Prosseguindo na divulgação
do que se refere à chegada e permanência das almas nos respectivos planos de
vida espiritual, eu venho trazer para vós um novo detalhe, do qual retirareis
também um novo ensinamento. Para as almas encarnadas que apenas assistem à
partida de um ente querido do seu lar, tudo acaba para ele, isto é, para a alma
que parte, uma vez que a não tornam a ver enquanto permanecerem na Terra. Para
a alma que parte, entretanto, uma nova vida se abre com sua volta ao plano
espiritual a que pertence. Uma nova vida começa para as almas que entregam à
Terra o veículo usado neste plano físico, passando desde então a uma nova
vivência no mundo espiritual, muito mais alegre e feliz do que a que encerraram
na Terra. Há certamente exceções e não poucas a esta regra, como acontece em
tudo na vida. As exceções a esta regra, isto é, a modalidade de vida muito mais
alegre e feliz que as almas vão encontrar no Alto, decorrem exclusivamente do
estado de consciência das almas que partirem do meio terreno, sobrecarregadas
de episódios desfavoráveis, resultantes de fatos e atividades contrários às
leis do amor e da fraternidade. Já compreendestes todas vós, minhas filhas e
filhos do meu coração, a que espécie de fatos e atividades eu me refiro nas
linhas acima. As almas, por conseguinte, que deixam a Terra em tais
circunstâncias, é claro que não poderão gozar no mundo espiritual a mesma paz e
felicidade que aquelas que souberem pautar os seus atos com espírito de
fraternidade e amor aos semelhantes, regressando então com sua consciência
absolutamente tranquila. Para estas almas, o encerramento da sua existência na
Terra representa em verdade um grande bem, só comparável ao encarcerado ao qual
se abrem as grades do cárcere, para que venha respirar novamente o ar livre em
plena liberdade. Para estas almas que souberam viver a vida de trabalho honesto
e de aprendizado, sobretudo as que souberam buscar na prece diária as luzes e
bênçãos dela decorrentes, a sua partida da Terra deve ser recebida como uma
graça, porque realmente assim é.
Eu bem sei que minhas palavras
encontram algumas restrições por parte das almas que permanecem na Terra, e
assistem com profunda tristeza à partida os seus entes queridos ao coração. A
essas almas queridas, eu direi que tal situação existe em virtude dos poucos
conhecimentos que possuem em relação ao mundo espiritual. E lhes direi, então,
que nenhuma alma parte da Terra de maneira imprevista pelas Forças Superiores,
nem tampouco um minuto antes da sua hora. Todas as almas possuem o seu plano de
vida e permanência na Terra, assim como dia e hora em que devem regressar ao
seu plano no Além. Não há, pois, fatalidade nem imprevistos neste particular. E
tudo acontece, inclusive, dentro da verdadeira conveniência das almas
encarnadas, e, por isto, para o seu próprio bem. Resta o problema da saudade no
coração das que ficam, problema realmente grave em muitas almas, dados os laços
de profundo amor que as ligam àquelas que partiram. Isto é um fato evidente e
plenamente justificado. Com o passar dos tempos, entretanto, as almas encarnadas
serão dotadas de duas belas faculdades mediúnicas que lhes permitirão manter
contato permanente com os seus queridos que partiram da Terra, e deles
receberão então as maiores demonstrações de que continuam a viver no Alto uma
vida muito mais alegre feliz e tranquila, do que aquela que encerraram na
Terra. Os tempos aproximam-se, e com eles as duas faculdades que se tornarão
comuns a todos os seres humanos, desaparecendo então da face da Terra essa
tristeza imensa dos dias presentes em face do fenômeno da morte.
