunda-feira, 23 de março de 2015

Capítulo XXXI - Livro: Elucidário – pelo espírito de Paulo de Tarso através do médium: Diamantino Coelho Fernandes. É necessário que os encarnados façam a sua parte - Um fato ocorrido em outra esfera - Apresentação de missionários em forma visível, travando diálogos - Os discordantes - “Seja feita, pois, a vossa vontade” - Todos salvos por fim



Ao iniciar-se a fase transformatória desta pequena esfera terrestre, com o objetivo de a converter em mundo espiritualizado, encontram-se já situados no solo terreno alguns milhares de emissários do Senhor Jesus, com o propósito de ajudar os homens e mulheres que necessitarem de ajuda. São Entidades de grande luminosidade que se prontificaram a cooperar nos trabalhos de assistência espiritual aos nossos irmãos encarnados, numa emergência que pode surgir a qualquer momento e em qualquer parte.

O que, entretanto, depender dos próprios irmãos encarnados, somente os próprios poderão fazer, conforme vem sendo dito e repetido desde algum tempo. Essa parte, por depender exclusivamente de cada um dos encarnados, é necessário que eles a façam para se acharem em condições de poderem ser assistidos a seu tempo.

Os tempos, que muito próximos da Terra se encontram, não darão margem a grandes reflexões porque se desencadearão de maneira a tudo decidirem em questão de segundos ou minutos quando muito.

Por isto é que se encontram já na Terra aqueles emissários do Senhor para assistir e receber quantos possam encontrar-se em meio aos acontecimentos anunciados.

Em face disto, bem avisados andarão os irmãos encarnados para que se preparem enquanto é tempo, para receberem com a maior tranqüilidade possível o que vem sendo anunciado para ocorrer na Terra.

No momento em que as presentes linhas estão sendo redigidas, alguns fatos lutuosos acabam de suceder neste país, motivados por excessivas e demoradas descargas pluviométricas, ceifando numerosas vidas e destruindo lares que constituíam a única fortuna de seus humildes habitantes (1).

Esses fatos já fazem parte dos planos destinados a modificar parte da topografia terrena, e poderão repetir-se aqui e alhures. As almas vitimadas nos fatos recentes, assim como nos porvindouros, receberão a necessária assistência espiritual que desde algum tempo se preparava para esse momento.

Podem os sobreviventes estar tranqüilos quanto às almas que partiram em meio aos acontecimentos, porque todas foram recebidas carinhosamente e devidamente acomodadas no plano espiritual a que pertencem.

A seguir ocupar-me-ei de um fato ocorrido há vários séculos numa esfera habitada também por seres espirituais semelhantes aos que habitam a Terra, em busca, como os terrenos, de novas luzes para o seu diadema espiritual.

Cogitava-se de implantar nessa esfera uma série de melhoramentos de que a mesma estava necessitando para maior comodidade dos seus habitantes, e chegara o momento derradeiro para isso.

Tratando-se de seres já possuidores de certas faculdades mediúnicas em franco desenvolvimento, foi deliberado materializarem-se entre eles numerosas Entidades missionárias com o objetivo de lhes falarem de viva voz a respeito dos planos em andamento.

No princípio o aparecimento de Entidades materializadas entre os seres planetários causou desusada excitação entre eles, porque todos acreditavam tratar-se provavelmente do fim do seu belo planeta, tal como a imaginação poética de alguns companheiros já havia divulgado, porém uma pura fantasia.

Assim, o aparecimento das primeiras Entidades em forma visível à grande maioria, foi recebida com aquele significado imaginado pelos seus poetas.

Com o decorrer dos dias, porém, cessara a excitação imaginativa e os habitantes da esfera passaram a dispensar sua melhor atenção à palavra das Entidades materializadas.

E o que lhes diziam elas? - podereis desejar perguntar-me. O recado que todas procuravam divulgar em toda a extensão daquela esfera, para que todos os habitantes dele tomassem conhecimento, era no sentido de se conservarem atentos aos fatos que pudessem ocorrer aqui ou ali, porque nada de mau podiam significar para os respectivos habitantes.

E as Entidades ampliavam aquele recado, explicando que as Forças Governantes haviam planejado a implantação de certos melhoramentos naquela esfera com o objetivo de melhorar a vivência de todas as almas que a habitavam, e, por conseguinte, tudo quanto pudesse acontecer teria este único objetivo: a maior felicidade de todos.

Alguns diálogos surgiram então, entre os seres viventes na referida esfera e as Entidades missionárias, as quais não perdiam oportunidade de esclarecer da melhor maneira possível os seus ouvintes.

E como acontece em todas as latitudes e circunstâncias, apareceram a dialogar com as Entidades missionárias algumas pessoas a se mostrarem mais sábias ou melhor preparadas que a maioria, chegando a pretender discordar dos esclarecimentos que as mesmas ali estavam para divulgar.

Sucedeu então se apresentar um homem (digamos assim para melhor compreensão) a defender o princípio de que sendo a população da esfera soberana em seus desejos e prerrogativas, e não desejando porventura participar dos melhoramentos anunciados, se não lhe caberia o direito de assim permanecer até ao fim da vida.

- Claro que sim - respondeu bondosamente a Entidade. Se alguns de vós - prosseguiu - não desejarem participar dos melhoramentos que viemos anunciar para a maior felicidade de todos, poderão permanecer em seu estado presente, visto como nos planos divinos não existe nenhuma espécie de imposição nem de violência.

A resposta da Entidade foi recebida com grande agrado pelos ouvintes, os quais confabularam por alguns instantes, voltando então o mesmo homem a dirigir-lhe a palavra nos seguintes termos:

 - Estamos todos de perfeito acordo em que nos seja facultado aceitar ou não participar dos melhoramentos que viestes anunciar. Nossa vida decorre-nos tranqüila, próspera e feliz. Não desejamos por conseguinte participar de outras condições de vida.

- Quantos irmãos deste auditório se encontram de acordo com o que acabas de exprimir? - indagou a Entidade missionária acrescentando:

 - Peço àqueles que estiverem de inteiro acordo com o orador que se levantem por dez segundos.

