O Senhor do mundo terreno, designado para
esse espinhoso posto de serviço à humanidade pela Misericórdia Divina, emanada
do Criador e Animador do Universo, está dando começo à execução de um plano de
obras neste edifício terreno, a fim de proceder a uma espécie de reconstrução
do que se tornou obsoleto. Mas não apenas para renovar o que se tomou obsoleto
se destina o plano já em começo de execução. Há necessidade de preparar o
planeta para receber em seu solo um número de habitantes bem maior do que o
atual, e para isso necessário se tomou reformar sua estrutura física, por meio
de processos que escapam inteiramente à capacidade de seus habitantes.
Já foi dito em capítulos anteriores que o
problema alimentação é fundamental como parte do plano elaborado para a
Terra, e realmente o é, considerando-se a produção atual de alimentos em toda a
superfície terrena. Mas não é apenas a este problema que as obras em começo de
execução visam atender. O problema alimentação está estreitamente
relacionado com vários outros igualmente muito importantes, todos especificados
no plano elaborado no Alto para este fim de século.
O que diz respeito, por exemplo, ao
desenvolvimento mental e cultural dos homens e mulheres do futuro, foi meticulosamente
estudado, para que os Espíritos em vias de reencarnar já possam encontrar na
Terra as condições indispensáveis ao cumprimento de suas tarefas.
Considerando-se a necessidade existente, de que, cada ser humano dos anos
próximos possua condições mentais, morais e culturais de um verdadeiro apóstolo
do bem, e não se desvie desse caminho, como está acontecendo nos dias que
correm a numerosos jovens que decepcionam pais e Protetores espirituais com
seus lamentáveis desvios — considerando-se essa necessidade, operar-se-á em
todas as regiões da Terra uma série de modificações que possibilitem tal
objetivo.
O ensino escolar que vem sendo ministrado aos
jovens atualmente e desde séculos, peca pela falta do elemento indispensável da
fé num Poder Superior ao qual o jovem saiba convictamente estar ligado, e de
cuja fonte lhe advirão todos os sucessos que vier a alcançar em sua vida
terrena. Este ensinamento, contudo, não deverá ser ministrado por meio de um
cansativo exercício mental para decorar fórmulas religiosas, porque dessa
prática muito pouco restará impresso no subconsciente dos jovens, precisamente
porque o ensino lhes fora ministrado compulsoriamente.
O que acontece em virtude de semelhante
prática é o que se verifica nos dias presentes, em que os alunos, após vencerem
o currículo escolar, manuseando todos os tratados em que não existem alusões à
fé como a maior necessidade do Espírito, alcançam o último grau da escala universitária
cercados apenas de convicções materialistas. Chamarei a este tipo de ensino
presentemente ministrado aos jovens, um ensino sem Deus; e de um ensino sem
Deus só podem resultar idéias materialistas, inteiramente contrárias àquelas de
que foram portadores os Espíritos enviados ao solo terreno.
Temos verificado no Alto muito
freqüentemente, Espíritos que foram médicos se surpreenderem ao constatarem que
ali continuam a viver sem o corpo físico que deixaram na Terra, quando, dizem
eles, tendo pesquisado cientificamente a respeito da existência de algo mais
além do corpo de seus pacientes, nada lograram constatar além da matéria. E
como essa pesquisa negativa lhes tenha alimentado a convicção trazida dos
bancos escolares, onde não se falava de Espírito nem de Alma a animarem os
corpos humanos, esses médicos transpuseram as fronteiras do Além para aí
receberem com a maior das surpresas a prova de sua própria existência terrena
animando o corpo por várias dezenas de anos.
Outra tivesse sido a modalidade do ensino
recebido desde o início, modalidade na qual se lhes ensinasse que o corpo por
si só não tem vida, uma vez que esta pertence inteiramente ao Espírito, e mais:
que a temperatura de um corpo humano é o
reflexo da chama que arde no seu interior, ou seja a luz espiritual da alma que
o construiu e habita, — se tal
modalidade de ensino houvessem recebido esses irmãos que assim se surpreendem
ao se sentirem no mundo espiritual tão vivos como quando se encontravam na
Terra, decerto aí teriam alcançado mais alto grau de progresso espiritual em
face desse conhecimento básico da fé.
Por esta razão é que as modificações a serem
realizadas no planeta em que vos encontrais atualmente, não envolvem apenas a
estrutura física. É necessário implantar condições capazes de proporcionar aos
Espíritos que se preparam para reencarnar, todos os elementos de progresso para
si mesmos e para o próprio planeta. Este detalhe está sendo executado desde o
plano espiritual junto aos Espíritos que se preparam para descer a Terra, onde
ajudarão a construir o que necessário for a este objetivo, do qual deverá
resultar para todos os jovens um interesse novo, palpitante, pelas coisas de
Deus, mantendo seus Espíritos em permanente contato com os Protetores
invisíveis para sua maior felicidade na Terra.
