Passa já da hora o vosso despertar espiritual . . . Saiba que a tua verdadeira pátria é no mundo espiritual . . . Teu objetivo aqui é adquirir luzes e bênçãos para que possas iluminar teus caminhos quando deixares esta dimensão, ascender e não ficar em trevas neste mundo de ilusão . . .   Muita Paz Saúde Luz e Amor . . . meu irmão . . . minha irmã

sexta-feira, 30 de junho de 2017

CAPÍTULO L – Livro: Corolarium – ditado pelo Espírito de Maria de Nazareth ao médium Diamantino Coelho Fernandes. Minha resolução de vir também à Terra mereceu a aprovação do Senhor. — Vossos mais úteis momentos. — O mundo invisível ou Mundo Divino. — Objetivo primordial da reencarnação. — Estuda-se no Alto novo conceito sobre reencarnações.




A minha determinação de vir ao ambiente terreno com a finalidade de ditar um livro de conselhos e ensinamentos destinados a ajudar as almas encarnadas no seu progresso espiritual, mereceu a inteira aprovação do Senhor Jesus, empenhado como está no esclarecimento de todos os seres humanos. Preocupada eu própria com o que possa vir a acontecer às minhas queridas filhas e filhos terrenos, no decorrer dos acontecimentos em perspectiva, eu tomei a resolução de vir também à Terra para aqui deixar enfeixados em livro, os conselhos e ensinamentos que eu julgo da maior utilidade para todos.

Uma vez transcorridos os fatos anunciados, e concluídas as operações transformatórias do planeta, estes conselhos e ensinamentos manterão a sua grande utilidade para as almas que vierem chegando do Alto, sabido como é que muito poucas delas conseguem recordar na carne o que aprenderam na espiritualidade. Por tal motivo é que eu considero este livro atualizado para quantos se dispuserem a estudá-lo. Isto porque os ensinamentos aqui enfeixados serão sempre novos e oportunos, uma vez que as circunstâncias não mudam no mundo espiritual, onde toda a vida obedece às leis divinas, sábias e eternas.

Gostaria de poder penetrar no âmago de todas as almas encarnadas neste pequeno mundo de Deus, e lá inscrever o quanto pudesse ajudá-las no cumprimento de suas tarefas, sem que seus pensamentos se desviassem um minuto sequer dos verdadeiros objetivos que trouxeram à Terra. Nenhuma de vós, minhas almas queridas, desceu ao solo terreno para aqui se distrair com as coisas peculiares a este plano de vida material. Deveis capacitar-vos de que todas trouxestes um belo programa de vida a ser cumprido durante a vossa permanência na carne, programa por vós próprias elaborado e aprovado pelas Forças Superiores que dirigem a vida na Terra. Há necessariamente tempo para tudo. Há tempo de trabalhar, tempo para descansar, e tempo para orar. O corpo físico, sendo como é um instrumento construído para servir de veículo ao Espírito, necessita de grandes cuidados, é verdade, durante sua atividade diurna, e do indispensável repouso ao fim de cada dia de trabalho. É pois necessário dar ao corpo todos os cuidados, a fim de prolongar ao máximo a sua utilização pelo Espírito. Terminado, então, o período de trabalho diurno e o repouso do fim do dia, eis que se apresenta para à alma — ao Espírito — o período mais interessante da sua vivência no corpo, que é aquele destinado à manutenção do seu contato com as Forças Superiores, sem o qual toda a vida terrena decorrerá de certo modo improdutiva para a alma encarnada. Os momentos em que as almas encarnadas se mantiverem em ligação mental com o Mundo Divino por meio da oração, podem ser considerados como os mais úteis da sua vida terrena. É nesses momentos que as almas recebem do plano espiritual ou Mundo Divino os eflúvios indispensáveis à conservação da saúde e fortaleza de sua matéria, embora muitas almas encarnadas ainda o ignorem. A ligação estabelecida diariamente com as Forças Superiores nos momentos de oração atrai dos planos superiores uma corrente fluídica que se irradia por todo o organismo físico da alma que ora, eliminando do mesmo um sem-número de elementos nele acumulados durante o dia, inteiramente contrários à saúde e bem estar. A corrente fluídica assim atraída dos planos superiores atinge o organismo em forma de chuveiro fluídico, sendo perfeitamente visível aos portadores da vidência espiritual, principalmente no estado de penumbra. Mas não penseis que exista nos planos superiores algum depósito de fluidos desta espécie, minhas queridas; absolutamente. A corrente fluídica mais ou menos intensa é produzida pelas próprias vibrações da prece quando realizada com verdadeira concentração e fervor pela alma que ora. Uma prece assim pronunciada produz no campo mental da alma uma condensação fluídica, a qual a seguir se derrama sobre a própria alma, com estes dois resultados: aumenta a intensidade luminosa da alma e beneficia-lhe o organismo físico, conservando-o limpo dos miasmas invisíveis de que está inundado o mundo terreno. Vede, pois, almas queridas, que quando recomendamos insistentemente o hábito da prece diária ao Senhor, nós visamos também outros importantes resultados, como acabais de ver. Se eu vos disser, então, que os vossos mais úteis momentos vividos na Terra são aqueles em que vos entregais à prece, estarei dizendo-vos uma grande verdade, porque realmente assim é. Por meio da prece solucionareis os problemas mais complexos que porventura defrontardes na vida, e mantereis saudável o vosso corpo. Será preciso dizer mais? Eu creio que não, minhas queridas.

