As almas presentemente
encarnadas na Terra constituem, em sua maioria, remanescentes da onda de vida
iniciada há cerca de quatro a cinco mil anos, quando lhes foi concedida a
primeira oportunidade de virem a este pequeno mundo terreno. Havendo completado
o curso de aprendizado em outras esferas, foram transferidas para o ciclo de
vida terrena, onde deviam prosseguir na sua evolução sob a égide do Senhor
Jesus. Muitas e muitas das suas contemporâneas da primeira encarnação que
tiveram neste plano físico, já alcançaram novos degraus evolutivos, e, ou se
encontram no Alto desempenhando tarefas espirituais, ou passaram a outras
moradias em planos mais adiantados. As almas que se encontram agora na Terra
têm, por conseguinte, o dever de se esforçarem verdadeiramente no sentido de
concluírem também o seu curso de aprendizado, e galgarem os novos degraus de
progresso espiritual que se encontram à sua frente. Bem certo é, contudo, que
não é toda a população atual da Terra constituída por esse grupo de almas às
quais eu me refiro. Não, absolutamente. Encontram-se na Terra muitos milhares
de almas ainda pouco evoluídas, quero dizer, pouco vividas, que eu comparo aos
alunos recém-ingressados na escola e vão ocupar as mesas da segunda metade para
o princípio da sala. São, portanto, alunos recentes para os quais tudo é
novidade na escola. Os mais antigos, porém, aqueles que vêm frequentando a
escola terrena, é que se encontram na contingência de empregar esforços
decisivos na presente existência, a fim de merecerem a promoção a novos degraus
da escala espiritual em seu próximo regresso da Terra.
Um meio acessível a todas as
almas encarnadas, de poderem julgar-se a si mesmas em relação ao próprio grau
evolutivo no qual se situam, pode ser facilmente conseguido através de uma
concentração mental antes de se deitarem. Após a prática da sua prece noturna,
coloquem-se num estado de concentração mental, o mesmo que meditação, e
indaguem mentalmente das Forças Superiores aquilo que lhes parecer necessário
saber, da sua situação em relação ao seu progresso evolutivo. Esta operação
terá o mérito de lhes revelar a verdade sobre si mesmas, e também algo que
deverão fazer para poderem acompanhar a onda de vida na qual se encontram.
Eu recomendo com empenho
esta operação a todas as minhas filhas e filhos queridos, pelo desejo imenso
que eu nutro, de que todos quantos vierem a tomar conhecimento das minhas
palavras que aqui lhes deixo, possam alcançar a promoção que muitas outras
almas já alcançaram no mundo espiritual. A falta de um esforço decisivo neste
sentido poderia resultar na estagnação das almas nos planos do Além, por um
período de tempo que eu não estou autorizada a mencionar aqui, em planos onde o
arrependimento se tornaria o companheiro inseparável dessas almas. Eu faço aqui
então um pedido de todo o coração a todas as minhas queridas filhas e filhos
encarnados: meditai seriamente na vossa situação presente; e se acaso
concluirdes que aquele esforço se faz necessário, porque algo exista a corrigir
em vossas vidas, corrigi-o sem demora, a fim de vos incluirdes prontamente
entre as almas a serem promovidas em seu próximo regresso ao mundo espiritual.
É este o pedido que aqui vos faço, filhas e filhos a quem estimo de todo o
coração.
Em seguida abordarei um tema
que eu considero dos mais interessantes, para quantos dele vierem a tomar
conhecimento através das páginas deste livro. Abordarei então um tema
relacionado com a evolução das almas, ao longo de muitos milênios de
peregrinação através dos numerosos planos do Universo infinito. E em que
consiste propriamente a evolução? É esta uma pergunta que muitos podem fazer,
em sua curiosidade de saberem em que consiste o que se convencionou designar
evolução, o que eu procurarei então esclarecer da melhor maneira ao alcance de
todos.
