Acontece muito
freqüentemente no Alto, serem designados mensageiros do Senhor a várias regiões
da Terra, com o objetivo de falar ao coração dos encarnados a respeito de
assuntos de seu mais caro interesse espiritual, mas encontrarem esses irmãos
tão preocupados, tão absorvidos com outra espécie de interesses, que não chegam
a prestar ouvidos ao que lhes dizem os mensageiros de Jesus. Isto acontece
muito freqüentemente, repito, para tristeza dos mensageiros e sofrimento dos
irmãos encarnados, tal como está acontecendo no momento que passa.
Encontram-se
presentemente em missão desta natureza junto aos encarnados, alguns milhares de
Entidades de maior ou menor grau evolutivo, procurando segredar-lhes ao ouvido
espiritual, conselhos e ensinamentos de utilidade imediata para eles, em face dos
tempos que se aproximam para a transformação desta pequena esfera em planeta de
vida mais tranqüila e feliz para os seus habitantes. Em todas as regiões
geográficas da Terra se encontram Entidades missionárias, procurando despertar
nos encarnados a sua atenção para o que verdadeiramente lhes interessa de
imediato, sem falar no trabalho realizado durante o sono do corpo junto aos
Espíritos encarnados. Dizer que todo este esforço está sendo empregado em vão,
não será a expressão da verdade porque, felizmente, uma boa parcela dos
Espíritos encarnados tem se interessado vivamente pelo assunto, e enveredou
pela senda que lhe há de proporcionar uma passagem tranqüila quando essa
oportunidade chegar. A parcela dos seres humanos assim despertados e atentos
aos conselhos e ensinamentos recebidos, já está colaborando com os mensageiros
de Jesus junto aos irmãos de suas relações, no sentido de que despertem também
para a vida espiritual, e este fato está ampliando bastante a área de
esclarecimento iniciada pelos emissários de Jesus.
Aí está, então, uma
tarefa a ser empreendida igualmente pelos leitores deste livro, aceitando de
bom grado o seu ingresso na categoria de mensageiros encarnados que Nosso
Senhor lhes confia, e na qual hão de resultar poderosas luzes para os seus
Espíritos, ao regressarem ao seu plano de vida no Além. A tarefa é simples e
muito fácil de desempenhar. É apenas uma questão de amadurecimento espiritual,
obtido mediante a observância de quanto vem sendo divulgado através dos livros
do Irmão Thomé e das páginas deste, que eu venho especialmente redigir para os
meus estimados irmãos terrenos. Bem sei que alguns de meus leitores, ainda
presos a interesses materiais, julgando-os porventura entre os objetivos da vida
terrena, poderão sentir à primeira vista ser-lhes bastante difícil o ingresso
na categoria de missionários encarnados, mas eu lhes direi que o não é
absolutamente. Eu lhes direi que para os seus Espíritos isso constituirá uma
tão grande alegria, assim uma espécie de realização de suas mais caras
aspirações, capazes de transformar completamente a idéia possivelmente
contrária inicial. Existe efetivamente uma alegria tão grande a envolver os
Espíritos devotados ao trabalho santo do Senhor, que uma vez experimentada jamais
os abandonará. Isto acontece, tanto no plano físico como no espiritual, onde
também vivem Entidades refratárias à prática do bem e do amor ao próximo. Estas
estão sendo igualmente esclarecidas a respeito do seu progresso e felicidade
como seres espirituais, sendo motivo da maior alegria para todos nós a
constatação do seu devotamento ao trabalho espiritual, apenas recebidos os
primeiros reflexos do seu devotamento à boa causa.
