Ao iniciar o presente
capítulo, é meu desejo solicitar a atenção das minhas queridas filhas e filhos
encarnados, para o que está acontecendo em várias regiões da esfera terrestre,
onde os povos que as habitam se encontram bastante insatisfeitos uns, e
convulsionados outros, pelo fenômeno da guerra que já devia ter sido banido da
Terra. Esses povos, habitantes das áreas convulsionadas ou a caminho disso, são
almas irmãs das vossas que obtiveram permissão para reencarnar em busca de
maiores luzes espirituais, tal como vós próprias. A intranquilidade do ambiente
no qual se movimentam é devida em boa parte ao esquecimento da oração por uma
grande maioria, cuja única preocupação consiste no engrandecimento material.
É este um fato para o qual
eu desejo solicitar a vossa atenção, a fim de que a região em que vos
encontrais se mantenha imune aos conflitos humanos, qualquer que seja a sua
finalidade. Apoiado na oração diária praticada com devotamento, qualquer povo é
capaz de afastar os perigos que ainda surgem tão frequentemente no mundo
terreno. Houvesse um pouco mais de conhecimento por parte dos homens elevados
aos postos de governo, das leis espirituais e seu funcionamento, decerto se
desempenhariam de sua função de governo de maneira mais feliz para os seus
governados.
O momento em que redijo o
presente capítulo encontra-se bastante conturbado em várias regiões, como
disse, mais acentuadamente nas terras da velha Ásia, berço que foi das várias
religiões e dos povos mais antigos do mundo. Vivem atualmente nessas terras
asiáticas, almas possuidoras de bom desenvolvimento espiritual, portanto já
bastante evoluídas. Sucede, porém, que o esquecimento da oração como hábito
diário só tem contribuído para a perturbação do ambiente em que vivem, e daí os
desentendimentos constantes e os conflitos armados a que estão sujeitas.
Pudessem esses povos das regiões orientais mais próximas ou remotas ouvir em
seus corações o conselho que eu aqui lhes envio também do meu coração que tanto
se molesta com os seus desentendimentos constantes, e decerto a eles poriam
fim, estreitando-se as mãos como seres espirituais irmãos que realmente são.
Povo algum conseguiu desde os primórdios da Terra, usufruir vantagens duradouras
dos conflitos que haja provocado contra seus contemporâneos, e muito menos
conduzir para o Alto, ao fim de sua estada na Terra, qualquer benefício para o
Espírito. Compulsai atentamente o relato dos incontáveis conflitos humanos
ocorridos no solo terreno, e vereis como têm mudado de domínio as várias
regiões deste pequeno mundo. Não se deduz dessa relação imensa de conflitos
havidos na Terra, que sejam de índole particularmente guerreira as almas que
aqui têm vindo durante as dezenas de milênios decorridos. Absolutamente, minhas
queridas; as almas que constituíram gerações e gerações há muito desaparecidas,
e mesmo as componentes da atual, possuíam todas as mais belas qualidades que
constituem o ornamento dos seres espirituais. A circunstância, porém, do seu contato
com a matéria; o tipo de alimentação carnívora e o esquecimento da oração, é
que têm contribuído para a série enorme de conflitos, cujo único resultado é a
interrupção de vidas de tantas almas vitimadas nesses conflitos.
