Se os homens e as
mulheres do momento que passa pudessem formar uma idéia aproximada do que os
aguarda em seu caminho a percorrer daqui para o futuro, se todos pudessem
avaliar no que consiste a evolução a que algum dia deverão atingir, estou bem
certo de que uns e outras introduziriam várias modificações em seu viver atual.
A vida dos seres humanos nesta pequena esfera se processa à base da
inconsciência das responsabilidades de cada um, vivendo dia por dia sem maiores
preocupações de natureza espiritual.
Mas foi unicamente
para viverem as preocupações de natureza espiritual que todos os homens e
mulheres vieram à Terra, exatamente para adquirirem um pouco mais de
luminosidade e progresso para seus Espíritos, isto é, para si mesmos. A luta
pela vida, assim designada pelos homens a sua vivência na Terra, tornar-se-ia bastante
mais suave se todos escrevessem nos seus registros diários estes dois
princípios salutares: oração e meditação. Estes princípios adotados no Alto
pela totalidade das almas conscientes de si mesmas, acarretam para elas a paz e
a tranqüilidade de que necessitam todos os seres do Universo. Aos viventes
neste plano físico se recomenda seguidamente a observância dos mesmos
princípios como meio de tornarem sua vivência mais suave, mais tranqüila e
feliz, pelo afastamento das numerosas dificuldades que a muitos viventes se apresentam
em vários momentos.
Aqueles que adotarem
o hábito de orar e meditar ao fim de cada dia de trabalho, estarão com isso buscando
na fonte de suprimentos do mundo espiritual, ajuda, inspiração e força para que
possam transpor vantajosamente a série de obstáculos existentes no caminho que
devem percorrer. Esta é uma das principais recomendações que o Senhor Jesus nos
manda apresentar a todos os homens e mulheres através dos livros ditados por
este meio, em face do valor dessa prática para todos os viventes neste plano.
O hábito da oração e
da meditação diárias serve ainda para desenvolver e apurar no homem como na
mulher certas faculdades de que são portadores e que muito úteis lhes serão na
captação de grandes e belas idéias em favor do seu maior sucesso na Terra. É sabido
que os Espíritos encarnados trouxeram consigo do Alto um conjunto de faculdades
e aptidões para serem por eles desenvolvidas durante a sua permanência na
carne, das quais resultarão não poucas alegrias e vantagens para a sua vida na
Terra. Essas faculdades e aptidões encontram-se em estado latente na mente de
todos esses Espíritos, e só necessitam de desenvolvimento para que possam apresentar-se
e funcionar. O momento da oração seguida da meditação ao fim do dia de trabalho
é precisamente o indicado para o desenvolvimento daquelas faculdades e
aptidões, visto ser esse o momento em que o Espírito orando e meditando está
atraindo luminosidade sobre si mesmo, da qual resulta inclusive o desenvolvimento
das várias faculdades e aptidões de que o mesmo é portador.
Eu apresentaria aos
meus leitores os minutos despendidos diariamente com a oração e meditação, como
aqueles em que o mecânico atesta a sua bateria todas as noites ligada à
corrente elétrica para que a mesma possa funcionar a contento todo o período do
dia seguinte, seja em que espécie de trabalho for. O cérebro humano pode ser
comparado em certo sentido a uma perfeita bateria, de cuja corrente ele se
alimenta e funciona diariamente, a serviço do Espírito. Se este, além da carga
que lhe proporciona mediante a alimentação do corpo, ainda adotar o princípio
da captação da energia mental por meio da prática da oração e da meditação,
então poderá contar com um suprimento inesgotável de energia mental na captação
de grandes e belas idéias capazes de elevá-lo à categoria dos homens extraordinários
que passaram pela Terra.
Podereis ter a
curiosidade de me perguntar se os homens que não oram nem meditam não serão
capazes de realizar grandes coisas em sua vida. E podereis aduzir que
conhecestes alguém nestas condições que, sem se entregar a esse belo hábito
chegou a realizar algo extraordinário. Eu vos esclarecerei então, que esses
homens usaram intensamente a faculdade intuitiva para captar as idéias que conseguiram
realizar. Na falta da oração e da meditação tal como aqui vos são recomendadas,
aqueles homens usaram o pensamento em seus momentos de repouso, fazendo-o girar
em torno dos seus objetivos. Quer isto dizer: esses homens meditaram
longamente, de preferência nos momentos de se entregarem ao sono, mas também nas
horas de trabalho. Se não usaram a prática metódica de orar e meditar ao fim do
dia, eles se concentravam nos seus objetivos possivelmente dia e noite, do que
resultou captarem as idéias que lograram pôr em prática.
