A Terra vem sentindo em sua estrutura física
os primeiros sinais de um breve processo transformatório, como primeiro passo
de sua preparação para receber em seu solo almas que se preparam para aqui
reencarnarem algumas das quais, diga-se de passagem, já se encontram vivendo
seus primeiros anos de vida terrena.
O que os viventes de hoje necessitam de
gravar em seu coração, para que nesse sentido passem a dirigir seus passos ao
longo dos dias, meses ou anos que ainda tiverem de viver na Terra em sua fase
presente, é que daqui apenas conduzirão consigo como produto de sua presente
existência terrena, os bons atos, os bons pensamentos porventura irradiados em
favor de outrem, e, principalmente, a luz que desses atos e pensamentos tenha
resultado para a iluminação de seus Espíritos. Embora isto tenha sido dito em
palavras diferentes através das páginas deste e dos livros do apóstolo Thomé,
de mais não será que eu insista no assunto, considerado no Alto como
absolutamente necessário ao conhecimento dos Espíritos que se encontram
encarnados neste mundo de Deus. Nosso Senhor Jesus vem de se instalar Ele
próprio no solo terreno, para melhor orientar os trabalhos cuja grandiosidade,
pelo número de trabalhadores que reúne, requer a presença do Senhor o mais
próximo possível dos locais de trabalho. Ele aqui se encontra a partir do ano
em que este livro está sendo redigido, (*) acompanhado de elevado número de
Entidades altamente evoluídas, quer como conselheiros e assistentes, quer como
emissários enviados às outras regiões do planeta. Se, por conseguinte, todos
vós que aqui vos encontrais encarnados na hora que passa, vos dispuserdes a
considerar o fato do próprio Senhor ter tido necessidade de se instalar no solo
terreno para orientar os trabalhos que aqui se executam, se isto considerardes
calmamente, podereis melhor avaliar o que de importante esses trabalhos devem
representar para todos.
(*) 1965/1966.
Repetirei a propósito, aquela imagem do bom
Irmão Thomé, a imagem do velho casarão, apresentada em seu livro As Forças
do Bem que corre mundo, levando a primeira advertência a todos os habitantes
da Terra. O velho casarão outro não é senão o próprio planeta que necessita de
ser reconstruído, a fim de poder agasalhar uma população algumas vezes maior do
que a atual. E como não seja possível reconstruir sem demolir o todo ou parte
da construção existente, aí se apresenta a necessidade de mexer na estrutura a
fim de preparar o novo edifício. É precisamente o que já se está procedendo:
trabalhadores do Senhor iniciaram a colocação das primeiras cargas de dinamite
na profundidade necessária, para que o efeito se processe na superfície, nos
locais predeterminados. Conclui-se, por conseguinte, que os trabalhos foram
iniciados em vários setores, e não tardarão a se manifestar na superfície. Bem
avisados sereis, então, todos vós que, gravando este fato em vosso coração,
trateis de vos preparar para a viagem de regresso ao vosso plano espiritual, o
que poderá demorar ainda para alguns, mas poderá positivar-se inesperadamente
para outros, para muitos talvez.
Se o homem — e também a mulher — se
dispuserem a meditar seriamente no que lhes vem sendo comunicado por
determinação do Senhor, chegarão facilmente à conclusão de que, o que realmente
lhes deve interessar não é a posse de maior ou menor fortuna em bens
patrimoniais reunidos ao longo de sua presente existência, sabem Deus e Jesus
com quantos sacrifícios o terão feito. Isto tudo, bens, títulos, moeda e o que
mais for, em nada os podem ajudar na vida espiritual porque nada disso chega a
produzir luz para o Espírito. Sendo matéria e apenas matéria, terá de
permanecer na superfície terrena desde o momento em que seu construtor ou
beneficiário alçar vôo em direção ao plano espiritual através do fenômeno da
morte. Devo mencionar entretanto, uma circunstância em que a posse de certo
volume de bens terrenos pode contribuir eficientemente para a iluminação do
Espírito. Citarei o exemplo do industrial ou negociante que ofereceram trabalho
remunerado a certo número de trabalhadores que dele retiraram o sustento e a
educação dos seus dependentes. Esta circunstância, quando verificada na Terra,
em que se oferece uma remuneração justa pelo trabalho prestado, é capaz de
elevar a quantos a realizam, à sua maior ascensão espiritual. O espírito de
justiça com que souberam retribuir os serviços recebidos, vale para as Forças
Superiores que presidem os trabalhos na Terra, como excelente contribuição para
o progresso espiritual dos irmãos trabalhadores, refletindo-se de modo notável
na iluminação dos industriais que assim houverem procedido.
Há também, meus amigos terrenos, o reverso da
medalha, como sucede aliás em todos os setores da vida. Há os casos em que,
infelizmente, industriais e outros empregadores se esmeram em receber de seus
colaboradores o máximo que estes lhes podem dar em trabalho e até em saúde, retribuindo-os
de maneira iníqua, na ilusão de assim enriquecerem mais rapidamente. Aos que
desta maneira se conduzem — e tantos casos poderiam ser aqui mencionados — o
reverso da medalha também se lhes apresenta, neste mundo ou no outro, em
circunstâncias as mais lamentáveis. Espíritos que na Terra armazenaram grandes
fortunas à custa do esforço alheio mal remunerado, são vistos em grande número
no Alto, tentando penitenciar-se dessa falta, sinceramente arrependidos. Para
eles, no entanto, a oração no plano em que se encontram, constitui apenas um
lenitivo, porque somente um novo mergulho na carne, durante o qual possam
reparar o mal, será fator decisivo para a sua redenção. Espíritos Superiores
visitam periodicamente os núcleos espirituais em que vivem esses desencarnados,
esmagados ao peso de suas reminiscências terrenas, e recitam-lhes ternamente
aquele sábio princípio da Lei Kármica que nos ensina que:
Aquele que mata, será morto
Aquele que fere, será ferido
Aquele que engana, será enganado
Aquele que furta, será furtado
Aquele que trai, será traído
Aquele que explora, será explorado
e por aí afora, prescrevendo pena sempre
idêntica à ação cometida. No dia, pois, em que em vossas praças públicas e nos
lugares mais freqüentados, puderem ser vistos estes princípios, para que todos
os leiam e tenham sempre presentes na memória, a partir desse dia diminuirão os
delitos de toda a ordem que tanto prejudicam a felicidade e o bem-estar dos
nossos irmãos terrenos.
