Os emissários do Senhor
Jesus ao meio terreno multiplicam esforços por toda parte, no empenho que os
anima de serem ouvidos e compreendidos pelos homens e mulheres da Terra, nesta
emergência verdadeiramente histórica da humanidade terrena. Os emissários do
Senhor não limitam as suas atividades à palavra falada e escrita, porque vão
muito mais longe nesse trabalho de despertar corações; eles aproveitam as horas
de sono para conversar com as almas, objetivando assim esclarecê-las da melhor
maneira, acerca do que está programado para acontecer neste mundo terreno. Se
bem que este trabalho se apresente bastante difícil para os emissários do
Senhor, há contudo resultados bastante apreciáveis a registrar nos dias
presentes. Todos no Alto sentimos com grande alegria que as idéias que vêm
sendo inspiradas já estão frutificando através da iniciativa de muitos seres
humanos em propagá-las no meio em que vivem. O Senhor igualmente se mostra
satisfeito com estes primeiros resultados, e espera o desdobramento desse
trabalho pelos novos apóstolos.
Feita a introdução acima,
vamos conversar um pouco acerca de assunto inteiramente novo para vós, filhas e
filhos a quem eu muito amo de todo o coração. O assunto deste capítulo versa
uma nova fase da vida espiritual, nova para o vosso conhecimento presente de
almas encarnadas, talvez conhecido de muitas, de suas estadas no mundo
espiritual. Começarei por vos dizer que as almas libertas do corpo material,
entre uma e outra encarnações, gozam da maior liberdade no mundo espiritual,
podendo por isso percorrer os planos de vida que desejarem em objeto de estudo,
esclarecimento, ou mesmo por mera curiosidade. Não existem no Alto formalidades
nem passaportes que restrinjam a disposição das almas em se locomoverem à
vontade por onde lhes aprouver. Existe apenas a condição natural dependente da
sua própria possibilidade de alcançar os planos que desejem visitar ou
percorrer. Isto é o que restringe por vezes o propósito de certas almas
visitarem determinados planos que se encontram fora das suas possibilidades
volitivas.
A este respeito, e para
edificação vossa, vou relatar-vos um fato bastante elucidativo. Viviam num
determinado plano do mundo espiritual, que é, como sabeis, o que os vossos
olhos materiais não conseguem ver, mas que existe um pouco acima da superfície
terrena, um grupo de almas já possuidoras de um regular índice de progresso
evolutivo, que muito desejavam conhecer de perto a maneira pela qual se
delineavam os corpos físicos que certas almas deveriam possuir em sua próxima
encarnação. Preocupavam-se aquelas almas com o fato de nascerem na Terra,
filhos dos mesmos pais de outros filhos sadios e perfeitos, almas com corpos
defeituosos. Não sabendo a que atribuir os defeitos físicos que aparecem
frequentemente na Terra, não sabiam se deveriam atribuir a causa do defeito a
um possível estado patológico dos pais, ou a algum acidente sofrido pelo feto
em gestação. Tendo manifestado essa preocupação aos Dirigentes do plano, assim
como o desejo de se esclarecerem a respeito, foram então informados de que lhes
seria proporcionada oportunidade de bem se esclarecerem.
— O assunto é muito
interessante e instrutivo — disse-lhes uma das Entidades dirigentes do plano,
acrescentando: — Se realmente vos encontrais desejosos de conhecer em detalhes
as origens dos defeitos físicos que tendes visto na Terra, eu me empenharei em
proporcionar-vos essa oportunidade; vou tratar disso e em breve falarei a
respeito.
Em face da organização que
eu direi modelar da vida espiritual, tornava-se necessário aquele plano entrar
em comunicação com o plano onde tais fenômenos se processam, a fim de obter a
necessária permissão para conduzir até lá o grupo de almas em referência.
Convém registrar de passagem, para que bem esclarecido fique, que no Alto
jamais se recusa atender a um pedido de esclarecimento, seja sobre que assunto
for. Jamais se indaga do interessado quais as suas credenciais para pretender
esclarecer-se sobre o objeto do pedido. Antes se considera um pedido assim, partido
duma alma, como uma excelente oportunidade de poder contribuir para a sua mais
rápida evolução.
