Passa já da hora o vosso despertar espiritual . . . Saiba que a tua verdadeira pátria é no mundo espiritual . . . Teu objetivo aqui é adquirir luzes e bênçãos para que possas iluminar teus caminhos quando deixares esta dimensão, ascender e não ficar em trevas neste mundo de ilusão . . .   Muita Paz Saúde Luz e Amor . . . meu irmão . . . minha irmã

terça-feira, 31 de janeiro de 2017

CAPÍTULO XXI - Livro: Corolarium – ditado pelo Espírito de Maria de Nazareth ao médium Diamantino Coelho Fernandes. Aconteceu num mundo semelhante a este. — Realizado o esclarecimento prévio da população. — Uma parte concordou e preparou-se; outra parte pôs de quarentena; uma terceira recusou os conselhos recebidos. — Almas que se precipitam no cosmo.



Aconteceu certa vez num mundo habitado muito semelhante ao mundo terreno, haver necessidade de introduzir modificações na sua superfície, com objetivos também semelhantes aos estabelecidos agora na Terra. A população daquele mundo já excedia de certo modo as possibilidades habitacionais, sendo por isto necessário ampliar em boa parte as respectivas áreas. Isto, aliás, acontece de tempos em tempos em quase todos os mundos habitados, onde surgem essas necessidades. Poderá parecer a muitos dos habitantes atuais da Terra ser isto um fato extraordinário, porém eu lhes direi que a vida dos planetas em muito se assemelha à vida das criaturas, porque jamais estaciona; evolui e se modifica continuamente. 

Desejo então inferir para as minhas queridas filhas e filhos terrenos algo do que aconteceu naquele mundo de que falei em princípio. Havia, como há presentemente na Terra, diversas categorias de almas viventes, muitas das quais poderiam vir a ser atingidas pelos trabalhos empreendidos no solo e terem por isso de ser conduzidas ao plano espiritual em conexão com aquele mundo físico. As Forças Superiores incumbidas de dirigir a vida dos seres encarnados naquele plano físico, iniciaram o processo de esclarecimento das almas em toda a extensão do plano, alertando-as para o que se preparava no Alto, convidando a todas, sem distinção de categoria, a se prepararem para uma possível viagem de regresso ao Alto, sem tempo para disporem dos seus interesses materiais, tal como vem sendo feito pelos emissários de Jesus neste vosso pequeno mundo.  

As reações produzidas então pelas almas encarnadas, variavam entre a aceitação pronta das recomendações vindas do Alto, as atitudes menos crentes nessas recomendações, e a recusa de uma boa parte da população em acreditar no que lhes recomendavam as Forças Superiores daquele mundo. Acontece que quando no Alto se tomam deliberações a respeito do que deve ser feito em qualquer plano ou mundo habitado, isso é feito invariavelmente com uma grande margem de tempo, o suficiente para difundir o assunto por toda a superfície do mundo em causa, a fim de evitar a surpresa para os respectivos habitantes. Uma vez, porém, estabelecida a margem de tempo para a efetivação dos propósitos em vista, essa margem não mais se altera, e os dias a encurtam desde esse momento até que os fatos se produzam.  

Assim aconteceu, pois, no mundo em referência. A margem de tempo entre os prognósticos e a realização dos fatos, era mais do que suficiente para que todos os habitantes do plano tomassem perfeito conhecimento do assunto, e se preparassem devidamente, segundo as instruções vindas do Alto. As almas já possuidoras de certo índice de discernimento, receberiam como verdade o que se lhes dizia em nome das Forças superiores, e trataram de se preparar para as eventualidades. Entregaram-se com dedicação à sua preparação sobretudo moral, em ligação constante com o seu mundo superior, de maneira a poderem seguir um caminho certo em direção ao mesmo, quando isso viesse a acontecer. Esse estado evolutivo desta categoria de almas corresponde de certa maneira ao das que neste mundo vivem atualmente em ligação permanente com o Senhor Jesus, e por isto se encontram também preparadas para qualquer eventualidade que possa surgir. Havia a seguir a categoria daquelas almas que não acreditam facilmente senão naquilo que podem ver ou tocar, e por isso preferem pôr de quarentena o que do Alto lhes dizem os emissários de Jesus, a esperar pela confirmação. Esta categoria de habitantes do mundo em referência, constituída de cerca de metade de sua população, não tendo desprezado embora as recomendações vindas da parte das Forças Superiores, também não cuidou da sua preparação espiritual para uma partida imprevista. Vinha a seguir a categoria de almas absolutamente refratárias a toda espécie de ensinamentos, recomendações ou conselhos de ordem espiritual aos quais recusam intransigentemente dar ouvidos. São as almas encarnadas pertencentes à terceira categoria, muito semelhantes a numerosas das também viventes neste plano terreno, possuidoras de uma convicção bastante arraigada de que nada existe fora do que suas vistas alcançam, e que tudo se encerra para sempre na morte do corpo. Sucedeu, portanto, que esta terceira categoria de habitantes do mundo em referência recusou tomar conhecimento do que lhes anunciavam as Forças Superiores por considerarem de todo impossível que vida e inteligência pudessem existir em seres de contextura diferente, mormente porque, argumentavam, se alguém assim lograsse viver na imensidão do infinito, nenhuma ação inteligente jamais poderia exercer sobre criaturas possuidoras de um cérebro para pensar, refletir e agir com eficiência como era o seu próprio caso. Esta categoria de almas, que representava parcela sensível daquela população, recusou terminantemente as advertências e recomendações largamente difundidas em seu mundo, para que se preparassem para  enfrentar acontecimentos de monta, em tempos que se aproximavam.  