Apenas o orador e uns cinco ou seis irmãos se levantaram por dez segundos, sentando-se novamente.

A Entidade agradeceu, proferindo estas palavras: - Eu vos agradeço a manifestação. Seja feita, pois, a vossa vontade. 

A seguir desmaterializou-se.

O fato provocou os mais diversos comentários entre os presentes, tendo sido os discordantes alvo do descontentamento dos demais pelo fato de haverem-se manifestado contrários aquilo que desconheciam totalmente, e que se destinava à melhoria das condições peculiares ao mundo em que viviam.

O líder dos discordantes, contudo, mostrava-se satisfeito consigo mesmo em face de haver podido discordar em voz alta de uma Entidade do mundo espiritual, e isto lhe dava a satisfação de se julgar também num nível superior aos seus companheiros presentes.

Passaram-se os tempos. Decorreram os meses e pouco mais de dois a três anos até que os fatos anunciados se positivaram naquela esfera. Ocorreram abalos sísmicos em várias regiões, sucederam alguns deslocamentos do solo com desabamento de numerosas habitações nas cidades mais e menos importantes, com as conseqüências fáceis de prever.

Numerosas vidas foram assim interrompidas em sua vivência planetária, recebidas e conduzidas com o maior carinho e conforto espiritual ao plano a que pertenciam. E de tal maneira se sentiram desde sua chegada e instalação no seu plano de vida espiritual que bem se deram por compensadas do que lhes sucedera. Agradeciam essas almas do seu íntimo os avisos e conselhos recebidos antes, no sentido de construírem elas próprias as suas ligações espirituais com seus luminares do Espaço, mercê do que puderam receber o desejado socorro no momento oportuno.

Ei-las agora genuflexas agradecendo ao Senhor Deus todo o bem que lhes proporcionara no momento crítico porque haviam passado, graças aos amorosos conselhos das Entidades missionárias que se deslocaram do Alto para o desempenho dessa nobre missão em sua esfera.

No que diz respeito às modificações ocorridas na superfície planetária em referência, bastará registrar que foram substanciais. Dos noventa e tantos mares, entre grandes, médios e menores, as transformações operadas na superfície, por meios e processos que não me compete definir neste relato, esvaziaram cerca de vinte e poucos, cujas águas desapareceram totalmente ou se transferiram a outras regiões. Das numerosíssimas montanhas de que era dotada aquela esfera, cerca de um terço se desmoronou enchendo de pedregulho e massa os extensos vales que lhes ficavam próximos. Habitações rurais e citadinas, todas elas deram a sua contribuição aos planos transformatórios de cada região habitada.

Se grandes foram os abalos registrados durante o período em que perduraram as operações transformatórias da esfera em referência, a verdade é que as populações que permaneceram, encontraram bem depressa as maiores alegrias e consolações. A Natureza toda se engalanou a partir da primeira primavera, cujos prados e montes se abriram em folhagens e nas mais belas flores, cujas promessas se cumpriram no verão e outono com a apresentação de saborosos frutos, algumas de suas espécies ainda desconhecidas para muitos dos habitantes.

Mas uma agradável compensação ainda se oferecia aos habitantes que permaneceram na esfera. Suas almas irmãs que tiveram de partir em conseqüência das operações transformatórias do planeta, suas almas queridas agora confortavelmente instaladas no plano espiritual, vinham visitá-los em determinados dias da semana em forma visível para eles, com quem trocavam palavras audíveis, relatando-lhes o nível de felicidade que haviam alcançado no mundo espiritual onde tudo era amor, paz e bem-aventurança.

Estou imaginando a vossa curiosidade em saber algo a respeito dos irmãos discordantes que deixamos no princípio desta narrativa. Para satisfazê-la eu vos direi o seguinte: - O líder do pequeno grupo residia numa habitação de sua propriedade na pequena cidade em que o diálogo ocorreu. Na profundidade da referida cidade ocorreu um dos abalos sísmicos de que falei, cujo efeito na superfície logrou desmoronar noventa por cento das construções ali existentes. A habitação do líder dos discordantes não foi sequer atingida, permanecendo de pé, firme, na pequena área em que se fixava. À sua volta, porém, tudo fora destruído, permanecendo ao longe uma ou outra habitação intocada mas totalmente isolada. Grande percentagem da população da mencionada cidade fora conduzida para o Alto, nas condições já citadas. A parte remanescente ali se encontrava em pequena parcela por ter uma parte dela fugido para o campo. O irmão líder dos discordantes, praticamente isolado em sua habitação, sem meios de subsistência no local porque ao abalo sísmico seguira-se o incêndio, contemplava o triste panorama e meditava profundamente sobre quanto ocorrera por desígnios de Deus, contra os quais ele se insurgira. Este estado emocional perdurava já por mais de uma quinzena, tempo em que, por falta de tudo à sua volta, o nosso irmão líder dos discordantes quase não se alimentou.

Seu estado agrava-se de dia para dia. Ninguém o pôde socorrer por não haver com o quê, após a destruição e incêndio do que ficara na cidade. Certa tarde ele ouviu passos em torno e abriu os olhos para ver quem seria. Reconheceu a presença de dois dos irmãos discordantes da assembléia memorável. Não vinham, porém, socorrê-lo, porque não possuíam meios para isso. Vinham, sim, em busca de algo para se manterem, visto nada lhes restar com que se alimentarem. Suas habitações - disseram - haviam ficado intactas por verdadeiro milagre, no bairro em que viviam. Suas famílias também.

Mas, e agora? - indagavam. O que haviam de fazer se tudo em volta se extinguira? O líder retrucou-lhes melancolicamente que infelizmente também permanecera no seu domínio com sua família, mas não estava em condições de poder ajudá-los no mínimo que fosse porque nada lhe restava. E ajuntou que havia assistido a partida de alguns dos seus também por falta de alimentos, caminho que ele próprio estava a pique de seguir também. Nesta altura em que todas as esperanças se haviam dissipado, em que nada mais restava a nenhum daqueles irmãos, surgiu uma idéia que reputaram a salvação de todos. Era invocarem a Entidade missionária e rogou-lha um derradeiro conselho para todos. Foi o que fizeram em profunda concentração.

