Os trabalhos que
estão sendo realizados na Terra, correspondem a uma necessidade que se fazia urgente
desde alguns séculos, para adaptar o planeta à vivência da próxima geração. Os
historiadores do futuro registrarão a fase atual da Terra como fim de um ciclo
e início de outro que se prolongará por muitos séculos em fora. A Terra não
podia deixar de acompanhar a evolução de todos os demais planetas habitados,
adaptando-se às circunstâncias peculiares à evolução dos seus habitantes. Toda
vez que uma nova civilização se encaminha à vivência em qualquer planeta,
certas modificações ali se antecedem, sem o que essa vivência se tornaria
impossível.
No caso da Terra,
segundo já foi assaz divulgado, há necessidade de melhorar diversas áreas do
seu solo para que possam tornar-se úteis aos respectivos habitantes. E como os
melhoramentos que se tornam necessários não podem ser operados em silêncio, eis
porque se vos tem dito que isso ocorrerá por meio de atos realizados na profundidade
do solo com repercussão estrondosa. Já estais entretanto bem cientes e por isso
prevenidos acerca desses atos, para não vos deixardes surpreender por eles.
Uma boa maneira de
vos harmonizardes convosco próprios, para não vos abalardes em vossa tranqüilidade
de seres espirituais que realmente sois, será, a meu ver, considerardes-vos em
vilegiatura em determinada região, cidade ou estância, à qual nenhuma outra
ligação vos prenda além do vosso próprio desejo de usufruir as vantagens que
nesse lugar existem para a vossa vida, tranqüilidade ou repouso. A certa altura
foi-vos dito que tereis de ir embora dali porque o local da vossa hospedagem e possivelmente
os demais que lá houverem têm de entrar em obras e que só muito poucas pessoas
lá permanecerão em conseqüência das obras a iniciarem-se. Vós que não
pertenceis ao lugar e ali estareis apenas transitoriamente, tomareis desde logo
a vossa resolução: arrumareis a vossa bagagem tranqüilamente, lançareis um
olhar de despedida à localidade, tomareis a vossa condução, ou seja a condução
habitual a quantos devam retirar-se como vós, e regressareis ao lar que
deixastes bem longe ou próximo dali, onde prosseguireis na vossa vida nas
circunstâncias que lhe forem peculiares. Esta imagem tem o objetivo de ilustrar
o fato que poderá verificar-se em dias,
meses ou anos próximos, em relação aos acontecimentos programados para o vosso
pequeno mundo terreno.
Se ocorrer que alguns
dos meus estimados leitores venham a ser convidados pelas Forças Superiores a
regressar ao lar que deixaram em algum lugar, perto ou distante daquele em que
se encontrem, o processo a utilizar é mais ou menos o acima descrito, com a
diferença apenas de que neste caso a sua bagagem deverá estar arrumada com bastante
antecedência, desde agora, por exemplo, porque poderá dar-se que a intensidade
dos trabalhos na região não ofereçam margem de tempo para arrumá-la, mas apenas
para aquele olhar de despedida de que acima falei.
Isto que aqui
escrevo, está claro, é apenas uma hipótese do que poderá acontecer, mas que
acontecerá sem dúvida em muitos lugares da Terra. E como nenhum prejuízo moral
ou material poderá ocorrer a quantos estiverem devidamente atentos aos
acontecimentos e convenientemente prevenidos para enfrentá-los, entendo que o melhor
para todos é prevenirem-se desde cedo, desde o momento em que tomarem
conhecimento destas linhas, e iniciarem a sua preparação.
Se me fosse possível
traçar-vos um quadro bastante ilustrativo dos planos espirituais onde vivem
milhões de almas que não puderam descer à Terra para uma nova reencarnação, e
também outros muitos milhões daquelas que, tendo encerrado sua última existência
na carne, se encontram no gozo de um repouso merecido, se me fosse possível
traçar-vos, como disse, um quadro desses planos, e evidenciar para a vossa
compreensão, a paz, a tranqüilidade e bem-aventurança de quantas almas
conquistaram na Terra estes divinos dons, estou certo de que todos vós,
leitores meus, ficaríeis ansiando pelo momento de vos desprenderdes também dos
laços que vos prendem ao corpo que habitais, para vos transportardes imediatamente,
se possível, àquela vivência espiritual que vos aguarda.
Eu vos esclareço
entretanto, que aquele que isso fizesse por antecipação ao momento que lhe foi
deferido para permanecer na carne, estaria cometendo um ato condenável contra
si mesmo, contra a sua própria vida terrena, e nessas condições não lograria
ver-se transportado ao seu plano espiritual. Sendo as leis divinas sábias e perfeitas,
contra as quais nenhuma espécie de violência subsiste, aquele dos meus leitores
que, empolgado com o que venho de dizer, viesse a praticar um ato de violência
contra si mesmo, ver-se-ia imediatamente surpreendido com a sua permanência ao
lado do corpo ou em torno dele, por tanto tempo quanto fosse preciso para completar
o que lhe cumpriria viver encarnado. E até que esse período decorresse, quanto
sofrimento motivado pelo ato impensado teria então de padecer! Conclui-se,
assim, que a vida terrena de cada ser humano não lhe pertence, mas à Divindade,
e só Ela pode determinar o seu fim, ou a sua interrupção.
