Os homens que constituem a humanidade, assim
como as mulheres a quem foram confiadas missões relevantes, sejam como esposas,
mães e educadoras das gerações que despontam na Terra, têm todos uma série de
importantes deveres a cumprir perante Jesus Nosso Senhor. Cada um de per si tem
à sua frente obrigações e deveres inerentes à sua condição atual de Espíritos
encarnados, os quais estão neste mundo a gritar-lhes ao coração pelo seu
cumprimento. Homens que conseguiram edificar situações de prosperidade na Terra
através de vários anos de incessante labor, com o único propósito de se
tornarem ricos, poderosos, muitos deles olvidando por completo deveres
espirituais impostergáveis, necessitam de estabelecer agora uma certa pausa na
maneira de pensar e agir, a fim de se examinar detidamente.
Necessitam, homens e mulheres da Terra, de se
examinarem em consciência, para verificar se não terão olvidado aquele
compromisso que assumiram ao reencarnar, de se tomarem na presente encarnação
uma espécie de novos mensageiros do Senhor, a pregarem a sublimidade do amor
aos semelhantes como objetivo de sua própria evolução.
Bem sabe o Senhor Jesus que o meio terreno se
encontra pejado de seduções a envolverem as almas, mesmo as mais experientes,
conduzindo-as freqüentemente à prática de atos e atitudes que muito podem
contribuir para a sua estagnação. Essas seduções, porém, não foram instituídas
pela Divindade ao planificar as condições da vida humana na face da Terra.
Foram instituídas essas variadas espécies de seduções pelo próprio homem, no
desejo de atender às solicitações do instinto, quase sempre incompatíveis com
os sentimentos do Espírito. Cabe entretanto aos homens a tarefa que Deus
abençoará, de modificar a partir de agora tudo quanto em sua sã consciência
lhes parecer contrário aos princípios que regem a vida moral na Terra, para que
os prejuízos atuais não venham a transferir-se aos viventes da próxima geração.
Desejo frisar aqui que a grande maioria dos
seres humanos dos dias que correm, é constituída de almas já bastante evoluídas
em muitas existências vividas na Terra, tendo-lhes sido concedida a presente
encarnação com o objetivo especial de ajudarem a preparação do ambiente terreno
e caminho para os mais novos, e seguirem eles mesmos por ele.
Há necessidade, pois, em primeiro lugar, de
muita harmonia nos lares, primordialmente entre o casal e depois entre pais e
filhos. Para isso devem os pais proceder a uma séria revisão de sua maneira de
viver e de conviver, considerando neste ponto o compromisso assumido no Alto
com o Senhor Jesus, de aqui edificarem lares dignos de serem visitados pelo
Senhor sem nenhum constrangimento. Foi isto feito, porventura? Responderei eu que
sim, num determinado número de lares onde o amor e a fé se implantaram no
coração dos cônjuges. Isto tem sido constatado pelo próprio Senhor Jesus na
visita que vem fazendo a todos os lares da Terra, precisamente para poder
aquilatar do cumprimento ou não das promessas feitas no Alto. Lares existem,
infelizmente, e em grande número, onde o amor e a fé não conseguiram
estabelecer-se, prevalecendo a desarmonia, o desentendimento, e mesmo o
desrespeito mútuo entre as suas colunas, dos quais não consegue o Senhor sequer
aproximar-se.
Disto resulta inevitavelmente um notável
prejuízo para todos, tanto para o casal que assim vive, como para os seus
descendentes que esperavam encontrar na Terra um ambiente tranqüilo,
espiritualizado, onde pudessem desenvolver a formação de seus veículos físicos
e prepararem o Espírito para o cumprimento de sua própria missão. Porque, não
haja dúvidas: todos quantos presentemente se encontram encarnados na Terra são
Espíritos missionários, tendo cada qual a sua tarefa a desempenhar.
Falarei a seguir do papel que incumbe à
mulher desempenhar. Compete à mulher em qualquer setor em que se encontre,
talvez o papel mais importante do momento que passa. A Natureza conferiu-lhe
uma certa ascendência sobre o homem, que eu designarei aqui como sendo a ascendência
do coração. Trata-se de uma espécie de graça concedida pela Divindade à
mulher na Terra, mediante a qual possui muito mais desenvolvida que o homem, a
faculdade de implantar a harmonia em tudo em quanto deseje intervir. No lar é
sempre a mulher a autoridade sublime a impor-se pela brandura, pelo amor e pela
fé, forças estas capazes de edificar a felicidade máxima onde quer que tentem
edificá-la. Se ao homem incumbe por natureza a construção e a manutenção do lar
pelo seu trabalho honrado, à mulher reservou a Divindade o poder de ligar pelo
amor e a bondade os corações que o habitam. Como resultado duma atuação da
mulher em tais condições, têm o Senhor descansado horas bastante agradáveis em
muitos lares terrenos, na peregrinação que vem realizando desde o início da
segunda metade do século XX.
Infelizmente porém, também têm o Senhor
deparado lares dos quais ausentou-se por completo a autoridade dos
responsáveis, existindo aí uma situação de tal modo confusa, que os próprios
Protetores espirituais consideram irremediável e altamente prejudicial aos
Espíritos que neles encarnaram.
Em numerosos desses lares foi verificado que
o chefe da família, dominado por certos hábitos que se tornaram vícios, ou
deixa de comparecer à refeição da noite, ou, quando raramente o faz, logo se
ausenta para regressar horas tardas, invariavelmente abatido e até irado pelo
insucesso colhido na sua distração dessa noite.
