Se me fosse permitido
penetrar no íntimo de todos os seres humanos atualmente na Terra, e dizer-lhes
com toda a minha sinceridade que a grande maioria deles necessita de alterar o
rumo que vem trilhando em sua existência, eu o faria, pela alegria imensa que
isso me daria, quando esses irmãos encarnados se apercebessem da realidade. É
bem certo que compete aos homens e mulheres contribuírem em cada uma de suas
passagens pela Terra para o aperfeiçoamento das condições que encontram,
legando aos sucessores um mundo cada vez melhor, porém não importa este dever
na sua absorção completa pelos interesses dessa vida material.
Antes de tudo e acima
de tudo, devem manter presente em sua memória todos os homens e mulheres que
são almas encarnadas, Espíritos de Deus em missão de aprimoramento moral neste
pequeno mundo físico, pelo que lhes incumbe pensar e agir em função do objetivo
que trouxeram do Alto para a presente encarnação. E este objetivo, todos o
sabem de sobra, é a aquisição de novas luzes para o seu diadema espiritual.
Este diadema, estimados leitores, poderá parecer-vos mera figura de retórica
para justificar o argumento referente à necessidade que todos têm de se
empenhar na prática de atos bons, dos quais possam resultar luzes e bênçãos
para o Espírito. Devo dizer-vos porém, que a figura espiritual do diadema
existe realmente no Alto em relação a todas as almas em peregrinação pela Terra.
Tal seja, portanto, a conduta da alma ao longo dos vários decênios em que aqui
permanecer, o seu diadema espiritual será enriquecido das luzes que resultaram
das atividades e comportamento da alma no plano terreno, ou, ao contrário, tal
seja esse comportamento, as luzes lá deixadas, não vou dizer que se apagam, por
serem conquistas realizadas pela alma; porém podem sofrer a conseqüência de
certas más ações do plano terreno, cobrindo-se de uma espécie de névoa que a
todos nos entristece. Acontece ao diadema espiritual nos casos que acabo de
referir, o mesmo que verificais no vosso sistema de iluminação quando sucede um
enfraquecimento da corrente dos geradores. Vossas lâmpadas conservam-se acesas,
porém tão fracas em sua projeção luminosa que podeis fitá-las a olho nu sem o
menor reflexo. No Alto sucede coisa parecida ao diadema pertencente às almas
que na Terra se desviam do caminho reto ou nada fazem no sentido de reforçar, ampliando-a,
a luminosidade do seu diadema espiritual.
Alonguei-me um pouco
no assunto do parágrafo anterior, mas o fiz com o importante objetivo de vos
esclarecer um pouco o que conheceis a respeito dos reflexos da ação das almas
na Terra, pró ou contra o seu progresso espiritual. Repetirei então aqui as
minhas palavras iniciais de
que se me fosse permitido eu penetraria em todos os corações com o objetivo de
que todos os seres humanos seguissem sempre os caminhos certos e só praticassem
boas ações. Isto, contudo, não me é permitido, nem a mim nem mesmo ao Senhor
Jesus, que o faria igualmente com o mesmo fim, e isto porque tendo sido
concedido aos homens e mulheres o uso do livre arbítrio, é necessário que eles
mesmos se conduzam como lhes parecer melhor, e até que errem de vez em quando
para sentirem também eles próprios as conseqüências do erro. É princípio aceito
em todos os planos do Universo, inclusive no vosso pequeno mundo, que mais facilmente
se assimila uma lição pela experiência adquirida do que pela simples explanação
do assunto, o que constitui uma verdade autêntica. E aqui me ocorre a repetição
do fato tão vosso conhecido, da criança à qual a mãezinha tanto recomendara que
não tocasse na brasa para não se queimar. Apenas a mamãe se afastou, a criança
na sua curiosidade infantil não resistiu à tentação de experimentar o contato
de uma brasa tão bonita e tocou-a com o dedo. Aquele grito que emitiu ante a
pequena queimadura, valeu por uma experiência para toda a sua vida. Ficou
sabendo, porque sentiu que o fogo queima, e dessa convicção ficaram impregnadas
todas as suas células. A experiência é, pois, o nosso maior professor na vida espiritual.