Ao homem como à
mulher incumbe o dever de zelar pela saúde do organismo que conduzem, como
veículo que é de sua permanência no solo terreno, sendo até regiamente premiados
aqueles que souberem prolongar ao máximo a vida do corpo que construíram e
usaram em sua permanência na Terra. Isto se torna tanto mais necessário, aliás,
quanto sabemos todos nós, como é difícil no Alto conseguir-se a necessária
permissão para uma nova reencarnação. Existem no Além, conforme já referi,
muitos milhões de almas desejosas de descer ao solo terreno para o prosseguimento
do seu curso de aprendizado e não conseguem ver realizado esse desejo. Isto,
meus caros leitores, deve ser dito e proclamado bem alto por todos para que o
saibam se possível todos os homens e mulheres que conheceis, a fim de que todos
possam aproveitar a sua encarnação atual para se prepararem como devem e necessitam.
Uma vez esta encerrada e regressados ao Alto, seus Espíritos irão verificar
eles próprios toda a verdade contida nestas palavras.
Todos nós Espíritos
de Luz que descemos à Terra em missão de serviço divino lamentamos no íntimo do
coração, a observação que nos é dado fazer porque ressalta por toda a parte aos
nossos olhos, de seres humanos já
possuidores de alguma elevação espiritual, e por isso de um grau regular de
inteligência, deixarem-se arrastar à prática de atos inteiramente incompatíveis
com as leis divinas, como se adormecidos estivessem no interior do corpo que
conduzem.
Contemplar, por
exemplo, a promiscuidade de homens possuidores de luz espiritual e
inteligência, com criaturas ainda carecentes destes predicados, mergulhados no
prazer condenável do álcool, cujo efeito duradouro consiste no embotamento de
suas mais belas faculdades, é para todos nós motivo de profunda tristeza em
face do prejuízo daí decorrente para a elevação e felicidade desses Espíritos.
Eu rogaria então a
todos os meus estimados leitores que se fizessem arautos do bem e da felicidade
na Terra, aconselhando a quantos privarem de sua amizade que se afastem do
álcool e dos prazeres menos dignos, como meio de se elevarem mais rapidamente
na escala do seu progresso espiritual. Esta recomendação é feita permanentemente
pelos Guias espirituais de cada um desses nossos irmãos encarnados ao seu
Espírito durante as horas de sono do corpo. Acontece, porém, que só muito
dificilmente a memória física registra o que ao Espírito foi dito, e por isso é
que eu vos peço sejais vós próprios intérpretes daquela recomendação,
transmitindo-a de viva voz aos vossos amigos.
Estareis com isso
tornando-vos autênticos servidores do Senhor na Terra, porque contribuindo para
o bem e a felicidade dos vossos companheiros de jornada terrena.
A seguir vou
contar-vos uma pequena história que, estou certo, muito vos há de agradar. É a
história de um homem que viveu na Terra como todos nós aqui vivemos inúmeras
vezes, em busca de conhecimentos e experiência, evolução enfim. O homem de quem
me vou ocupar viveu pela última vez entre os demais há perto de quinze séculos
e teve a seu cargo a direção de um grande país habitado por um conjunto de
raças bastante bulhentas, todas disputando a primazia no valor e na
inteligência. Havia igualmente uma variedade de crenças religiosas segundo os
pendores de cada raça.
Como fossem grandes
as suas preocupações em administrar o país a contento de todos, e isto é
realmente uma tarefa impossível, o homem de quem me ocupo, visando a contentar
a todos os seus governados, solicitou um dia que cada raça humana lhe indicasse
o seu elemento mais categorizado para desempenhar funções de seu conselheiro, a
fim de que pudesse governar o país a contento de todos.
Processou-se então a
seleção dos melhores, o que levou algum tempo a concluir em virtude do processo
adotado, que pareceu a todos excelente. Inicialmente cada raça humana
escolheria um número de cem pessoas julgadas as mais categorizadas para exercer
a função de conselheiro do rei. A seguir, essas cem pessoas elegeriam entre si
os melhores em número de vinte, selecionados, por conseguinte, entre aquela
centena de pessoas julgadas em condições de exercer a elevada função.
Processada a escolha
do melhor dos vinte selecionados, verificou-se grande dificuldade em apontá-lo
porque todos os resultados eram iguais ao fim de vários escrutínios: apareciam
todos com igualdade de votos - um cada um. Isto sucedeu na seleção das várias
raças humanas que povoavam aquele grande país.
Como não aparecesse o
resultado esperado, que seria o nome do elemento mais categorizado das várias
raças para servir de conselheiro do rei, este determinou, após longos meses de
tentativas feitas pelos próprios, que se apelasse para o sorteio entre os apontados
como qualificados, visto como um deles apenas de cada raça poderia ocupar o
ambicionado cargo.