- Eis-me junto de vós, meus queridos irmãos! Aqui estou visível para vós, porque no estado de invisível nunca vos abandonei. Vós seguistes vossas próprias idéias, e a Divindade preservou os vossos lares. Isto, entretanto, não foi o bastante, como acabais de convencer-vos. Respondei então ao que vou perguntar-vos, para que a vossa vontade seja feita: - Desejais permanecer em meio às circunstâncias que vos rodeiam, ou preferis desferir um vôo suave com os vossos para um plano em que o amor, a paz e a bem-aventurança serão a vossa constante por alguns séculos ou milênios?

A resposta não se fez esperar, dada pelo líder dos discordantes.

- Entidade santa, que tão bondosamente voltas a aconselhar-nos. Nossas energias estão totalmente esgotadas. Com a grandiosidade do que aconteceu em torno de nós, um único desejo agora alimentamos. Preferimos partir agora mesmo para termo do nosso sofrimento, para este belo plano de que nos falas. Conduze-nos, pois, Entidade santa!


- Acalmai-vos então. Entregai-vos ao sono reparador de que estais carecendo, e eu vos conduzirei nesse estado aonde ireis repousar. Os desígnios de Deus vos acompanharão.

(1) A tromba d'água caída na Serra das Araras - Estado do Rio de Janeiro em janeiro de 1.967.

sexta-feira, 13 de março de 2015

Capítulo XXX - Livro: Elucidário – pelo espírito de Paulo de Tarso através do médium: Diamantino Coelho Fernandes. A benemérita Igreja de Roma - Reconhecimento dos serviços prestados ao Cristianismo - Numerosos ex-sacerdotes galardoados por Jesus - Aguardado novo e grande passo em sua liturgia milenar - Novo conceito do juízo final – A confissão auricular



Quando o Nosso Divino Mestre Jesus aceitou a árdua incumbência de reencarnar na Terra há mais de dois mil anos, Ele trazia bem presente em seu Espírito a necessidade da convocação de toda a humanidade para que se preparasse devidamente para assistir a grandes modificações no planeta, por serem necessárias e urgentes ao seu progresso planetário.

Sucedeu entretanto o que todos conheceis através dos registros históricos, inclusive que o Senhor Jesus foi expulso deste mundo por aqueles a quem suas idéias incomodavam. Regressou assim ao Espaço a maior Entidade que já passou pela Terra em corpo físico, onde relatou ao Pai Celestial todo o insucesso da sua grandiosa missão junto à humanidade encarnada.

Nem tudo, entretanto, se perdeu da semente lançada pelo meigo Nazareno, graças aos esforços posteriormente desenvolvidos por essa poderosa organização religiosa que é a Igreja de Roma, que no decorrer destes dois milênios muito tem feito para perpetuar a luminosa pregação da doutrina de Jesus.

Não cabe nestas páginas analisarmos em detalhe o que tem sido o trabalho desenvolvido através de esforços sem conta em todas as religiões da Terra, onde a fundo se empregaram numerosas Entidades que deram a vida pela difusão do Cristianismo junto às mais diversas categorias de seres humanos. Integram-se nesse conjunto que nós denominamos Forças Superiores, inúmeras Entidades possuidoras da mais alta luminosidade conquistada em sua última vivência terrena, em que se dedicaram de coração e alma ao serviço da Igreja de Roma. É portanto, de elementar justiça reconhecer como efetivamente todos no Alto reconhecemos, o valor dos trabalhos realizados por essa poderosa organização religiosa principalmente no Ocidente, mas também em várias outras regiões geográficas do mundo terreno. Todos no Alto reconhecemos o valor dos serviços prestados ao Cristianismo pela sábia Igreja Católica que soube firmar no solo terreno um sólido pedestal à doutrina de Jesus de Nazareth.

Não cabe aqui, repito, uma análise de seus acertos e possíveis erros que devem ter sido muitos, mas apenas evidenciar para as gerações atuais e futuras o quanto deve a implantação do Cristianismo aos valorosos missionários disseminados por todo o orbe a levar a palavra do Senhor a todos os povos. O Senhor Jesus tem reconhecido sempre o valor desse belo serviço divino, recompensando com os mais belos galardões numerosos sacerdotes da Igreja romana por ocasião de seu regresso ao plano espiritual.

Os tempos, entretanto, como tudo no Universo, avançam continuamente, assinalando cada passagem milenar um novo e grandioso passo em direção ao progresso espiritual. Assim pois, o terceiro milênio que traz uma nova categoria de seres espirituais para habitar a Terra, está a requerer da conceituada e bem organizada Igreja romana um novo e grandioso passo em sua liturgia milenar. Cessaram os tempos em que se poderia ensinar que a morte era o fim definitivo da pessoa humana, terminando no túmulo quanto o homem ou a mulher houvessem podido alcançar durante os decênios de sua existência física.

Hoje está mais do que demonstrado e provado que assim não é em verdade, e que apenas o corpo, a máquina, o organismo físico termina no túmulo, mas que esse amontoado de carne e ossos não representa mais do que um vestuário que se tornou imprestável pelo uso do Espírito. Pelo fenômeno da morte o Espírito liberta-se de sua máquina exausta e se eleva de regresso ao plano espiritual de onde proveio, onde passará em demorada revista os atos que teve ensejo de praticar ao longo de sua existência terrena. Dessa revista ou exame mais e menos demorado, o próprio Espírito ajuizará do que houver feito em prol ou contra o seu progresso evolutivo, preparando desde então um novo plano de vida terrena para quando uma nova oportunidade lhe puder ser concedida.

Isto que exponho sucintamente está inscrito nas leis divinas que regem a vida em todos os planos do Universo, e não pode ser ocultado nem contestado por nenhuma confraria religiosa sem grave prejuízo para os seus adeptos. Já não se pode mais ensinar que as almas são criadas com os corpos que vão nascendo e que morrem com eles, para ressuscitarem por ocasião do Juízo Final. Não, meus estimados irmãos encarnados. A construção dos corpos desde o ventre materno é já uma operação dos Espíritos que devem ocupá-los em sua nova peregrinação terrena, sendo por eles responsáveis até ao momento do seu sepultamento. Uma vez consumado este, regressam os Espíritos ao seu plano da vida espiritual também chamado mundo dos Espíritos, a fim de aguardarem a oportunidade de uma nova encarnação.