Assim como as nuvens se movimentam lentamente sobre as áreas nas quais vão descarregar suas torrentes de água a inundar o solo e quantas vezes destruir obras, haveres e vidas de modo impetuoso, assim se aproximaram do mundo referido os acontecimentos planejados para nele operarem modificações substanciais em sua superfície. Esse momento ocorreu ao fim do prazo preestabelecido pelas Forças Superiores, e as consequências, os efeitos produzidos, corresponderam exatamente às previsões de seus mentores do mundo espiritual. Enquanto os efeitos produzidos pelas torrentes se processam do alto para baixo, conduzindo em sua passagem o que exista sobre o solo, no caso em foco os fatos se processaram do interior da esfera para o exterior, logicamente com grande estrondo em face dos elementos mecânicos usados para esse fim. O que se observou então, passados os primeiros momentos de pânico entre a população? Passados esses primeiros momentos de terror pânico, um quadro bastante constrangedor era observado, principalmente nas regiões mais populosas. Montanhas fendidas umas, derrubadas outras, edifícios destruídos em grandes áreas habitadas, cursos de água interrompidos a procurarem caminho por sobre os escombros, cidades por assim dizer completamente arrasadas. E as populações, o que foi feito delas? Uma grande parcela das almas viventes nessas regiões fora libertada do corpo físico que era seu, e estava sendo recolhida e conduzida por outras almas em missão de socorro, ao plano onde devia estacionar no mundo espiritual. Para esse momento psicológico foi que as Forças Superiores haviam empreendido uma larga campanha de chamamento a todos os habitantes daquele mundo em processo de transformação. O que previsto fora pelas Forças Superiores estava acontecendo então, e todos os esforços eram empregados na tarefa de salvação de todas as almas que haviam sido atingidas em seus veículos físicos. Enquanto se tornava tarefa fácil recolher e conduzir as almas preparadas, aquelas que haviam aceito as recomendações do Alto e se preparado espiritualmente para aquela eventualidade, numerosas das que preferiram esperar pelos fatos ali se encontravam atônitas em face da confirmação dos fatos anunciados, e clamavam em altas vozes por socorro, embora este lhes estivesse sendo prestado. Estas almas, mesmo após recolhidas e acomodadas em veículos fluídicos ali estacionados para esse fim, persistiam em gritar por socorro, até que os mensageiros socorristas as aconselharam a orar em vez de gritar. Este conselho foi para aquelas almas aflitas o mesmo que uma caneca de água fria na fervura. Logo passaram a sentir-se calmas, tranquilas, cessando toda excitação provocada pelo inesperado. Disse então a estas almas em número bastante avultado, quando já se encontravam perfeitamente tranquilas na condução que as levaria ao seu plano espiritual, um dos mensageiros socorristas: 

— A oração, conforme acabais de constatar, tem o mérito de acalmar as almas e aproximá-las do Criador. Em muitos e muitos casos, a oração supera o próprio sofrimento. Milhares de outras almas que aceitaram as recomendações vindas do Alto, e as puseram em prática com dedicação e amor, ei-las que acabam de partir naqueles belos veículos que vieram busca-las e que nenhum sofrimento padeceram. Perfeitamente preparadas espiritualmente, aquelas nossas irmãs deixaram tranquilamente seus corpos físicos e instintivamente se aproximaram dos mensageiros socorristas que as recolheram nos seus veículos. Vão tranquilas, acomodadas confortavelmente, e felizes em busca do repouso a que fizeram jus pelo seu viver correto neste mundo físico. Orai, pois, minhas irmãs, orai muito, orai sempre, desde este momento, e certamente alcançareis, em breve um estágio semelhante ao das nossas irmãs que seguiram à frente. 

Havia, porém, o sério problema do socorro às almas endurecidas, aquelas que haviam recusado, de toda maneira, preparar-se para aquela eventualidade. Esta categoria de almas, das quais muitas haviam sido também atingidas pelos acontecimentos, jaziam sobre o solo em estado semelhante ao dos próprios corpos. Muitas destas almas não haviam conseguido separar-se do corpo e ali jaziam também como se houvessem morrido. Esta parcela de almas foi fácil de socorrer, principalmente aquelas que se encontravam livres dos escombros. Porque outras sem qualquer desenvolvimento espiritual, permaneciam ligadas ao corpo mesmo sob os escombros, havendo certa dificuldade em retirá-las dali e conduzi-las para o Alto. Isto, entretanto, se fez com maior ou menor duração de tempo, mas foram afinal socorridas também. Já não sucedeu o mesmo a uma certa parcela destas almas que, tomadas de pânico em face da positivação dos fatos anunciados, largaram violentamente o próprio veículo e saltaram no infinito com tal impulso que se precipitaram na região cósmica, onde só muito dificilmente puderam ser alcançadas.   

Precipitando-se no cosmo, estas almas inteiramente despreparadas espiritualmente, por falta, em grande parte, do hábito da oração, não conseguiram por isso emitir vibrações cujo sentido pudesse ser alcançado pelos mensageiros socorristas do seu plano. Assim peregrinaram algumas centenas ou milhares de almas por assim dizer dispersadas do rebanho a que pertenciam, sentindo-se inteiramente perdidas e para sempre no vácuo no qual se precipitaram. Uma vez mais, entretanto, a misericórdia divina se incumbiu de recolher aquelas almas então desesperançadas de recuperação pelas Forças Superiores do próprio plano. Isto ocorreu, porém, algum tempo decorrido, tempo que pode ser contado por anos e anos de padecimento moral nas regiões insondáveis do cosmo.  

Por iniciativa das mais ativas, resolveram aquelas almas dispersadas reunir-se num bloco compacto, para assim experimentarem a prática da oração em conjunto, esperançosas de poderem desta maneira alcançar o socorro espiritual e o próprio rumo a seguirem, visto como na profundidade do vácuo em que haviam caído, nenhuma orientação logravam ter acerca do rumo da salvação. Assim fizeram, recordando recomendações antes recusadas, quando nada acreditavam do que lhes fora recomendado. Reuniram-se assim em oração ao Criador de todos os mundos, implorando por aquele meio o socorro, a salvação, paz e tranquilidade de que tanto careciam. A idéia posta em prática surtiu o desejado efeito. A vibração espiritual emitida por aquele conjunto de almas alcançou os dirigentes do plano a que pertenciam, e também os de outro plano espiritual, donde partiram caravanas de socorro guiadas pela fonte emissora daquelas vibrações. As diversas caravanas socorristas passaram a emitir por sua vez vibrações orientadoras e ao mesmo tempo atrativas na direção daquelas almas, as quais celebraram com alegria a proximidade do socorro solicitado ao Criador. A operação foi então felizmente concluída, sendo aquele conjunto de almas antes endurecidas, recuperado para o plano a que pertenciam. A permanência vivida no insondável do cosmo operou sobre elas o efeito da sua lapidação, dado o lapso de tempo em que tiveram de esquecer os interesses materiais deixados no mundo físico, para apenas concentrarem suas forças mentais na magnanimidade das leis divinas. O lapso de tempo vivido por aquele conjunto de almas em desesperança lapidou várias de suas imperfeições anteriores, projetando-as alguns degraus acima em sua escala evolutiva.  