Tratarei em seguida de outro
serviço existente no mundo espiritual o qual todas vós, minhas almas queridas,
muito lucrareis em conhecer desde agora. Quero tratar do que cumpre a todas as
almas viventes no mundo espiritual, como função natural a executar nos planos
em que vivem. A função em referência está relacionada com a vida e felicidade
de todos os seres do Universo, produzindo um reflexo de igual natureza sobre as
almas que cumprem ou executam esta função. Já compreendestes vós todas, que se trata
da oração, o veículo mais atuante e poderoso em favor da felicidade e harmonia,
tanto a individual como a universal. Efetivamente, a função em referência não é
outra senão a prática da oração individual ou conjunta pelas almas viventes nos
planos espirituais. Existem nesses planos numerosos templos espalhados pela sua
superfície, onde se reúnem diariamente em hora convencionada, as almas desses
planos para elevarem em conjunto uma oração ao Pai Celestial, cujo ato
constitui um verdadeiro prazer para todas as almas presentes. A hora
convencionada corresponde às dezoito horas da Terra, uma hora realmente
propícia à oração, por ser aquela em que todas as vibrações entram por assim
dizer em suspenso, tanto lá como aqui. Projetam-se então no éter que circunda o
mundo terreno as vibrações luminosas produzidas pelo conjunto de almas em
prece, observando-se nesses momentos um belíssimo espetáculo. O conjunto dessas
vibrações de grande luminosidade, projetado no éter, atrai para as almas
reunidas no templo um apreciável volume de luzes e bênçãos que logo se
incorpora ao respectivo diadema. Acontece muito frequentemente nesses momentos,
aparecerem e se manifestarem nos templos Entidades vindas de planos ou mundos
mais elevados, portadoras de outra espécie de luminosidades ofertadas às almas
presentes, que as recebem como verdadeira graça do Pai celestial. Estas Entidades
provindas de planos mais elevados proferem alocuções magníficas de ensinamentos
às almas presentes, através dos quais todas elas conseguem enriquecer também o
seu patrimônio. Nós designamos este ato como função religiosa que
verdadeiramente é, e um dos meios pelos quais as almas desses planos assim
reunidas vão aumentando a própria luminosidade. Gostaria de poder transportar
para este livro um pouco do que consta das alocuções proferidas perante as
almas reunidas nos nossos templos do Além. Mas vou tentar reproduzir uma delas,
se não em sua elevada concepção oratória, porque proferida por uma das
Entidades mais cultas do mundo espiritual, ao menos em sua substância.
O fato passou-se no último
vinte e cinco de abril, uma data das mais gratas que todos comemoramos no mundo
espiritual. Estava repleto o majestoso templo, abrigando algumas centenas de
milhares de almas em prece e um perfeito recolhimento, quando esvoaçaram pelo
templo duas lindas pombas brancas, num leve ruído de asas suficiente para
despertar a atenção das almas presentes. Tendo percorrido o templo em círculo,
foram pousar em duas colunas paralelas ao fundo, num local em que três colunas
existem como ornamento arquitetônico. Pousadas serenamente, uma terceira pomba
ali chegou, mas sem ruído, sendo agora três as pombas voltadas para o templo
repleto de almas em prece. O fato não era desconhecido; e sua constatação desde
logo enunciou a idéia de que uma visita extraordinária ali estaria, como de
raro em raro acontecia. Devo explicar, inicialmente, que as almas de
determinados planos menos evoluídos não conseguem ver as Entidades dos mais
evoluídos, assim como vós mesmas enquanto viverdes na Terra não conseguis ver
as almas desencarnadas. Por tal motivo as Entidades de planos superiores
necessitam de se materializar para se apresentarem e falar às almas dos planos
inferiores. A presença prévia das três pombinhas serviu para fornecer à Entidade
visitante o fluido magnético necessário à sua manifestação. Dada esta
explicação, para vosso conhecimento do detalhe, entrarei no assunto da alocução
daquela tarde de abril. Passados não mais do que uns três minutos de silêncio,
eis que uma radiosa Entidade se apresenta ao grande conjunto de almas em prece,
e então lhes falou em termos mais ou menos os seguintes:
— Minhas irmãs muito
queridas: minha presença neste momento entre vós, eu a devo a uma graça do
Nosso Querido Mestre Jesus, conferida ao meu pobre Espírito de seu servidor
multimilenar. Transcorrendo hoje, como sabeis, aquela data inesquecível do
regresso do Senhor ao seu plano espiritual, deseja o Senhor que sua comemoração
consista num esclarecimento aos vossos Espíritos, em fase de desenvolvimento.
Aqui me enviou então o Senhor para esse fim, numa tarefa das mais caras ao meu
coração. Venho então a este vosso plano para trazer-vos, da parte do Senhor, a
notícia de que em breve poderão voltar à Terra todas aquelas dentre vós que
desejarem voltar a palmilhar os caminhos terrenos e que o Senhor bem sabe serem
muitas, muitos milhares de vós, talvez milhões. Isto vai ser possível em breves
anos, em face dos trabalhos já iniciados naquele plano físico, destinados a
preparar a superfície para receber uma população duas vezes maior do que aquela
que lá se encontra. Como bem sabeis, a Terra ainda ostenta uma área demasiado
extensa de todo inútil à vivência das almas que nela se encontram, por
absolutamente inadequada à produção de alimentos. Aquelas extensas cordilheiras
de montanhas rochosas devem ser revertidas ao centro da esfera, cujo trabalho
está em princípio de execução. No espaço atualmente ocupado pelas numerosas
cordilheiras e outras montanhas isoladas, deverão surgir belas planícies capazes
de fornecer preciosos alimentos aos habitantes da Terra a partir do início do
terceiro milênio. Mas não só as montanhas desaparecerão da superfície da esfera
terrena. Alguns dos mares atuais estão destinados a desaparecer também, sendo
suas águas transportadas para as regiões interiores, algumas, e outras irão
elevar o nível dos mares que permanecerem. Ao final das transformações que eu
venho anunciar-vos de ordem do Senhor, estará a esfera terrena a oferecer
melhores condições de vida às almas lá encarnadas, do que o tem feito até
agora.