Poderá parecer estranho
aos viventes atuais desta pequena esfera terrestre, o empenho com que hoje se
entregam à tarefa de que me ocupo, tantos milhares de Entidades altamente
evoluídas, com o só objetivo de esclarecimento dos nossos irmãos encarnados. O
fato deve-se, conforme foi sobejamente explicado, à necessidade de preparar a
grande maioria dos encarnados de hoje, sobretudo os maiores de quarenta anos,
para ingressarem em breve num outro planeta de vida mais adiantado do que este,
se para isso se encontrarem devidamente preparados. Fazendo parte desta classe maior
de quarenta anos, encontram-se Espíritos possuidores de certa experiência,
adquirida à custa de vidas numerosas em que foram duramente provados, e,
voltando à Terra em sua atual existência, apenas necessitam de um pouco mais de
luz espiritual para melhor se conduzirem no Além. Foi precisamente para
despertar no coração desta categoria de irmãos o interesse pelas coisas do
Espírito, que o Senhor Jesus nos enviou à Terra a transmitir os conselhos e ensinamentos
que aí ficam, uma vez que outras Entidades estão em preparativos para vir ao
solo terreno, a fim de operar transformações de ordem moral e técnica de que o
mundo terreno está necessitando. Assim, ouvidos e atendidos os conselhos que
lhes trazemos, os encarnados do momento atual, ao partirem do solo terreno,
irão participar da alegria de quantos estão sendo conduzidos a determinado
plano de luz no mundo espiritual.
Diariamente se estão
verificando desencarnações de Espíritos que a véspera se poderiam considerar
ainda cheios de vida, e no entanto dispunham apenas de algumas horas de
permanência no corpo. Outros muitos desencarnam ao cabo de períodos mais e
menos longos de sofrimento, durante os quais a quase totalidade muito apelou
para a Divina Providência, entrando assim em contato com uma força espiritual
que de há muito deveriam cultivar. Contudo, fazendo-o durante o período da
enfermidade, em que o Espírito sempre se dirige ao mundo espiritual, conseguem
esses irmãos amenizar bastante o esquecimento em que mergulharam em relação aos
seus deveres espirituais. Seus rogos emitidos da carne enferma chegam ao
destino e preparam o Espírito para uma recepção a melhor possível quando seu
regresso se verificar. E aqueles que partem inesperadamente, sem terem tempo
suficiente para se comunicarem com o Além? Se a vida destes irmãos se tiver
desenvolvido no olvido completo de seus deveres espirituais, então, meus
queridos, sua recepção e acomodação no plano espiritual não será das mais desejáveis
nem mais confortáveis espiritualmente falando. Mas acontece por vezes, e não
muito raramente, que uma boa parcela dos irmãos desencarnados inesperadamente,
pelo estado de ignorância em que viveram em relação às leis espirituais, não
consegue durante certo tempo elevar-se do solo terreno, por se conservar demasiadamente
acorrentada aos interesses da matéria. E quando isto se dá, somente estes dois
fatores lhes poderão valer para elevá-los até ao plano onde possam repousar em
paz: a oração fervorosa de seus familiares ou a sua própria, proferida com
verdadeira unção. O melhor será, por conseguinte, preparar-se cada qual desde
agora com devoção e fé, como quem tivesse a certeza prévia de que o dia de amanhã
poderia ser o dia de seu regresso. Assim procedendo metodicamente, elevando
diariamente o coração aos paramos siderais, que são em conjunto os diversos
planos do mundo espiritual, não só estarão os seres humanos a coberto de
qualquer surpresa, como estarão construindo eles próprios a vivência de luz
espiritual que os aguardará a seu tempo.
Para ilustrar um
pouco a vossa imaginação em relação ao valor da fé cristã como elemento de
felicidade e bem-estar espiritual, eu recorrerei a fatos ocorridos no passado,
naquele passado que continua a ser presente para mim, quando me dediquei com
todas as minhas energias à divulgação do Cristianismo em terras do Oriente próximo.
