Os fatos extraordinários
programados pelas Forças Superiores devem começar a ocorrer dentro de breves anos
ou meses, em sua maior projeção, embora já nos dias presentes estejam ocorrendo
os primeiros ensaios. São fatos destinados a transformar boa parte da
superfície terrena, nivelando áreas até então inaproveitadas pelos seres
humanos na produção de alimentos. O que vier a suceder em consequência, só o
será para o bem e felicidade de todos, podeis estar certos disso. Muitos
milhares ou milhões de almas acompanham do Além a ocorrência dos fatos na
superfície terrena, pela ânsia em que se encontram, de poderem vir uma vez mais
à Terra em busca de maior índice de progresso espiritual, o que se tem
verificado impossível nas condições atuais.
Isto dito, como objetivo
fundamental de quanto está sendo escrito na Terra, vamos tratar de outro
assunto pertinente ao mundo espiritual, o qual todos vós apreciareis conhecer.
Vou relatar-vos no presente capítulo um pouco do muito que haveis de encontrar
mais tarde no Alto por ocasião do vosso regresso da Terra para um descanso
merecido, minhas filhas e filhos muito queridos. Desejo tratar aqui do que diz
respeito à convivência das almas nos respectivos planos, segundo a categoria a
que pertencem. Devo explicar inicialmente que a classificação das almas por
categorias não resulta de nenhuma escolha que no Alto se faça entre os milhões
de almas que lá vivem no intervalo de uma e outra encarnação. Não, minhas
queridas; essa classificação se processa automaticamente, para não dizer
instintivamente. Para vossa melhor compreensão, imaginai uma grande multidão de
pessoas numa determinada festividade, comemoração ou acontecimento social,
vestindo, porém, trajes diferentes. Uma grande quantidade dessas pessoas
vestiria, por exemplo, roupagem de um branco brilhante, outra quantidade
vestiria roupagem de um branco opaco; outra e outra quantidade de pessoas
vestiria roupagens diferentes, como cinza, amarelo-claro, amarelo-escuro, verde
das duas tonalidades, até ao roxo, lilás, etc. Para selecionar esses milhões de
criaturas nenhuma dificuldade ocorreria; seria bastante uma ordem geral para
que se reunissem segundo as cores das respectivas roupagens. Como vedes por
esta imagem bastante tosca, a seleção das almas no Alto se faz segundo a
coloração da respectiva luminosidade, reflexo exato da sua categoria evolutiva.
Ficais sabendo igualmente que a luz espiritual também difere de alma para alma
segundo o grau evolutivo no qual se encontram. Não me compete entrar em
detalhes a respeito da relação que existe entre as várias colorações da luz
espiritual, mas espero poder fazê-lo ainda neste livro se isso me for
permitido. Direi, contudo, que a luz espiritual alcançada pelas almas já
bastante evoluídas não é a mesma ostentada por aquelas que se encontram nos
primeiros degraus da escala ascensional, e isso todos vós o compreendeis
facilmente.
Entraremos a seguir, então,
no assunto que eu venho hoje revelar-vos, que é o seguinte: Uma das
características principais da vida no Além, onde estagiam as almas nos
intervalos de suas reencarnações neste pequeno mundo terreno, é a
solidariedade, amiga muito íntima da cordialidade que todas as almas praticam.
Para intensificarem estas duas belas qualidades, as almas de determinado plano
oferecem recepções majestosas às almas dos planos vizinhos, durante as quais se
estabelece uma perfeita confraternização. Em regra, as recepções deste tipo são
oferecidas pelas almas habitantes de planos mais adiantados às suas vizinhas em
grau imediatamente inferior. É a respeito de uma destas grandiosas recepções
que eu desejo falar-vos nas linhas seguintes.
