Os fatos que em breve se hão
de registrar em toda a superfície do mundo terreno podem ser comparados aos
trabalhos requeridos na reconstrução de grande edifício que se tornou
inadequado à vivência de seus moradores, tanto em capacidade como em segurança.
Os técnicos incumbidos de proceder à reconstrução desse edifício imaginário têm
de promover, ou a sua integral demolição ou a parte que possa corresponder às
necessidades de acomodação de maior número de moradores.
O que está em vias de
execução na Terra, em grande parte se assemelha à demolição e reconstrução de
edifício gigantesco ou uma série deles, com vistas à acomodação duma população
algumas vezes maior do que a atual. Não será esta a primeira vez em que na
Terra se processam melhoramentos de superfície, porque em verdade isto já tem
acontecido em duas ocasiões no decorrer dos últimos doze milênios. Na fase
anual, as modificações terão de ser bem mais profundas, em face dos planos
elaborados no Alto, para a vinda ao solo terreno de alguns milhões de almas que
necessitam de reencarnar para aquisição de novas e maiores luzes. E como as
condições atuais deste pequeno mundo já não permitem a habitabilidade duma
população maior do que a que aqui se encontra, o recurso único é proceder-se às
necessárias adaptações do planeta. O que em consequência poderá suceder, e
certamente sucederá até certo ponto, será a partida do solo terreno de maior ou
menor número de almas que vivem tranquilamente a sua vida, mas isto apenas
servirá para que todas essas almas alcancem prontamente um novo degrau da sua
escala espiritual. Partindo do princípio de que ninguém se encontra na Terra em
definitivo, por maior que possa ser o seu apego à vida terrena, facilmente se
conclui que todos os habitantes do mundo terreno no momento que passa, terão de regressar a seu tempo ao lar
espiritual que deixaram no Alto.
Das observações que todos
temos feito desde tempos imemoriais, concluímos invariavelmente pelo sentido de
temor existente no íntimo das almas encarnadas, quando se lhes fala na sua
partida da Terra, seja em que tempo for. Isto sucede exclusivamente em face do
esquecimento em todas elas, do que conhecem da vivência em outros planos, nos
quais a bem dizer têm permanecido muito mais tempo do que na Terra. E havendo
esquecido tudo quanto se relaciona com a sua permanência no Alto, acreditam as
almas encarnadas que o fenômeno da morte representa para elas o fim. Uma prova
de que assim não é, ei-la aqui mesmo na redatora destas linhas, que viveu na
Terra vezes seguidas em toda a sua existência de ser inteligente, e hoje aqui
está para conversar com as almas encarnadas, tão estimadas, tão queridas do seu
coração, que ela deseja considerar suas filhas pelo muito que lhes quer.
Efetivamente, a idéia da
morte só atemoriza aqueles que não se tenham dedicado na Terra ao estudo das
leis divinas, as mesmas em todos os mundos habitados, em virtude das quais
todas as almas percorrem os caminhos evolutivos em todos os planos onde possam
adquirir conhecimentos, luz e experiência. Isso de nascer, crescer, viver e
morrer, é tão lógico e natural quanto o fato de amanhecer o dia, levantar,
trabalhar e se deitar à noite para repetir o mesmo programa do dia seguinte.
Este programa é, aliás, tão necessário às almas encarnadas como a alimentação
para o corpo que possuem. Sem o período do repouso noturno nenhuma alma
conseguiria manter-se no corpo, o qual depressa se esgotaria e pereceria. Da
mesma sorte se passa com a alma ou Espírito. Durante o repouso do corpo
entregue ao sono, a alma dele se afasta segundo os seus desejos e
possibilidades, e vai ao plano que lhe é próprio, onde se encontra com outras
almas amigas, parentes em muitos casos, buscando frequentemente soluções para
certos problemas de sua vida terrena. No dia seguinte voltam as almas ao corpo,
despertam-no e iniciam uma nova tarefa ou prosseguem na anterior. Isto pode ser
considerado em perfeita similitude com a vida das almas em cada uma das suas
encarnações, com a diferença apenas de que a formação de um corpo e sua
preparação, para a vida, é bem mais demorada do que o simples levantar da cama
todas as manhãs. Não há, por conseguinte, por que temer a morte, quando se sabe
que por meio dela alcançamos belos Planos, onde a vivência das almas pode ser
considerada cem vezes mais feliz do que a do corpo no solo terreno. Assim,
pois, a minha palavra a todas as minhas
queridas filhas e filhos ainda no corpo, é no sentido de que se libertem desse
temor ainda tão comum aos encarnados, porque quando a Providência Divina
determinar o regresso de cada uma ao seu plano espiritual, todas hão de poder
cumprir o que ora lhes venho dizer.
Sem desejar voltar a
escrever acerca da minha encarnação no século XXIX, pelas recordações
melancólicas que o fato me proporciona, eu apenas direi que a chegada do último
alento do meu corpo exausto de lutar para se manter constituiu para mim uma das
minhas maiores alegrias. Eu tinha também e bastante acentuado o meu apego ao
corpo, porque dele me utilizava para trabalhar e viver. Meu único receio
consistia na eventualidade de me tornar possivelmente inválida e passar a dar
trabalho aos outros. Mas isto só me acontecia nos curtos momentos em que a
minha fé se enfraquecia, em face das
circunstâncias que me rodeavam; logo, porém, o meu Espírito reagia, e eu então
me interrogava a respeito da minha fé, e a mim mesma me censurava por esses
momentos. Logo, entretanto, que a Providência Divina houve por bem me chamar de
regresso aos planos de luz, harmonia e tranquilidade espiritual, desliguei-me
do corpo cansado, e parti feliz de mim mesma, abençoando de todo o coração a
lei divina que nos retira da matéria pesada que carregávamos, para um repouso
merecido e jubiloso. Esta é em regra a situação e todas as almas que partem da
Terra ao fim duma existência de trabalho e aprendizado, contanto que possam
conduzir em sua bagagem, como eu pude conduzir na minha, os frutos luminosos de
um labor dedicado o quanto possível ao bem do próximo. Eu, conforme escrevi
anteriormente, dediquei minha última
existência terrena à difusão da doutrina espiritualista, visando a iluminar as
consciências menos esclarecidas. Isto eu fiz com tão profundo sentimento de
amor nos meus trabalhos, que a minha
palavra se impregnava deste puro sentimento, sendo por todos recebida
com esse divino dom. Minha maior alegria consistia em receber notícias e
declarações pessoais do efeito que minha
palavra ia produzindo nos corações dos leitores, encaminhando-os para a
luz espiritual. Ao chegar, porém, ao meu plano de vida no Além, foi que eu pude
avaliar toda a extensão da sementeira de luzes que eu havia produzido na
Terra.