Outros regressam sob os efeitos do álcool em
maior ou menor grau, mas sempre indispostos, fáceis de irar-se a qualquer fala
sensata da esposa. Esta, de tão penalizada de sua própria existência, torna-se
algumas vezes heroína perante as Forças Superiores, se consegue carregar a cruz
que recebeu nessa existência.
E quanto aos filhos? Estes Espíritos que
necessitavam de maior harmonia e entendimento de seus maiores para poderem
desempenhar suas próprias tarefas, abatem-se, entristecem e estiolam não raro
energias de que necessitavam em sua vida, quando não se desviam também do
caminho reto, ante o triste exemplo do pai. Desta maneira têm muitos Espíritos
de escol deixado de executar tarefas na Terra a que no Alto se haviam proposto,
com grave dano para si mesmos. A Justiça Divina é, porém, tão sábia e perfeita,
que sabe bem responsabilizar os culpados de certos fracassos, no caso os
responsáveis pelos lares nos quais a desarmonia e a incorreção humana impediram
o sucesso de seus descendentes. A mulher-esposa incumbe, por conseguinte, o
papel de se tornar a representante material das Forças Superiores, empregando
suas melhores energias e a suavidade máxima do coração, no sentido de imprimir
ao lar o mais perfeito entendimento entre o seu e o coração do marido, como
também entre aqueles que a Providência lhe confiou para receber e encaminhar na
Terra, de cujo êxito participará como mãe amorosa e sua encaminhadora terrena.
Ocorrem sempre circunstâncias em que todas as
recomendações acima parecem falhar em face de atos que podem positivar-se
algumas vezes. À mulher-esposa, entretanto, como à mulher-mãe, abrem-se todavia
portas por onde a inspiração e o socorro podem chegar, e chegam realmente,
visto não ocorrerem na Terra circunstâncias desconhecidas nem imprevistas pelas
Forças Superiores que presidem a vida terrena.
Numa circunstância, portanto, em que a
mulher-esposa como à mulher-mãe escasseiem forças espirituais ou elementos
materiais para manter ou implantar no lar de seu reinado a indispensável
harmonia e entendimento, para que o amor e a fé ali se instalem ou permaneçam;
para que isso aconteça, tem essa categorizada representante das Forças do Bem
na Terra, unicamente que se recolher à intimidade de um local que lhe pareça
mais adequado e abrir o seu coração a Nosso Senhor Jesus, confiando-lhe a
solução do problema em causa. Fazei isto, mães esposas que vos deparardes com
situações por vezes superiores as vossas próprias forças. Recolhei-vos ao local
mais santo do vosso lar, vosso dormitório, por exemplo, e após uma prece
sincera do vosso coração, rogai ao Senhor que Ele próprio se incumba de
restabelecer, implantar ou manter a harmonia, o entendimento, o equilíbrio que
devem reinar no vosso lar, e vereis com alegria como o Senhor Jesus ouviu e
atendeu prontamente o vosso pedido.
Convencei-vos, vós todas que viestes a Terra
com a santa missão de esposa e mãe, de que trouxestes bem resguardada no âmago
do coração uma faculdade sublime, que é a de ter vossos rogos em favor da paz,
da harmonia e do entendimento, ouvidos e prontamente atendidos pelo Senhor
Jesus. Quando a Providência Divina conferiu à mulher a luminosa missão de
trazer a Terra os Espíritos do Senhor através da maternidade, conferiu-lhe
paralelamente, entre outras, a faculdade de se tornar quando necessário, o
fator da paz, da harmonia e do amor entre os semelhantes, e isto tem acontecido
em todos os tempos a inúmeras figuras de mulher que passaram à história.
Sucede algumas vezes que o pedido venha a ser
feito por alguma esposa ou mãe de quem se tenham ausentado aquelas condições
que podem tornar sublime na Terra a personalidade feminina. Sucede, por vezes,
que a maldade que ainda se espalha pela superfície terrena, tenha reduzido a
autoridade de certas criaturas para se dirigirem ao Senhor, em face de algumas
incorreções que porventura afetem a pureza do seu viver. Eu vos afirmo, porém,
minhas filhas, que não obstante, os vossos rogos ao Senhor, sempre que
conduzidos nas asas da prece sincera do vosso coração, e que não visem jamais o
que possa prejudicar a outrem, vossos rogos serão invariavelmente ouvidos e
prontamente atendidos.
Eis o que me propus vir dizer a todos os
homens e mulheres do momento que passa, atendendo com o coração em festa ao
convite recebido do Nosso Amado Jesus. Escolhi um assunto que suponho não ter
sido tratado ainda pelos Grandes Espíritos que vos falaram antes de mim,
assunto este de cujo estudo e aproveitamento uma nova e imensa felicidade
poderá resultar para os leitores e leitoras deste grande livro, talvez único na
história da Terra.
Se entenderdes, vós todos que estas páginas
compulsardes, de reforçar vossos rogos ao Senhor com um pensamento de auxílio
ao autor deste capítulo, eu aqui me comprometo a colaborar na solução dos
vossos problemas com a necessária permissão do Senhor. Aqui encerro pois este
trabalho, uma tarefa que vim desempenhar com grande alegria por ser da maior
utilidade para todos. Utilizai então, sempre que precisardes, os préstimos do
vosso irmão e amigo
FREI HORNHAUSEN
Not.
biogr. — Um religioso que viveu na Alemanha há mais de quatro séculos. Não há
registro do seu nome nas enciclopédias. Foi um grande servidor do Senhor Jesus
que se distinguiu pela sua sinceridade e humildade.