Já referi em capítulo
anterior, a origem das almas e sua marcha ascensional, antes e depois de
receberem o sopro do Criador. Um caminho imenso, porque infinito, se desdobra à
frente de cada uma, qualquer que seja o ramo biológico no qual venha o ser a
integrar-se. A jornada apenas iniciada no reino da Natureza prossegue pelos
milênios de milênios da vida instintiva, em idas e vindas ininterruptas do
plano fluídico ao plano físico, até que a crisálida, de metamorfose em
metamorfose, alcance o veículo que a conduza pelo caminho reto, ao conjunto de
seres mais próximos da forma humana. Concluído o necessário estágio nesse
conjunto de seres imediatamente inferiores ao tipo humano, ingressam as almas na forma mais rude deste
tipo de vida, uma vez que lhes seria de todo impossível acomodarem-se no tipo
humano do presente, por exemplo. Seria o mesmo que colocar uma criança a
dirigir uma máquina bastante complexa, podendo isso resultar num desastre para
a criança. Assim sucede às almas primárias ao ingressarem na forma humana.
Ingressam primeiramente em mundos bastante rudes porque também necessitados de
progresso evolutivo, onde vão viver suas primeiras experiências de
autodeterminação, algumas bastante duras, é verdade, valendo cada uma delas por
um novo ensinamento acumulado na formação do patrimônio de sua vivência nesse
mundo. As desencarnações e encarnações sucessivas são peculiares a todas as
esferas de vida, tanto nas mais como nas menos evoluídas. As almas viventes em
cada um dos mundos primitivos ou de formação mais recente, obedecem à mesma lei
evolutiva que as deste e de outros mundos mais adiantados, e assim retornam a
esse plano tantas vezes quantas se façam necessárias à sua evolução em tais
circunstâncias. Isto pode consumir uma, duas, três ou mais dezenas de milênios,
até que consolidada esteja nas almas desse plano uma idéia concreta acerca do
que lhes seja lícito ou vedado fazer em relação ao seu semelhante. As almas
peregrinas dos mundos inferiores à Terra percorrem as diversas escalas sociais
da vida peculiar a esses mundos, desde aquelas em que apenas agem pela força do
instinto ainda bastante animalizado, porque formado no plano recém-abandonado.
Nessa situação de vida instintiva, é que começam a desenvolver-se na alma os
sentimentos de amizade, solidariedade e compaixão, num grau que não pode ser
comparado a nenhum desses sentimentos que conheceis. Só o perpassar dos
milênios tem o poder de aprimorar os sentimentos ali despertados nos seres
anímicos, os quais chegarão, mais cedo ou mais tarde, a determinado grau de
pureza capaz de levar as almas a considerar a triste inferioridade daquelas que
ainda não possuem os seus sentimentos. Esta circunstância evidencia aos
Dirigentes espirituais o estado de amadurecimento, por assim dizer, do grupo de
almas que começa a exercer o próprio raciocínio, denotando haverem alcançado
provavelmente o grau de progresso que aquele plano de vida pode permitir. Esta
classe de almas, então, uma vez desencarnadas, é conduzida ao ciclo espiritual
do mundo terreno, embora haja de vencer estágios de preparação no mundo
espiritual, antes de poder ingressar no
meio terreno.
Eu aludi em capítulo
anterior ao estágio de aprendizado existente no Além, no qual são internadas as
almas provindas dos mundos de categoria inferior, às quais são ministrados
elementos de vida neste pequeno mundo, por um período de tempo assaz demorado
até que essas almas estejam em condições de poderem ser trazidas à Terra.
Somente depois de comprovado que as almas internadas se encontram na posse de
um perfeito equilíbrio moral, em relação à vida numa comunidade mais adiantada
como seja a vida na Terra, é que se lhes permitirá encarnarem neste plano
terreno, acompanhadas muito atentamente pelos seus Protetores.