Se a benemérita Igreja de Roma se dispuser a ouvir em seu próprio seio, porque dispõe de meios para isso, a palavra iluminada de alguns milhares de seus ex-sacerdotes que hoje se integram no luminoso conjunto das Forças Superiores, ouvirá de viva voz ou em palavras escritas que é verdade o que digo nestas linhas, e que o chamado Juízo Final é simples figura de retórica. Cada vez que uma alma ou Espírito regressa da Terra por haver encerrado sua peregrinação, ela se submete realmente ao exame e posterior julgamento de todos os seus atos praticados na Terra, podendo esse julgamento ser então considerado o juízo final daquela sua encarnação. Assim que lhe for concedida nova permissão para reencarnar, e dando por terminada esta, ao  regresso novamente ao seu plano de vida espiritual, um novo exame seguido de novo julgamento ela defrontará, ou seja, portanto, um novo juízo. Há por conseguinte necessidade da Igreja rever os seus cânones milenares e inscrever neles a sobrevivência do Espírito, que não morre nunca, porque é imortal, infinito, como a própria Divindade.

Uma outra revisão a ser procedida pela benemérita Igreja de Roma é no que diz respeito ao cânone da confissão auricular. Com o advento destes novos tempos essa prática não mais se justifica aos olhos do Senhor, porque não foi por Ele instituída nem se torna necessária. O homem como a mulher devem habituar-se a se dirigirem diretamente ao Senhor em suas preces e meditações, a Ele se confessando se algo necessitarem de confessar, porque o Senhor os atenderá e perdoará o que mereça ser perdoado, ou enviará forças suficientes para se penitenciarem.

Ouvidos no Alto os mais destacados ex-sacerdotes católicos na Terra, todos são unânimes em considerar o Divino Mestre Jesus como a única Entidade autorizada a receber a confissão de seus guiados em peregrinação na Terra, porque o único também em condições de perdoar e ajudar os faltosos a se recuperarem.

Perdoai estimados leitores esta minha incursão em assunto que me não diz respeito, porém eu recebi do Senhor Jesus instruções que procuro cumprir através das páginas deste livro, e uma delas se refere ao que venho de escrever, pelo desejo que o Senhor alimenta de ver corrigidos na prática religiosa certos preceitos incompatíveis com a grandeza das leis divinas. O ser humano dos dias presentes possui condições, conhecimentos, e portanto possibilidades de realizar grandes coisas em sua vida terrena, necessitando apenas de despertar no âmago de seu coração a faculdade de se dirigir diretamente ao Senhor no Alto, sempre que algo suceda que isso requeira.

As religiões cumprirão sua grandiosa missão na Terra no desdobramento dos ensinamentos de ordem moral e espiritual, procurando despertar nos corações de seus adeptos exatamente a idéia da vida espiritual que se segue à vida terrena. É preciso, por conseguinte, reformar a doutrina que construiu um céu, um purgatório, e um inferno, transformando tudo isso em simples estágios espirituais de cada ser humano, segundo a bagagem que consiga portar da Terra ao fim de cada uma de suas encarnações.

Dizendo estágios espirituais estarei dizendo mais propriamente estado d’alma, em relação à soma dos atos que houver praticado na Terra. O nosso querido irmão e grande amigo Dante Alighieri, uma das radiosas Entidades do conjunto das Forças Superiores, confessa que o Inferno que escreveu na Terra e tanto tem sido citado pelas gerações que se sucedem, é o que foi vivido por ele próprio no seu país, onde tanto sofrem através da perseguição e maldades dos homens. Inferno – repete este iluminado Espírito – foi o que ele próprio viveu em sua última passagem pela Terra, cujo fogo simbólico bem serviu para calcinar algumas imperfeições de que fora portador.

Assim pois, segundo aquele Grande Espírito, o inferno é a soma dos sofrimentos impostos pelas circunstâncias ao ser humano, ao fim dos quais ele se liberta muito semelhantemente ao calcete que vence a fase de sua condenação.

São portanto estágios espirituais ou estados d’alma esses dois conceitos apresentados pelas religiões terrenas aos seus adeptos, dos quais tem resultado certa confusão em muitos dos Espíritos que regressam da Terra desejosos de os identificarem. Melhor será por conseguinte, ensinar aos seres humanos a construírem o céu em sua própria alma através da prática somente de boas ações, a fim de que possam alcançar ainda na Terra esta bela realidade: viverem um céu de felicidade ainda mesmo encarnados. Isto se consegue bem facilmente, conforme já estais perfeitamente informados. Aquele que se dispuser a viver uma vida terrena pautada pelos salutares princípios de uma perfeita harmonia com os postulados das Forças Superiores, logrará viver uma vida próspera de felicidade e elevação espiritual, ou seja um autêntico céu ainda na Terra.

Falarei ligeiramente do que entendo ser o purgatório também anunciado pelas religiões terrenas. Eu definirei o purgatório dizendo-vos do remorso que se apodera de não poucos irmãos que regressam da Terra com sua consciência bastante enegrecida pela prática de atos maus ou inconvenientes. Essa classe de irmãos fica envolvida pelos remorsos durante tempos e tempos, sem ânimo nem mesmo de poderem libertar-se. Esses remorsos tomam por vezes a forma da suas vítimas que eles enxergam não raro como aves ou animais terríveis tentando atacá-los, e sofrem dolorosamente em seu coração.

Esta é uma das muitas definições que se podem imaginar para traduzir o purgatório construído pelas religiões para atemorizar seus adeptos. Não resta dúvida, porém, que é mesmo para atemorizar.

