Passa já da hora o vosso despertar espiritual . . . Saiba que a tua verdadeira pátria é no mundo espiritual . . . Teu objetivo aqui é adquirir luzes e bênçãos para que possas iluminar teus caminhos quando deixares esta dimensão, ascender e não ficar em trevas neste mundo de ilusão . . .   Muita Paz Saúde Luz e Amor . . . meu irmão . . . minha irmã

sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

CAPÍTULO XVII - Livro: Corolarium – ditado pelo Espírito de Maria de Nazareth ao médium Diamantino Coelho Fernandes. A Fonte do Supremo Bem. — Necessidade do hábito da prece. — Um episódio bastante elucidativo. — Duas almas afins combinam unir-se na Terra. — Um método de vida para todos os lares. — Onde existe realmente o vale de lágrimas.




As coisas que acontecem às almas encarnadas na Terra, acontecem semelhantemente em todos os planos do Universo, e fazem parte do processo evolutivo de todos os seres viventes em cada um desses numerosos planos. As coisas que todos vós registrais ao longo da existência anual de almas encarnadas, têm todas o seu lado útil para cada um de vós, embora possais registrar algumas menos agradáveis ou menos felizes a vosso próprio juízo. O que, entretanto, haveis de constatar, é que uma experiência a mais tenha sido aproveitada em face do acontecido, experiência que todos vós assinalastes para sempre.

É certo que certas coisas acontecem às almas viventes neste vosso plano atual, para cujo acontecimento não tenhais contribuído. Nestes casos, que não são raros, tereis sido envolvidos no acontecimento em que tereis sido parte, e dele colhereis também alguma experiência, mas colhereis igualmente compensações de ordem espiritual que se transformarão em bênçãos para vós, enriquecendo o vosso diadema. O que cumpre, então, a quantos vivem a vida terrena, para que possam, ou livrar-se de envolvimento por acontecimentos pertinentes a terceiros, ou se conservarem imunes aos mesmos, é estarem permanentemente ligados à fonte do supremo bem que é o Nosso divino Mestre Jesus, donde emana toda assistência e proteção para as almas encarnadas em suas necessidades ou vicissitudes. O hábito da prece é, nestes casos que podem surgir no vosso caminho, o elemento maior e mais eficaz ao vosso alcance em quaisquer circunstâncias. 

Haveis de constatar todos vós, meus queridos, que eu, assim como os emissários que vieram ao vosso ambiente ditar outros livros, todos nos apoiamos nesta grande recomendação em torno da necessidade do hábito da prece. Eu direi então que esta recomendação justificaria por si só a vinda de tantas Entidades evoluídas ao vosso meio terreno, porque, efetivamente, é da prece que mais necessitam as almas encarnadas para vencer os obstáculos de toda a sorte que encontram ao longo de sua existência na carne. Livrando-se dos obstáculos por meio da prece, estarão aumentando paralelamente a própria luz espiritual, objetivo único de sua vinda mais uma vez a este proclamado vale de lágrimas. 

A propósito deste qualificativo dado ao mundo terreno, o qual não é de todo sem fundamento, eu vos contarei um episódio bastante elucidativo. Encontravam-se no Alto certa vez duas almas afins, cuja estada nesse plano já se prolongava bastante, ambas desejosas de aumentar a luz espiritual. Como tal coisa só se possa conseguir mediante a sequência de encarnações no plano físico, que é este a que chamais vale de lágrimas, aquelas duas almas decidiram empenhar-se junto aos seus Dirigentes Espirituais para deles conseguirem a necessária permissão para reencarnarem. Atendidas carinhosamente, pelos Dirigentes do seu plano, as duas almas expuseram o seu grande desejo de voltarem à Terra uma vez mais em busca de maiores luzes, rogando inclusive a graça de na Terra se encontrarem e juntas viverem a sua reencarnação. Ouvidas as suas rogativas com o carinho dispensado pelos Dirigentes Espirituais aos seus dirigidos, houveram aqueles por bem ponderar às duas almas a circunstância de ser a Terra designada por vale de lágrimas onde de fato as almas sofrem às vezes dolorosamente, vertendo copiosas lágrimas em seu trajeto. As duas almas ouviram atentamente a ponderação e concordaram em reencarnar assim mesmo, certas, diziam, de que cada lágrima vertida na Terra deve corresponder a uma aresta que se desprende da alma, a qual desta maneira se eleva e ilumina. A permissão foi então concedida às duas almas afins e estas tiveram marcado o mês e dia do seu nascimento, em lugares muito distantes na Terra.