A seguir vamos conversar um pouco sobre o mundo invisível ou Mundo Divino, que é a verdadeira morada de todas as almas. Sim; a verdadeira morada das almas é o Mundo Divino com todos os seus planos de vida mais e menos evoluídos, segundo a categoria das almas que neles moram. Residindo nesses planos em caráter permanente, as almas vêm à Terra periodicamente, assim como as crianças que deixam temporariamente os lares para se internarem nos colégios da Terra. Concluído o período letivo, ei-las que retornam aos lares para o necessário repouso, tal como sucede às almas encarnadas ao regressarem da Terra. A diferença consiste apenas na duração do período letivo das almas encarnadas. Enquanto as crianças regressam aos lares ao fim de apenas poucos meses de estudo, para novamente voltarem ao colégio, as almas têm um período certo de estudo que corresponde ao período de sua encarnação. Felizes serão por conseguinte, aquelas que se empenharem na aquisição do maior volume de conhecimentos nesse período, na certeza de que um outro lhes será bem difícil de alcançar antes que muitos e muitos anos tenham decorrido. O aproveitamento das almas em cada uma de suas vindas à Terra em corpo físico verifica-se muito facilmente pela sua luminosidade espiritual, ao regressarem da Terra. Essa luminosidade, como sabeis, decorre destes dois fatores principais: da continuidade do seu devotamento à prece diária, conforme expliquei linhas acima, e dos atos meritórios porventura praticados durante a encarnação. A luz resultante da prática de atos meritórios é conferida à alma pelas Forças Superiores, numa justa retribuição daquilo que houver feito de bom aos seus semelhantes, e que as Forças Superiores consideram integrado no serviço divino da Terra. Desta maneira é que temos a alegria de presenciar a chegada no Alto, de almas vindas deste plano físico, esplendidamente radiosas, graças aos dois fatores que acabo de citar. E isto é tão fácil de conseguir, minhas almas queridas, que eu desejaria poder assistir com a mesma alegria à chegada no Alto de cada uma de vós naquelas mesmas condições. Vamos, então, fazer um esforço neste sentido?
Considerando decisiva para muitas almas a sua encarnação atual, após um número bastante elevado de outras vindas à Terra, o Senhor Jesus manda-nos repisar o assunto luminosidade, que constitui o objetivo primordial da vinda de todas as almas à Terra. Com efeito, se o objetivo é adquirir luminosidade, e esta se encontra ao alcance da vontade de todas as almas encarnadas nesta sua última oportunidade, eu pediria aqui de todo o meu coração a todas vós, leitoras, e igualmente a todos os leitores, que mediteis seriamente nisto: tendo esperado um século ou mais no vosso plano de vida espiritual por esta encarnação que estais vivendo; e tendo elaborado pacientemente um belo plano de vida na Terra para do seu cumprimento alcançardes, possivelmente, o vosso milhão de onças de luz. para engrandecimento do próprio diadema, como, então, vos deixardes seduzir pelas enganosas visagens terrenas, em vez de vos preocupardes a fundo com o vosso verdadeiro e grandioso interesse espiritual? Já sabeis que daqui nada levareis além da luz que tiverdes adquirido. Os divertimentos, os bens de fortuna, a grandeza material, os prazeres das viagens e o regalo do Espírito, não passam de efeitos fugazes em vossa existência terrena, que nenhuma luminosidade produzem para engrandecimento do vosso diadema. A riqueza e a prosperidade terrenas são aquisições fáceis das almas fortes, materialmente falando, daquelas que a esse objetivo se dedicam em ação e pensamento em todos os minutos da vida. Isto, entretanto, em nada pode contribuir para a sua verdadeira felicidade, que é a felicidade espiritual, se daí não resultar a prática de atos meritórios, a juízo das Forças Superiores. Constitui motivo de grande tristeza para todas nós no Alto, assistir à chegada de almas que se tornaram ricas e poderosas de bens materiais em sua recente encarnação, e nada fizeram no sentido do próprio engrandecimento da sua personalidade espiritual. Perdem-se desta maneira encarnações ansiosamente aguardadas através de longos decênios, para, uma vez conseguidas, serem assim esbanjadas no gozo infrutífero da vida puramente material.