Capítulo XXIX - Livro: Elucidário – pelo espírito de Paulo de Tarso através do médium: Diamantino Coelho Fernandes. Nova modalidade educacional por meio da imagem – A simplificação do vestuário, uma inovação em estudo – Como atingir a longevidade - Mais vive quem melhor respira do que quem melhor se alimenta - Alimentação, respiração e higiene



Prepara-se no Alto para descer à Terra dentro de bem poucos anos, uma nova modalidade de educação para a juventude. Essa nova modalidade educacional destina-se a oferecer à juventude um maior volume de ensinamentos que os atuais, e por processo de mais rápida assimilação. A imagem será usada fundamentalmente, por meio da qual os ensinamentos serão absorvidos pelos olhos mediante os aspectos focalizados, acompanhados de referências e explicações faladas de modo a completar o ensinamento. Por este novo processo educacional será possível às novas gerações gravarem mais nitidamente as lições focalizadas, pela circunstância de que as imagens gravam-se mais facilmente na memória do que as palavras.

Por meio da imagem tanto os jovens como as crianças aprenderão muito mais rapidamente os ensinamentos projetados, cabendo aos professores a tarefa de explicar detalhes que forem considerados necessários. Haverá ainda a vantagem dos jovens e as crianças poderem adquirir os quadros de suas aulas e projetá-los em seus lares à vontade, de maneira a apreenderem de forma completa os ensinamentos relacionados com suas aulas. Este novo processo de ensino se estenderá a todos os ramos escolares e universitários, tal a facilidade que trará aos estudantes de todas as categorias.

Uma outra inovação que se estuda presentemente no Alto para ser igualmente implantada na Terra é referente à indumentária dos seres humanos. Também se ultimam estudos no sentido de simplificar o vestuário dos homens e mulheres no sentido de que uns e outras possam gozar de maior comodidade em suas atividades, tornando a indumentária em geral de confecção bastante simplificada, apenas adaptada às condições climatéricas das respectivas regiões. A inovação a ser trazida à Terra não constitui, aliás, nenhuma invenção recente, porque já existe pelo menos em mais dois planetas mais evoluídos do que a Terra. Apenas está sendo estudada a sua adaptação ao solo terreno e suas condições peculiares de ar e luz, em relação às necessidades do corpo humano. Acreditam as Forças Superiores que a inovação virá agradar bastante aos encarnados de ambos os sexos, como tem agradado nos planetas em que já está em uso desde séculos.

Dadas estas interessantes notícias aos meus estimados leitores, eu tratarei a seguir de outro assunto que eu considero do interesse de todos, que é o seguinte: - Sabido como é que a grande maioria dos seres humanos gostaria de prolongar sua existência na Terra até às proximidades do centenário, se possível, eu desejo transmitir aos meus leitores algumas instruções acerca de como isso se possa conseguir em perfeito estado de saúde, que é a base essencial de tudo. Assim, pois, começarei por dizer que a manutenção da saúde do corpo decorre principalmente destes três fatores: alimentação,  respiração e higiene.

Em matéria de alimentação há que ter em vista utilizar somente alimentos puros produzidos na terra, como os legumes, os feculosos e as frutas, em cuja extensa variedade encontram os seres humanos a sua melhor alimentação. Estes elementos provenientes da terra fornecem ao organismo humano todo o suprimento necessário de vitaminas e nitrogênio, recebido por eles através da chuva e do sereno. Uma alimentação baseada neste tipo alimentar só pode contribuir para a manutenção da saúde de todo o organismo humano. O uso de peixe uma a duas vezes por semana, se o houver, completará o suprimento de fosfatos ao organismo. Tudo isto, naturalmente se fará acompanhar das quantidades necessárias de pão de milho, de trigo, de centeio ou de cevada, segundo o paladar e possibilidades de cada ser humano.

Estou falando de um modo geral, sem a pretensão de formular qualquer espécie de dieta. Cito apenas os elementos considerados de maior teor alimentício. Afasto, por conseguinte, por absolutamente prejudicial à saúde e à longevidade do corpo o uso de qualquer espécie de carne, seja de que animal for, a qual só pode contribuir para o embotamento das aptidões intelectuais do Espírito, e por conseguinte da pessoa humana, com a agravante de reduzir sensivelmente o seu período de vida.

Falarei a seguir do que diz respeito à respiração como fator de longevidade. Devo iniciar dizendo-vos que uma boa respiração metodicamente praticada é capaz de proporcionar ao indivíduo um grande número de vantagens em toda a sua vida. A propósito citarei um conceito bastante divulgado na Terra, o qual afirma que mais vive quem melhor respira do que quem melhor se alimenta. E isto é muito certo. A respiração praticada metodicamente nas horas convenientes, tem a virtude de renovar completamente a carga de ar acumulado nos pulmões, não obstante o seu funcionamento normal durante as vinte e quatro horas do dia. Por isso é aconselhável a prática de um exercício respiratório durante uns três a cinco minutos duas vezes ao dia, ao levantar e ao deitar, isto feito calmamente de pé, rosto voltado para o ar livre, se possível, a fim de receber com a inspiração certa quantidade de prana para o organismo. Deixarei de oferecer aqui um método para o exercício respiratório por julgá-lo desnecessário, face à existência de numerosos deles nas livrarias ao alcance de todos. O que reputo essencial é que a inspiração se faça de maneira a encher ao máximo a capacidade pulmonar de cada um, o que contribui para ampliá-la naqueles que possuem pulmões de reduzida capacidade.

Uma capacidade pulmonar desenvolvida oferece entre outras muitas, a facilidade de subir escadas ou ladeiras sem cansaço, e também o mesmo na locomoção a pé. Outra vantagem do desenvolvimento da capacidade pulmonar, o que vale dizer capacidade respiratória, está no fornecimento de ar puro em abundância ao coração para alimentação e fortalecimento dos glóbulos vermelhos do sangue, os quais, sem esse fornecimento vital, irão decaindo, se enfraquecendo, cedendo lugar por fim aos glóbulos brancos, e com isto o enfraquecimento geral e até a enfermidade dos seres humanos.

