O mundo terreno
apresta-se para receber uma série de melhoramentos em sua estrutura, com o
objetivo de transformar fundamentalmente para melhor, as condições da vida
humana, ainda tão difíceis de suportar pelos Espíritos que necessitam de viver
o seu período escolar nesta pequena esfera terrestre. Muito já foi dito pelas Entidades
designadas pelo Senhor Jesus para falar aos seres humanos, tudo no sentido de
os despertar do sono em que permanecem, em relação ao cumprimento de quanto
lhes incumbe neste período escolar que estão vivendo na Terra. Todas as
Entidades possuidoras de certo grau de iluminação espiritual se empenham dia e noite
em ajudar a despertar na mente de cada um dos seres humanos a idéia mater de
sua presente encarnação, que é aquela que no Alto conceberam e prometeram
cumprir tão logo houvessem atingido a fase do raciocínio. Atingida, porém, esta
fase, a grande maioria já impregnada das idéias preponderantes no ambiente
material da Terra, olvidou aquela idéia fundamental concebida no Alto, e ei-la
a palmilhar os mesmos caminhos de passadas encarnações, em que tão pouco
conseguiu adiantar o seu progresso moral.
Sucede, entretanto,
que uma completa renovação se terá de verificar em todos os setores da vida
terrena, com o afastamento desta esfera de todas as criaturas que, ou não
estejam em situação moral de acompanhar a onda de vida a ser implantada na
Terra dentro de poucos anos, ou se recusem a acompanhá-la seja por que motivo
for. Já tem sido dito e repetido por toda a parte, que sendo o Universo inteiro
habitado por Espíritos adaptados às condições peculiares a cada um dos seus
milhares ou mesmo milhões de mundos habitados, a vida de todos os seres
espirituais obedece em todos os planos a uma e única característica evolutiva.
As leis reguladoras
da vida universal são igualmente as mesmas em todos os planos ou mundos
habitados. As encarnações e reencarnações se processam desde a esfera mais
enegrecida, até às mais claras e brilhantes do mundo sideral. E todas elas
objetivam sempre a evolução moral de todos os seres, através dos trabalhos a
que se destinam quantos conseguem o necessário deferimento ao pedido de novo
mergulho no ambiente peculiar a cada uma das esferas ou mundos de vida
material.
Dos trabalhos a que
vão entregar-se as almas que reencarnam, é que deve resultar ou não a aquisição
de novo grau de progresso moral em sua escala evolutiva. Se durante a vigência
de sua reencarnação, a alma ou Espírito procurou enveredar pelos caminhos que
conduzem à sua evolução, isto é, se procurou pautar os atos de sua vida pela
medida traçada no Alto pelos seus mentores espirituais, e soube dividir o tempo
entre o trabalho honrado e nobre e a oração, certo essa alma irá encontrar no
seu regresso ao plano a que pertence, a luminosidade proveniente do seu
comportamento na Terra, alcançando com isso um novo estágio espiritual.
Não cabe a alegação
de ignorância dessa particularidade da vida humano-espiritual, sob o fundamento
de não haver tido os esclarecimentos necessários a respeito. Eu direi a quantos
formularem semelhante alegação, que uma das grandes preocupações dos mentores
espirituais dos seres humanos, é procurar instruí-los, aconselhá-los,
alertá-los continuamente durante as vinte e quatro horas do dia, mas
especialmente durante o sono do corpo. Ninguém jamais haverá praticado na Terra
um ato injusto, violento ou incorreto, sem que antes tenha ouvido aquela voz
amiga da sua consciência, a dizer-lhe qual a característica do ato que pretende
praticar. Felizes daqueles que souberem agasalhar a voz amiga e obedecer-lhe
com humildade, retrocedendo ou modificando o sentido daquilo que pretendem
praticar. Dessa maneira terão evitado a prática de um ato injusto, violento ou
incorreto, e adquirido uma verdadeira preciosidade para si mesmos, isto é, uma
luz a mais para o seu Espírito.
Muitas pessoas
existem na Terra, infelizmente para elas, que recebem bem nitidamente a sua voz
amiga a adverti-las nas circunstâncias apontadas; como, porém, ainda prevaleçam
no seu íntimo certos sentimentos condenáveis, como o orgulho, a ambição e a
vaidade, a dizer-lhes que a sua personalidade é que deve prevalecer sobre o
bem-estar e a felicidade do semelhante, ei-las a incorrer nas mesmas faltas de
outros tempos, quando fizeram absoluta questão de impor a sua vontade e
conveniência, com menosprezo da justiça, da bondade e do amor ao próximo.
Leitores meus: o que
aqui vos deixo não constitui novidade par nenhum de vós, tenho eu certeza
disso. Estes princípios circulam pelo vosso mundo em todos os compêndios de
moral, e são ministrados em vossas escolas desde os vossos primeiros anos.