Este acontecimento que venho de relatar bem sucintamente, eu o considero bastante ilustrativo para todas as almas viventes neste mundo terreno neste fim de civilização. Existe uma grande coincidência entre os fatos ocorridos naquele mundo de que falei e os que devem ter lugar no vosso próprio mundo. Coincidência também existe entre as diversas categorias de almas  de outro mundo. Também se encontram presentemente na Terra pessoas que receberam como verdade as recomendações que vêm sendo difundidas através de livros para que se preparem para o que possa acontecer, e por isso se estão preparando espiritualmente para a viagem de regresso se isso lhes ocorrer. Estas pessoas podem ser consideradas integrando a primeira categoria de almas viventes no momento presente. Também temos constatado a existência de pessoas que pouco crédito emprestam aos conselhos e recomendações vindos do Alto por intermédio dos enviados do Senhor Jesus, julgando-as não raro apócrifas, sem autenticidade, sob a alegação de que a Terra é dos seus habitantes, a ninguém competindo nela interferir. Também considera, esta classe de pessoas, absolutamente inoperantes as Entidades espirituais no plano físico, e daí não darem ouvidos ao que vem sendo divulgado em livros iguais a este. Há, coincidentemente, a categoria dos endurecidos, que são almas ainda bastante jovens, carecentes de experiência porque pouco vividas, e que por isso se recusam a pôr em prática as recomendações espirituais. O que poderá vir a suceder bem proximamente na Terra, será a repetição do quadro citado em principio, sendo então para todos lamentarmos o que poderá vir a suceder às duas ultimas categorias de almas aqui especificadas.  

Filhas e filhos encarnados a quem eu muito amo de todo o coração: preparai-vos sem perda de tempo, com todo o fervor dos vossos corações, porque os fatos estão bem próximos e nada poderá impedir que eles se positivem, porque é urgente, é imprescindível adaptar o solo terreno às necessidades das gerações que se aproximam. Fazei isto, mas fazei de todo o coração, para que vossas almas, se atingidas pelos fatos, sejam recolhidas e carinhosamente conduzidas, frontalmente ao plano a que pertenceis, que é aquele mesmo em que habitamos eu, o senhor Jesus, e todos os Grandes Espíritos que evoluíram na Terra. Fazei isto, filhas e filhos muito amados, no interesse do vosso próprio bem, é o que eu vos peço e recomendo.  

Deixo-vos aqui a bênção que o Senhor vos envia por meu intermédio, e a minha própria que eu vos ofereço de todo o coração.

CAPÍTULO XX - Livro: Corolarium – ditado pelo Espírito de Maria de Nazareth ao médium Diamantino Coelho Fernandes. Do aprimoramento das qualidades morais. — Todas as ações produzem reflexo. — Uma chave que abrirá todas as possibilidades às almas encarnadas. — Novos detalhes sobre o parque celeste. — No vale das orquídeas: originalidade notável destas flores.





Desejo apresentar aqui às minhas queridas leitoras e estimados leitores um assunto de grande interesse para todos, não apenas enquanto estiverem vivendo a vida terrena, como também quando chegar o momento de retornarem à vida espiritual. É um assunto que toca particularmente à alma de cada um, devendo por isso contribuir bastante para a sua maior tranquilidade e felicidade. Desejo tratar então da maneira pela qual deverá cada alma encarnada preparar desde a Terra a sua ascensão aos planos mais elevados do mundo espiritual.  

A vida terrena, já o sabem todos os leitores das obras espiritualistas, tem por objetivo máximo o aprimoramento das qualidades morais das almas que obtiveram permissão para vir à Terra, e isto deve ser conseguido através de uma existência mais ou menos longa, em contato com outras almas também encarnadas. Há necessidade, portanto, do desempenho de atividades de ordem material para a obtenção dos meios de subsistência do corpo, já que a alma ou Espírito não necessita de outra espécie de alimento além da prece diária. É, pois, no desempenho das atividades materiais que as almas ou seres humanos devem tratar de aprimorar suas qualidades morais, o que vale dizer aprimorar e dar provas de suas virtudes. Para isso eu desejo deixar aqui os princípios por meio dos quais todas as filhas e filhos facilmente alcançarão grande progresso na Terra.  

Sabendo-se inicialmente que compete à alma a faculdade de pensar, raciocinar e agir no plano terreno, e que o corpo apenas executa aquilo que a alma lhe determina, segue-se que a idéia que a alma deve ter sempre presente em suas atividades diárias, é a de que todas as suas ações nesse terreno produzem um reflexo, uma consequência em sua vida e felicidade, não apenas neste plano, mas igualmente na sua vida espiritual. Assim sendo, cabe à alma raciocinar tranquilamente no desempenho de suas tarefas materiais, a fim de que nada ocorra em contrário aos princípios da maior correção moral, seja qual for o setor de suas atividades. Tendo presente a necessidade de obediência constante àqueles princípios, e agindo nesse sentido, estarão as almas encarnadas palmilhando na Terra o caminho certo e seguro que lhes há de permitir desenvolver as suas belas qualidades morais, e também o seu poder magnético, que lhes permitirá a realização de grandes e úteis objetivos.  

Já sabem igualmente as leitoras e os leitores deste livro, pelo que já adquiriram através de outras leituras especializadas, que se encontram bem perto das almas encarnadas na Terra, outras almas incumbidas de as acompanhar, ajudar e proteger contra os perigos invisíveis e outros mesmo visíveis, mas igualmente incumbidas de anotar em detalhes a maneira pela qual aqui se desempenham de suas tarefas, do que resultará o próximo futuro dessas almas. Eu fornecerei em seguida, para uso das minhas filhas e filhos terrenos, uma chave que muito os ajudará na sua vivência atual, abrindo-lhes todas as possibilidades futuras. Esta chave consiste em terem sempre presente em todos os seus atos ao longo da presente existência, que o Senhor Jesus estará presente onde quer que se encontrem, com o propósito de anotar os seus pensamentos registrar suas palavras e conversas, para deles ajuizar sobre o mérito de cada alma encarnada. Tal seja, por conseguinte, a maneira de agir, o comportamento, pensamentos e atos das almas assim assistidas pelo Senhor, maior poderá ser a ajuda recebida em suas atividades, ou, o que seria para lamentar, o abandono das almas à própria sorte. Procedendo, entretanto, como ficou dito acima, cientes da presença do Divino Mestre ao lado de cada alma encarnada, fácil lhes será ajuizar do que pode agradar ou desagradar ao Senhor, e, portanto, o que deixarão de fazer. Isto que aqui vos deixo minhas filhas e filhos queridos, é algo de muito importante em vossas vidas atuais, e de belas consequências em vossas vidas futuras. Se, ao tentardes empreender seja o que for, vos dispuserdes a refletir um instante acerca de como o Senhor apreciaria o vosso empreendimento, prontamente vos ocorrerá a resposta certa à vossa reflexão e podereis então decidir acertadamente. Se assim procederdes, submetendo antecipadamente à apreciação do Senhor tudo quanto desejardes empreender ou praticar, e se agirdes segundo a resposta recebida no vosso coração, então eu vos asseguro de antemão as maiores alegrias ao longo da vossa vida terrena, e a plena felicidade espiritual ao retornardes ao vosso plano no Além. Isto que sugiro custa bem pouco, porque apenas um instante de reflexão e nada mais. Mas isso feito, deveis obedecer ao sentido da resposta recebida do Senhor e agir de acordo, porque agindo de modo contrário, decerto muito vos arrependereis.  