Esta determinação foi
recebida com certo desgosto por quase todos os que a si mesmos se consideravam
nas condições desejadas, mas não havia como resistir a ela. Procedeu-se pois ao
sorteio, e surgiram cerca de oito elementos indicados, a desempenharem as
funções de conselheiros do rei em todos os assuntos administrativos do país.
Com esta medida
visava o soberano invalidar os protestos de todas as classes a certos atos administrativos,
leis e regulamentos baixados em favor da vida administrativa e da felicidade do
seu povo. Atraindo para junto de si os elementos considerados mais
categorizados de cada parcela dos seus governados, considerou o soberano haver
eliminado para sempre os votos contrários e os protestos de cada uma daquelas
parcelas populacionais.
Assim constituído o
corpo de seus conselheiros, verificou o soberano que uma poderosa corrente de
simpatia se alastrou por todos os recantos do país, cujos habitantes
demonstravam a sua perfeita compreensão da medida inteligentemente adotada pelo
seu soberano. Em face de tal medida, se em cada deliberação opinava um elemento
categorizado de cada parcela da população, nada mais haveria a reclamar como
anteriormente. A população em peso fez questão de manifestar a sua simpatia e
decidido apoio ao soberano que tão inteligentemente procurava eliminar motivos
de insatisfação do seu povo. A partir de então, fazia questão o soberano de que
todo e qualquer ato administrativo fosse referendado pelos conselheiros indicados
pelas respectivas classes.
Bem depressa
entretanto, surgiram as insatisfações do povo. Certas medidas referendadas,
porque aceitas pelos conselheiros, medidas destinadas a regularizar práticas e
atitudes um tanto viciosas da população, foram recebidas com manifestações de
protesto geral, porque em todas as classes ou raças da população se praticavam
os mesmos vícios. Essas manifestações de protesto não surpreenderam, em face
dos hábitos contrariados pelas medidas adotadas. Uma segunda medida adotada a
seguir, relacionada com os direitos e deveres de cada um, numa época em que os
mais poderosos só conheciam os limites de sua própria vontade no trato com os
demais, produziu uma onda de protestos violentos por parte das classes abastadas,
mas, paralelamente, o apoio ostensivo dos menos favorecidos. Um trabalho foi
logo iniciado pelas classes abastadas no sentido de substituir no conselho do
soberano o seu representante, e eram vários, dado que em diversas raças havia
homens abastados e poderosos. Levado o assunto ao conhecimento do soberano,
este impôs uma só condição: apresentassem um substituto para o elemento que
pretendiam demitir.
Os descontentes
reuniram-se seguidamente e por muito tempo sem haverem conseguido selecionar o
seu novo representante, dado que todos eles ambicionavam ocupar aquele elevado
posto na administração do país. E não conseguindo chegar a um resultado por meio
de eleição, determinou o soberano que o fizessem por sorteio, o que foi
obedecido. Foram dessa maneira substituídos todos os conselheiros, uma vez que
todas as classes se mostraram desgostosas com o seu representante. O soberano
atendia pacientemente a todas as reclamações que lhe eram encaminhadas neste
sentido.
A história seria
longa se relatada em suas minúcias. Resumirei porém, dizendo-vos que o novo
corpo de conselheiros ao referendar certa medida que importava no comportamento
moral de cada cidadão em relação ao seu semelhante, medida que implicava no
reconhecimento de que todos os homens e todas as mulheres são filhos de Deus e
por conseguinte irmãos entre si, o novo conselho ao referendar tal medida,
viu-se imediatamente envolvido em nova onda de protestos das classes abastadas
e poderosas, cujos elementos argumentavam que o rico jamais poderia
considerar-se irmão do pobre e do miserável, e, por conseguinte, o
representante que haviam indicado deveria ser demitido do corpo de conselheiros
do soberano.
Este, sempre cordato
e desejoso de contentar o seu povo, concordou na formação de novo conselho se
isso correspondesse aos desejos de cada uma das classes que os indicaram,
estabelecendo apenas uma condição: as medidas até então adotadas eram definitivas
porque atendiam em sua extensão à maior felicidade de todos os seus súditos e
portanto à grandeza moral do país. Esta condição foi aceita e um novo conselho
foi constituído, o qual teve oportunidade de referendar novas e salutares
medidas administrativas. A cada uma ou duas delas, porém, sucedia nova onda de
protestos com a imposição da substituição dos respectivos conselheiros. O
soberano, pacientemente, solicitava a indicação de novos representantes, os
quais teriam à sua vez de referendar medidas que se tornavam necessárias à vida
e bem-estar dos seus habitantes.
Para finalizar eu vos
direi que as substituições de elementos categorizados para a função de
conselheiros do soberano, só terminou quando os vinte anteriormente escolhidos
ocuparam à vez aquela elevada função num período de muitos anos, ao fim dos quais
o país foi dotado de todas as medidas que haviam de contribuir para a sua
perfeita organização moral e espiritual. O homem que realizou semelhante tarefa
é conhecido no Alto como um dos maiores administradores que passaram pela Terra
em todos os tempos.
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