Isto que eu aqui vos anuncio muito sucintamente,
representa boa parte dos planos elaborados no Alto. Nele se empenham numerosas
Entidades grandemente evoluídas, algumas das quais estagiaram em planetas mais
adiantados a fim de observarem os processos adotados em cada um deles. Do
estudo e observações realizadas durante alguns séculos por delegação do Senhor
Jesus, essas Entidades elaboraram os planos a serem aplicados no vosso planeta,
no que as circunstâncias permitirem realizar. Estes planos encontram-se desde
muito concluídos e serão realizados a partir de agora, como preparação das
modificações a serem implantadas no solo terreno.
Do Alto temos observado com bastante pesar
para os nossos Espíritos, o que vem sucedendo a uma parcela da juventude
atual, entre a qual se incluem Espíritos bastante evoluídos que vieram a Terra
com a missão de realizarem coisas notáveis, mas que, à nossa observação parecem
tê-las olvidado completamente, em face dos desregramentos em que tomam parte
juntamente com elementos ainda perturbados. Desse encaminhamento só poderá
resultar o fracasso de mais uma encarnação, com grave prejuízo para si e para a
coletividade que pretendiam beneficiar com suas idéias e realizações.
Cabe aqui então, com o objetivo de salvar
esses jovens enquanto existem possibilidades para isso, cabe aqui um fervoroso
apelo a todos os pais no sentido de procurarem reconduzi-los ao caminho que
vieram trilhar, o único que poderá levá-los a realização de sua missão na
Terra. Este apelo é no sentido de que os pais, cujos filhos estejam enquadrados
no que venho de expor, se disponham a orar por eles a Jesus, fazendo-o
diariamente ao deitar, reunido o casal num só pensamento de ajuda e proteção,
para que os jovens possam resistir às insinuações maléficas e se fortaleçam
moralmente no sentido de suas missões. A concentração mental dos pais num
pedido a Jesus em favor dos filhos que escolheram o seu lar para mais uma
existência terrena, terá o efeito de um valioso impulso moral em favor daqueles
filhos porventura desviados e também de impedir que se desviem do caminho do
bem. Devo acrescentar aqui que uma bela recompensa aguarda no Alto os pais que
na Terra assim se preocuparem com o encaminhamento dos filhos. Porque, nunca
será demasiado repeti-lo, um casal de filhos de Deus que recebe em seu lar
outros filhos de Deus para criar e encaminhar na vida terrena, está
desempenhando uma tarefa das mais nobres e dignificantes que a Divina
Providência costuma conceder àqueles nos quais confia. E da maneira pela qual se
desempenharem dessa tarefa, resultarão as mais largas messes de luzes e bênçãos
para seus Espíritos.
Em seguida referir-me-ei a outro detalhe das
modificações a serem implantadas no solo terreno em face dos planos elaborados
no Alto. Quero ocupar-me do que se refere ao campo religioso da Terra,
presentemente tão dividido e subdividido, muito se parecendo — permiti-me à
comparação — a uma verdadeira colcha de retalhos. As eras primitivas legaram às
gerações que as sucederam um grande número de crenças e superstições que muito
se ampliaram com o perpassar dos milênios, chegando-se ao estado atual da
colcha de retalhos como espelho a refletir o número incontável de religiões e
crenças por todo o orbe. Esse espetáculo deverá modificar-se gradualmente a
partir de agora, no sentido de que, partindo os Espíritos do mesmo plano
espiritual, aqui se irmanem também no mesmo pensamento religioso, sem as
diferenças que hoje se verificam. Para a consecução deste objetivo, muito
deverá contribuir o fato de se estar desenvolvendo por toda a parte o
ascendente mediúnico em todas as criaturas humanas, do que resultará em todas
elas a convicção de que a idéia espiritualista se impõe como a melhor forma de
crença religiosa, se tomarmos a religião no seu verdadeiro sentido de ligação
entre os dois planos, físico e espiritual, e portanto Religação. Com o
desenvolvimento do ascendente mediúnico em todos os seres humanos do futuro
próximo, terá cada um de experiência própria a convicção de que lhe será
facultado receber diretamente de seus mentores espirituais as instruções de que
possa necessitar, assim como terá ao seu alcance todas as possibilidades de se
comunicar com os entes queridos que permanecerem no plano espiritual. Este fato
terá, por conseguinte, o mérito de situar cada alma encarnada em seu devido
lugar, recebendo diretamente do Alto quaisquer respostas às suas indagações
filosóficas.