Em seguida vamos conversar um pouco ainda sobre a vida e as coisas do Além, assunto que me parece despertar grande interesse em vossas almas. Para hoje eu direi algo mais a respeito da visita daquelas almas juvenis da qual tratei em dois capítulos anteriores. Prosseguirei então na descrição do passeio que lhes proporcionei ao belo parque celeste, do qual todos estais lembrados. Deixando para trás o imenso lago, o governante sugeriu visitarmos o vale das orquídeas um pouco adiante, para que as minhas visitas juvenis pudessem apreciar algo de maravilhoso para elas. Tomamos então a nossa condução e em questão de segundos descíamos numa planície situada no centro de um vale de grandes dimensões, todo arborizado de belas essências. Os nossos ouvidos foram tocados prontamente pelo gorjeio suave e harmonioso de alguns milhares de aves pousadas nas árvores, e muitas delas no meio da grama colorida ao longo do vale, parecendo-nos que aquele gorjeio assim de conjunto era bem uma saudação que as aves nos dirigiam pela nossa presença. Eu devo confessar que também me considerava em visita àquele sítio, não me recordando de quando lá tivesse ido anteriormente. Bastante ocupada nas minhas tarefas de atendimento aos milhares de pedidos que me chegam diariamente de todas as regiões deste pequeno mundo terreno, pouquíssimas vezes eu me afasto do meu posto para percorrer o nosso — meu e também vosso — belo parque celeste, onde poderíamos permanecer muito tempo em apreciá-lo. Saudadas assim tão alegremente pelo canto daqueles milhares de aves amigas, dirigimo-nos a convite do governante do parque ao setor das orquídeas, cuja cultura ocupa uma extensão que não me atrevo a avaliar, mas que eu considero uma área de quatro a seis quilômetros quadrados. Informou-nos o governante do parque, que aquele tipo de flores constitui a sua maior alegria, pela beleza e originalidade de muitas daquelas espécies. Minhas visitas mostravam-se verdadeiramente encantadas na contemplação das belíssimas orquídeas que seus olhos admiravam. O governante ia-nos informando acerca da originalidade de muitas delas. 

— Estas aqui, já me conhecem tão bem, que atendem prontamente ao que eu lhes digo. Vou pedir-lhes, por exemplo, que recolham suas bonitas pétalas por um instante, como uma saudação às visitas.   

Ele fez o pedido numa linguagem tão meiga, alegando a qualidade das visitas ali presentes, a quem as belas orquídeas deviam saudar recolhendo por um instante as suas pétalas. Numa fração de segundos isto aconteceu, apresentando-se-nos o belo espetáculo de numerosas daquelas lindas flores de pétalas enroladas sobre si mesmas. Parece realmente incrível que isto possa acontecer; dificilmente acreditável em verdade, mas aí tivemos oportunidade de poder avaliar o grau de evolução em que já se encontram determinadas espécies do ramo vegetal. Passados alguns segundos, eis que novamente se distendem as belíssimas pétalas daquelas orquídeas, voltando ao estado anterior, expostas ao calor dos raios solares. Minha emoção foi tal ao contemplar tão belo espetáculo, que eu me curvei e beijei algumas delas em reconhecimento e testemunho da minha  alegria.  

Eu pedi ao governante do parque que mostrasse às minhas jovens visitas o que mais houvesse nesse setor que pudesse proporcionar-lhes novas alegrias naquela manhã primaveril. Ele conduziu-nos então um pouco mais além para nos mostrar algo de inteiramente novo para todas nós. Mostrou-nos o governante do parque, numa longa depressão do vale inteiramente separada do setor das orquídeas, uma população incontável de pequenos seres animais, numa movimentação constante, em idas e vindas, numa harmonia de quem realmente se entende e estima. Imediatamente pudemos identificar a espécie daqueles pequenos ornamentos da classe animal. Eram o duplo etéreo dos delicados coelhinhos que conheceis na Terra, e que ao perecerem  às mãos dos caçadores ou nas garras de outros animais, voam também para o Alto em direção ao seu próprio núcleo. Minhas visitas sentiram-se surpresas com o fato, porém o governante do parque logo lhes satisfez a curiosidade explicando:  

— Todo animal, por mais ínfima que seja a sua classe, possui um duplo etéreo, que é o elemento instintivo que lhe dirige o corpo físico. Não podemos chamar-lhe Espírito, porque em verdade ainda não o é. É, portanto, um duplo etéreo da classe a que pertence, na escala evolutiva em que ainda se encontra. Cada vez que se verifica no mundo físico a interrupção da vida animal do corpo, o duplo etéreo se eleva em direção ao núcleo que pertence. Desta maneira é que recebemos aqui quase diariamente numerosos destes seres, que regressam ao núcleo que aqui está fixado. Também regressam diariamente à Terra muitos destes pequenos seres, atraídos pela vibração projetada pelo ato de fecundação que lá se operou. Desta maneira esta população se renova constantemente desde séculos com suas idas e vindas da Terra.

Nesta altura da explicação do governante, uma das jovens visitas pediu permissão para fazer uma pergunta, no sentido de saber se além dos coelhos, também retornariam àquele plano os duplos etéreos de outras espécies de animais. Eis a resposta do governante do parque:  

— A lei que preside ao regressos até nós desta espécie animal preside ao regresso de todas as demais espécies em iguais circunstâncias. Tal  seja a permanência das minhas belas jovens neste plano, eu terei a maior alegria em levá-las a vários outros setores, nos quais poderão contemplar numerosos exemplares do famoso e temido leão e outras espécies afins. 

— Ah! Leões não desejo visitar! Tenho muito medo de leões! — declarou prontamente a jovem visita.  

O governante, porém, logo esclareceu, dizendo: 

 — Os leões que voam para aqui no seu duplo etéreo, minha querida, não trazem a sua ferocidade tão temida no plano físico. São mansos, pacíficos. Apenas um pouco desconfiados a princípio. Ao receberem porém a nossa vibração amiga, suave, impregnada do nosso sentimento amoroso para com eles, logo se aproximam de nós e até nos proporcionam oportunidade de os afagarmos.  

