As obras do Senhor Jesus, executadas na Terra
pelas Forças Superiores através de suas ligações com Espíritos encarnados,
previamente instruídos e convenientemente preparados para o desempenho da sua
parte, essas obras alcançam sempre os seus objetivos. Nós, Espíritos
missionários do Senhor Jesus, não perdemos nenhuma oportunidade de intensificar
os trabalhos santos que devemos realizar na Terra, e para isso nos mantemos atentos
aos desejos e pensamentos manifestados pelos irmãos encarnados, quando em seus
corações se manifesta o sentido do compromisso assumido com o Senhor Jesus de
se tornarem na Terra verdadeiras colunas a sustentar o divino serviço.
Não é tarefa fácil para nós a descoberta de
um Espírito encarnado em condições de servir plenamente ao Senhor, isto é,
possuidor destas três condições absolutamente necessárias: aptidão, boa vontade
e tempo disponível para a realização deste serviço. Irmãos existem na Terra, possuidores
de algumas das qualidades apontadas; entretanto, só as três reunidas podem ser
por nós utilizadas com eficiência. De que nos pode valer, por exemplo, a boa
vontade e o tempo de um irmão encarnado, se lhe faltar à aptidão necessária que
depende de certo preparo intelectual para receber os nossos ditados? Do mesmo
modo, um irmão possuidor dessa aptidão desacompanhada das demais, a boa vontade
e o tempo disponível, torna-se para nós um instrumento incompleto que não nos
permite a realização do nosso trabalho. Digo-vos isto, meus estimados irmãos,
para pôr em relevo todo o valor que para os trabalhos do Senhor no meio terreno
encontramos neste irmão que nos serve de intermediário, permitindo-nos
transmitir a todos os homens e mulheres a palavra do Senhor em forma escrita,
para que perdure e se espalhe por toda a superfície terrena.
Já foi explicado nos livros do Irmão Thomé o
processo ao alcance de todos os leitores que desejam tornar-se outros tantos
intermediários das Entidades Superiores a serviço do Senhor na Terra. Mas eu o
repetirei sucintamente aqui. Para desenvolver a psicografia é bastante se
forrar o candidato destas duas disposições iniciais: exercitá-la regularmente
em dias e horas certos inicialmente, após a elevação de uma prece ao Senhor
Jesus, a fim de que algum dos seus trabalhadores invisíveis se aproxime do
candidato a ajudá-lo em seu exercício. O candidato se prepara então para grafar
no papel as palavras que lhe forem inspiradas pouco a pouco, porque em breve
alcançará certa virtuosidade no exercício. Deve, por conseguinte, o candidato
conhecer seu idioma e escrevê-lo com alguma fluência; mas se isto não
acontecer, a boa vontade suprirá as deficiências, entregando depois o ditado a
alguém que possa colocá-lo na linguagem correta. Isto conseguido, portanto, já
terá o candidato a médium psicógrafo vencido a parte principal do caminho. A
parte final, pois, e igualmente muito importante para poder servir aos
Espíritos de Deus, é fácil de vencer também, porque apenas depende do estabelecimento
de um horário de trabalho espiritual combinado com a Entidade incumbida de sua
direção. Difícil isto? Absolutamente. E é de tal modo grandiosa a recompensa
que o Senhor destina a quantos se dedicarem ao seu serviço na Terra, que essa
tarefa justificará por si só toda uma reencarnação. Eis aí meus estimados
irmãos mais alguns esclarecimentos acerca de como poderá cada um de vós
tornar-se um verdadeiro apóstolo do Senhor na Terra e dessa maneira iluminar ao
máximo o seu Espírito. Vamos experimentar, pois?
A seguir ocupar-me-ei de outro assunto de que
me incumbiu o Senhor Jesus, com o objetivo de que todos possais capacitar-vos
do valor dos ensinamentos que vos estão sendo trazidos pelas Entidades
convidadas pelo Senhor para elaborarem o presente volume, e que tantas serão
quantos forem os seus capítulos. Minha tarefa é, pois, a de vos falar acerca de
certos detalhes da vivência espiritual para quantos possam regressar aos planos
do Além ostentando em seu Espírito já algumas onças de luz adquiridas na Terra.