Um dos planos já bastante adiantados
resolveu comemorar certa data histórica do mundo espiritual, convidando as
almas dos planos imediatamente inferiores para uma encantadora recepção em sua
homenagem, a propósito, como disse, da comemoração de uma data histórica, ou
seja, aquela data que assinala o regresso do Meu Amado Filho, após o martírio
do Calvário que todos conheceis. Esta data que pelo vosso calendário atual é
móvel, pelo calendário que nos rege no Alto é fixa, intransferível. De passagem
devo dizer-vos que tanto a data do nascimento como aquela da partida do Senhor
são na realidade bastante diferentes das convencionadas no vosso calendário
gregoriano. Isso não quer dizer, porém, que sua comemoração, com o sentimento
que lhes dedicais, não seja recebida no Alto pelo Senhor com verdadeira alegria
e gratidão.
Realizava-se então a
majestosa recepção oferecida pelas almas evoluídas às suas irmãs vizinhas, numa
festividade que se estenderia por alguns dias, uma semana aproximadamente. As
almas convidadas eram recebidas com cativantes demonstrações de alegria pelas
suas anfitriãs tal o objetivo da festividade. Muitas e muitas almas aportavam
em caravanas belamente ornamentadas, ao plano em referência, trazendo do seu
próprio plano o que de mais expressivo houvesse, para oferecer às almas
anfitriãs. Certo é que nada haveria nos planos algo inferiores que não houvesse
também naquele que visitavam. É um costume também muito usado entre vós, as
pessoas residentes nas regiões interiores, quando em visita aos amigos das
cidades, levarem-lhes, como lembrança, artigos, objetos ou produtos da sua
região. Eu mencionarei apenas alguns destes artigos ou produtos mais comuns,
por exemplo, um queijo de qualidade, um litro de mel, uma bela melancia quando
na época, um bonito exemplar da sua criação de cabritos, carneiros ou de outros
animais, com aquele delicado sentimento de oferecer uma lembrança aos amigos
que visitam. No caso em foco esse mesmo delicado sentimento de estima se
manifesta através das quantidades de mimos e prendas trazidas pelas almas
visitantes, recebidas pelas anfitriãs com demonstração de grande alegria e
reconhecimento. Um dia inteiro durou a cerimônia das recepções às almas vindas
de longe para a grande festividade.
O segundo dia era destinado
às palestras entre as almas chegadas e as residentes no plano, para uma permuta
de afetuosas declarações em torno da vida e experiências de cada uma daquelas
almas ao longo de suas existências milenares. A programação deste detalhe pelos
organizadores da festividade obedeceu ao propósito de se oferecer às almas
visitantes algumas elucidações acerca da vivência nos diversos planos do
Universo, segundo as experiências adquiridas pelas suas anfitriãs.
Encarregaram-se dessa parte do programa de festividades, Entidades das mais
destacadas do plano, pela sua já longa existência e consequentes experiências
acumuladas. É fácil de imaginar o interesse despertado pelo assunto no coração
das almas visitantes, ávidas de ouvir e aprender das irmãs bastante adiantadas,
os ensinamentos que sua longa experiência poderia proporcionar a todas. Para
esta cerimônia havia sido preparada uma área capaz de comportar de cem a
duzentas mil almas reunidas ao ar livre, tendo por teto a encantadora abóbada
celeste numa bela noite, assistida de muito alto pelos milhões de estrelas da
Via-Láctea. Assim como usais proceder em vossas grandes assembléias em que uma
grande parte dos ouvintes tem de ficar distante, foram instalados no local os
excelentes serviços sonotransmissores, para que toda a assembléia pudesse ouvir
os oradores. Assim reunida aquela multidão de almas na primeira noite dedicada
às palestras, assomou à tribuna uma Entidade de grande luminosidade de cor
azulada, característica de sua já bastante alongada experiência da vida
universal, assim se dirigindo aos ouvintes:
— Este momento de
excepcional alegria que estamos vivendo representa para todas nós a comemoração
daquela data histórica em que o nosso amado Mestre e Senhor Jesus foi expulso
da esfera terrena, após o martírio que sofreu em terras da Palestina. Esta data
representa para nós, deste plano de vida, a nossa data máxima, por ser aquela
em que o Divino Mestre aqui aportou de regresso da Terra, aureolado pelo enorme
sacrifício a que se submeteu para levar um novo esclarecimento à humanidade daqueles
tempos. Não desejamos, entretanto, condenar os homens que tal martírio
impuseram ao Senhor Jesus, minhas almas queridas. Não estamos em condições de
censurar os homens de então com a vibração da nossa condenação, pela
circunstância de que se o fizéssemos, estaríamos condenando a nós mesmos. A nós
mesmos, sim, minhas almas queridas, digo bem. E isto porque, com o perpassar
dos séculos que longe vão, nós voltamos seguidamente à Terra em encarnações e
encarnações bastante sofridas, até que conseguíssemos limpar da nossa
consciência a negra mancha nela produzida pela nossa infeliz atitude de então.