— Eu não, não teria coragem de afagar um leão! Deus me livre deles! —  foi a reação da jovem visita à explicação dada pelo irmão governante.  

— Mas teremos outras espécies de animais que as queridas irmãs hão de gostar de apreciar. Temos aqui muito belos leopardos, completamente inofensivos, lindos gatinhos de espécies bastante raras na Terra, muitos daqueles de pêlos sedosos inteiramente brancos, tão estimados quanto mimados no plano físico; temos aqui os mais belos visons do mundo terreno, de cujas lindas peles lá se utilizam as grandes damas à custa da vida dos coitadinhos. Temos no setor respectivo muitos milhares de espécies animais que eu terei a maior alegria em vos mostrar durante a vossa presença neste plano, como hóspedes de nossa muito querida Mãe Santíssima, que por sua vez também não teve ainda oportunidade de visitar esses setores do nosso plano. 

Nossa jovem visitante concordou então em visitar esses setores povoados de animais que viveram na Terra, com exclusão, porém, fez questão de frisar do setor dos leões, lembrando-se do quanto se tornam ferozes no mundo terreno.  

Como tivéssemos caminhado bastante a esta altura do nosso passeio, decidimos regressar ao ponto de origem, donde me chamavam em pensamento os meus assessores para atender certo pedido chegado da Terra, com caráter de urgente. Respondi mentalmente que me apressaria em regressar, e transmiti daquele mesmo local algumas instruções acerca de como procederem desde logo até à minha  chegada. Regressamos pois, ao meu posto de serviço, por meio da condução que nos aguardava no vale das orquídeas. Minhas jovens visitas estavam imensamente felizes com o passeio, e até maravilhadas com o que haviam podido visitar. Dos fatos verificados, os que mais as impressionaram haviam sido: o gosto dos peixes pela música através das canções do governante do parque, a flor que entendia e respondia a perguntas, e por fim o fenômeno evidenciado pelas belíssimas orquídeas, recolhendo suas pétalas em sinal de saudação às almas visitantes.  

Deixo-vos aqui a bênção que o Senhor vos envia por meu intermédio, e a minha  própria que eu vos ofereço de todo o coração.

CAPÍTULO XIX - Livro: Corolarium – ditado pelo Espírito de Maria de Nazareth ao médium Diamantino Coelho Fernandes. Consequências do esquecimento da oração. — O fenômeno da guerra. — Explicação de certas encarnações bastante sofridas. — Solenidade periódica nos planos do Além. — Confraternização das almas nos diversos planos. — Palavras do Senhor no ato de encerramento.



                                       
Ao iniciar o presente capítulo, é meu desejo solicitar a atenção das minhas queridas filhas e filhos encarnados, para o que está acontecendo em várias regiões da esfera terrestre, onde os povos que as habitam se encontram bastante insatisfeitos uns, e convulsionados outros, pelo fenômeno da guerra que já devia ter sido banido da Terra. Esses povos, habitantes das áreas convulsionadas ou a caminho disso, são almas irmãs das vossas que obtiveram permissão para reencarnar em busca de maiores luzes espirituais, tal como vós próprias. A intranquilidade do ambiente no qual se movimentam é devida em boa parte ao esquecimento da oração por uma grande maioria, cuja única preocupação consiste no engrandecimento material. 

É este um fato para o qual eu desejo solicitar a vossa atenção, a fim de que a região em que vos encontrais se mantenha imune aos conflitos humanos, qualquer que seja a sua finalidade. Apoiado na oração diária praticada com devotamento, qualquer povo é capaz de afastar os perigos que ainda surgem tão frequentemente no mundo terreno. Houvesse um pouco mais de conhecimento por parte dos homens elevados aos postos de governo, das leis espirituais e seu funcionamento, decerto se desempenhariam de sua função de governo de maneira mais feliz para os seus governados.  

O momento em que redijo o presente capítulo encontra-se bastante conturbado em várias regiões, como disse, mais acentuadamente nas terras da velha Ásia, berço que foi das várias religiões e dos povos mais antigos do mundo. Vivem atualmente nessas terras asiáticas, almas possuidoras de bom desenvolvimento espiritual, portanto já bastante evoluídas. Sucede, porém, que o esquecimento da oração como hábito diário só tem contribuído para a perturbação do ambiente em que vivem, e daí os desentendimentos constantes e os conflitos armados a que estão sujeitas. Pudessem esses povos das regiões orientais mais próximas ou remotas ouvir em seus corações o conselho que eu aqui lhes envio também do meu coração que tanto se molesta com os seus desentendimentos constantes, e decerto a eles poriam fim, estreitando-se as mãos como seres espirituais irmãos que realmente são. Povo algum conseguiu desde os primórdios da Terra, usufruir vantagens duradouras dos conflitos que haja provocado contra seus contemporâneos, e muito menos conduzir para o Alto, ao fim de sua estada na Terra, qualquer benefício para o Espírito. Compulsai atentamente o relato dos incontáveis conflitos humanos ocorridos no solo terreno, e vereis como têm mudado de domínio as várias regiões deste pequeno mundo. Não se deduz dessa relação imensa de conflitos havidos na Terra, que sejam de índole particularmente guerreira as almas que aqui têm vindo durante as dezenas de milênios decorridos. Absolutamente, minhas queridas; as almas que constituíram gerações e gerações há muito desaparecidas, e mesmo as componentes da atual, possuíam todas as mais belas qualidades que constituem o ornamento dos seres espirituais. A circunstância, porém, do seu contato com a matéria; o tipo de alimentação carnívora e o esquecimento da oração, é que têm contribuído para a série enorme de conflitos, cujo único resultado é a interrupção de vidas de tantas almas vitimadas nesses conflitos. 