Passados estes, despojados
os mais fracos das áreas que lhes pertenciam por direito humano, eis que os
vencedores, ou passavam a pensar noutras conquistas, ou se entregavam à
exploração dos vencidos de maneira inexorável. Este é o quadro levantado pelas
gerações de guerreiros do passado. Os chefes responsáveis, cedendo às
influências de sua ambição e vaidade, contrariando seguidamente compromissos
sagrados de suas almas ao reencarnarem, encontraram a seu tempo no Alto,
registrado pelos seus atos e pensamentos, o quadro exato de sua vivência
terrena, seguido das respectivas consequências. Estas variam segundo a natureza
dos atos cometidos. Há entre elas, porém, algumas bastante dolorosas a serem
provadas em vidas subsequentes neste mesmo plano terreno. Citarei, por exemplo,
o caso de uma alma a quem foi concedida uma nova encarnação em condições de
despertar a compaixão geral à sua passagem. Não faltou quem se lembrasse de
responsabilizar a Providência por aquela infelicidade, no desconhecimento das
leis divinas que regem a vida em todos os planos. Um ser humano se apresentava
aos olhos dos contemporâneos privado de seus membros de locomoção, e também de
certas contorções nos membros superiores, capazes realmente de inspirar a
compaixão das almas bem formadas. Suas manifestações, entretanto, jamais
denotavam humildade em face de sua situação e deficiência. Ao contrário,
denotavam estar ali uma alma forte em sua vontade e ambição de domínio, sempre
que as oportunidades se apresentavam para ela se manifestar. A alma em
referência, por isso mesmo jamais apelou ou aceitou a caridade pública; desde
cedo aprendeu a fazer algo que lhe permitisse viver à própria custa e o
conseguiu com alguma dificuldade. E vede, minhas filhas e filhos queridos, o
que, embora pareça estranho, acontecia frequentemente àquela alma: dotada de
grande reserva de humor, ela se divertia a contar histórias alegres às outras
almas encarnadas e ria, ria muito, também, completamente esquecida de suas
deficiências físicas. Direi finalmente, para encerrar este relato, que a alma em
referência, uma certamente entre muitas outras portadoras de outros carmas,
havia sido grande chefe de povos, como imperador de uma nação poderosa, em cujo
governo conquistou, dominou e até espezinhou as nações menores que tiveram a
infelicidade de sua cobiça. Sua reabilitação, contudo, não fora possível numa
única encarnação de resgate. Ela aqui esteve em várias épocas vivendo
existências sofridas, até que conseguiu recuperar-se das graves faltas
cometidas no passado contra a humanidade. Tal Entidade, de quem recebi
autorização para me ocupar de suas vidas a título de exemplo, está hoje
completamente recuperada de suas atitudes anteriores, já tendo estado aqui no
desempenho de tarefas de serviço divino, possuidora hoje em dia de um grande e
belo diadema de luzes espirituais.
Estes fatos têm ocorrido
infelizmente em todas as épocas, sendo atribuídos à falta de desenvolvimento
espiritual das almas encarnadas. De fato, o conhecimento e a prática dos
preceitos contidos nas leis divinas, além de impulsionarem as almas para o
progresso e para a luz, impedem-nas, quando em postos de governo, de se
entregarem à prática da violência contra os seus semelhantes. Há por
conseguinte uma necessidade imperiosa de que os encarnados reservem uma
parcela, de suas vinte e quatro horas diárias, para estudar com carinho os
preceitos das leis que regem a vida universal, com o fim de apurarem cada dia
mais as belas qualidades que possuem, e que somente por esse meio hão de
conseguir apurar. Isto custa bem pouco, e a continuação desse estado em breve
se transformará num verdadeiro prazer para o Espírito.
A seguir eu relatarei um
fato ocorrido há bem pouco tempo no Alto, pelo interesse que certamente
sentireis em o conhecer. Trata-se de comemoração periódica que no Alto se
realiza em planos de várias categorias de almas sempre aguardada por todas com
justificado interesse. Há um dia no ano espiritual, regulado por um calendário
diferente deste que usais na Terra, em que se estabelece uma verdadeira
confraternização das almas viventes em cada um dos diversos planos. Eu
referirei então o que se passou no plano em que eu vivo, e no qual eu tenho
esperanças de poder receber um dia as minhas queridas filhas e filhos também
muito queridos ora na Terra. Desde as vésperas da solenidade da comemoração, se
registrava a chegada de belas almas procedentes de todas as regiões daquele
plano que é imenso, vindas em bandos festivos, as quais iam sendo recebidas e
acomodadas condignamente, isto é, da melhor maneira que era possível. Nesses dias
que se repetem periodicamente, uma luminosidade mais intensa se projeta sobre
toda superfície do plano, emprestando ao mesmo uma tão bela cambiante de cores,
que isso só por si já constitui motivo de admiração e alegria. Constroem-se
então, a título provisório, habitações constituídas de material fluídico
translúcido, para acomodação de almas hospedadas em grupos, cuja luminosidade
projetada através das paredes dessas habitações, passa a pontilhar de intensos
focos de um brilho apreciável toda a imensa área destinada à solenidade da
comemoração.