De um modo geral
posso assegurar-vos que só os homens que pensam demoradamente, isto é, que
meditam, conseguem realizar grandes obras em sua vida. Uma prova disso vos a
tereis acompanhando a vida do trabalhador braçal cujas preocupações se concentram
na sua tarefa diária para alcançar o sustento de sua família. O operário em
geral, aquele cuja tarefa diária não exige determinados conhecimentos técnicos,
vivendo por conseguinte o dia a dia, dificilmente poderá ascender a postos de
direção ou comando por lhe faltar o necessário desenvolvimento mental. Mas, se
este operário se entregar diariamente ao exercício da oração seguida da meditação,
é certo que não apenas alcançará meios de impulsionar o progresso em sua
ocupação, como ainda captará do mundo mental idéias que poderão promovê-lo da
função que exercer à de direção e comando, tornando-o até industrial.
Esta recomendação que
insistentemente fazem todos os emissários do Senhor Jesus, de que todos os
seres humanos adotem a prática da oração e da meditação diárias, envolve além
de outros, estes dois grandes objetivos: o de manter o Espírito em permanente contato
com as Forças Superiores para receber delas toda assistência espiritual em
todos os momentos, e o recebimento de grandes e belas idéias que circulam no
plano mental e podem ser executadas neste plano físico por aqueles que as
captarem.
Vedes pelo que aí
fica o duplo objetivo alcançado por aqueles que oram e meditam diariamente.
Grandes coisas poderão realizar na Terra os homens que adotarem tão belo
hábito, assim como o fizeram metodicamente ou não quantos lograram realizar
algo importante neste pequeno mundo terreno. Sendo o plano mental uma fonte
perene de grandes e pequenas idéias à disposição de quantos se disponham a
captá-las, por que não tentarem todos os homens e mulheres contribuir por sua vez
para o aperfeiçoamento do que encontram no seu ambiente?
Para finalizar o
presente capítulo eu relatarei um fato ocorrido há bem pouco tempo no Alto, num
dos planos habitados por Espíritos de mediana evolução, ou seja, Espíritos que
viveram na Terra na meia obscuridade, ocupados no desempenho de tarefas de
nenhuma evidência social, desconhecidos, por conseguinte. Cogitavam os dirigentes
desse plano de promover diversos melhoramentos relacionados com as condições
gerais da vivência de todos os Espíritos ali estagiários e resolveram realizar
uma consulta geral, uma espécie de plebiscito para auferirem dessa maneira a
opinião e sugestões de cada um. Formuladas as questões e distribuídas estas,
esperaram os dirigentes as respectivas respostas para melhor se orientarem
acerca do que mais desejavam as almas residentes no plano.
Das questões então
formuladas constavam inclusive perguntas sobre o que mais aspiravam aquelas
almas para se considerarem felizes, mais ainda do que já o eram naquele plano
onde nada faltava à sua perfeita tranqüilidade. Passado o tempo necessário a formulação
das respostas às questões apresentadas, foram estas recolhidas e detidamente
examinadas, analisadas e selecionadas pelos dirigentes do plano. Verificou-se
após a devida classificação que uma notável percentagem de almas
considerar-se-ia muito mais feliz se conseguisse a necessária permissão para
voltar à Terra numa nova reencarnação, durante a qual procuraria implantar no
ambiente terreno as mais belas idéias de fraternidade e amor ao semelhante, tais
como aquelas vigentes no plano em que se encontravam.