Acertado, pois, o dia da
partida daquele grupo de almas, foram elas chamadas pela Entidade dirigente,
que assim lhes falou:
— Tenho a alegria de participar-vos
que a Direção deste plano pediu e obteve permissão para conduzir-vos até lá,
onde tereis oportunidade de assistir à elaboração do protótipo fluídico dos
corpos que deverão surgir na Terra, e que desejais conhecer. O plano ao qual
incumbe esse divino serviço encontra-se acima deste, e nem todas vós possuís
condições volitivas para se transportarem até lá. Por tal motivo, iremos
reunidos no veículo que aqui possuímos para esse gênero de transportes, e
rapidamente chegaremos. Sigam-me, pois, as almas que quiserem vir.
Eram cerca de vinte as almas
desejosas daquele esclarecimento, e todas acompanharam a Entidade dirigente ao
veículo já preparado para partir, um tipo de veículo muito semelhante aos
vossos coletivos, apenas desprovido de rodas. Em seu lugar possuem os veículos
planaéreos (nome que eu aqui lhes dou para a vossa melhor compreensão) uma
câmara fluídica destinada a impulsioná-los segundo a ação do respectivo
comando. Partiram assim aquelas almas numa caravana de estudos ao plano superior,
dirigidas pela entidade incumbida de lhes fornecer no destino todos os
esclarecimentos em torno desse fenômeno que também preocupa a muitas das almas
encarnadas.
Uma vez ali chegadas,
observaram aquelas almas, bastante admiradas, a diferença notável daquele plano
em relação ao seu próprio, um plano de vida que mais parecia uma grande cidade
belamente pavimentada e arborizada, enquanto que o plano ora visitado muito se
assemelhava a um imenso estabelecimento, onde se movimentavam numerosos trabalhadores,
todos muito preocupados em suas tarefas.
— Eis-nos chegados, minhas
filhas — disse-lhes a Entidade dirigente. — Isto que vindes visitar é o grande
laboratório, no qual se delineiam e constroem os protótipos de todos os corpos
que devem nascer na Terra. Aqui se prepara o duplo fluídico a ser modelado pela
alma no ventre materno, para surgir no plano físico. Se houver necessidade de
que determinado corpo conduza certo defeito físico durante a sua existência,
esse defeito é previamente preparado neste laboratório, com o perfeito
conhecimento da alma que deva construí-lo e habitá-lo na Terra. Mas vamos
entrar, para nos identificarmos melhor com este grandioso trabalho.
A caravana, já esperada no
plano, foi recebida muito afetuosamente por algumas entidades que
proporcionaram às almas visitantes uma recepção das mais acolhedoras. Em
seguida e para que as mesmas não perdessem os trabalhos em andamento, foram
introduzidas num espaçoso salão, onde várias almas se ocupavam na modelagem de
miniaturas de veículos humanos, o que pareceu às visitantes, bastante curioso.
No mesmo salão se encontravam, assistindo aos trabalhos, outras tantas almas
destinadas a construir na Terra aqueles mesmos modelos, para lhes servirem de
veículo carnal por várias dezenas de anos.
Convidadas as almas
visitantes, aproximaram-se de um daqueles modelos para ouvir duma Entidade
local a seguinte explicação:
— Observai este modelo que
aqui está sendo construído. É um veículo preparado para servir a uma alma que
tem seguidamente infringido as leis divinas quando na Terra, do que muito se
arrepende ao regressar ao plano espiritual. No seu grande desejo de progredir
moralmente, solicitou ao Senhor que lhe seja concedido desta vez um veículo que
a impossibilite de continuar a falir. Nossos Mestres idealizaram então este
veículo, no qual foi instituído este defeito físico — um membro inferior com
alguns centímetros a menos — que servirá à alma para impedir a reprodução das
faltas anteriores.
— Vede a seguir este outro
modelo — prosseguiu a Entidade explicadora. — A alma que solicitou este modelo,
a qual se encontra presente, irá descer à Terra privada do braço direito. Com a
supressão deste membro superior, a alma encarnada deseja evitar os males
praticados em várias encarnações, e que tanto a têm afligido em seu regresso ao Alto. Ela aqui
está assistindo o nosso trabalho, e talvez concorde em vos explicar ela própria
o seu caso.