É aqui então, em contato com
os viventes terrenos, observando e aprendendo as lições que a vida oferece, que
as almas juvenis, ainda inexperientes, vão dar os primeiros passos numa onda de
vida muito mais avançada do que aquela que elas deixaram para trás. Certos
fatos dolorosos ou inconvenientes, verificados no dia-a-dia do vosso mundo,
podem identificar algumas daquelas almas inexperientes, acostumadas num passado
recente ao desforço violento em certas circunstâncias. As leis penais
encarregam-se de punir esses fatos pelos meios que lhes são peculiares,
proporcionando então às almas faltosas o tipo de punição que prescrevem.
Constata-se, contudo, serem mínimas essas faltas praticadas na Terra pelas
almas provindas de mundos inferiores, e isto graças à excelente preparação que
recebem nos internatos de aprendizado onde estagiaram no Além.
Vede, agora, filhas e filhos
meus, como é sábia e perfeita a lei divina. Quando por uma circunstância
imprevisível um ser humano vem a ser vitimado com grave ofensa física ou mesmo
a interrupção do seu fio de vida, em consequência da ação violenta de alguma
daquelas almas primárias, esse ser humano ao aportar ao seu plano no Além é
largamente compensado pela Divina Providência com uma promoção ao plano
imediatamente superior, aquele no qual lograria
ingressar se cumprido houvesse com êxito a existência interrompida pela
mão de outrem. Esta é a regra geral aplicada nos casos de desencarnações
provocadas na Terra por terceiros. Mas, como sabeis que toda regra tem
exceções, estas também existem em casos tais. Pode suceder, e sucede
frequentemente, que o ser humano vitimado pela ação violenta de outro, tenha no
seu patrimônio negativo uma dívida a resgatar, motivada por fato da mesma natureza por ele próprio
praticado em vida anterior. Nestes casos entrou em funcionamento aquele
princípio que bem conheceis de que quem com ferro fere com ferro será ferido, e
também aquele outro que nos diz que quem mata será morto, evidenciando tais
princípios a grandiosidade da Justiça Divina.
Assim pois, todas as vezes
em que tiverdes conhecimento de fatos dolorosos ocorridos neste mundo, em que
algum ou alguns dos vossos contemporâneos foram vitimados, deveis considerar
que o autor de tais fatos pode ser talvez um instrumento utilizado pela Justiça
Divina, em ação de resgate junto àquele irmão que serviu de vítima. Em vez,
então, de vos horrorizardes ou anatematizardes o autor, melhor será elevardes
uma prece ao Senhor pelos dois, algoz e vítima, a fim de que possam
reconciliar-se futuramente. Só a Providência Divina possui meios de conhecer as
razões que terão determinado a existência do fato doloroso ocorrido, não
competindo assim aos encarnados julgá-lo apenas pelas aparências.
Para concluir o tema que
venho desenvolvendo referente à evolução anímica, eu apenas acrescentarei para
encerrar o capítulo, que as almas que estão marchando em direção ao seu próximo
regresso ao mundo espiritual, estão sendo observadas muito de perto por
Entidades incumbidas de registrar o esforço de cada uma, no sentido de poderem
concluir desta vez o seu curso de aprendizado terreno. Aquelas que tal esforço
empreenderem podem estar certas de estarem sendo ajudadas neste belo propósito,
a fim de poderem vencer o teste final em seu regresso ao plano de vida espiritual.
Como estou certa de que todas as minhas filhas e filhos encarnados, que tomarem
conhecimento deste livro, estarão entre as almas vitoriosas, eu aqui lhes
ofereço a minha cooperação quando julgada necessária, bastando chamar-me por
meio da prece ou em pensamento, para que logo me aproxime de cada uma com toda
a minha dedicação. Chamem-me, pois,
quando julgarem necessário, filhas e filhos a quem eu muito amo.
Deixo-vos aqui a bênção que
o Senhor vos envia por meu intermédio, e a minha própria que eu vos ofereço de todo o coração.
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