Os homens que se encontram presentemente
vivendo mais uma existência no solo terreno, mal poderão sequer imaginar as
dificuldades que tiveram de vencer quando ainda se encontravam na vida
espiritual, para conseguirem sua presente encarnação. Dizendo homens, desejo
significar igualmente as mulheres, porquanto o problema da reencarnação é comum
aos dois sexos. Acrescentarei então, que não é nada fácil a um Espírito livre
no Alto, conseguir a tão desejada, imaginada e mesmo sonhada oportunidade de
descer a Terra, para aqui construir um novo corpo de carne com o qual possa
realizar várias de suas mais caras aspirações, sendo a principal a de aumentar
sua luz espiritual.
É, por conseguinte, com as mais fundadas
razões que todas as Entidades que me precederam na feitura deste livro,
insistem na necessidade de que todos os homens e mulheres despertem dessa
espécie de letargia em que se encontram, para se disporem a pensar muito a
sério no seu amanhã espiritual, um amanhã que pode demorar para uns mais do que
para outros, mas que virá infalivelmente para todos. É preciso esclarecer
devidamente para que todos compreendam, que os esforços feitos por todas as
Entidades que aqui escreveram o seu capítulo a convite de Nosso Senhor e Mestre
Jesus, elas o fizeram por dois grandes motivos: atender ao honroso convite com
que as distinguiu o Senhor, e contribuírem com a grande luminosidade dos seus
Espíritos para ajudar a todos vós, leitores, a vos preparardes enquanto é tempo
para a grande viagem que tereis de empreender em breve, para muitos talvez a
sua última viagem de regresso da Terra. E como a ninguém é dado empreender
viagem pequena ou grande sem uma preparação correspondente, é que todos nós que
viemos falar-vos através das páginas deste grande livro, temos de insistir em
que vos prepareis condignamente para a viagem que tereis de fazer.
Nosso Senhor Jesus deu-me instruções no
sentido de palestrar convosco acerca dos perigos a que estão sujeitos no Alto
os Espíritos que, tendo cessado sua existência no corpo físico, partem do plano
terreno quase completamente despreparado para o seu novo estágio no plano
espiritual, pelo fato, como alegam muitos, de não terem tido tempo para se
prepararem.
Como poderá ser isso?
—pergunto eu, se o objetivo único, senão o principal da vinda de um Espírito à
vida terrena é exatamente o aprimoramento de suas qualidades morais, o esclarecimento
da sua inteligência no serviço do bem e da fraternidade através da prática de
obras meritórias? Como poderá dar-se tal coisa, irmãos e amigos meus, se
durante a preparação de cada um de vós no Alto para reencarnar, tudo isso vos
foi demoradamente exposto, para que, uma vez reencarnados, não vos esquecêsseis
jamais?
Ora bem, meus amigos e irmãos queridos. Nada
ainda está definitivamente perdido, pelo menos enquanto aqui permanecerdes. Já
sabeis de sobra pelo que vos foi dito por outras Entidades, qual o meio pelo
qual podereis recobrar a lembrança de tudo quanto vos foi ensinado antes desta
vossa vida no corpo físico, como elemento indispensável ao bem-estar e
felicidade de cada um em sua vida terrena. Já sabeis que através da oração e da
meditação diárias podereis entrar em contato direto com o Senhor Jesus, e d’Ele
receberdes na medida das vossas necessidades toda espécie de ajuda espiritual.
Certos como estais deste caminho, nada mais tendes a fazer do que segui-lo de
todo o coração, porque o mesmo poderá conduzir-vos à situação espiritual mais
bela e feliz que possais imaginar.
Existe ainda um outro importante objetivo na
divulgação do conteúdo deste volume por toda a superfície terrena, justificando
a vinda ao solo terrestre das dezenas de Entidades que nele aparecem redigindo
seus respectivos capítulos. Esse objetivo consiste no grande empenho do Senhor
Jesus em preservar de situações desagradáveis para uns e talvez aflitivas para
outros, todas as almas atualmente encarnadas no solo terreno, quando começarem
a se manifestar os efeitos das operações já em curso no planeta. Desavisados
que estivessem os homens e mulheres, quando esses efeitos começassem a
manifestar-se em várias regiões da Terra, poderia verificar-se uma tal situação
de aflições e desespero que muito contribuiria para agravar a salvação
daqueles, que deverão ser salvos pelas Forças Superiores na hora do perigo. Ao
passo que, mandando o Senhor transmitir à população terrena a série de
conselhos iniciados pelo Apóstolo Thomé e por nós continuados, estarão todos os
homens e mulheres avisados de que algo de muito importante deverá acontecer ao
planeta, assim como dos recursos que ao seu alcance encontram-se para deles se
utilizarem. Depois desta larga preparação, ninguém poderá jamais alegar que
desconhecia os meios colocados ao alcance de sua vontade, do seu coração, para
se livrar de situações possivelmente dolorosas.