Poderei afirmar finalmente em relação à utilidade da respiração praticada metodicamente de manhã e à noite, que um dos efeitos sensíveis por quem a praticar é a sua maior resistência às gripes e resfriados. Efetivamente, um indivíduo habituado aos exercícios respiratórios metódicos, resiste muito mais à ação dos germes da gripe e resfriados do que os demais. O que tudo somado a outras mais vantagens, resulta para o ser humano no prolongamento de sua existência terrena até aos limites de sua própria vontade. Tudo aconselha, por conseguinte, a adotar cada qual a sua prática deste exercício.

Falarei a seguir do terceiro ponto ou meio de conseguirdes todos vós a vossa longevidade no gozo de saúde e bem-estar físico. Falarei então da higiene no que se refere à saúde do corpo humano. Um método neste particular se faz aconselhável a todos os homens e mulheres, praticado este o quanto possível de acordo com as necessidades do organismo. Iniciarei mencionando a parte eliminatória como a mais importante de todas as funções orgânicas.

A eliminação residual do organismo é ainda mais importante para a saúde do corpo do que a própria alimentação. A eliminação deve ser processada rigorosamente todas as vinte e quatro horas, preferivelmente na parte da manhã, ao levantar. O organismo trabalhou a sua parte durante o dia e a noite, e por isso acumulou uma carga de resíduos que necessita de ser eliminada, embora o indivíduo não sinta essa necessidade. É que, terminada a função orgânica, os resíduos acumulados no intestino grosso entram em estado de fermentação com a produção de toxinas que se irradiam por todo o organismo, atingindo grandemente o sangue e o coração.

Por isto é que se torna necessária a eliminação ao amanhecer, descarregando assim o organismo das toxinas em princípio de irradiação. O efeito salutar invisível desta prática pode ser constatado na limpidez e maciez da pele das pessoas cuidadosas com a sua eliminação. Aquelas que disto se descuram e só se dispõem à eliminação tarde demais, apresentam - com raras exceções – uma pele menos límpida em conseqüência de terem os poros recebido a sua carga de toxinas para eliminar. Esta parte, por conseguinte, da higiene individual, deve merecer de todas as pessoas a maior atenção, tendo-se em vista que um organismo inteiramente descarregado de toxinas resiste muito mais do que os demais às mudanças de temperatura e às enfermidades.

Resta-me falar sobre outros aspectos da higiene corporal, todos bastante conhecidos dos meus estimados leitores. São eles o banho de limpeza geral muito necessário a todas as pessoas diariamente, mas sobretudo àqueles cujas atividades se processam em locais impregnados de pó ou detritos que facilmente se agregam ao corpo.

Esse banho de limpeza tem a virtude de desobstruir os poros para que eles possam continuar a sua função eliminatória do organismo, indispensável à manutenção da saúde do corpo. Direi ainda duas palavras sobre a conservação da saúde da boca, onde os dentes devem receber cuidados permanentes durante toda a vida por parte daqueles que os conservarem. Os dentes são em geral muito afetados pela maior ou menor quantidade de acidez produzida pelo metabolismo, estando por isso sujeitos a vários tipos de enfermidades, notadamente a cárie e a piorréia. Deve haver, pois, um cuidado constante com o estado dos dentes para evitar não só a sua perda, como também a irradiação no organismo de certos estados infecciosos bastante prejudiciais. Pessoas de dentes sãos ou convenientemente tratados estão isentas de vários tipos de enfermidades, uma das quais se apresenta em forma de reumatismo.

É sabido pelos estudiosos do assunto que o reumatismo é produzido por focos infecciosos do organismo, algum deles possivelmente localizados nos dentes.

Concluindo, desejo repetir o que disse em princípio sobre a longevidade. Estou repetindo apenas uma verdade sabida por quantos atingiram os oitenta, noventa e até cem anos, que os princípios aqui expostos podem conduzir os seres humanos a essa desejada meta.

Com uma alimentação constituída de alimentos puros, o organismo humano recebe todas as substâncias de que carece para a sua manutenção em plena forma com um desgaste insignificante de sua máquina. Está excluída, de maneira total, a alimentação constituída pela carne de qualquer animal, boi, carneiro ou porco, esta última então a mais prejudicial de todas, pelos elementos deletérios que contém. Podem ser usados entretanto os produtos de origem animal como o leite, o queijo, a manteiga, cuja passagem pelo organismo quase ou nenhum mal lhe causam.

O álcool e o fumo, conforme referi em outro capítulo, devem ser totalmente eliminados, ou, quando isso se torne de todo impossível, usados em escala mínima.

Se, por conseguinte, ao lado de uma alimentação constituída de alimentos puros em que é rico o solo terreno, decidirdes adotar os outros métodos especificados, e se, além disso, vos empenhardes em eliminar todos os pensamentos e atos que a vosso próprio juízo considerardes menos dignos para a pessoa humana, então, meus queridos irmãos, podeis estar certos de varardes mais de um século de vida terrena se isto vos causar algum prazer. Experimentai e vereis todo o acerto das minhas palavras.

Capítulo XXVIII - Livro: Elucidário – pelo espírito de Paulo de Tarso através do médium: Diamantino Coelho Fernandes. Novo ensino religioso - O problema alimentar - Alimentação concentrada cientificamente preparada - A instrução, outro grande problema - Um professor de religião vindo do Alto - As duas primeiras aulas - Os Espíritos não morrem nunca



As circunstâncias em que a Terra se encontra, com sua população já bastante preocupada com o problema alimentar, é que determinaram as modificações a serem operadas em sua superfície, tal como foi projetado há muitos séculos. Isto prova que estas circunstâncias não estão sendo agora consideradas pelas Forças Superiores para inspirarem as providências, mas foram previstas de longa data em face do crescimento anual da população terrena.

O problema, aliás, não existe apenas na Terra porque é comum a todos mundos habitados e requer em todos eles soluções muito semelhantes às que foram preparadas para implantar neste mundo terreno. O problema alimentar será solucionado concomitantemente pela qualidade e quantidade dos alimentos a serem utilizados pela população. Pela qualidade, com o aparecimento de outros tipos de alimentação concentrada cientificamente preparada, aos quais aludi em capítulo anterior. Estes alimentos concentrados oferecerão aos seres humanos uma alimentação completa, mais eficiente do que o uso da carne na alimentação atual. Pela quantidade, com a ampliação das áreas de cultura agrícola, onde se desenvolverá notavelmente produção de legumes de grande teor alimentício, alguns ainda desconhecidos do homem. Desta maneira será solucionado por alguns séculos ou talvez milênios o grande problema alimentar de vários milhões de almas a reencarnar na Terra.