Um grande número de
almas, calculadas aproximadamente em sessenta por cento das consultadas,
responderam que nada mais aspiravam para a felicidade por se julgarem
inteiramente felizes naquele plano espiritual. Um número regular,
aproximadamente - quinze por cento, desejava descer à Terra munido de certos
poderes e condições para reformar o que na Terra existe, inclusive implantar
entre a humanidade certos hábitos e deveres capazes de fazê-la galgar mais rapidamente
novos degraus em sua escala de progresso espiritual. E mencionaram essas almas
algumas das condições a seu ver capazes de conseguir os seus objetivos, entre
elas as seguintes: estabelecer na Terra a obrigatoriedade de todos os seres
humanos se reunirem em seus bairros ou localidades das dezoito às dezenove
horas diariamente para orarem em conjunto, fechados os estabelecimentos do
comércio e da indústria durante esse período. Teria essa prática o objetivo de
se dirigirem os homens e as mulheres em conjunto ao Senhor Jesus e a todas as
Forças Superiores num só pensamento, cuja onda se ampliaria
extraordinariamente, de modo a executar no ambiente terreno a eliminação de
todos os elementos psíquicos pejorativos, gerados pelos pensamentos inferiores
dos seres humanos. Argumentava aquela parcela de almas que o estabelecimento de
uma tal prática entre os seres humanos de todas as regiões da Terra seria capaz
por si só de implantar a felicidade, a fraternidade e o amor entre a
humanidade. Se isto lhe fosse permitido e bem assim concedidas lhes fossem as
condições e poderes para tanto, dispunham-se a reencarnar ao mesmo tempo em
várias regiões desta esfera com o belo propósito de apressarem o progresso espiritual
e a felicidade de quantos se encontram na Terra.
Outras respostas
ainda foram recebidas variando os objetivos de outras almas, visando ao que no
seu entender poderia contribuir para a sua maior felicidade.
Classificadas e
estudadas pacientemente todas as respostas recebidas, os dirigentes do plano
desejaram falar eles mesmos às várias parcelas de almas, segundo as respostas
recebidas, a fim de trocarem idéias a respeito de sua execução. Chegou por fim
a vez de se dirigirem àquela parcela que objetivava a reunião dos seres humanos
em horas certas na Terra para orarem juntos, como o meio de alcançarem mais
rapidamente a sua evolução espiritual.
Reunida aquela
parcela de almas à sua vez, assim se pronunciaram os dirigentes do plano, pela
palavra da Entidade designada para esse fim:
- Estimados filhos
que acorrestes ao nosso convite e aqui vos encontrais: apreciamos atentamente o
vosso pronunciamento em resposta ao questionário que vos enviamos e aqui
desejamos debater o assunto das Vossas respostas. É altamente confortador para
nós, responsáveis por este plano perante Nosso Senhor Jesus, constatarmos que
todos vós aqui presentes situastes a vossa maior felicidade no encaminhamento
dos nossos irmãos encarnados na Terra para a oração em conjunto, diariamente,
cessadas temporariamente todas as atividades. A idéia é realmente excelente, estimados
filhos, pelo fato de criar uma corrente mental poderosa, capaz de destruir
todos os elementos psíquicos prejudiciais aos seres humanos, porque
inteiramente negativos.
Estudada atentamente
a vossa idéia, porém, cumpre-nos esclarecer-vos que a mesma, uma vez posta em
prática, reunindo os seres humanos em oração nas horas previstas por vós,
decorreriam daí inconvenientes para muitos dos nossos irmãos encarnados que
teriam de cessar as suas atividades em todos os setores, o que importaria em
prejuízo para muitos deles, no que o hábito da oração jamais poderá importar.
Desejo esclarecer
então a todas vós, almas queridas em processo de aprimoramento espiritual, que
a oração tanto pode ser proferida em conjunto de muitos irmãos como
individualmente, para alcançar o seu objetivo. As instruções disseminadas na
Terra por todas as seitas religiosas são no sentido de que todos os encarnados
cultivem o hábito da oração, se possível em horas certas diariamente, mas também
em outras horas que mais lhes convenham, uma vez que a oração proferida com
verdadeiro sentimento de fé, alcança realmente o objetivo, que é a iluminação
daquele que a profere e a sua proteção no plano em que se encontra. Nós
reconhecemos e agradecemos a todas vós, almas queridas, a sinceridade e
elevação dos vossos belos sentimentos e verdadeira demonstração de fé na
oração, na realidade o caminho mais curto para alcançar cada ser humano a sua iluminação
e felicidade espiritual.
Antes de terminar o
nosso esclarecimento a todas vós, desejo dizer-vos que o vosso pronunciamento,
devidamente apreciado pelos dirigentes deste plano, vai ser encaminhado à
apreciação do Divino Mestre Jesus, de quem esperamos autorização para que
tenhais em breve uma nova encarnação no solo terreno, onde ireis aumentar o
número dos nossos irmãos que lá se empenham na difusão do sábio princípio da
oração.
Recebei pois a bênção
do Senhor Jesus, que em seu nome vos lançamos neste momento - assim concluiu a
Entidade, em nome dos dirigentes daquele plano espiritual.