Conversava, não faz muito, no Alto, um pequeno grupo de Entidades já bastante evoluídas, cujo assunto era precisamente este de que venho tratando linhas acima. Emitia cada qual a sua opinião acerca das encarnações na Terra, através das quais nem todas as almas conseguem alcançar aquelas onças de luz que tanto desejavam e prometeram alcançar na Terra. A conversa prosseguia muito interessante, tendo-se manifestado a respeito quase todas as participantes do grupo, quando foi notada a aproximação de uma Entidade de grande luminosidade, acercando-se do pequeno grupo. Esta Entidade, saudada com grande reverência pelas demais, foi informada do assunto conversado, e convidada a emitir também a sua opinião a respeito das encarnações na Terra. A Entidade ouviu atentamente, e assim se manifestou:
— É tempo já, na minha opinião, de estabelecer-se um novo conceito a respeito das encarnações no mundo terreno. Sabemos todos, porque diariamente testemunhamos, dos enormes desvios de muitas almas que partem para a Terra decididas a batalhar pelo seu crescimento espiritual munidas dos mais belos projetos de trabalho com esse objetivo, mas que, infelizmente, lá se deixam empolgar e até dominar por verdadeiras quimeras, esquecendo-se totalmente do seu real objetivo. Isto acontece diariamente, como sabemos. Sabemos igualmente que o Senhor tudo tem empreendido no sentido de corrigir esse mal, seja por meio da inspiração transmitida na Terra ao ouvido espiritual dos encarnados, seja repetindo essa inspiração às almas, em suas horas de sono do corpo. Na minha opinião, portanto, parece-me que é necessário mudar o processo. Julgo necessário estabelecer-se uma determinada responsabilidade individual a todas as almas, antes de lhes ser concedida uma nova encarnação. Eu me explico. Consideremos a quantidade enorme de almas necessitadas de reencarnar, e a exiguidade de corpos existentes para isso, em face do controle que lá vem sendo exercido, com ou sem razão, que não nos cabe discutir. Tratemos apenas do fato em si. Para selecionar-se, então, as almas capazes de cumprir na Terra o seu compromisso com o Senhor, eu sugiro o seguinte:

— Cada alma distinguida com uma nova reencarnação assinará um compromisso relacionado com um certo período de tempo, para efeito duma nova reencarnação. Se se empenhar na Terra em dar fiel cumprimento ao mesmo, segundo o volume de onças de luz adquiridas, essa alma terá conquistado, concomitantemente, o direito de voltar à Terra quando desejar. Se, entretanto, continuar esse desvio até agora verificado na maioria das almas que vão à Terra, aquelas que não derem fiel cumprimento ao que no Alto prometeram ao Senhor, ver-se-ão privadas de reencarnar por tantos séculos, quantos forem os graus apurados do seu desvio daquilo que prometeram. O que não é possível, meus irmãos — prosseguiu a Entidade —  é continuarmos a assistir ao regresso da Terra de tão grande número de almas faltosas, após uma existência terrena de fartura material e desperdício de excelentes oportunidades de praticar a lei do amor aos semelhantes.

Usou neste momento da palavra um dos componentes do pequeno grupo:

— Querido irmão, como seria feito, na sua valiosa opinião, o cálculo dos pontos faltosos, porventura encontrados no desvio das almas, em relação ao Compromisso assumido aqui perante O Senhor Jesus?

A Entidade meditou um instante e respondeu:

— O cálculo poderá ser feito muito facilmente da seguinte maneira: assinalar-se-á o número 100, por exemplo, de pontos para cada compromisso assumido por uma alma em torno do plano de vida elaborado e aprovado para executar na Terra. No seu regresso proceder-se-á ao confronto do que tiver prometido cumprir com o que efetivamente cumpriu, e estabelecer-se-á a diferença. Deve-se considerar, natural uma boa percentagem como desvio natural e invencível pelas almas, face ao ambiente contrário que existe na Terra. Essa percentagem poderá ser tolerada até mesmo cinquenta por cento, o que representa uma boa tolerância. O que exceder a esse número será então considerado como desleixo da própria alma, que terá feito ouvidos moucos a todas as inspirações recebidas durante a sua estada na Terra. Contar-se-á então o número de pontos faltosos, dos quais resultará o número de séculos em que a mesma alma deverá ficar privada de voltar à Terra, e não impedir que outras mais atentas o façam. Essas almas frequentarão daqui por diante as nossas escolas mais assiduamente, sobretudo aquelas que ajudam a construir uma vontade determinada de vencer-se a si mesmas.

O assunto, de tão interessante, foi transferido para outras reuniões semelhantes, sendo aprovado pelo Senhor Jesus, como subsidiário das modificações a serem introduzidas no capítulo das reencarnações, em estudo pelas Forças Superiores.

Deixo-vos aqui a bênção que o Senhor vos envia por meu intermédio, e a minha própria que eu vos ofereço de todo o coração.

quinta-feira, 29 de junho de 2017

CAPÍTULO XLIX – Livro: Corolarium – ditado pelo Espírito de Maria de Nazareth ao médium Diamantino Coelho Fernandes. A razão de certos obstáculos, sucessos ou insucessos defrontados em vossas vidas. — A aquisição de novas luzes pelas almas desencarnadas. — Todas as almas encontram ocupação remunerada no Alto. — As desencarnadas na idade infantil.