A diferença que existe, entretanto, entre a experiência da criança que queimou
o dedo na brasa e os seres humanos, é que estes, uma vez praticada a falta ou
infração às leis divinas, nem sempre podem corrigir-se na mesma existência
terrena. Casos existem que se transportam para o plano da alma e só podem ser recuperados
numa existência futura. Citarei aqui por exemplo, o fato de algum ser humano,
seja porque motivo for, vir a interromper a existência de outro, contrariando o
princípio divino do não matarás. Ainda que o ser humano que tal infelicidade
tiver, venha a ser punido pelas leis humanas, vendo-se privado da liberdade de
locomoção, ele terá de sofrer pena semelhante à falta cometida, em sua próxima encarnação.
Mas isso não é tudo, infelizmente, para o ser humano que tal falta cometer. Após
haver deixado na Terra os despojos materiais que usou, essa alma dificilmente
encontra sossego onde quer que se encontre. Ficou de tal maneira gravado em seu
corpo fluídico o ato praticado contra um seu semelhante, que isso pode ser visto
por todas as almas do seu plano, o que é bastante triste para o faltoso. Mas
decorrem desses atos ainda outras conseqüências. Se, por exemplo, o conjunto de
almas de um determinado plano, pelo seu merecimento, dedicação e experiência
adquirida, vier a ser promovido a mais elevado nível de vida espiritual, dessa
promoção tem de ser excluídas as almas portadoras da marca deixada pela
interrupção do fio de vida de outras almas na Terra. E isto pode vir a
repetir-se mais de uma vez no Alto; a sua preterição em ascender a outros
planos de vida espiritual, que muitas dessas almas infelizes passam a empenhar-se
decididamente para regressarem à Terra, já com a determinação de serem vítimas
do mesmo ato. Daí o dizer-se que nem todas as vítimas são inocentes. Nesta
existência, é possível que o sejam; porém, sendo a vida uma só através dos
milênios e por todo o porvir, temos de aceitar que até hoje, a única vítima
inocente foi o Senhor Jesus ao tentar conduzir a humanidade pelos caminhos de
Deus. Devemos lamentar sinceramente, por conseguinte, sempre que presenciarmos
ou tivermos notícia do sacrifício de qualquer dos nossos irmãos terrenos,
porque nele se refletirá uma nova infração à lei divina. Contudo, devemos
lamentar muito mais o criminoso do que a vítima, considerando que aquele
adquiriu um novo carma a resgatar aqui mesmo, ou mais tarde, quando a
Providência Divina determinar. Quanto à vítima, poderemos admitir que nesse ato
se operou a recuperação de uma falta do passado. Devemos então orar por ela, para
que a mesma possa reconquistar o precioso tempo perdido entre os atos em que
tiver sido autor e vítima.
Em seguida quero
ministrar-vos um ensinamento ainda pouco divulgado entre vós, e do maior
interesse para todos os leitores, quiçá para todos os seres humanos. Quero
referir-me então à maneira pela qual os homens e as mulheres devem proceder a
partir de certa altura da vida, mas também desde a mocidade, que muito melhor
será para todos. É comum verificar-se por toda a parte o empenho dos homens e
das mulheres da meia idade em diante, em se tornarem jovens na aparência
física, pelo constrangimento de se acharem menos belos do que antes. Notam as
primeiras rugas na face e nas mãos e se reconhecem francamente no caminho da
velhice, mas com verdadeira tristeza. Eu lhes ensinarei aqui a maneira de todos
poderem conservar a juventude do corpo e conseqüentemente sua bela aparência
física. O processo é adotado em mundos mais adiantados do que a Terra, onde os
corpos se conservam jovens e belos por toda a vida dos seres neles viventes.