Não vos admireis de que eu vos fale em onças de luz, quando outras são as
designações usadas entre vós para medir as claridades energéticas que
conheceis. No Alto tudo é pesado e medido por processos diferentes dos vossos;
e referindo-se aqui à unidade onça da luz estou designando realmente uma
das maneiras pelas quais podem ali ser avaliadas as claridades espirituais
portadas por quantos vivem nesse plano. Desejo pois vos dizer, estimados
irmãos, que enquanto permanecerdes na Terra, a par dos vossos labores diários
podereis tratar eficientemente da aquisição, não de uma, duas ou algumas onças
de luz espiritual, mas de um notável volume delas, e tão grande, que de
certo vos surpreendereis ao constatá-lo em vosso regresso ao plano espiritual.
O processo é muito simples, simplíssimo. Tudo
dependerá da maneira pela qual possais aceitar e entender as razões de vossa
vinda a Terra, numa existência que estais desfrutando a mais em vossa presente
encarnação. Para pôr em prática esse processo não tereis mais do que vos
capacitar de que não viestes à Terra para ficar mas unicamente para
evoluir. Deveis capacitar-vos então, de que a Terra é simplesmente um
caminho e jamais uma morada.
Percorrendo esse caminho que haveis
percorrido já inúmeras vezes em diversas regiões que não essa na qual vos
encontrais, tivestes oportunidade de travar conhecimento com muitos povos dos
quais fizestes parte, recolhendo ensinamentos e observações que muito
contribuíram para a vossa existência atual, que deverá ser uma espécie de exame
final para o vosso Espírito. Que vos compete fazer então, para adquirirdes um
notável volume de onças de luz espiritual? Nada que exija sacrifício,
por mínimo que seja. Nada que vos impeça de viver os vossos dias com alegria e
tranqüilidade espiritual. Dispor-vos apenas em ajudar a enorme tarefa das
Forças Superiores em missão do Senhor na Terra, empenhadas em preparar os
Espíritos encarnados para o seu regresso ao plano espiritual quando a hora soar
para cada um deles. Se vos dispuserdes a cooperar nessa ingente tarefa, meus
estimados irmãos, estareis acumulando onças de luz em vosso belo
Espírito, cujo volume, repito, certo vos surpreenderá ao recebê-lo a seu tempo.
Como agir então? Muito simplesmente. Habituai-vos a procurar descobrir se as
pessoas de vossas relações já tomaram conhecimento do conteúdo dos livros do
Irmão Thomé, e também do presente volume. Isto o podeis conseguir indagando
cordialmente se este ou aquele assunto enfeixado nestes três volumes já é do
conhecimento dessas pessoas. Se o não for, falai-lhes por alto a respeito,
pondo sempre o vosso pensamento em Nosso Divino Mestre Jesus. No caso em que as
vossas relações não conheçam os livros, proponde-lhes emprestá-los a fim de que
deles se inteirem. Afirmai-lhes porém, que a natureza dos conselhos neles
enfeixados exige uma leitura constante por se tratar da maior riqueza que pode
ser oferecida a quantos ainda perlustram os caminhos terrenos. Fazei, pois, o
que estiver na vossa disposição a este respeito, na certeza de que estareis com
isso engrandecendo o vosso Espírito em face das claridades imensuráveis que
Nosso Senhor Jesus vos concederá, a cada irmão terreno que conseguirdes
inteirar-se do quanto foi enfeixado nos volumes citados, este inclusive, com
este único e grandioso objetivo: ajudar a salvar os Espíritos encarnados de
provações possivelmente dolorosas quando certos acontecimentos se positivarem
na Terra.
Como vedes meus amiguinhos, a tarefa que
podeis desempenhar é das que não exigem nem esforço nem dispêndio de vossa
parte. Aqui mesmo tereis ocasião de testemunhar a alegria que tereis levado às
pessoas às quais sugerirdes a leitura atenta destes livros, escritos por
determinação do Senhor Jesus. Vosso Espírito, inscrito desde logo entre a
luminosa corte de mensageiros do Senhor, sentirá refletir-se em sua presente
existência, como efeito imediato da cooperação prestada aos irmãos encarnados
no sentido do seu esclarecimento, uma felicidade nova, porque não sentida até
então, como reflexo da luminosidade que seu trabalho santo estará acumulando no
Alto.