Fomos nós mesmos, muitas das almas que agora vivem neste elevado plano, as
mesmas que contribuíram para o martírio do Senhor, o humilde filho do carpinteiro
de Nazareth, no monte do Calvário, nos albores da era cristã, esta era que
tanto tem contribuído para a iluminação da humanidade. Realizando então a
presente festividade, desejamos todas nós, almas hoje bem-aventuradas,
prestar-vos uma homenagem singela na recordação de tão gloriosa data, para que
a recordeis conosco. Elevemos então, com todo o fervor das nossas almas, o
nosso coração aos benditos pés do Senhor, cuja magnanimidade nos proporcionou
durante séculos e séculos, felizes oportunidades de nos reconciliarmos com nós
mesmas, através do resgate das nossas faltas daquele passado longínquo.
Apenas concluída a primeira
oração daquela noite memorável, um acontecimento extraordinário ali se
verificou, sem que estivesse programado, mas recebido com a maior alegria em
todos os corações. O Senhor Jesus, assomando à mesma tribuna, instantes após
haver falado o primeiro orador da noite, iluminou com seu olhar magnífico toda
a imensa assembléia de almas, verdadeiramente maravilhadas. Proferiu então o
Senhor Jesus, em síntese, as seguintes palavras, ouvidas pela assembléia de
almas em recolhimento:
— Almas muito queridas do
meu coração! Resolvi transportar-me até aqui, em face da emoção que de mim se
apoderou, ao perceber as vibrações dos vossos belos corações, ao recordardes,
reunidas, aqueles dias, meses e anos em que, por designação amorosa do Pai, eu
desci ao mundo terreno há perto de vinte séculos. Não desejo sequer recordar o
que de ruim fizeram os homens daqueles tempos que longe vão, porque todos eles,
sem uma única exceção, já alcançaram o seu foco de luzes redentoras, e eu tenho
hoje a alegria de contá-los entre os meus amigos e servidores mais dedicados.
Que não se recordem, pois, jamais, os dolorosos dias do meu calvário, porque
desde então belas sementes frutificaram na Terra, e frutos magníficos têm sido
colhidos pelas humanidades que se sucederam. O que eu muito desejo, então, de
todas vós almas estremecidas do meu coração, o que eu muito desejo de todas
vós, é a vossa integral solidariedade nos empreendimentos em curso na Terra,
com vistas a transformar aquele decantado vale de lágrimas num autêntico
paraíso terrestre. Desejo, inclusive, oferecer a todas vós, almas estremecidas,
tanto às habitantes bem-aventuradas deste plano, como igualmente às vossas
valorosas visitantes, desejo oferecer a todas uma nova oportunidade de
reencarnarem no solo terreno, a fim de lá se constituírem em verdadeiros
esteios da reconstrução do mundo terreno. Isto dito, eu vos estendo a minha
bênção muito carinhosa, e regresso ao meu posto de trabalho para servir-vos.
A enorme assembléia de almas
ficou maravilhada, repito, ante a luminosa presença do Senhor e suas
encantadoras palavras. E começaram a surgir ali mesmo o que eu denominarei
inscrições das almas desejosas de atender ao desejo do Senhor para um novo
mergulho na carne. E tão grande foi o número delas, pertencentes aos dois
planos reunidos, que não será exagero dizer que aproximadamente umas duzentas
mil almas das mais evoluídas estão reencarnando nos últimos dezoito anos para
servir ao Senhor. O assunto é longo e rico de ensinamentos, e eu prometo voltar
a ele em capítulos sucessivos.
Deixo-vos aqui a bênção que
o Senhor vos envia por meu intermédio, e a minha própria que eu vos ofereço de
todo o coração.
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