— Perfeitamente, minhas irmãs — começou a alma
apresentada, prosseguindo: — A minha luta no mundo terreno tem sido muito
grande e bem triste para mim. Minhas duas últimas estadas na Terra foram-me
bastante prejudiciais. Possuindo em ambas um temperamento bastante irascível,
eu dele usei muitas vezes para me impor pela violência suscitando conflitos por
qualquer motivo. Isto me abateu de tal maneira, que resolvi solicitar às Forças
Superiores uma reencarnação na qual não mais pudesse usar da violência contra
os meus semelhantes. Solicitei por isso a ausência do braço direito, tantas
vezes usado com grave prejuízo para o meu progresso. Aqui está o modelo do
corpo que irei usar na Terra, privado desse membro superior, com o qual
pretendo viver minha próxima encarnação.
Desta maneira, e no caso de ser ainda o mesmo o meu temperamento, eu estarei
impossibilitada de usar novamente a violência. Eu rendo graças às Forças
Superiores por me haverem atendido desta maneira, para benefício do meu
progresso espiritual.
— Vamos examinar agora outro
modelo — prosseguiu a Entidade explicadora.
— Temos aqui um modelo de veículo
físico bastante curioso. Destina-se a uma alma digna de toda a nossa compaixão,
uma alma tão sobrecarregada de infrações às leis divinas e humanas, que
entregou às Forças Superiores a tarefa de lhe idealizarem um veículo, no qual
possa redimir-se de suas terríveis infrações em vidas passadas.
Examinando o veículo,
verificaram com espanto as almas visitantes, que aquele modelo não permitiria à
alma a quem se destinava, usar as pernas. Elas se apresentavam meio dobradas,
num estado realmente impressionante. Observando a impressão causada pelo
modelo, a Entidade convocou a alma para quem o mesmo estava sendo preparado, a
dizer algo às almas visitantes. Esta aquiesceu solícita, e assim se
pronunciou:
— Exatamente, queridas
irmãs, é este o veículo que eu pretendo usar em breve na Terra. Vedes que este
corpo não me permitirá usar as pernas, porque irão surgir tão flácidas e
insuficientes, que para nada me servirão. Mas é assim que eu as desejo usar,
para a minha redenção. Não podendo usar
as pernas, eu não poderei sequer pensar em repetir minhas faltas passadas. Eu
usarei então os braços, que são fortes, para suprir a falta dos membros
inferiores.
— Usará então uma cadeira de
rodas? — indagou uma das almas visitantes.
— Esse poderá ser o meu
derradeiro recurso. Penso poder movimentar-me, se possível, apoiada em muletas,
já que os braços são bastante fortes. Isto ser-me-á possível em face da
minha grande força de vontade em me
locomover no mundo terreno, para resgatar pesadas faltas passadas. Pretendo com
isto transmitir na Terra uma mensagem de amor e carinho a todos os que se
encontrarem nas mesmas condições, dizendo-lhes que uma encarnação passa rápida,
e o que vale realmente não é o estado físico das criaturas, mas unicamente o
seu estado moral. Se tudo correr como eu espero, pretendo vencer minha próxima
vida terrena de Evangelho em punho,
esclarecendo os meus companheiros de jornada acerca da grandiosidade da
Misericórdia Divina, que oferece a todas as almas, inclusive as mais faltosas,
oportunidades de resgate e redenção. Minha maior preocupação ao preparar a
minha próxima vida na Terra está inteiramente voltada para o programa que
desejo cumprir no solo terreno, espalhando a Luz Divina em todos os recantos
que puder percorrer, apoiada em minhas muletas. Pernas? Para que pernas, quando
não haja cabeça para dirigi-las? foi a palavra final daquela alma
valorosa.
O laboratório espiritual é,
porém, muito grande e realmente digno de ser melhor conhecido de todos vós,
minhas filhas e filhos muito queridos. A ele voltaremos no decorrer de novos
capítulos, acompanhando a visita daquela caravana de almas que lá se encontra.
Ali conseguireis encontrar a razão e o porquê de muitos fenômenos existentes no
vosso mundo, dignos de estudo e meditação por parte de quantos podem ostentar
corpos perfeitos. Lá voltaremos, por conseguinte, no próximo ou nos capítulos
seguintes. Até lá, pois, meus queridos.
Deixo-vos aqui a bênção que
o Senhor vos envia por meu intermédio, e a minha própria que eu vos ofereço de todo o coração.
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