Desejo transmitir às minhas queridas filhas e filhos encarnados, no decorrer deste livro, o maior número possível de esclarecimentos em torno da vida das almas no Além, com o objetivo de que melhor se preparem para a oportunidade do seu regresso. Nestes esclarecimentos eu não estou trazendo nada que todas vós, almas queridas, já não conheçais, porque tendo vivido séculos e séculos no mundo espiritual, todas conheceis de sobra o que lá existe. Apenas se verifica que estando agora encarnadas na Terra, e não conseguindo recordar a vossa memória espiritual, é como se de nada soubésseis. Mas, tomando conhecimento de quanto eu vos escrevo nas páginas deste livro, tereis oportunidade de ajustar os vossos atos e pensamentos ao que verdadeiramente vos interessa como almas que realmente sois, e algum dia regressareis ao plano de vida espiritual a que pertencerdes. O conhecimento, por conseguinte, dos fatos e circunstancias que no Alto se verificam, muito útil será para todas vós, porque vos dará a noção constante de que não pertenceis à Terra, nada levareis da Terra no vosso regresso, mas apenas conduzireis como bagagem o maior ou menor volume de luzes que conseguirdes acumular ao longo da vossa existência terrena. Isto não sucederá pela primeira nem pela décima vez, minhas queridas, porque tem sucedido igualmente em todas as vossas vindas à Terra, que são muitas, embora não as recordais enquanto permanecerdes na carne. Regressando, porém, à vossa morada no Além, lá ireis encontrar, perfeitamente anotadas nas páginas do livro de vossas vidas, com uma clareza notável, tudo quanto tiverdes sido no passado; desde que vos tornastes almas conscientes até à vossa presente encarnação. E então tereis oportunidade de constatar vós mesmas todos os acertos ou desacertos cometidos por vós, e, consequentemente, a razão de certos obstáculos, sucessos ou insucessos defrontados em vossas vidas atuais.

Há no Alto uma lei regulando a convivência de todas as almas estagiárias, que são todas aquelas que lá se encontram no estado de desencarnadas. Determina a referida lei a obrigação das almas se preocuparem constantemente com a aquisição de maior volume de luzes para o seu diadema, assim denominada por nós a aura luminosa que se apresenta formando um pequeno círculo em volta da cabeça de todas as almas, tanto no estado de desencarnadas no Além, como quando encarnadas na Terra. É pela maior ou menor projeção dessa aura que nós podemos identificar o grau evolutivo de cada uma das almas encarnadas, o que, entretanto, nenhuma de vós pode fazer pela falta da necessária vidência espiritual. Este fato permite-nos, pois, a todas nós desencarnadas, verificar a existência neste vosso plano terreno, de almas já grandemente evoluídas, vivendo muitas delas vidas bastante modestas no vosso meio. Esta é uma grande verdade, minhas queridas. Pode dar-se, inclusive, que estejais relacionadas com pessoas absolutamente simples em sua modéstia, vivendo vidas algo difíceis porque assim as tenham solicitado, e no entanto, ostentando uma aura assaz luminosa, a atestar o seu grau evolutivo. Trata-se então de almas que desejaram voltar ao ambiente terreno com a missão de aconselhar e servir aos semelhantes, enquanto apuram ao máximo as suas próprias faculdades psíquicas por meio da oração diária ao Senhor do Mundo. As Forças Superiores utilizam-se muito frequentemente desta categoria de almas encarnadas para difundir idéias novas no ambiente terreno, pela circunstância de as mesmas se encontrarem quase sempre com suas antenas espirituais em estado de funcionamento.

Mas voltemos a falar da vivência das almas no Além, o nosso assunto inicial. Tendo por dever preocuparem-se as almas desencarnadas com a aquisição de novas luzes para o seu diadema, surge daí a necessidade de algo fazerem com esse objetivo. Mas não há nenhuma dificuldade nisto, porque muito há no Além em que as almas se ocuparem, e com verdadeiro prazer espiritual. Existe trabalho e ocupação para todas, e o mais variado, à escolha de cada uma. Há, por exemplo, a assistência à infância, na qual se ocupam milhares de almas no Além. Não vos admireis em eu vos falar aqui na assistência à infância no Além, quando sabeis que no mundo espiritual não há nascimentos como ocorre na Terra. Há por lá o que nós chamamos nascimentos, que são as almas que aqui desencarnam na idade infantil, e regressam ao Alto na sua condição de crianças. Tendo sido embora adultos anteriormente, mas tendo reencarnado e construído o seu corpinho de crianças, se essas almas vierem a desencarnar na infância, como infelizmente sucede por toda parte, essas almas infantis necessitam que se cuide delas como se crianças autênticas fossem. Existem então no Além grandes instituições destinadas a receber e cuidar dessas crianças espirituais, ocupando para isso milhares de almas adultas que escolheram esse tipo de prestação de serviço.
A lei, entretanto, que rege a permanência de almas infantis no Além, difere um pouco daquela que rege a permanência das almas adultas. Enquanto estas terão de aguardar dezenas de anos, séculos até, para poderem voltar à Terra, as almas infantis podem retornar muito mais cedo, sendo que muitas voltam a reencarnar no mesmo lar que deixaram aqui, para alegria dos seus pais que ficaram inconsoláveis. Isto acontece mais frequentemente em virtude do empenho das mães que perderam um filhinho, no sentido de o recuperarem para alegria do seu coração. São, em muitos casos, mães que possuíram um filho apenas, e vêem-no partir de um momento para outro, de volta ao plano espiritual. Estas mães inconsoláveis aproveitam as horas de sono do corpo e partem ao encontro do filhinho querido, suplicando-lhe que regresse, que volte ao seu coração na Terra, porque não podem viver sem a sua companhia. E tanto suplicam, vezes seguidas, que as Forças Superiores, sempre desejosas de atender aos pedidos justos das almas encarnadas, determinam o regresso das almas infantis ao lar materno, onde as mesmas retornam ao coração dos pais anteriores. Este fato é aliás muito frequente, sendo provável que conheçais alguns casos típicos, em que num lar recentemente abandonado por uma criança venha a nascer outra do mesmo sexo com feições inteiramente semelhantes às daquela que dali partira. Deve-se isto aos rogos, às súplicas da mãe inconformada, dirigidas com fervor ao Senhor Jesus, para conseguir a volta do seu filhinho. Pode acontecer então, e já tem acontecido, a um lar que apenas hospedara um filho, receber dois ou mais filhos, para maior alegria dos pais.