Quem hoje vos escreve para ser lido é um
vosso irmão muito mais velho que também cursou durante milênios esta mesma
escola terrena que hoje cursais, porém com dificuldades bem maiores, como a
vida decorria no início da era cristã e mesmo alguns milênios antes. Foi-me
dado viver nos diversos continentes deste pequeno mundo terreno, quando as leis
existentes atendiam apenas aos interesses dos potentados e dirigentes, nenhum
valor tendo para os mesmos a fragilidade da vida de seus súditos, lançados
continuamente em guerras caprichosas ou de conquista.
O valor dos homens comuns dos tempos em que
me foi dado reencarnar seguidamente na Terra, era avaliado apenas pelo serviço
que podiam prestar à causa do Estado, que considerava escravos dos interesses
de seus dirigentes todas as vidas humanas a quem Deus concedia a existência
terrena para seu desenvolvimento espiritual. Foi então de conflitos em
conflitos, conforme reza a história da Terra, que muitos milhares de almas
conseguiram alcançar determinado grau evolutivo, para aqui voltarem mais tarde
na qualidade de governantes de determinado rincão, e nele instalarem melhor
regime de vida para seus governados.
Este irmão que tem hoje a ventura de vos
dizer estas palavras, foi um dos Espíritos a quem Nosso Senhor concedeu a
missão de dirigir um grande país, no qual seus dirigidos pudessem sentir uma
tranquilidade relativa, para poderem dedicar-se ao aprimoramento cultural e
moral de que necessitavam. Devo declarar que me empenhei sinceramente em
proporcionar essa tranquilidade àqueles que foram levados a viver sob o meu
reinado, e também que consegui atingir esse objetivo quase completamente.
Regressando ao mundo espiritual ao fim de minha última peregrinação na Terra,
tive a felicidade de receber de Nosso Senhor o belo galardão que Ele destina a
quantos no solo terreno souberam cumprir sua missão. Esse galardão, devo
dizê-lo para edificação de todos vós leitores meus, representa hoje para mim a
maior e mais bela recompensa recebida em toda a minha vida de Espírito, mais,
muito mais mesmo, do que todos os tesouros que tive na Terra à minha
disposição. A explicação disso é que os tesouros da Terra, por maiores que
sejam quantitativamente, por maiores honras que possam proporcionar aos seus
possuidores, têm de ficar finalmente na Terra porque a Terra pertencem, não
oferecendo nenhum reflexo no mundo espiritual aos seus possuidores.
Enquanto que os galardões espirituais que
Nosso Divino Mestre Jesus costuma conferir a quantos tiverem sabido cumprir com
honra as suas tarefas na Terra, a quantos tiverem sabido dedicar sua existência
na carne ao bem-estar e felicidade dos seus semelhantes, esses galardões
espirituais incorporam-se definitivamente aos Espíritos que os recebem e passam
a constituir motivo da maior felicidade e dignidade para eles.
Desejo esclarecer um ponto que poderia ficar
obscuro para alguns dos leitores deste volume. Desejo esclarecer que não são
apenas Espíritos que passaram pela Terra como dirigentes de povos, os que vão
receber das luminosas mãos do Senhor Jesus o ambicionado galardão espiritual se
ao mesmo tiverem feito jus. Não, meus queridos; Nosso Senhor costuma
recompensar com esse belo galardão Espíritos de todas as classes sociais cujo
viver terreno haja contribuído para merecê-lo. Todos os homens e mulheres que
aqui se têm distinguido na prática do bem, do amor e da fraternidade para com
os semelhantes, seja em que setor for da vida terrena, fizeram jus à tão bela
recompensa, sempre recebida do Senhor e Mestre Jesus. O industrial, o
negociante, o médico, o advogado, o professor e o operário, encontram oportunidades
de se habilitarem ao recebimento do seu galardão espiritual ao regressarem da
Terra, porque essas oportunidades se apresentam na vida de todos os seres
humanos independentemente da categoria social em que tenham vivido. Isto é uma
verdade autêntica, meus estimados irmãos. Quando chegar o tempo de regressardes
à vossa morada espiritual ireis encontrar na mesma, com surpresa para muitos,
irmãos vossos de quem talvez não tenhais ouvido falar pela obscuridade em que
preferiram viver entre vós, mas que de tal modo procuraram servir ao Divino
Mestre na esfera de suas possibilidades, que mereceram, e do Senhor receberam o
seu galardão. Não existe categoria social por mais humilde, que não ofereça
ensejo de praticar cada um os belos mandamentos do Senhor, amar ao próximo na
medida de suas possibilidades, mas fazendo-o com verdadeiro sentimento de
fraternidade. E isto sucede muito freqüentemente, sabido como é que vieram
habitar entre os humildes não poucos Espíritos já possuidores de certo grau
evolutivo, em cujo meio conseguiram tornar-se verdadeiros amigos, orientadores
ou conselheiros daqueles que os procuram. Num conselho sensato, justo,
prudente, destes que podem muitas vezes impedir a consumação de uma tragédia,
está uma bela oportunidade de um ser humano prestar real serviço ao Senhor,
prestando-o na Terra ao seu semelhante. Para que alguém possa fazê-lo, uma
condição apenas necessita de possuir: a integridade moral. E para que alguém
possa ter a consciência de possuir tão bela condição, bastará que se mantenha
em perfeita harmonia com as Forças Superiores do Universo, pessoalmente
representadas em relação à população terrena pela dedicação a Nosso Senhor
Jesus, Nosso Divino Mestre.