O outro grande problema terreno também em vias de solução dentro de alguns anos é o da instrução envolvendo a educação em geral. O processo atual, por excessivamente materializado, retira aos alunos toda idéia de que são seres espirituais provindos de outro plano para progredir na Terra, com o que se embotam suas melhores tendências espirituais, para só admitir o corpo como centro e causa da sua existência. Resulta deste ensinamento errado, palmilharem os Espíritos encarnados os longos caminhos terrenos preocupados exclusivamente com sua existência material, ignorando quase todos que essa existência é apenas mais uma dentre muitas outras que aqui viveram nas mesmas condições. Em face desta verdade constatada desde muito no Alto, é que se tornou necessário modificar verticalmente o tipo de instrução ministrada às crianças e aos jovens, preparando-os carinhosamente para uma vivência espiritual através do corpo, a fim de que todos possam firmar no íntimo de seus corações o conceito de que são Espíritos em tarefa de aprendizado na Terra, objetivando unicamente o aperfeiçoamento moral e a prática de ações meritórias aos olhos das Forças Superiores.

Efetivamente, se ensinardes às crianças desde os primeiros anos que seu corpo é apenas uma roupagem de carne de que o Espírito carece para permanecer na Terra, mas que elas, as crianças, não são o corpo que fala e se move, se alimenta e dorme, que elas são a inteligência que conduz e movimenta o corpo, a inteligência que estuda, pensa e raciocina, exatamente por serem Espíritos encarnados naquele corpo, se isto ensinardes às crianças desde o berço, estareis contribuindo decisivamente para despertar nelas as excelentes qualidades do Espírito, suas tendências e aptidões. Um tipo de ensino baseado nestes princípios imprimirá um extraordinário impulso à evolução de todos os homens e mulheres na direção de suas metas espirituais, reduzindo ao mesmo tempo suas enormes preocupações de enriquecimento, considerado geralmente como o grande objetivo da vida humana. É necessário reconhecer e proclamar bem alto que os seres humanos são apenas Espíritos em tarefas de serviço na Terra, e por conseguinte a preocupação número um em todos eles deve consistir na aquisição de novas e maiores luzes espirituais, único patrimônio que podem conduzir ao deixarem o solo terreno, uma pequena ou grande fortuna que jamais se apagará.

A propósito relatarei aqui um episódio registrado na vida de um ser humano há vários séculos quando o progresso da Terra se encontrava ainda bastante atrasado. Esse ser humano costumava entregar-se diariamente por alguns momentos a um tipo de meditação que ele considerava de grande utilidade para pensar nos seus negócios, conforme dizia. Terminada a refeição da noite ele acomodava-se confortavelmente, cerrava os olhos e assim se entregava à sua meditação por meia hora ou algo mais. Recomendava antes que o não incomodassem nesses momentos, o que todos obedeciam. Na verdade porém, aquele homem não meditava, porque adormecia todo aquele tempo. O fato é que se sua intenção era meditar nos seus negócios, e essa era a idéia do Espírito, este se desprendia e seguia a rota dos interesses materiais a que estava ligado. Numa daquelas meditações o Espírito foi atraído por um pequeno grupo de outros Espíritos que o convidaram a visitar no Espaço uma escola infantil, já que ele mantinha à sua custa na Terra uma escola para os filhos dos seus obreiros, que eram cerca de meia centena. Disseram-lhe então os amigos no Espaço que ele prestaria um assinalado serviço à Providência Divina se concordasse em acrescentar aos deveres das crianças um pouco de espiritualidade traduzida em conselhos e ensinamentos de grande valor para elas em sua vida terrena. Ele apreciou muitíssimo o ensino ali ministrado às crianças, cujos Espíritos emitiam vibrações de contentamento ao fim da aula.

Estava tudo muito bem, declarou o Espírito do homem que meditava. Gostaria em verdade de instituir na escola, que mantinha na Terra, também aquele tipo de ensinamentos; havia, porém, esta grande dificuldade: quem e onde buscar o professor, dada a falta de pessoa assim capacitada na localidade onde vivia. Não fosse essa a dificuldade, esclareceu um dos amigos presentes, acrescentando que ele próprio se materializaria para cumprir essa tarefa e iria ministrar aqueles ensinamentos em sua escola. Declarou ainda que faria isso sem que as crianças chegassem a perceber a sua manifestação. Desejava apenas que se fizesse silêncio à sua entrada, que seria igual à de qualquer outro professor, e ele daria as aulas duas vezes por semana. Assim combinado, assim se fez.

O negociante compareceu pessoalmente à sala de aulas da escola e avisou em palavras impregnadas de bondade, que havia contratado um professor muito longe dali, para dar aulas de religião das quais as crianças necessitavam para melhor se relacionarem com a Divindade. Informou que as aulas de religião seriam apenas duas vezes por semana, porém, requeriam esta condição, sem a qual o professor não voltaria: silêncio absoluto.

As crianças demonstraram-se contentes com a novidade e prometeram manter rigoroso silêncio. Tudo assim convenientemente preparado, todas as crianças ansiavam pela chegada do dia em que iriam receber a primeira aula de religião.

Este dia chegou finalmente e com grande alegria para todos. Estava presente à hora convencionada o comerciante e alguns dos seus auxiliares que manifestaram desejo de assistir àquela primeira aula.

O professor, entretanto, só o negociante o conhecia. A ninguém ele dera conhecimento do assunto tratado no Espaço. Quatro horas da tarde. Hora de encerramento das aulas na escola. Solicitado silêncio pela professora às crianças e atenções voltadas para a entrada da sala à espera do professor de religião.