Passaram-se meses e anos com o contínuo movimento circular da esfera terrestre, enquanto as duas almas afins desenvolviam os respectivos veículos físicos, sem qualquer recordação do que no Alto se passara para a sua vinda à Terra. Este fenômeno verifica-se infelizmente com todas as almas que reencarnam, olvidando por completo a memória espiritual deixada no plano em que no Alto viviam. Isto explica também o fato de muitas almas encarnadas enveredarem por caminhos outros que não aqueles que prometeram seguir na Terra para a realização dos objetivos visados. Um único meio existe então, para que possa cada alma encarnada ou ser humano, recordar planos, compromissos e objetivos determinantes da sua presente estada na Terra. Este meio que nós não nos cansamos de recomendar a todos vós, pelo nosso grande empenho em que consigais romper a treva das vibrações inferiores e elevar-vos decididamente para a luz e para o Alto, este meio consiste efetivamente na prece diária, na prece sincera do vosso coração dirigida ao coração magnânimo do Senhor, sendo, como disse, o único pelo qual podereis recordar em vossa memória física quanto deixastes guardado na memória espiritual. 

Volvamos, porém, às duas almas reencarnadas em lugares distantes do vosso mundo, vivendo a vida instintiva como todas as demais, olvidadas de promessas e compromissos firmados no Alto. Dizeis vós com muita propriedade que o mundo dá muitas voltas e numa dessas voltas muitas pedras se encontram. Este conceito é verdadeiro porque em verdade, as criaturas constantemente se deslocam na Terra, podendo talvez contar-se as que nascem, vivem e desencarnam nos mesmos lugares de nascimento. Sucedeu, pois, que uma das almas afins se deslocou a seu tempo do lar em que nascera e, conduzida inconscientemente por Forças Superiores, foi pousar ou aportar precisamente na cidade, vila ou metrópole em que a outra vivia despreocupadamente a sua vida simples de alma inteiramente olvidada de promessas e compromissos firmados no Alto. 

Há um ditado muito certo que todos conheceis, o qual diz que o que tem de ser traz força, e assim sucede realmente. As Forças Superiores se incumbem de movimentar e conduzir as almas encarnadas seguindo os reais objetivos e finalidades de cada uma, suprindo dessa maneira a ausência das recordações de cada alma em sua memória física. Desta maneira foi que vieram a encontrar-se as duas almas afins no mesmo núcleo populacional onde uma delas havia nascido. As duas haviam prometido procurar-se até se encontrarem na Terra, fossem quais fossem as dificuldades ou obstáculos a vencer para isso. Assim aconteceu realmente. As duas almas encontraram-se, é certo, mas não se reconheceram, em consequência ainda do olvido de sua memória espiritual. As Forças Superiores, porém, se incumbiram de as aproximar por inspiração de outras mentes, fato que realmente as aproximou pelo despertar duma grande simpatia recíproca. Tal acontecimento teve lugar na segunda década do século XX, e as duas almas afins se uniram desde então, constituindo provavelmente o lar mais harmonioso e feliz do século. No momento em que escrevo, as duas almas ainda permanecem, contentes, amando-se reciprocamente como desde o Alto, atestando com isso que o mundo terreno pode ser considerado vale de lágrimas apenas para quantos esqueceram suas promessas feitas solenemente no Alto, e aqui perambulam tateando os caminhos terrenos, vertendo lágrimas de dor cada vez que sentem nos pés o contato das urzes e espinhos que não conseguiram afastar. Para almas, porém, que adotaram desde cedo o hábito de orar a Jesus com o mesmo fervor com que se entregam ao alimento de sua matéria, para essas almas a Terra já deixou de ser aquele vale de lágrimas de que falais, para se constituir num estágio necessário à aquisição de maiores luzes espirituais. Eu falo-vos desta maneira a respeito das duas almas irmãs que realizaram na Terra o seu objetivo na presente jornada, porque as conheço muito de perto e acompanho com atenção o desdobramento de suas atividades neste plano. Eu e várias outras Entidades evoluídas percorremos periodicamente o ambiente terreno, com o propósito de identificarmos os lares onde a harmonia e o amor se hajam realmente instalado, tendo a felicidade de podermos já hoje contar um bom número deles. Verificamos, outrossim, que quando os lares terrenos são construídos por almas realmente afins, da mesma elevação espiritual, a vida se constitui para essas almas um feliz passatempo, não obstante os percalços naturais da existência a que  muito poucas ou nenhuma alma consegue fugir. 