Eu vos sugeriria mesmo, estimados irmãos
leitores, a idéia de afixardes cartazes com estes princípios por toda à parte
onde possam ser vistos e lidos atentamente, como excelente contribuição para a
implantação da harmonia e felicidade na Terra. Será isto difícil? Parece-me que
não. Tantos cartazes vistosos e artísticos se encontram afixados hoje em dia em
tantos logradouros públicos, oferecendo vossos produtos, que um cartaz visando
à educação espiritual dos nossos irmãos encarnados, somente poderia ser
recebido com o maior agrado. Deixo aqui a idéia para os administradores
terrenos, a qual poderá ser aproveitada igualmente com os melhores resultados
pelos industriais e outro empregadores em suas dependências, para edificação
dos seus trabalhadores.
Sendo ainda bastante reduzido na Terra o grau
de cultura espiritual, mormente nas classes trabalhadoras menos favorecidas, um
esclarecimento que se lhes proporcione acerca dos princípios regidos pela lei
kármica, que é a Lei de Causa e Efeito será, não apenas bem recebido por
todos, como contribuirá seguramente para reduzir ao mínimo as infrações que
tanto prejudicam autores e vítimas.
Meus caros irmãos que possuís indústrias,
lojas, instalações co-merciais ou de outro gênero; administradores da coisa
pública que tendes ao vosso mando maior ou menor número de irmãos servidores;
determinai a afixação de belos cartazes ostentando os princípios acima e outros
igualmente justos, nos locais apropriados, e de certo colhereis como primeiro
resultado um maior rendimento do trabalho, com real vantagem para a administração,
seguido imediatamente da redução de certas infrações que tanto prejudicam a
evolução espiritual dos seres humanos. Fazei isto irmãos administradores, e
Nosso Senhor vos agradecerá comovido, essa esplêndida contribuição para a
educação espiritual da geração presente na Terra.
Vindo redigir também o meu capítulo de VIDA
NOVA a convite do meu amado Jesus, escolhi um assunto que no meu entender
poderá ajudar um pouco a eliminação da maioria das infrações morais da
atualidade, cometidas em conseqüência exclusiva da ignorância de certas leis
por parte do público de nível social inferior. Reparai que a quase totalidade
das infrações de ordem criminal, tais como o roubo, o assassínio e outras mais,
pode ser atribuída com razão ao baixo grau educacional dos indivíduos. Na
sociedade propriamente dita, tais infrações ou não existem ou serão mínimas,
exatamente em face do grau mais elevado de educação e conhecimentos que nela se
registram. Benditos serão, pois, quantos por esta ou forma semelhante, se dispuseram
a acender nos irmãos menos preparados que são a grande maioria da população
atual da Terra, a lâmpada do conhecimento das Leis Divinas, entre estas como da
maior urgência para todos, a de Causa e Efeito.
Considerando bem cumprida a tarefa que vim
desempenhar entre vós, prometo ajudar do Alto, do meu setor de trabalho,
quantos se decidirem pela minha sugestão, para levar seus nomes ao Divino
Mestre, que anseia por encontrar entre os seus guiados terrenos, servidores
dedicados ao esclarecimento de seus irmãos encarnados. Aqui se despede e vos
abraça a todos, estimados leitores, aquele que tanto se empenhou em servir ao
Senhor com o nome de
RICHELIEU (Cardeal)
Not.
biogr. — Armando João du Plessis, Duque de Richelieu — 1585-1642 —
Cardeal e político francês dos mais notáveis por sua grande inteligência,
energia e habilidade. Foi ministro de Luís XIII até à morte, mostrando-se
bastante severo no encaminhamento e defesa dos interesses do Estado. Enfrentou
e venceu quantas revoltas armadas se levantaram contra o governo, chefiadas por
elementos poderosos da nobreza, tendo aplicado aos chefes vencidos castigos
desencorajadores. Foi deputado do clero aos Estados Gerais em 1614, sendo
escolhido orador da sua Ordem. Nomeado capelão da jovem rainha Anna de Áustria,
esposa de Luís XIII, conselheiro de Estado e secretário principal da rainha
mãe, Richelieu depressa se familiarizou com os negócios políticos, sendo
nomeado secretário de Estado em 1616. Da sua atuação nesse alto posto
conseguiu, entre muitas outras vitórias políticas, a reconciliação com o
Vaticano, sendo por isso distinguido com o barrete cardinalício em 1622.
Richelieu
lutou muito, no interior e no exterior, porém, segundo declarou pouco antes de
desencarnar, “sempre contra inimigos do Estado, porque ele próprio nunca os
tivera”. Uma de suas grandes preocupações no governo foi acabar com a mania dos
duelos, que em menos de vinte anos dizimou mais de quatro mil fidalgos. Neste
sentido mandou executar o conde Montemorency-Bouteville, que, desrespeitando as
suas determinações, batera-se em pleno meio-dia na Praça Real. Como
administrador e político foi dos mais notáveis que a França conheceu. A
política externa, contudo, foi a grande glória do cardeal Richelieu.
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