“Em face do que acabo de
anunciar-vos, pois, minhas queridas irmãs, já podeis contar como certa e para
breve uma nova encarnação na Terra, onde não poucas de vós irão difundir
naquele pobre planeta os conhecimentos científicos que possuem, para contribuir
também com o seu esforço para a felicidade das almas lá encarnadas. Uma coisa
apenas, o Senhor manda-me pedir-vos, minhas queridas irmãs: é que vos forreis
de vossa melhor vontade em relação a quantas outras irmãs encontrareis na
Terra, para que o Senhor possa contar em cada uma de vós um autêntico servidor
a serviço da harmonia e felicidade da humanidade terrena, na constituição duma
nova civilização do terceiro milênio.”
Pronunciadas suas últimas
palavras, a Entidade espargiu sobre as almas presentes um volume apreciável de
fluidos impregnados de delicioso perfume que todas as almas assimilaram com
grande demonstração de agradecimento. A Entidade visível diluiu-se em poucos
segundos, despedindo-se também as três pombinhas como entraram, esvoaçando em
círculo sobre as almas reunidas. Foi grande o alvoroço de contentamento em
todas as almas presentes, produzido pela alvissareira notícia de que podiam
preparar-se para voltar à Terra muito proximamente. Havia naquele conjunto
anímico muitos seres espirituais contando centenas de anos de estágio, e por
isso ansiosos de um novo mergulho na carne em busca de novas e maiores luzes.
Se bem seja tranquila, alegre e feliz a vida nos planos do Além, há sempre o
desejo das almas em reencarnarem uma vez mais, por ser através da reencarnação
que um maior foco de luz pode ser alcançado.
Este relato sucinto que aqui
vos deixo, minhas filhas e filhos queridos, deve servir para levar a cada um de
vós a convicção do valor da encarnação que ora desfrutais, a qual nem eu sei
dizer quantos séculos custou a esperar. Uma vez de posse do corpo que lograstes
construir e estais usando, deveis aproveitá-lo ao máximo para auferir também o
máximo de luzes e progresso para os vossos Espíritos, através da prática de
atos realmente meritórios.
Pelas palavras que reproduzi
linhas acima, numa síntese que eu pude reproduzir, podeis verificar o quanto
são difíceis de conseguir no Alto as reencarnações. E se aqui vos encontrais
por mercê das Forças Superiores, não há como aproveitar a oportunidade que a
todos vós se apresentou para impulsionardes o vosso progresso anímico. Vêm aí,
como vistes, alguns milhões de outras almas verdadeiramente ansiosas de
progredir numa nova encarnação. E vós, quando imaginais poder conseguir uma
nova encarnação? Quem poderá sabe-lo? De maneira que o certo, o melhor, será
usardes a encarnação atual para vos enriquecerdes de luzes e bênçãos ao longo
dos dias em que vos for permitido permanecer no solo terreno.
De minha parte, minhas almas
queridas, eu só desejo receber-vos no meu plano de vida, portadoras de um belo
diadema ampliado pelas luzes acumuladas em vossa atual passagem pela carne, que
foi o objetivo verdadeiro da vossa presente existência. E se assim ocorrer, e o
Senhor Jesus verificar que podereis vir a servi-lo novamente na Terra pelo
acerto dos vossos passos e retidão dos vossos atos, pode bem ser que o Senhor
determine o vosso regresso à Terra, já então no desempenho de alguma tarefa do
serviço divino. Eis o que eu sinceramente desejo, e aqui me ofereço para
ajudar-vos. Orai pois ao Senhor com toda a unção, e colocai-vos a sua
disposição para servi-lo desde agora, minhas almas queridas.
Deixo-vos aqui a bênção que
o Senhor vos envia por meu intermédio, e a minha própria que eu vos ofereço de
todo o coração.
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