Os homens e as
mulheres do presente têm diante de si bem abertos perante sua visão espiritual,
dois grandes caminhos que podem conduzi-los a bem diferentes destinos: - Um
deles, o caminho do Bem e da Verdade, é o caminho que seus Espíritos no íntimo gostariam
de percorrer, se para tal conseguirem as forças necessárias. Este caminho pode
conduzir-vos, meus irmãos encarnados, à situação de Espíritos felizes, num
mundo que todos vós deixastes em certo ponto do Universo, ao ingressardes uma
vez mais na presente encarnação em que viveis.
O outro caminho,
aquele que vossa matéria mais aprecia pelas ilusões de prazer e de gozo que a
todos oferece, é o caminho que conduz ao estacionamento, à estagnação
espiritual de quantos o têm preferido na Terra. Tendes por conseguinte em vossa
frente essas duas possibilidades para que vos decidais a utilizá-las, meus
queridos irmãos encarnados.
Não necessitarei de
dizer mais para convencer-vos acerca de qual dos dois caminhos deveis preferir
para alcançardes a felicidade espiritual que viestes buscar, ou melhor, que
viestes conquistar na Terra. Nosso Senhor espera que saibais escolher bem, uma
vez que nenhuma forma de imposição pode ser exercida sobre cada um de vós neste
sentido. Contudo, sempre vos apresentarei uma imagem que poderá esclarecer-vos
melhor a respeito de vossa determinação. É a seguinte: -Todos haveis de ter
observado nas grandes solenidades terrenas, duas categorias bem distintas de
criaturas presentes. Uma delas, sempre bem apresentada, em trajes apurados e
distintos, é a que toma parte efetiva, ocupando os lugares preferenciais,
reservados exatamente para essa categoria de assistentes e convidados. A outra categoria
ocupa quando muito os poucos lugares sobrantes e se estende pelos corredores e
até pelos arredores, na tentativa de participar também da solenidade. No Alto
verifica-se uma situação análoga, não apenas em relação às solenidades que ali
se realizam, mas em toda a maneira de viver dos Espíritos desencarnados.
Aqueles que na Terra se esforçaram no aprimoramento de suas qualidades morais,
aqueles que souberam pôr em ação todas as virtudes latentes em seus Espíritos,
com o que alcançaram a sua luminosidade, serão as criaturas privilegiadas no Alto,
formando a primeira categoria nas solenidades que ali se realizam. Os
Espíritos, porém, que preferiram desgastar sua encarnação na colheita apenas de
prazeres materiais inteiramente negativos, esses, meus queridos, são os que no
Alto vão formar aquela segunda, terceira ou quarta categorias, tal seja o grau
de seu lamentável atraso espiritual.
E não caberá dizer-se
que não souberam quando nem como enveredar pelo caminho do Bem, da Luz e da
Verdade, porque na realidade, todas as noites durante o sono do corpo, homens e
mulheres cujos Espíritos se afastam do corpo por determinação superior, recebem
os necessários ensinamentos e conselhos para sua condução e comportamento nos
dias subsequentes. Para recordá-los, bastará que cada um se habitue a orar e
meditar todas as noites ao deitar, conforme ficou dito e redito noutros
capítulos, hábito este cujo valor só o próprio poderá bem avaliar.
Disse o Senhor Jesus
no Prefácio do nosso primeiro livro, que no Alto não existe nenhuma espécie de
imposição para que cada um aceite ou não os ensinamentos que nos chegam de mais
Alto, e disse Nosso Senhor a verdade completa. Lá como aqui, também nos chegam
frequentemente de planos mais elevados, conselhos e ensinamentos, trazidos por
Entidades missionárias, destinados a quantos desejem progredir espiritualmente,
para sua maior felicidade.
A diferença que
existe em relação aos Espíritos desencarnados, é apenas a ausência das
vibrações grosseiras produzidas pela carne sobre o Espírito, sucedendo então
que apenas uma parcela muito reduzida da população espiritual daqueles planos
deixa de aceitar imediatamente os conselhos e ensinamentos recebidos. Esses mesmos,
contudo, mais dia menos dia se decidem, e ele aprimorando gradativamente suas
faculdades morais e alcançando novos planos de felicidade. O momento atual para
os homens e mulheres terrenos, apresenta-se algo diferente em relação à opção
de cada qual em aceitar ou não o que este e outros missionários do Senhor estão
transmitindo à humanidade terrena. O momento atual deve ser encarado muito a sério
irmãos e amigos queridos, por ser particularmente decisivo em vosso próximo
futuro.