Viviam os povos das regiões que percorri a serviço da boa nova de Jesus,
inteiramente mergulhados na obscuridade de doutrinas utilitárias que em nada os
ajudavam após o encerramento da vida corporal. Como o grau de instrução da
quase totalidade daquelas boas criaturas não fosse além das quatro operações
nas melhor preparadas, que eram pequena percentagem, conclui-se que o analfabetismo
predominava por toda parte, e com ele a completa ignorância das leis
espirituais. A minha pregação cristã, assim como a de meus companheiros de
tarefa, conseguiu despertar principalmente os Espíritos daquelas gentes para o
entendimento das coisas de Deus, que nós divulgávamos de par com a consoladora
doutrina de Jesus. Tendo assim percorrido e evangelizado quase todos os
territórios da Ásia ocidental, era natural que nos sentíssemos estreitamente
ligados por laços espirituais aos nossos irmãos visitados com o empenho que pusemos
em nossa pregação religiosa.
Uma vez libertado do
meu invólucro carnal, agasalhei a idéia de percorrer em Espírito as cidades,
vilas e povoados por mim visitados em vida, na tentativa de poder observar
resultados relacionados com o meu trabalho evangélico. E aqui vos refiro com
verdadeira alegria, que estes foram altamente compensadores dos esforços
despendidos junto àquelas almas simples. Pude então verificar a sensível
diferença apresentada pelas almas evangelizadas das que, ou não o foram, ou preferiram
permanecer em suas crenças materiais. Verifiquei então que as almas ou
Espíritos encarnados das pessoas que se entregavam à prática dos ensinamentos
cristãos ministrados por nós, apresentavam cada qual o seu ponto luminoso
apenas visível às Entidades espirituais, ao passo que as pessoas não
evangelizadas nenhuma luminosidade apresentavam. Procurei observar, como segunda
referência, o que acontecia a umas e outras pessoas no momento da desencarnação
e a seguir, como elemento de comprovação para mim acerca da crença de cada
classe de pessoas. O resultado desta observação serviu para me convencer ainda
mais da necessidade que existe de que toda a população do mundo terreno enverede
sem mais demora no estudo e prática da doutrina trazida à Terra por Jesus de
Nazareth. Constatei em todos os lugares por onde passei no desempenho do meu
apostolado do primeiro século, que as almas evangelizadas na fé cristã, ao se
desprenderem do corpo pelo fenômeno da morte, desferiam um vôo em direção a
determinado plano espiritual, graças à luminosidade incrustada pela sua crença
e fé na doutrina de Jesus. Enquanto semelhante fenômeno se verificava com as
almas evangelizadas, eu constatava com sincera tristeza que as demais, aquelas
que preferiram conservar-se ao nível utilitarista em que viviam, ou as
residentes nos lugares onde não consegui alcançar, ao se desprenderem do corpo
físico permaneciam desconsoladas e atônitas, sem qualquer idéia ou rumo a
seguir. Outra observação ainda fiz a esse tempo, e que eu reputo do maior interesse
para vós em conhecê-la, que é a seguinte: a luminosidade apresentada pelas
almas evangelizadas e adesas à fé cristã, funcionava ao desencarnarem, como
elemento de atração ou chamamento de Entidades afins que delas se aproximavam instantaneamente
e as acolhiam, para juntas se desprenderem da face da Terra em direção ao novo
plano de vida; ao passo que tal assistência não ocorria àquelas que
desencarnavam imbuídas de suas velhas crenças.
Estas observações,
escusado será dizê-lo, foram para mim altamente confortadoras, e muito me
compensaram da luta que tive de sustentar para difundir a consoladora doutrina
de Nosso Senhor Jesus. Isto constatado, porém, não consegui sopitar minha
própria reação contra aqueles que tão violentamente me impediram de semear em
quantos outros povos a mesma semente do Cristianismo, tão necessária então como
hoje à salvação das almas. Este sentimento porém — esclareceu-me o Senhor Jesus
— não devia permanecer em face da marcha ininterrupta dos tempos, pois que as coisas
acontecem quando devem acontecer, e sempre para o bem da humanidade. Minha
pregação não teria alcançado o êxito que alcançou se eu não tivesse sido
sacrificado daquela maneira.
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