Apenas o que os compêndios não dizem, é que existindo o reverso em todas as medalhas,
a desobediência a estes princípios, pelas pessoas menos integradas no
conhecimento da doutrina dos Espíritos, assim denominado o espiritualismo,
importa em terem essas pessoas de passar por situações idênticas àquelas em que
foram parte, impondo sua prepotência a outras criaturas. O conhecimento mais
detalhado e atento do espiritualismo, é capaz de recolocar no verdadeiro
caminho a quantos seres humanos possam encontrar-se à mercê de conseqüências de
atos impensados, a que foram levadas nesta ou em vidas anteriores, e
transformá-las de criaturas sofredoras, em seres tranqüilos e felizes. A
doutrina dos Espíritos é aquela que manda amar o próximo como a si mesmo, não
lhe fazendo senão aquilo que desejaria que lhe fizessem, doutrina que não é
nova, porque conta já tantos milênios quantos são os desta esfera como mundo
habitável pelos seres humanos. O último Profeta a reavivar estes princípios perante
a humanidade terrena foi Jesus de Nazareth, cuja recompensa todos a
conheceis através das páginas da História religiosa. Sabeis por conseguinte,
que os princípios pregados por Jesus contrariavam fundamentalmente os
interesses dos potentados da época, arquitetando-se daí a sua condenação ao
Calvário, nas condições também vossas conhecidas. Pois bem; terão os potentados
e os mandantes da crucificação do Senhor, logrado com isso a realização da
própria grandeza e felicidade? Terão, porventura, esses nossos antepassados,
logrado implantar no solo terreno a organização político-religiosa dos seus
sonhos? Uma sociedade em que houvesse apenas estas duas categorias: os
poderosos e os miseráveis? Uma sociedade em que preponderassem de uma parte os
felizes, os ricos, os gozadores, e da outra os servidores, os humildes, os sem
eira nem beira, os necessitados, enfim? Terão, porventura, os governantes ocasionais
ao tempo do sacrifício do Senhor, conseguido edificar um mundo ao seu
bel-prazer, um mundo sem Deus, sem amor, à base da prepotência e da humilhação
dos fracos?
Sabeis todos
igualmente que isso não lhes foi possível, conforme o atestam as páginas da
História terrena. O que, entretanto, não sabeis, caros leitores, o que ainda
não conheceis provavelmente, é o reverso da medalha assim fundida por aqueles
nossos irmãos desse passado de dois milênios. Vireis, porém, a conhecê-lo, se
assim o desejardes, quando vos transportardes novamente ao vosso plano espiritual,
onde podereis consultar tranqüila e demoradamente o LIVRO DOS SÉCULOS que se
encontra à disposição de quantos desejem consultá-lo. Em suas páginas ireis
encontrar registros que poderão estarrecer a muitos de vós, leitores meus,
pelas revelações que lá haveis de encontrar. Digo que podereis estarrecer-vos,
e digo bem, porque longe estais de supor terdes sido vós mesmos, alguns daqueles
religiosos e potentados que impuseram ao Senhor o duro sacrifício do Calvário.
Sim, amigos meus; numerosos dos seres humanos presentes na Terra, prestes a
deixá-la talvez para sempre, irão encontrar seus nomes do passado entre os mais
cruéis dirigentes do mundo, à época da estada do Senhor Jesus na Terra, já aqui
tendo vivido diversas existências em situações as mais penosas e difíceis, como
conseqüência de seus atos praticados em outras eras. É sempre a mesma Lei de
Causa e Efeito a regular a vida dos seres no Universo. É em virtude dessa
lei que vedes ainda hoje irmãos vossos arrostarem uma existência
verdadeiramente heróica, por lhes faltarem, a uns um membro insubstituível, a
outros condições de locomoção orgânica, a outros a visão material, e um
sem-número de deformações em seu veículo físico, embora seu Espírito se
encontre tão perfeito quanto o vosso. Tudo isto, nós poderemos apropriadamente
denominar de reverso da medalha que construíram no passado, e que se
torna necessário polir para apagar as manchas e deformações nela impressas em
conseqüência de infrações à lei espiritual.
Bem sabemos todos nós
que vivemos o espiritualismo que a circunstância de se haverem fundado na Terra
milhares de seitas religiosas à revelia da verdadeira lei espiritual, que é a
Lei do Amor, é que tem protelado até aos dias de hoje o desconhecimento por
parte dos seres humanos, dos princípios amorosos que devem servir de base ao
progresso moral da humanidade terrena. A lei espiritual, ensinada pela Doutrina
dos Espíritos, nos diz que tanto o homem como a mulher possuem a faculdade
inata de se comunicarem diretamente com Deus e Jesus, bastando-lhes querer
sinceramente fazê-lo. Foram-se os tempos em que o homem como a mulher, pelo
estado primitivo em que na Terra se encontravam, eram levados a confiar a
especialistas religiosos as suas fraquezas e misérias, em busca de absolvição.
Sua ilusão tinha de ser completa, ante a impossibilidade de obterem de
terceiros aquilo que só o Senhor pode conceder. Daí o regresso à Terra, periodicamente,
de quantos houvessem falido moralmente no passado, reencarnando em situação de
terem de ressarcir prejuízos proporcionados a outrem. O que, apenas, os
milhares de seitas religiosas terrenas terão feito de bom, de útil a quantos as
seguiram até hoje, é o ensinamento da maneira de cada ser humano poder entrar
em comunicação com Deus e Jesus, que é a prática da oração sincera, partida do
coração. Esse é o único bem que as religiões têm prestado aos respectivos
adeptos em todos os milênios decorridos.
Desse extraordinário
bem, desse ensinamento de como pôr-se em contato com a Divindade, e a Ela se
dirigir para pedir quanto necessite para cumprir sua missão terrena, é que
justo se torna erguer louvores às numerosas seitas religiosas da Terra. E muito
têm sido louvadas por esse motivo no mundo espiritual. O conhecimento, entretanto,
da Doutrina dos Espíritos, vem suprir, com real vantagem para os seres humanos,
os velhos ensinamentos atribuídos às religiões sectárias da Terra.
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