As almas infantis assim regressadas à vivência terrena são portadoras do mesmo plano de vida que antes trouxeram e não puderam cumprir por haverem desencarnado. Seu regresso pela desencarnação ao plano espiritual pode ter ocorrido por vários motivos, todos eles independentes da vontade da criança, a qual igualmente os terá lamentado e muito. Juntando-se então no Além, a súplica da mãe inconsolável ao mesmo anseio da alma em voltar à Terra, isto ajuda a determinação das Forças Superiores de autorizarem a respectiva reencarnação. Restam, entretanto, alguns milhares de outras almas infantis nos planos do Além, sendo necessário cuidar delas com o máximo de carinho. Disto se encarregam então as almas adultas que queiram prestar serviço neste setor, encontrando aí a sua oportunidade de aumentar a luminosidade do seu diadema.

Existem, porém, outros tipos de prestação de serviços para todas as almas que desejem servir ao Senhor. Ao Senhor, digo bem, porque todo o trabalho prestado nos planos espirituais é prestado ao Senhor, e por Ele retribuído em onças de luz a quantos o produzem. Há, por exemplo, o trabalho de esclarecimento das almas menos evoluídas, no qual se ocupa um número incontável de almas mais adiantadas, agindo cada qual na sua esfera de conhecimentos. Esta espécie de trabalho inicia-se, a bem dizer, no grau de primeiras letras, para as almas recém-vindas das esferas inferiores, e se estende aos cursos científicos mais adiantados, ministrados por verdadeiros mestres que passaram pelo vosso pequeno mundo. Impossível será dizer-vos aqui qual o número aproximado de almas dedicadas ao esclarecimento de suas irmãs no Alto, como impossível seria para vós dizer-me qual o número de professores em atividade em todos os setores da Terra. O ensino nos planos espirituais, ao contrário do que é ministrado nas escolas terrenas, não versa em absoluto sobre assuntos gramaticais nem teoremas matemáticos. No Alto procura-se desenvolver principalmente o intelecto das almas no sentido das realidades da vida universal, exercitando-as especialmente no discernimento entre o bem e o mal. Este tipo de ensino tem o mérito de desenvolver capacidade de raciocínio das almas, preparando-as para o domínio dos problemas que todas defrontarão no desdobramento de sua existência infinita. O domínio dos idiomas e dos problemas relacionados com as ciências positivas, as almas o conseguirão ao longo de suas vindas ao solo terreno de século em século, quando terão suas oportunidades de produzir algo em favor do progresso do mundo terreno. Aqui sim; as almas em geral se iniciam na escola primária e seguem segundo um conjunto de circunstâncias, em direção aos objetivos fundamentais que trouxeram no seu plano de vida terrena. Aquelas que tendes visto galgar em poucos anos certos postos de destaque, apenas os conseguiram em face de conhecimentos e desenvolvimento trazidos do Além, e aqui apenas despertados. Porque, em verdade, minhas queridas, as escolas terrenas o que fazem é despertar nas almas encarnadas os conhecimentos acumulados em suas mentes, do que resultará o maior ou menor êxito em seus empreendimentos. Esta é uma verdade autêntica, minhas almas queridas. Por esta razão se justifica, quantas vezes, o vão esforço de muitos pais em tentar impulsionar os filhos para a frente e para cima, sem que os filhos possam corresponder a tal esforço. Eu compararei esse fato a um belo automóvel estacionado à vossa porta, muito bem tratado, muito bem polido, mas carecendo de combustível. De nada vos adiantará tentar pô-lo em movimento em tais condições. Com os filhos, contudo, as coisas têm de ser algo diferentes. Aqueles que não puderem corresponder ao esforço dos pais, é claro que não o fazem por falta de combustível; uma vez que eles não são automóveis. A estes filhos faltar-lhes-á então substância, como é bem de ver. Faltar-lhes-á aquela substância resultante de experiências vividas anteriormente, das quais terá resultado a formação de um patrimônio espiritual. De tal patrimônio é que procede a substância à qual me refiro, de cuja posse em maior ou menor grau é que resultará o êxito das almas encarnadas.