Mas deixemos essas
recordações em paz. Apenas aludi mais uma vez a elas para apresentar meu
próprio exemplo, em torno da felicidade e bem-estar que no Alto aguardam as
almas momentaneamente encerradas na carne. Se me permitis uma exortação a mais,
esta será no sentido de que paralelamente às vossas atividades materiais
destinadas à manutenção do corpo, vos dediqueis um pouco ao bem do próximo, da
maneira que mais o possa beneficiar, que é o seu esclarecimento espiritual. A
humanidade terrena encontra-se demasiado dividida em assuntos de fé e de
crenças religiosas. Sem pretender levantar aqui a menor crítica que seja a
qualquer delas, visto possuírem todas os seus fundamentos, eu direi apenas que um
dos melhores serviços a serem prestados a todas as criaturas humanas do
presente, consiste em as esclarecer acerca de sua natureza espiritual, e seu
regresso a esse plano de vida quando sua hora chegar. É necessário ensinar
amorosamente a todas as criaturas humanas que elas não são da Terra, que não
vieram aqui para ficar, mas apenas para aprender a viver em harmonia com as
leis divinas, em busca de maiores luzes para si mesmas. Há urgência mesmo em
esclarecer até as mentes mais rudes, que o homem como a mulher são apenas
Espíritos em passagem pela Terra, mas pertencentes a outros planos de vida, nos
quais deixaram parentes muito caros e numerosos amigos que lá os aguardam no
seu regresso. É necessário dizer ao coração de todas as criaturas humanas,
qualquer que seja a sua crença religiosa, que todas são irmãs porque filhas do
mesmo Pai Celeste, e que a Ele hão de voltar a seu tempo. Sendo, por
conseguinte, irmãs todas as criaturas humanas sem distinção de raça ou de cor,
motivos não existem para que se persigam ou se hostilizem, mas somente para que
se amem, se estimem e se ajudem mutuamente em suas necessidades. É preciso
dizer bem alto que ninguém se poderá proclamar dono da Terra ou sequer duma
parcela da humanidade, porque sendo transitória a estada de cada criatura no
solo terreno, outras também assim o disseram e se julgaram no passado, e todas
essas seguiram o caminho que é único para todas as criaturas: os despojos para
a terra e as almas para o Alto, de regresso ao seu plano espiritual. Ora, se
assim é, porque esta é a lei universal e por isso cumprida em todos os mundos
habitados, razões não existem para que as criaturas se possam julgar na Terra
donas seja do que for, uma vez que não o são nem do seu próprio corpo.
Assim, pois, minhas queridas
e queridos filhos que vos encontrais vivendo uma existência a mais na Terra, eu
vos exorto a elevar os vossos pensamentos para o Senhor Jesus, e a Ele vos
dediqueis, dedicando-vos ao serviço divino que é o esclarecimento dos nossos
irmãos que perambulam como vós nestes tristes caminhos terrenos. Uma palavra de
paz, de amor, de esclarecimento que dirijais aos vossos irmãos menos
esclarecidos será um belo serviço que assim prestareis ao Senhor, ajudando-o em
Sua tarefa super gigantesca de aprimoramento de todas as almas que o Pai Lhe
confiou. A Terra, já o disse, é simplesmente uma escola e um laboratório de
almas imperfeitas, que a ela têm vindo durante séculos em viagem de
aprendizado. Muitos e muitos milhares de outras almas que aqui também evoluíram,
ou se encontram no Alto em tarefas de auxílio ao Senhor Jesus, ou ascenderam à
vivência em mais adiantados planos de vida, Muitas destas, contudo, preparam-se
para voltar à Terra num oferecimento generoso ao Senhor, para implantarem neste
plano terreno certos processos adiantados que aprenderam em outros mundos.
Vê-se por este fato o quanto se encontra preparado para trazer à Terra em
matéria de progresso de várias ordens, no século XXI. Se, por conseguinte,
alguns de vós, minhas queridas ou queridos filhos, fordes chamados de regresso
ao vosso plano espiritual, podeis estar certos de que isso acontecerá
exclusivamente para o vosso bem e felicidade, e jamais por motivo de alguma
desgraça em que eu não desejo falar. Se tal acontecer, uma coisa apenas é
mister que leveis no vosso coração e valerá por toda a vossa bagagem a certeza
de que aqui viestes como autênticas criaturas de Deus, tendo estabelecido a
mais sólida ligação entre o vosso e o coração do Nosso Amado Jesus. Isso vos
basta, minhas queridas. Relede este capítulo antes de prosseguirdes, que algo
mais nele encontrareis de muito útil para vós.
Deixo-vos aqui a bênção que
o Senhor vos envia por meu intermédio, e a minha própria que eu vos ofereço de todo o coração.
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