Com isto não pretendo dizer-vos que cessarão
na Terra as instituições religiosas atuais, sobretudo aquelas que prestam real
serviço moral e espiritual aos seus adeptos. Absolutamente. O que deverá
suceder será, antes, processar-se uma seleção automática entre as mais úteis
pela eficiência de seus ensinamentos, segundo o agrado de cada um. Haverá aí
uma tendência para o entendimento e a fraternidade entre os seres humanos, em
face do reconhecimento da grande verdade que sendo Deus um só, e Nosso Senhor
Jesus o Governador da humanidade terrena, melhor será colocarem-se todos sob a
égide de Jesus, Mestre e Senhor de todos nós, seus discípulos e guiados.
Os majestosos templos religiosos existentes
na Terra, atestando em suas linhas históricas o reflexo da crença que lhes deu
causa, deixarão de constituir-se departamentos estanques de determinada crença,
para se transformarem em verdadeiros centros de irradiação espiritual de todas
as raças presentes na Terra. Em determinados dias da semana ou do mês, tereis a
ventura de presenciar a manifestação de Entidades espirituais que por ordem
superior se apresentarão em forma visível nesses templos, e aí proporcionarão
aos ouvintes os mais belos ensinamentos e conselhos espirituais para a
edificação dos Espíritos presentes.
Deixarão
de existir então católicos, evangélicos, israelitas, muçulmanos, budistas, e
outros e outros, para se harmonizarem todos sob o luminoso facho do Espiritismo,
como a verdadeira, autêntica religião dos Espíritos de passagem pela Terra.
Deixo nas linhas que venho de redigir a
convite do meu amado Mestre e Senhor Jesus, matéria para as vossas meditações
diárias, certos de que, tanto no que redigido fica como no que ficou nas
entrelinhas, existe apenas o esboço do plano gigantesco porque imensurável, das
modificações em princípios de execução no vosso jovem planeta. Vosso pensamento
colherá muito maior número de informações e detalhes, se vos dispuserdes a
meditar a sério no que se encontra em vias de implantação na Terra.
Com isto vos saúda mui cordial e
fraternalmente aquele que passou pelo solo terreno numa de suas numerosas
encarnações com o nome de
MAOMÉ
Not.
biogr. — Maomé — 571-632 — (Em árabe Mohammed “o louvado”) — Fundador do
Islamismo, a religião muçulmana. Nasceu em Meca, cidade da Arábia Ocidental,
capital religiosa do mundo muçulmano, no ano 571 e desencarnou em Medina em
junho de 632. Era filho de Abd-Allah, comerciante, e de sua mulher Amina. O pai
de Maomé desencarnou pouco antes do nascimento do filho, e a mãe desencarnou
pouco depois, sendo Maomé criado pelo avô paterno, Ab-el-Mottaleb. Desencarnado
também o avô quando Maomé contava apenas doze anos, tomou conta dele seu tio
AbuTaleb, comerciante viajante, levando-o em suas viagens pela Síria.
Despontavam
por essa altura as idéias religiosas do futuro Profeta, tendo o tio consentido
em sua permanência de algumas semanas na ermida de um monge cristão de nome
Bahira, onde o pequeno Maomé aprendeu as primeiras noções do Cristianismo. Aos
vinte e cinco anos casou-se com uma viúva rica de Meca, de nome Khadidja,
quinze anos mais velha, cujos negócios Maomé passou a dirigir. Nasceram desse
casamento oito filhos, quatro rapazes que morreram na infância, e quatro moças.
Profundamente
preocupado com os assuntos religiosos, Maomé tentava restaurar na Arábia o
culto monoteísta que os árabes supunham ser a religião de Abraão, quando, aos
quarenta anos, apareceu-lhe o anjo Gabriel numa caverna onde costumava
retirar-se para meditar. O anjo anunciou-lhe a sua missão. Maomé teve uma
grande alegria, aumentada esta ao ver a sua missão logo aceita também por sua
mulher e por alguns amigos, aos quais deu o nome de “muslin” — que confia em
Deus, cujo plural passou a ser “muçulmano”.
Dedicado
à conversão dos árabes ao monoteísmo, teve Maomé de sustentar acirrados debates
em face da crença generalizada no politeísmo idólatra, sendo por isso muito
raras as conversões. A partir do ano 621 teve Maomé de se engajar em guerras
seguidas, tendo numa delas sido obrigado a abandonar Meca para se refugiar em
Medina, onde foi recebido festivamente pela população. Mas as lutas continuaram
até que no ano 630 o Profeta apoderou-se de Meca e destruiu-lhe os ídolos. Já
havia conquistado o Egito, o império grego e a Pérsia. Maomé desencarnou aos 61
anos de idade, vitimado por febre violenta contraída quando regressava de uma
peregrinação a Meca.
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