Como, entretanto, nem todas as almas vêm à Terra para ascender aos mais altos degraus da vida terrena, mas para desempenhar um determinado papel em sua vida, não devem os pais deixar-se abater com o insucesso dos esforços que fizerem para impulsionar o êxito de seus entes queridos. Para o Senhor Jesus, o mérito de um filho não se encontra no fato de ter o mesmo ascendido às mais altas posições do mundo terreno, porém na linha do seu comportamento em relação aos seus deveres espirituais, segundo o compromisso assumido ao reencarnar. Eu direi, em acréscimo do que aí fica, que mais fácil será a uma alma encarnada cumprir integralmente o que no Alto prometeu, vivendo uma existência modesta ou quase apagada, do que àquela que o seu saber e as circunstâncias houverem guindado a posições de grande destaque. Estas, de muito visadas pela coletividade, e continuamente assediadas pela multidão de interesses contrariados, estão em regra mais sujeitas a se desviarem da rota que se traçaram, e por efeito disto a falirem mais facilmente. Aí está, por conseguinte, em palavras rápidas e simples, a razão de não poderem todas as almas encarnadas alcançar idênticos objetivos materiais na vida terrena, sem que isso as diminua perante o Senhor Jesus. A verdade, porém, é que todas a seu tempo serão provadas nas mesmas posições e circunstâncias, não importa a existência nem o século, minhas almas queridas.


Deixo-vos aqui a bênção que o Senhor vos envia por meu intermédio, e a minha própria que eu vos ofereço de todo o coração.

quarta-feira, 21 de junho de 2017

CAPÍTULO XLVIII – Livro: Corolarium – ditado pelo Espírito de Maria de Nazareth ao médium Diamantino Coelho Fernandes. O desinteresse manifestado por muitas almas sobre o seu regresso ao mundo espiritual, fato certo, irremovível. — Quem bem pensa bem age. — Deveis preocupar-vos com o vosso regresso. — Palavras de verdadeira fé operam grande milagre.



As circunstâncias que rodearam no Além a elaboração dos planos transformatórios deste pequeno mundo de Deus, deram-nos a segurança de que todo esse movimento se há de processar com um mínimo de sacrifícios para as almas encarnadas. Alguns sacrifícios sempre os haverá, principalmente nas áreas densamente povoadas, nas cidades, por exemplo, que estiverem situadas nas regiões a serem atingidas pelas modificações do solo terreno. Isto tudo foi previsto pelas Forças Superiores na elaboração dos planos, mas foram planejados inclusive os socorros a serem prestados às populações, não havendo assim motivos de maiores preocupações por esse lado.

Os homens e as mulheres do momento histórico por que está passando a Terra, sendo como são, Espíritos de uma certa elevação, bem compreenderão os fatos quando eles se apresentarem, de modo a se ajustarem aos mesmos e neles se integrarem da melhor maneira possível. As advertências, os conselhos e os ensinamentos mandados divulgar na Terra pelo Senhor Jesus hão de contribuir decisivamente para que tudo se processe na mais perfeita ordem sob a égide das Forças Superiores que se encontram presentes junto a cada um de vós em todos os momentos. Apelai então para elas quando sentirdes que algo está acontecendo em torno, e tereis imediatamente a prova do que vos digo.

Dito isto à guisa de introdução ao presente capítulo, por ser esse em verdade o tema fundamental de todas as Entidades missionárias, eu tratarei de assunto do maior interesse para quantos se encontram na Terra no momento que passa. Referir-me-ei então ao que diz respeito ao cumprimento das tarefas de cada ser humano em sua vida terrena, tarefas relacionadas com os objetivos da sua vinda à Terra. Começarei por me referir à atitude de completo desinteresse manifestada por muitas almas encarnadas a respeito do seu regresso ao mundo espiritual, fazendo quase todas por não se lembrarem sequer desse momento, não obstante o considerarem certo, irremovível. Ora, exatamente por se tratar de um fato certo, irremovível na vida de cada ser humano, é que há necessidade de todos se preocuparem com ele e se prepararem devidamente para o seu dado momento.

De uma preocupação dos homens como das mulheres, com a sua partida da Terra, resultará um grande bem para as suas almas, pela circunstância de se firmar nelas a idéia do seu regresso mais cedo ou mais tarde, e tal regresso mais feliz se fará quando as almas o admitirem como um fato natural, tão natural quanto a sucessão dos dias com o aparecimento do sol no horizonte. A idéia assim alimentada pelas almas encarnadas terá ainda a virtude de as afastar de muitas práticas incompatíveis com a sua felicidade espiritual, e aí reside evidentemente um grande bem para elas. Uma alma consciente de sua estada transitória na carne, e que lhe cumpre aproveitar esse fato para se enriquecer de luzes espirituais, objeto de sua vinda ao solo terreno, surpreender-se-á ao regressar ao seu plano de origem quando isso acontecer, ao constatar quão proveitosa lhe fora a sua última vinda à Terra.