Tratando-se, por
conseguinte, de fatos extraordinários na vida do plano espiritual, cessam as
atividades por toda a parte para que todos os seus felizes habitantes
compareçam à solenidade, sobretudo pela circunstância de estarem presentes, em
cada plano, delegações representativas de planos superiores. No caso do meu
plano, eu direi sem qualquer motivo de orgulho, que não existe outro de mais
alta categoria relacionado com a esfera terrena, e por isso não recebemos
nenhuma delegação representativa de plano mais elevado. Mas recebemos, em
compensação, delegações provenientes de planos inferiores, compostas das almas
neles eleitas para os representar em tais solenidades. Não é preciso dizer que
essa eleição constitui o empenho maior das almas viventes em cada um desses
planos, em serem assim designadas para os representarem no plano mais alto,
visto como frequentemente acontece, por uma deferência muito especial do Senhor
Jesus, serem essas almas promovidas à vivência no plano onde aportaram como
delegadas dos seus próprios planos, passando a viver aí permanentemente ou
durante algum tempo. O mais comum é passarem a viver permanentemente no plano
onde foram representar outros planos, as almas dos planos imediatamente
inferiores, possuidoras já de uma categoria bastante elevada, e a viver por
determinado período que eu compararei a três meses do vosso calendário, as
almas pertencentes aos demais planos de vibração inferior. Isso acontece
invariavelmente em relação a todos os planos nos quais se processa a mesma
solenidade.
O detalhe mais
impressionante para toda a população que ali se reúne por ocasião destas
comemorações, e que constitui por assim dizer a sua parte culminante, é o
comparecimento do Nosso Querido Mestre Jesus, acompanhado do seu luminoso corpo
de assessores a prestigiar com sua presença tão bela solenidade. Existe na área
destinada às reuniões uma elevação preparada especialmente para o Senhor e seus
assessores, de maneira a serem vistos de todas as direções. Elevam-se, então as
mais belas melodias entoadas pelas almas presentes, acompanhadas por Entidades
dedilhando belos instrumentos, entre os quais eu citarei alguns vossos
conhecidos, como violinos, harpas, cítaras, guitarras e órgãos, emprestando ao
ambiente uma sonoridade tão bela, que por muito tempo continua ressoando aos
nossos ouvidos. O encerramento dessas solenidades cabe sempre ao Senhor Jesus,
cuja palavra eu direi não ser apenas ouvida, porque é em verdade bebida por
todas aquelas almas que adquiriram a felicidade de poderem viver em nosso
plano. Eu referirei para vós uma síntese do último encerramento procedido pelo
Senhor Jesus, ante os milhares de milhares de almas presentes. Assim se
pronunciou então o Nosso Querido Mestre:
— “Filhos meus a quem amo de
todo o meu coração! Sinto-me intensamente feliz pela vossa presença a esta
solenidade, à qual vindes emprestar as luzes dos vossos belos diademas. Somos
assim imensamente felizes pela nossa convivência neste plano de luz onde apenas
as almas puras podem ascender. Nossa felicidade, contudo, só será completa,
quando nenhuma das nossas almas irmãs necessite de mergulhar em outros planos
em busca do aperfeiçoamento que todas vós já alcançastes. Sejam, então, as
nossas vibrações dirigidas em uníssono aos planos inferiores, não apenas aos
aqui representados por suas luminosas delegações, mas especialmente a todas as
almas que se encontram mergulhadas na carne do plano terreno, com o fim de as
envolvermos numa onda bem forte do nosso amor, para que possamos contar com o
maior número delas junto a nós em nossa próxima comemoração. Concentremos,
pois, as nossas vibrações sobretudo no mundo terreno!”
Neste momento foi assistida
pela multidão de almas ali concentradas, a emissão de um poderoso foco de luz
em direção aos planos espirituais ali representados, e por fim um ainda mais
forte em direção à Terra, tão belo e poderoso, que foi capaz de envolver todo o
globo terrestre em sua luminosidade.
Deixo-vos aqui a bênção que
o Senhor vos envia por meu intermédio, e a minha própria que eu vos ofereço de todo o coração.
Nenhum comentário:
Postar um comentário