O momento presente
representa para todos vós encarnados, aquele em que o náufrago,
debatendo-se no mar alto, só deseja encontrar uma tábua que seja, que lhe
permita flutuar um pouco mais na esperança de socorro. Estes conselhos que
vos trago por determinação do Senhor, já o disse e repito, não representam
apenas a tábua tão ansiosamente desejada pelo náufrago, mas o próprio socorro,
seguro, real, verdadeiro, para quantos se encontram na Terra. Aceitar estes
conselhos e agarrar-se a eles, com desprezo do mais que houver, é ter
assegurada a sua salvação em face de acontecimentos que devem manifestar-se bem
proximamente.
Vamos raciocinar um
pouco, vós e eu meus queridos irmãos encarnados. Eu perguntarei a cada um de
vós que estas linhas compulsais, se alimentareis alguma idéia de permanecer
indefinidamente na Terra, por maior que possa ser a vossa fortuna e bem-estar material.
Raciocinemos então, antes de responder. Sendo a vida e a saúde do corpo
bastante precárias, não excedendo a média de duração da vida humana a setenta
anos, visto como antes deste limite um grande número desencarna, certo é que
nenhum de vós alimenta aquela idéia de permanência indefinida. Ora, se assim é,
e sendo também certo que, enquanto o corpo segue o destino das coisas
imprestáveis, o Espírito tem de seguir para alguma parte em obediência às leis
da Criação e Evolução, uma vez que não pode ficar preso ao corpo nem um minuto
além da morte deste. Para onde vai então, meus queridos, o Espírito? Ele vai ou
será conduzido com todo o carinho pelos vossos amigos e Protetores invisíveis ao
plano que lhe corresponder, segundo a sua categoria, vede bem, segundo a categoria
que tiver alcançado ao longo de sua existência na carne. E tanto poderá ser
conduzido a um autêntico paraíso, para usar uma expressão que para vós traduz
um lugar de paz e de felicidade, como poderá ser encaminhado a algum plano bem
diferente daquele, onde deverá meditar seriamente no que houver feito em sua
trajetória recente, como também naquilo que prometeu fazer e não fez, por este
ou por aquele motivo. E como a vida espiritual é infinita, o que poderá suceder
a muitos é permanecerem, em planos de meditação por tempos indeterminados,
segundo sua própria consciência o requerer.
Em face, pois, do
dilema, dado que na Terra não podereis permanecer além do tempo previsto, parece-me
que não podereis decidir-vos senão pela estrada luminosa do Bem, da Luz e da Verdade,
que é a única que vos há de conduzir aos planos luminosos em que perduram a
harmonia, o amor e a bem-aventurança. Lá, nesses autênticos paraísos, ireis
encontrar todos os vossos parentes, amigos ou simples conhecidos que partiram
antes, se houverem merecido viver ali. Pode dar-se que em visita que vos seja
permitido fazer aos planos de meditação de que falei, lá possais encontrar algum
ente caro ao vosso coração, cuja vida terrena para ali o encaminhou. Se isto
acontecer, eis o que podereis fazer por ele, vós que lograstes alcançar melhor
categoria: prostrar-vos perante o Senhor Jesus, e rogar que vos seja permitido
oferecer-lhe uma parcela da vossa própria luz para que aquele Espírito que
muito estimais possa melhorar de situação. Isto fazendo, meus queridos, surpreender-vos-eis
ao constatar que o vosso pedido é atendido sem que percais um átomo sequer da
vossa luminosidade. Como pode ser isto? - perguntareis certamente, admirados
ante o fenômeno. Isto sucede pela grandiosidade da Misericórdia do Nosso Divino
Salvador. Quando um filho pede sinceramente para repartir com outro uma parte
do que possui, essa parte se transfere realmente ao segundo, recebendo o
primeiro igual parcela daquilo que de coração puro ofereceu. É a grandiosidade
da Misericórdia Divina, irmãos meus, que opera esse e outros prodígios que
parecem milagres. Felizes quantos os merecerem.
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