Passados estes, despojados os mais fracos das áreas que lhes pertenciam por direito humano, eis que os vencedores, ou passavam a pensar noutras conquistas, ou se entregavam à exploração dos vencidos de maneira inexorável. Este é o quadro levantado pelas gerações de guerreiros do passado. Os chefes responsáveis, cedendo às influências de sua ambição e vaidade, contrariando seguidamente compromissos sagrados de suas almas ao reencarnarem, encontraram a seu tempo no Alto, registrado pelos seus atos e pensamentos, o quadro exato de sua vivência terrena, seguido das respectivas consequências. Estas variam segundo a natureza dos atos cometidos. Há entre elas, porém, algumas bastante dolorosas a serem provadas em vidas subsequentes neste mesmo plano terreno. Citarei, por exemplo, o caso de uma alma a quem foi concedida uma nova encarnação em condições de despertar a compaixão geral à sua passagem. Não faltou quem se lembrasse de responsabilizar a Providência por aquela infelicidade, no desconhecimento das leis divinas que regem a vida em todos os planos. Um ser humano se apresentava aos olhos dos contemporâneos privado de seus membros de locomoção, e também de certas contorções nos membros superiores, capazes realmente de inspirar a compaixão das almas bem formadas. Suas manifestações, entretanto, jamais denotavam humildade em face de sua situação e deficiência. Ao contrário, denotavam estar ali uma alma forte em sua vontade e ambição de domínio, sempre que as oportunidades se apresentavam para ela se manifestar. A alma em referência, por isso mesmo jamais apelou ou aceitou a caridade pública; desde cedo aprendeu a fazer algo que lhe permitisse viver à própria custa e o conseguiu com alguma dificuldade. E vede, minhas filhas e filhos queridos, o que, embora pareça estranho, acontecia frequentemente àquela alma: dotada de grande reserva de humor, ela se divertia a contar histórias alegres às outras almas encarnadas e ria, ria muito, também, completamente esquecida de suas deficiências físicas. Direi finalmente, para encerrar este relato, que a alma em referência, uma certamente entre muitas outras portadoras de outros carmas, havia sido grande chefe de povos, como imperador de uma nação poderosa, em cujo governo conquistou, dominou e até espezinhou as nações menores que tiveram a infelicidade de sua cobiça. Sua reabilitação, contudo, não fora possível numa única encarnação de resgate. Ela aqui esteve em várias épocas vivendo existências sofridas, até que conseguiu recuperar-se das graves faltas cometidas no passado contra a humanidade. Tal Entidade, de quem recebi autorização para me ocupar de suas vidas a título de exemplo, está hoje completamente recuperada de suas atitudes anteriores, já tendo estado aqui no desempenho de tarefas de serviço divino, possuidora hoje em dia de um grande e belo diadema de luzes espirituais.  

Estes fatos têm ocorrido infelizmente em todas as épocas, sendo atribuídos à falta de desenvolvimento espiritual das almas encarnadas. De fato, o conhecimento e a prática dos preceitos contidos nas leis divinas, além de impulsionarem as almas para o progresso e para a luz, impedem-nas, quando em postos de governo, de se entregarem à prática da violência contra os seus semelhantes. Há por conseguinte uma necessidade imperiosa de que os encarnados reservem uma parcela, de suas vinte e quatro horas diárias, para estudar com carinho os preceitos das leis que regem a vida universal, com o fim de apurarem cada dia mais as belas qualidades que possuem, e que somente por esse meio hão de conseguir apurar. Isto custa bem pouco, e a continuação desse estado em breve se transformará num verdadeiro prazer para o Espírito.  
 
A seguir eu relatarei um fato ocorrido há bem pouco tempo no Alto, pelo interesse que certamente sentireis em o conhecer. Trata-se de comemoração periódica que no Alto se realiza em planos de várias categorias de almas sempre aguardada por todas com justificado interesse. Há um dia no ano espiritual, regulado por um calendário diferente deste que usais na Terra, em que se estabelece uma verdadeira confraternização das almas viventes em cada um dos diversos planos. Eu referirei então o que se passou no plano em que eu vivo, e no qual eu tenho esperanças de poder receber um dia as minhas queridas filhas e filhos também muito queridos ora na Terra. Desde as vésperas da solenidade da comemoração, se registrava a chegada de belas almas procedentes de todas as regiões daquele plano que é imenso, vindas em bandos festivos, as quais iam sendo recebidas e acomodadas condignamente, isto é, da melhor maneira que era possível. Nesses dias que se repetem periodicamente, uma luminosidade mais intensa se projeta sobre toda superfície do plano, emprestando ao mesmo uma tão bela cambiante de cores, que isso só por si já constitui motivo de admiração e alegria. Constroem-se então, a título provisório, habitações constituídas de material fluídico translúcido, para acomodação de almas hospedadas em grupos, cuja luminosidade projetada através das paredes dessas habitações, passa a pontilhar de intensos focos de um brilho apreciável toda a imensa área destinada à solenidade da comemoração. 

Tratando-se, por conseguinte, de fatos extraordinários na vida do plano espiritual, cessam as atividades por toda a parte para que todos os seus felizes habitantes compareçam à solenidade, sobretudo pela circunstância de estarem presentes, em cada plano, delegações representativas de planos superiores. No caso do meu plano, eu direi sem qualquer motivo de orgulho, que não existe outro de mais alta categoria relacionado com a esfera terrena, e por isso não recebemos nenhuma delegação representativa de plano mais elevado. Mas recebemos, em compensação, delegações provenientes de planos inferiores, compostas das almas neles eleitas para os representar em tais solenidades. Não é preciso dizer que essa eleição constitui o empenho maior das almas viventes em cada um desses planos, em serem assim designadas para os representarem no plano mais alto, visto como frequentemente acontece, por uma deferência muito especial do Senhor Jesus, serem essas almas promovidas à vivência no plano onde aportaram como delegadas dos seus próprios planos, passando a viver aí permanentemente ou durante algum tempo. O mais comum é passarem a viver permanentemente no plano onde foram representar outros planos, as almas dos planos imediatamente inferiores, possuidoras já de uma categoria bastante elevada, e a viver por determinado período que eu compararei a três meses do vosso calendário, as almas pertencentes aos demais planos de vibração inferior. Isso acontece invariavelmente em relação a todos os planos nos quais se processa a mesma solenidade. 