Em minhas vindas ao vosso meio nesta tarefa de identificação dos lares harmoniosos, eu tenho adotado hospedar-me incógnita em vários deles para melhor sentir o ciclo vibratório de cada um. E quando tenho a ventura de me hospedar num lar como tenho encontrado muitos, felizmente, em que o entendimento das almas que o compõem se constitui a constante desse lar, de par com o apuro de linguagem usada pelos seus ocupantes, eu vos confesso, minhas filhas e filhos queridos, que me sinto nesses lares tão bem, tão feliz, que a eles procuro voltar sempre que se me ofereça oportunidade.
 
Um desses lares, repito-o aqui, onde muito me apraz hospedar-me, é o constituído por aquelas duas almas afins, às quais me venho referindo. Aprecio sobretudo nesse lar o método estabelecido desde muito em sua vivência, dividindo os encargos administrativos. Estabeleceram aquelas duas almas um método que muito tem contribuído para a sua harmonia e felicidade. À esposa foi atribuída a administração interna do lar, com poderes de resolver todas as questões relacionadas com os servos, a alimentação, os serviços internos, e por último também a administração das economias do casal. À outra parte incumbe a formação dos recursos da família pelo seu trabalho, e opinar quando necessário nos assuntos internos. Com este método de vida não existem as questiúnculas tão frequentes noutros lugares, sendo tudo resolvido na mais perfeita harmonia entre as duas grandes colunas do lar. Eu ocupei-me deste caso no presente capítulo, pelo meu grande desejo de que esse método se estenda a todos os demais lares terrenos, a fim de que a felicidade e a harmonia neles se instalem também e para sempre. Tenho apreciado igualmente em outros lares que tenho visitado, o que muita me agrada e conforta, o sentimento de respeito e consideração manifestado pelos filhos para com os pais, em consequência, aliás, da maneira pela qual esses filhos receberam dos pais os princípios insubstituíveis da educação doméstica, que só os pais sabem dar — quando sabem e se acham em condições de dar. 

Existe, porém, infelizmente, o outro lado da medalha, minhas filhas e filhos queridos. Tenho tentado em vão permanecer em lares de tal maneira desarmonizados em face do desentendimento existente entre seus responsáveis, que eu muito deploro, e deles me afasto verdadeiramente desconsolada. Não os abandono, porém. Retornando ao Alto, realizamos reuniões de prece por esses lares e seus ocupantes, com o fim de emitirmos vibrações de amor e entendimento sobre eles, e algo já podemos registrar em favor desse objetivo. Nesses lares assim desarmonizados, desentendidos, é que se encontra o verdadeiro vale de lágrimas, alimentado pelas dificuldades e sofrimento das almas que neles vivem sua existência terrena, inteiramente esquecidas de que a prece fervorosa elevada diariamente ao Senhor Jesus ou ao Pai Celestial, constituem o mais sólido amparo de que tanto carecem para superar todos os percalços da vida. 

Eu vos declaro então, em face da minha  experiência, que a Terra só pode merecer o conceito de vale de lágrimas, daqueles que tenham olvidado por completo a memória espiritual e não se esforcem em recobrá-la. Porque para aqueles que oram diariamente do íntimo d'alma o conceito que fazem da Terra é de uma verdadeira escola viva, onde vieram para estudar e progredir espiritualmente.   

Deixo-vos aqui a bênção que o Senhor vos envia por meu intermédio, e a minha  própria que eu vos ofereço de todo o coração.

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