Ei-lo que aparece, cumprimenta com um aceno de cabeça às crianças e aos presentes e se coloca em frente ao quadro negro, olhando serenamente aquele grupo de crianças que o fitavam embevecidas. E assim principiou sua aula inicial em palavras bem claras, perfeitamente audíveis em toda a sala:

 “Meus filhos! Venho hoje à vossa escola para vos ensinar a amar a Deus sobre todas as coisas. Mas também quero ensinar-vos a amar a todas as outras crianças porque todas as crianças são filhas de Deus, embora os seus pais na Terra sejam diferentes. Isto é um pedaço da religião que todos necessitais de conhecer. A religião nos ensina que todos os seres humanos, os homens, as mulheres e as crianças, são filhos de Deus, de um só Deus, do mesmo Deus, que é o Pai Espiritual de todos nós. A religião nos ensina, por conseguinte, a olharmos para todas as pessoas como se irmãos fossem de pai e mãe, porque sendo também filhas de Deus, são igualmente nossas irmãs”.

“Desejo ensinar-vos agora a vos dirigirdes diariamente a Deus e a Jesus que é o seu representante na Terra, para agradecerdes a proteção recebida cada dia, e pedir nova proteção para o dia seguinte. Isto se faz ajoelhando junto ao leito na hora de deitar, de mãos postas e o pensamento em Deus, para que Ele receba a vossa oração e vos lance a Sua bênção. Fazei isto todos vós a partir de hoje.”

Esta foi em síntese a primeira aula de religião ministrada pela Entidade materializada, com uma duração de cerca de cinco minutos. Terminada que foi, a Entidade cumprimentou a escola com novo aceno de cabeça e dirigiu-se para a saída. O grupo de crianças ficou como que magnetizado. Elas entreolhavam-se sem proferir palavra. Assim permaneceram alguns instantes até que a professora, ela própria também magnetizada, indagou do negociante mantenedor da escola:

- Quem é este professor, Senhor. . . ?
- Este professor foi-me recomendado por um amigo, como um grande professor de religião, declarou o negociante.

- Pareceu-me realmente extraordinário – acrescentou a professora, olhando pela janela a estrada que levava à escola, e voltando-se para o mantenedor da escola, exclamou:

- Mas, extraordinário! O professor saiu daqui há poucos momentos e ainda não apareceu na estrada! Eu vejo a estrada desde a escola e ele não apareceu!

- Falaremos a respeito desse professor oportunamente - disse-lhe o mantenedor, acalmando-a.

Chegado o dia da segunda aula, tudo ocorreu como na primeira. O professor ingressou na sala, cumprimentou a todos com o aceno de cabeça e postou-se no seu lugar em frente ao quadro negro. A atenção das crianças assim como o silêncio eram completos. Só a professora o olhava com visível curiosidade. O professor iniciou com estas palavras a sua segunda aula:

“Meus filhos, a quem muito estimo em meu coração! Para a nossa aula de hoje, eu vou falar-vos do vosso Espírito. Ficai sabendo que todos vós, meninos e meninas, tendes um Espírito. Direi melhor esclarecendo-vos que todos vós sois Espíritos. E sendo Espíritos, já tivestes muitas vidas na Terra animando outros corpos que não esse que possuís agora. E sendo Espíritos, já regressastes ao Espaço outras tantas vezes a fim de lá descansardes e vos preparardes para voltar à Terra em outro corpo. Hoje vós sois crianças apenas porque vosso corpo atual ainda está crescendo, mas logo será adulto, e então vosso Espírito encontrará meios de manifestar as qualidades e aptidões que já possui. Ficai sabendo então que esta não é a primeira vez que nascestes na Terra e que sois crianças. Todos vós já fostes grandes, tivestes um lar vosso, tivestes filhos que também criastes e educastes. Agora sois novamente filhos e haveis de crescer e construir novos lares, porque isso faz parte da lei da vida.

“Estais presentemente nesta escola para aprenderdes a lidar com as coisas da Terra, para o que se torna indispensável saber ler e escrever corretamente. Depois desta escola vosso Espírito vos guiará aonde tiverdes de ir, sempre com o objetivo de aprimorardes os vossos conhecimentos e a vossa moral. É necessário, entretanto, que procureis ver em todas as outras crianças e em todas as pessoas, criaturas filhas de Deus como vós próprias, e por isso merecedoras da vossa amizade e respeito. Quando vossos corpinhos de hoje se tornarem velhinhos e imprestáveis ao seu uso pelos vossos Espíritos, eles, os corpos, morrerão, serão sepultados no seio da terra. Vós porém, filhos meus, vós não morrereis nunca, porque os Espíritos não morrem jamais. A vida do Espírito é eterna, infinita. Quando, pois, os vossos corpos se tornarem imprestáveis ao uso deles pelo Espírito, vós os abandonareis e regressareis ao mundo espiritual, onde tendes estado muitas vezes nos intervalos das vossas encarnações, e onde encontrareis todas as pessoas que foram vossos parentes e muitos conhecidos que partiram da Terra antes de vós.

“O que então eu quero deixar bem claro ao vosso entendimento é isto: os Espíritos não morrem nunca. A vida do Espírito é uma sucessão de encarnações e desencarnações neste pequeno mundo terreno. Por isso é preciso que procureis aprimorar as vossas boas qualidades e orar constantemente a Jesus para que vos abençoe, guie e proteja nesta nova vida que estais iniciando. Amai, portanto, a Deus e a Jesus de todo o vosso coração e amai aos vossos amigos e conhecidos como se irmãos vossos também fossem, filhos dos vossos pais. Esta é a lei da vida, e portanto, a lei de Deus.”

O professor despediu-se e se retirou como da primeira aula. Os ouvintes, crianças e adultos manifestaram-se maravilhados com esta segunda aula, ministrando ensinamentos jamais ouvidos na localidade. A professora sentiu-se um tanto enciumada em face dos ensinamentos dados aos seus alunos, e que ela se sentia incapacitada para dar. Resolveu por isso tomar as suas notas com o objetivo de se preparar para ministrar futuramente aulas semelhantes para as novas turmas de alunos.


O mantenedor da escola mostrava-se radiante e continuava as suas meditações diárias, durante as quais muito ouvia e aprendia no Espaço. As aulas de religião continuaram naquela escola duas vezes por semana durante algum tempo.