O detalhe mais impressionante para toda a população que ali se reúne por ocasião destas comemorações, e que constitui por assim dizer a sua parte culminante, é o comparecimento do Nosso Querido Mestre Jesus, acompanhado do seu luminoso corpo de assessores a prestigiar com sua presença tão bela solenidade. Existe na área destinada às reuniões uma elevação preparada especialmente para o Senhor e seus assessores, de maneira a serem vistos de todas as direções. Elevam-se, então as mais belas melodias entoadas pelas almas presentes, acompanhadas por Entidades dedilhando belos instrumentos, entre os quais eu citarei alguns vossos conhecidos, como violinos, harpas, cítaras, guitarras e órgãos, emprestando ao ambiente uma sonoridade tão bela, que por muito tempo continua ressoando aos nossos ouvidos. O encerramento dessas solenidades cabe sempre ao Senhor Jesus, cuja palavra eu direi não ser apenas ouvida, porque é em verdade bebida por todas aquelas almas que adquiriram a felicidade de poderem viver em nosso plano. Eu referirei para vós uma síntese do último encerramento procedido pelo Senhor Jesus, ante os milhares de milhares de almas presentes. Assim se pronunciou então o Nosso Querido Mestre: 
 
— “Filhos meus a quem amo de todo o meu coração! Sinto-me intensamente feliz pela vossa presença a esta solenidade, à qual vindes emprestar as luzes dos vossos belos diademas. Somos assim imensamente felizes pela nossa convivência neste plano de luz onde apenas as almas puras podem ascender. Nossa felicidade, contudo, só será completa, quando nenhuma das nossas almas irmãs necessite de mergulhar em outros planos em busca do aperfeiçoamento que todas vós já alcançastes. Sejam, então, as nossas vibrações dirigidas em uníssono aos planos inferiores, não apenas aos aqui representados por suas luminosas delegações, mas especialmente a todas as almas que se encontram mergulhadas na carne do plano terreno, com o fim de as envolvermos numa onda bem forte do nosso amor, para que possamos contar com o maior número delas junto a nós em nossa próxima comemoração. Concentremos, pois, as nossas vibrações sobretudo no mundo terreno!”   

Neste momento foi assistida pela multidão de almas ali concentradas, a emissão de um poderoso foco de luz em direção aos planos espirituais ali representados, e por fim um ainda mais forte em direção à Terra, tão belo e poderoso, que foi capaz de envolver todo o globo terrestre em sua luminosidade.  

Deixo-vos aqui a bênção que o Senhor vos envia por meu intermédio, e a minha  própria que eu vos ofereço de todo o coração.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

CAPÍTULO XVIII - Livro: Corolarium – ditado pelo Espírito de Maria de Nazareth ao médium Diamantino Coelho Fernandes. Reconstrução do edifício terreno. — Prova de que a morte não existe. — Não há por que temer a morte. — Minha última existência terrena. — Difusão da doutrina espiritualista. — Exortação às almas encarnadas. — A Terra, escola e laboratório.






Os fatos que em breve se hão de registrar em toda a superfície do mundo terreno podem ser comparados aos trabalhos requeridos na reconstrução de grande edifício que se tornou inadequado à vivência de seus moradores, tanto em capacidade como em segurança. Os técnicos incumbidos de proceder à reconstrução desse edifício imaginário têm de promover, ou a sua integral demolição ou a parte que possa corresponder às necessidades de acomodação de maior número de moradores. 
 
O que está em vias de execução na Terra, em grande parte se assemelha à demolição e reconstrução de edifício gigantesco ou uma série deles, com vistas à acomodação duma população algumas vezes maior do que a atual. Não será esta a primeira vez em que na Terra se processam melhoramentos de superfície, porque em verdade isto já tem acontecido em duas ocasiões no decorrer dos últimos doze milênios. Na fase anual, as modificações terão de ser bem mais profundas, em face dos planos elaborados no Alto, para a vinda ao solo terreno de alguns milhões de almas que necessitam de reencarnar para aquisição de novas e maiores luzes. E como as condições atuais deste pequeno mundo já não permitem a habitabilidade duma população maior do que a que aqui se encontra, o recurso único é proceder-se às necessárias adaptações do planeta. O que em consequência poderá suceder, e certamente sucederá até certo ponto, será a partida do solo terreno de maior ou menor número de almas que vivem tranquilamente a sua vida, mas isto apenas servirá para que todas essas almas alcancem prontamente um novo degrau da sua escala espiritual. Partindo do princípio de que ninguém se encontra na Terra em definitivo, por maior que possa ser o seu apego à vida terrena, facilmente se conclui que todos os habitantes do mundo terreno no momento que passa,  terão de regressar a seu tempo ao lar espiritual que deixaram no Alto.  

Das observações que todos temos feito desde tempos imemoriais, concluímos invariavelmente pelo sentido de temor existente no íntimo das almas encarnadas, quando se lhes fala na sua partida da Terra, seja em que tempo for. Isto sucede exclusivamente em face do esquecimento em todas elas, do que conhecem da vivência em outros planos, nos quais a bem dizer têm permanecido muito mais tempo do que na Terra. E havendo esquecido tudo quanto se relaciona com a sua permanência no Alto, acreditam as almas encarnadas que o fenômeno da morte representa para elas o fim. Uma prova de que assim não é, ei-la aqui mesmo na redatora destas linhas, que viveu na Terra vezes seguidas em toda a sua existência de ser inteligente, e hoje aqui está para conversar com as almas encarnadas, tão estimadas, tão queridas do seu coração, que ela deseja considerar suas filhas pelo muito que lhes quer.

Efetivamente, a idéia da morte só atemoriza aqueles que não se tenham dedicado na Terra ao estudo das leis divinas, as mesmas em todos os mundos habitados, em virtude das quais todas as almas percorrem os caminhos evolutivos em todos os planos onde possam adquirir conhecimentos, luz e experiência. Isso de nascer, crescer, viver e morrer, é tão lógico e natural quanto o fato de amanhecer o dia, levantar, trabalhar e se deitar à noite para repetir o mesmo programa do dia seguinte. Este programa é, aliás, tão necessário às almas encarnadas como a alimentação para o corpo que possuem. Sem o período do repouso noturno nenhuma alma conseguiria manter-se no corpo, o qual depressa se esgotaria e pereceria. Da mesma sorte se passa com a alma ou Espírito. Durante o repouso do corpo entregue ao sono, a alma dele se afasta segundo os seus desejos e possibilidades, e vai ao plano que lhe é próprio, onde se encontra com outras almas amigas, parentes em muitos casos, buscando frequentemente soluções para certos problemas de sua vida terrena. No dia seguinte voltam as almas ao corpo, despertam-no e iniciam uma nova tarefa ou prosseguem na anterior. Isto pode ser considerado em perfeita similitude com a vida das almas em cada uma das suas encarnações, com a diferença apenas de que a formação de um corpo e sua preparação, para a vida, é bem mais demorada do que o simples levantar da cama todas as manhãs. Não há, por conseguinte, por que temer a morte, quando se sabe que por meio dela alcançamos belos Planos, onde a vivência das almas pode ser considerada cem vezes mais feliz do que a do corpo no solo terreno. Assim, pois, a minha  palavra a todas as minhas queridas filhas e filhos ainda no corpo, é no sentido de que se libertem desse temor ainda tão comum aos encarnados, porque quando a Providência Divina determinar o regresso de cada uma ao seu plano espiritual, todas hão de poder cumprir o que ora lhes venho dizer.  