De estudos e observações procedidos por Entidades esclarecidas junto aos seres humanos, chegou-se no Alto à conclusão de que a circunstância de muitos não cogitarem sequer do seu regresso ao mundo espiritual, é que os leva à prática de muitos atos incompatíveis com a sua verdadeira felicidade. Deveis conhecer pessoas nestas condições, pessoas às quais apavora a simples idéia de sua transitoriedade na Terra, recusando-se terminantemente a falar nisso. Pois, minhas queridas, eu vos afirmo que melhor será que todas as almas mantenham esse fato sempre presente na memória, porque daí resultará um equilíbrio de pensamentos e de vida altamente benéfico para todas. As pessoas que se habituaram à sua prece e meditação diárias já se encontram no caminho certo, o caminho que as conduzirá à realização de suas aspirações terrenas, as mais puras, justas, elevadas, e jamais à prática daqueles atos inconvenientes ou prejudiciais à sua felicidade. Esta classe de pessoas, pelo seu justo proceder, está sempre acompanhada pelas Forças Superiores, desejosas de ajudá-las em suas realizações. Verifica-se então nesta categoria de pessoas a justeza daquele velho princípio que nos ensina que quem bem pensa bem age, que constitui uma verdade autêntica. Se o homem como a mulher são o produto dos seus pensamentos, e se esforçam por bem pensar, logicamente só poderão agir bem, no sentido construtivo, elevado, em harmonia com o conjunto vibratório das Forças Superiores. Eis um dos motivos pelos quais se aconselha a todas vós, almas encarnadas, a conveniência de vos preocupardes com a vossa partida de regresso ao mundo espiritual, ao qual ascendereis conduzindo como bagagem apenas luzes e bênçãos resultantes dos vossos atos e procedimentos terrenos. Só e exclusivamente isso, minhas almas queridas; o demais que houverdes acumulado em vossos trabalhos e canseiras, ficará na Terra, por fazer parte do patrimônio terreno.

A propósito do que acabo de dizer, vou relatar-vos um fato bastante elucidativo ocorrido em certa região do mundo terreno, não faz muito tempo. Vivia com sua família nessa região um homem bastante instruído dedicado ao cultivo das suas propriedades, cuja renda lhe permitia viver inteiramente despreocupado dos problemas comuns a muitas pessoas na Terra. Sendo uma criatura educada nos bons princípios religiosos que mandam amar o próximo como a si mesmo, aquele nosso irmão sentia em seu coração o dever de prover de alimentos e alguns recursos as famílias necessitadas da redondeza. Constituía então um agradável prazer para aquela Grande Alma reunir nas suas propriedades em certa época do ano, ou seja na época das colheitas, mais de uma centena de pessoas a ajudarem nesse trabalho de recolhimento da produção das terras dadivosas. No final desse trabalho de que todas as pessoas vizinhas participavam, ocorria então a grande alegria do proprietário das terras dadivosas: cada uma das pessoas que tomaram parte naquela tarefa, fossem adultas ou crianças, retirava-se conduzindo às costas ou na cabeça um saco maior ou menor dos produtos recolhidos na colheita anual. Era este o espetáculo que enchia de alegria aquela Grande Alma: assistir à partida de quantas pessoas haviam participado das tarefas concluídas, conduzindo cada qual a sua parcela que ele considerava muito justamente merecida.

Assim decorriam os anos na região habitada por aquele nosso irmão, recolhendo anualmente na abundância de suas colheitas o suficiente para viver tranquilo e feliz com os seus. Um ano porém se apresentou de todo desfavorável em toda aquela região. A inclemência do sol e a falta de chuvas impediram a continuidade das boas colheitas de sempre, surgindo já em vários lugares o espectro da fome para muita gente. As terras do nosso bom irmão, sentindo as consequências da seca, já demonstravam a improdutividade daquele ano. Os vizinhos vinham procurá-lo para se certificarem de sua próxima participação nos trabalhos habituais, mas voltavam abatidos ante o espetáculo gerado pela seca. Adivinhavam por isso o que teriam de passar eles próprios, ante a falta do donativo habitual.