Estimados irmãos que eu me empenho em fazer
também amigos meus: minha presença como redator de um dos capítulos deste
livro, extraordinário luzeiro disseminado na Terra, eu a devo ao honroso
convite com que me distinguiu o Senhor Jesus, o Nosso Divino Mestre, para vir
juntar a minha obscura palavra à de tantas Entidades Superiores que redigiram
outros capítulos. Este convite, declaro-o com a maior das minhas homenagens ao
Senhor que tanto venero, permitiu-me voltar por momentos ao solo deste grande
país em que também nasci, vivi e amei em minha última existência de trabalhos,
lutas e sofrimentos. Não vai nestas palavras um mínimo que seja de queixa
contra o ambiente em que vivi. Absolutamente. Tudo quanto padeci era-me
necessário ao Espírito, embalado que era apenas pelos sons melodiosos da poesia
que cultivava, desligado da verdadeira realidade da vida. Cantei assim quanto a
minha inspiração me sugeria, dando largas ao vôo da imaginação poética que constituía
para mim toda a razão do meu viver. Regressando, porém, ao meu plano no Além,
foi que constatei o que bem pouco de útil havia conseguido em minha última
existência terrena. Nosso Senhor tem, entretanto, uma condescendência
particular para com os Espíritos dos poetas, mesmo para aqueles que, como este
que vos fala, nada mais tenham feito do que cantar em verso a beleza
incomparável da natureza e seus encantos, considerando-os como se pássaros
fossem, a amenizar a dureza do viver terreno. Desta maneira, Nosso Senhor
recebe e perdoa a todos os poetas da Terra o seu descaso pelo verdadeiro
sentido da vida, e agracia-os com o galardão a que a sinceridade da sua poesia
possa ter feito jus, contribuindo para amenizar a tristeza e o sofrimento dos
seus companheiros de jornada terrena. Eu tive a felicidade de ser assim
considerado pelo Nosso Divino Salvador, e aqui me encontro novamente por curtos
momentos, meu Espírito em deleite, enquanto redijo estas palavras toscas que
vos dirijo por determinação do Senhor Jesus. Atentai em quanto vos deixo nestas
páginas, meus amigos encarnados, porque aí fica um meio de vos constituirdes
desde agora em novos apóstolos do Senhor, conquistando paralelamente a gratidão
ou o reconhecimento dos nossos irmãos a quem fizerdes conhecer quanto vem de
ser escrito na Terra por determinação de Nosso Senhor Jesus. Aqui termina sua
tarefa e se despede de vós, aquele que aqui viveu, lutou, cantou e sofreu como
todos vós
GONÇALVES
DIAS
Not.
biogr. — Antonio Gonçalves Dias — 1823-1864 — Um dos primeiros poetas
brasileiros. Nasceu em Caxias, Maranhão. Freqüentou a Universidade de Coimbra,
onde se diplomou em ciências jurídicas e sociais. Regressou ao Brasil em 1845,
quando publicou seus “Primeiros cantos”, trabalho que foi acolhido com
grande entusiasmo por Alexandre Herculano. Publicou depois vários volumes de
versos, sendo colocado pela crítica entre os poetas mais ilustres da sua
geração. Escreveu também vários dramas e fundou no Rio de Janeiro o jornal
“Guanabara”. Publicou um “Dicionário da língua tupi”. Nomeado membro de uma
Comissão exploradora, subiu o Amazonas em 1860, percorrendo muitos lugares na
selva à procura de dados históricos, tendo coligido elementos curiosos e
importantes. Acometido de doença grave no ano seguinte, seguiu para a Europa em
busca de tratamento, mas sem êxito. Encontrando-se em Paris extremamente doente
e sem recursos, resolveu regressar ao Brasil, embarcando a 3 de novembro de
1864 no veleiro “Ville de Boulongne”, o qual naufragou à vista do Maranhão, sua
terra natal. Verificou-se então esta coisa curiosa: todos os demais passageiros
se salvaram menos o egrégio poeta, de quem a literatura brasileira justamente
se ufana. A notícia, por inesperada, causou no Brasil uma grande emoção, tendo
o país inteiro deplorado amargamente o desaparecimento de Gonçalves Dias,
considerado pela crítica um talento completo, o engenho mais acabado e mais
vasto da literatura brasileira. O Brasil fez de Gonçalves Dias o seu poeta
favorito.
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