Começarei por vos reafirmar que nada contribui tanto para o envelhecimento da
matéria quanto estes dois elementos: a contrariedade e o pensamento. A
contrariedade, originada, ou do interesse contrariado ou de algum fato
desagradável, provoca no íntimo um verdadeiro distúrbio glandular. Esse
distúrbio altera por algum tempo toda a função orgânica, com o que sofre, e
muito, todo o processo do
metabolismo. Desse distúrbio ainda resulta a necessidade da eliminação pela
pele, dos resíduos celulares devidos à contrariedade que lhes deu causa. A
eliminação desses resíduos produz nas partes da pele exposta ao ar uma ação
desagregadora, culminando na elasticidade dos poros. As pessoas fáceis de se contrariarem
vão perdendo lentamente aquele belo aspecto dos vinte anos, que de outra
maneira podiam e podem conservar por várias décadas. Uma boa receita para
evitar a contrariedade, que não é minha mas de uma Grande Entidade, é evitarem
todas as pessoas de se deixarem dominar pela contrariedade no momento que a
mesma se apresenta. Então a melhor receita para evitá-la, segundo aquela Grande
Entidade, é deixar a contrariedade para o dia seguinte. Se no dia seguinte,
decorridas vinte e quatro horas, entenderem que vale a pena se contrariarem,
então que o façam. Até hoje, porém, de quantos encarnados adotaram o processo
ou a receita, nenhum jamais se contrariou. Resultado: o fígado conserva-se em
perfeito funcionamento até aos oitenta ou mais, assim como os demais órgãos, o
coração especialmente. E se todos os órgãos internos funcionarem como aos vinte
anos, claro que a aparência do ser humano terá de ser a mesma.
Isto que aí fica,
refere-se ao comportamento material em relação ao organismo. Há, contudo, um detalhe
da maior importância na conservação da saúde e manutenção da juventude da pele:
o movimento intestinal. Deste movimento certo, preciso, regular em cada vinte e
quatro horas é que resulta o aspecto sempre belo, atraente da pele em todas as
idades. Assim como os seres humanos não podem passar um só dia sem se alimentarem,
porque isso é um imperativo da natureza, da mesma maneira há imperativa
necessidade da eliminação intestinal diária para a manutenção da saúde, e fator
de longevidade. Este particular deve ser observado com o maior rigor por
motivos que não necessito de mencionar aqui por serem todos bem conhecidos.
Referirei a seguir o
que diz respeito à ação do pensamento sobre a conservação da saúde, juventude e
mesmo da beleza do corpo humano. Já sabeis ser o pensamento o elemento de
ligação externa do ser humano, isto é, a forma dele se comunicar com o mundo invisível,
tão íntima e perfeitamente quanto aprender a usá-lo diariamente. Pelo
pensamento consegue o homem como a mulher atrair do mundo invisível tão belas
coisas para o seu bem-estar material e moral, que todos nós desejamos que os
encarnados aprendam a utilizar-se diariamente desse poderoso elemento de ligação
com os centros espirituais capazes de lhes proporcionar bens e saúde em
abundância. O processo é, aliás, bem fácil de usar. Bastará usar o pensamento
durante dez a quinze minutos durante a meditação noturna, formulando nesse
período a imagem das suas aspirações mais caras. O pensamento projetará no éter
que circunda a Terra a imagem dessas aspirações, um desenho, a bem dizer, daquilo
que cada qual aspirar, e essa projeção tem a virtude de dar forma àquelas
imagens, atraindo-as para quem as projetou. É por este processo que homens e
mulheres que aprenderam a pensar metodicamente, mas eficientemente, têm
conseguido em todos os tempos realizar aspirações que se tornaram caras ao
coração.
É também pelo
pensamento que o homem como a mulher, podem influir na conservação da saúde e
juventude do corpo. Isto se consegue pela adoção do hábito da oração diária na
hora de deitar, uma oração proferida em profunda concentração, dirigida ao
Senhor do Mundo que é Nosso Senhor Jesus. A oração é conduzida pelo pensamento
ao plano mais elevado do mundo espiritual relacionado com a Terra, e traz de
volta àquele que a profere, os mais puros fluidos espirituais de saúde e
bem-estar. As pessoas que se habituam a este tipo de oração diária, recebem
aquela valiosa dádiva do mundo espiritual, como efeito da oração que
proferiram. Esses fluidos assemelham-se a um chuveiro de bênçãos que se derrama
realmente sobre a fronte daquele que ora, e têm o mérito de se transformar em saúde
para a pele e de profundo bem-estar para todo o organismo.
Na própria via
pública nos é fácil identificar as pessoas dadas ao hábito da oração fervorosa
de todos os dias. Paira sobre suas frontes um halo de luz azulada, sinal de se
tratar de almas boas, sinceras e humildes, característica das almas possuidoras
de certo grau de evolução. São possuidoras de tez mimosa, inspiram-nos desde
logo uma grande simpatia pela bondade que em seu semblante refletem.
Aí está, pois, uma
maneira eficiente de todos se conservarem jovens e atraentes até à proximidade
dos cem anos, se é que alguém deseja permanecer na Terra por tão longo período.