Eis aí filhos e amigos meus, o que me propus
dizer-vos no capítulo que me coube redigir nesta obra realmente portentosa.
Julgo por isto bem cumprida a minha missão, porque me empenhei em dizer-vos o
quanto basta para que possais receber também, à vossa vez, um belo galardão
espiritual para a glória de vossos Espíritos. Aqui se despede e vos abençoa em
nome de Nosso Senhor Jesus, este vosso irmão e amigo dedicado, pronto a
servir-vos no Alto, que ingressou na vossa História com o nome de
MOISÉS
Not.
biogr. — Moisés — 1500-1380 A. C. — Grande legislador dos hebreus.
Fundador da nacionalidade israelita. Nasceu no Egito pelo ano de 1500 A. C. e
desencarnou no Monte Nebo cerca de 1380 A.C. Conta-nos a lenda que Moisés foi
retirado das águas do Nilo acomodado num berço de papiro, numa fase em que o
faraó determinara a morte de todas as crianças do sexo masculino. Foi recolhido
com carinho pela princesa Termútis que obteve permissão de seu pai, o faraó,
para criá-lo. Dotado de grande inteligência, porque era realmente um
predestinado, aprendeu rapidamente as artes e as ciências do seu tempo. Tendo,
involuntariamente, dado morte a um egípcio que espancava um hebreu, fugiu para
Median na península de Sinai. Nesse país casou-se com Séfora, filha de Jetro,
chefe dos medianitas, nascendo-lhe dois filhos: Gérson e Eliezer . Estava já
com oitenta anos quando Deus lhe apareceu no Monte Horeb numa visão da sarça
ardente, e lhe ordenou que retirasse os hebreus do jugo dos egípcios, dando-lhe
Aarão como auxiliar nessa tarefa. Ambos partiram para o Egito e apresentaram-se
a Meneftá o faraó, a quem pediram autorização para levar o povo hebreu para
Canaã, conforme Deus determinara a Moisés. O faraó irritou-se com o pedido e
recusou atendê-los. Em seguida mandou agravar as condições de trabalho dos
hebreus.
Dessa
deliberação do faraó surgiram graves acontecimentos para o Egito e o seu povo.
Moisés fez desencadear sobre o país as chamadas dez pragas milagrosas, a última
das quais, consistindo na morte de todos os primogênitos das famílias egípcias,
atingiu também o coração do faraó, roubando-lhe o príncipe herdeiro. Nesta
última o faraó resolveu ceder às insistências de Moisés e Aarão, e eles puderam
conduzir o povo hebreu para fora do Egito.
O
faraó, porém, ouvindo no dia seguinte os conselhos dos seus generais,
arrependeu-se e ordenou que o exército se preparasse e partisse no encalço dos
hebreus e os trouxesse de volta. A multidão dos hebreus, porém, só foi avistada
dois dias depois pela madrugada, ao iniciar a travessia do Mar Vermelho, que,
diz a lenda, separara-se no lugar escolhido por Moisés para a travessia. Esta
foi executada em marcha acelerada pelos hebreus, que conseguiram passar enxutos
com todo o gado e pertences que levavam. O
exército do faraó, porém,
tentando a mesma travessia algumas horas mais tarde no mesmo local, viu-se
tragado pelas águas com todos os animais e material de guerra, por terem as
águas se fechado sobre eles. Moisés iniciou então uma longa marcha de quarenta
anos pelo deserto em busca da terra prometida, durante a qual se manteve em
permanente contato com Deus.
Recebeu no Monte Sinai o
“Decálogo” e mais tarde a legislação que devia reger o seu povo durante cerca
de quinze anos. Nos cinco livros que escreveu, o “Pentateuco”, Moisés registrou
a história das idades antigas, o texto das suas leis e a narração dos
acontecimentos em que tomou parte. Moisés foi legislador, profeta, poeta,
historiador e pastor de homens, sendo considerado uma das maiores figuras da
História humana. Sua celebridade enche todo o Oriente. Os árabes veneram-no
tanto como os judeus. A Igreja católica colocou seus livros no canon das
Escrituras inspiradas e considera-o uma das figuras mais notáveis, porque numa
profecia célebre anunciou a vinda do Messias.
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