Sem desejar voltar a escrever acerca da minha encarnação no século XXIX, pelas recordações melancólicas que o fato me proporciona, eu apenas direi que a chegada do último alento do meu corpo exausto de lutar para se manter constituiu para mim uma das minhas maiores alegrias. Eu tinha também e bastante acentuado o meu apego ao corpo, porque dele me utilizava para trabalhar e viver. Meu único receio consistia na eventualidade de me tornar possivelmente inválida e passar a dar trabalho aos outros. Mas isto só me acontecia nos curtos momentos em que a minha  fé se enfraquecia, em face das circunstâncias que me rodeavam; logo, porém, o meu Espírito reagia, e eu então me interrogava a respeito da minha fé, e a mim mesma me censurava por esses momentos. Logo, entretanto, que a Providência Divina houve por bem me chamar de regresso aos planos de luz, harmonia e tranquilidade espiritual, desliguei-me do corpo cansado, e parti feliz de mim mesma, abençoando de todo o coração a lei divina que nos retira da matéria pesada que carregávamos, para um repouso merecido e jubiloso. Esta é em regra a situação e todas as almas que partem da Terra ao fim duma existência de trabalho e aprendizado, contanto que possam conduzir em sua bagagem, como eu pude conduzir na minha, os frutos luminosos de um labor dedicado o quanto possível ao bem do próximo. Eu, conforme escrevi anteriormente, dediquei minha  última existência terrena à difusão da doutrina espiritualista, visando a iluminar as consciências menos esclarecidas. Isto eu fiz com tão profundo sentimento de amor nos meus trabalhos, que a minha  palavra se impregnava deste puro sentimento, sendo por todos recebida com esse divino dom. Minha maior alegria consistia em receber notícias e declarações pessoais do efeito que minha  palavra ia produzindo nos corações dos leitores, encaminhando-os para a luz espiritual. Ao chegar, porém, ao meu plano de vida no Além, foi que eu pude avaliar toda a extensão da sementeira de luzes que eu havia produzido na Terra.  

Mas deixemos essas recordações em paz. Apenas aludi mais uma vez a elas para apresentar meu próprio exemplo, em torno da felicidade e bem-estar que no Alto aguardam as almas momentaneamente encerradas na carne. Se me permitis uma exortação a mais, esta será no sentido de que paralelamente às vossas atividades materiais destinadas à manutenção do corpo, vos dediqueis um pouco ao bem do próximo, da maneira que mais o possa beneficiar, que é o seu esclarecimento espiritual. A humanidade terrena encontra-se demasiado dividida em assuntos de fé e de crenças religiosas. Sem pretender levantar aqui a menor crítica que seja a qualquer delas, visto possuírem todas os seus fundamentos, eu direi apenas que um dos melhores serviços a serem prestados a todas as criaturas humanas do presente, consiste em as esclarecer acerca de sua natureza espiritual, e seu regresso a esse plano de vida quando sua hora chegar. É necessário ensinar amorosamente a todas as criaturas humanas que elas não são da Terra, que não vieram aqui para ficar, mas apenas para aprender a viver em harmonia com as leis divinas, em busca de maiores luzes para si mesmas. Há urgência mesmo em esclarecer até as mentes mais rudes, que o homem como a mulher são apenas Espíritos em passagem pela Terra, mas pertencentes a outros planos de vida, nos quais deixaram parentes muito caros e numerosos amigos que lá os aguardam no seu regresso. É necessário dizer ao coração de todas as criaturas humanas, qualquer que seja a sua crença religiosa, que todas são irmãs porque filhas do mesmo Pai Celeste, e que a Ele hão de voltar a seu tempo. Sendo, por conseguinte, irmãs todas as criaturas humanas sem distinção de raça ou de cor, motivos não existem para que se persigam ou se hostilizem, mas somente para que se amem, se estimem e se ajudem mutuamente em suas necessidades. É preciso dizer bem alto que ninguém se poderá proclamar dono da Terra ou sequer duma parcela da humanidade, porque sendo transitória a estada de cada criatura no solo terreno, outras também assim o disseram e se julgaram no passado, e todas essas seguiram o caminho que é único para todas as criaturas: os despojos para a terra e as almas para o Alto, de regresso ao seu plano espiritual. Ora, se assim é, porque esta é a lei universal e por isso cumprida em todos os mundos habitados, razões não existem para que as criaturas se possam julgar na Terra donas seja do que for, uma vez que não o são nem do seu próprio corpo. 

Assim, pois, minhas queridas e queridos filhos que vos encontrais vivendo uma existência a mais na Terra, eu vos exorto a elevar os vossos pensamentos para o Senhor Jesus, e a Ele vos dediqueis, dedicando-vos ao serviço divino que é o esclarecimento dos nossos irmãos que perambulam como vós nestes tristes caminhos terrenos. Uma palavra de paz, de amor, de esclarecimento que dirijais aos vossos irmãos menos esclarecidos será um belo serviço que assim prestareis ao Senhor, ajudando-o em Sua tarefa super gigantesca de aprimoramento de todas as almas que o Pai Lhe confiou. A Terra, já o disse, é simplesmente uma escola e um laboratório de almas imperfeitas, que a ela têm vindo durante séculos em viagem de aprendizado. Muitos e muitos milhares de outras almas que aqui também evoluíram, ou se encontram no Alto em tarefas de auxílio ao Senhor Jesus, ou ascenderam à vivência em mais adiantados planos de vida, Muitas destas, contudo, preparam-se para voltar à Terra num oferecimento generoso ao Senhor, para implantarem neste plano terreno certos processos adiantados que aprenderam em outros mundos. Vê-se por este fato o quanto se encontra preparado para trazer à Terra em matéria de progresso de várias ordens, no século XXI. Se, por conseguinte, alguns de vós, minhas queridas ou queridos filhos, fordes chamados de regresso ao vosso plano espiritual, podeis estar certos de que isso acontecerá exclusivamente para o vosso bem e felicidade, e jamais por motivo de alguma desgraça em que eu não desejo falar. Se tal acontecer, uma coisa apenas é mister que leveis no vosso coração e valerá por toda a vossa bagagem a certeza de que aqui viestes como autênticas criaturas de Deus, tendo estabelecido a mais sólida ligação entre o vosso e o coração do Nosso Amado Jesus. Isso vos basta, minhas queridas. Relede este capítulo antes de prosseguirdes, que algo mais nele encontrareis de muito útil para vós. 
 
Deixo-vos aqui a bênção que o Senhor vos envia por meu intermédio, e a minha  própria que eu vos ofereço de todo o coração.