Por sua vez o nosso bom irmão, igualmente preocupado com a situação visível dos vizinhos, tomou a sua resolução. Resolveu apelar para o Senhor Deus, como costumava referir-se ao Senhor do Mundo, a fim de que o inspirasse acerca de como proceder em tal emergência. Certa madrugada, ao fim duma noite em que não pudera conciliar o sono, levantou-se e saiu para o campo com a idéia de falar com o Senhor Deus em voz alta, para que melhor pudesse ser ouvido. Dirigiu-se a uma elevação à margem de suas terras, uma pequena montanha, e aí se sentou. Olhou para o nascente, onde o astro-rei começava a insinuar-se, e a ele se dirigiu em palavras de verdadeira fé. Traduziu da melhor maneira o grave problema do momento, esclarecendo em suas palavras, que semelhante problema era menos seu do que dos seus pobres vizinhos. Ele, dizia, possuía reservas que lhe permitiam atravessar o ano seguinte com sua família, Mas, e os vizinhos, que nada possuíam, como haviam de resistir à fome? O bom homem orou e falou durante algum tempo naquela pequena montanha, até que os raios solares, já intensos, o aconselharam a regressar. Durante todo o dia aquela Grande Alma orou e pediu constantemente ao Senhor Deus que o ouvisse, que o atendesse, atendendo assim a mais de uma centena de famílias que se avizinhavam da fome irremediável. O dia decorreu para o nosso bom irmão em meio a uma certa tensão nervosa, resultante de sua grande preocupação. Por fim, ao cair da noite, já um pouco abatido pela enorme tensão do dia, tratou de recolher-se com sua família, após orarem reunidos todos os membros, como de costume. Recordou o ensinamento evangélico: batei e se vos abrirá; pedi e se vos dará, e isto proporcionou à sua alma um grande conforto.

Pela madrugada seguinte ocorreu algo de extraordinário, de impressionante, ou mesmo aterrador nas propriedades daquela Grande Alma. Um estrondo despertara a família, que, assustada, veio para fora de casa; um segundo estrondo mais forte derramara o pavor em todos os corações. Ninguém atinava com a causa daquilo. Seria um castigo, indagava, silencioso, o bom irmão, por ter insistido tanto no seu pedido ao Senhor Deus? Seria então um castigo? Os minutos decorriam nesta incerteza para aquela Grande Alma, ao passo que os membros da família oravam, reunidos, pedindo, implorando clemência ao Senhor do Mundo em tão aflitiva emergência. As coisas passavam-se dessa maneira na Casa Grande, quando a presença de pessoas da redondeza despertou a todos aos gritos de água! água! Muita água! As pessoas que vinham chegando, tendo sido despertadas também pelos estrondos enormes que haviam estremecido as terras, haviam passado próximo da pequena montanha que ficava à margem das propriedades, precisamente o local onde havia orado ao Senhor Deus o proprietário das terras. E contaram então, tomadas de certo pavor, aquelas pessoas: água! muita água está correndo daquela montanha que se abriu pelo meio! Correram todos para ver o que havia. E constataram, o proprietário à frente, que os dois estrondos haviam aberto uma grande fenda na pequena montanha, liberando volumosa corrente líquida que procurava caminho através das propriedades que lhe ficavam abaixo. Isto constatado por todos, produziu grande alegria nos corações. Aí estava constatado o atendimento do Senhor Deus à rogativa cheia de fé daquela Grande Alma. Precisamente no local em que a rogativa fora elevada, era que o atendimento se constatava. As Forças Superiores, que também podem ser designadas Forças da Natureza, haviam providenciado a liberação daquele volume de água que atravessava a pequena montanha, para salvar da seca e da fome aquela centena de famílias adjacentes. Firmado ficou então, uma vez mais, o princípio que nos ensina a bater e pedir com fervor, porque a porta se abrirá e seremos atendidos.

O fato deve servir de exemplo para todas as almas encarnadas, a fim de que apelem, quando julgarem necessário, às Forças Superiores em suas dificuldades ou necessidades. É apenas necessário possuir a fé no coração, para que seus pedidos sejam recebidos, ouvidos e atendidos pelas Forças Superiores. O Senhor do Mundo, que tudo sabe e acompanha do seu plano de vida, deseja atender constantemente às necessidades das almas encarnadas, mas aguarda que as mesmas se manifestem claramente, que peçam o que desejem, para que o Senhor as atenda prontamente. O caso que venho de relatar não é o único que conheço, porque vários outros ocorreram em várias épocas, em condições semelhantes. Observais o desprendimento daquela Grande Alma, colocando acima do seu próprio interesse o atendimento às necessidades prementes daquelas famílias vizinhas que contavam com o produto de suas propriedades. Ele viu assim prontamente atendida a sua rogativa, e de uma maneira que a outras propriedades também beneficiou. Estabelecendo-se assim um belo córrego partindo das suas propriedades, depois de as beneficiar integralmente porque partia de mais alto, o precioso líquido foi encaminhado de maneira a irrigar todas as demais propriedades situadas em nível inferior, no percurso de alguns quilômetros. Vede, pois, almas queridas, como é grande a misericórdia divina! Atendendo ao justo pedido de uma só alma, pode beneficiar igualmente tantas e tantas outras também necessitadas. A corrente líquida oriunda daquela pequena montanha, por sugestão da Grande Alma, foi então batizada com a denominação de Riacho do Senhor, ainda existente na região em que surgiu em meados do século passado.


Deixo-vos aqui a bênção que o Senhor vos envia por meu intermédio, e a minha própria que eu vos ofereço de todo o coração.