As dores do mundo
terreno em que ainda se encontram firmados os vossos pés, tendem a
demonstrar-se provavelmente superiores aos recursos a serem
empregados na sua debelação. Isso sucede apenas porque a causa dessas dores
provém de muito longe, do decorrer de muitos milênios, e por isso com profundas
raízes mergulhadas no organismo terreno. A incredulidade de muitos, somada com
a maldade de outros, alimentadas uma e outra pela indiferença da maioria, gerou
essa enfermidade que está a exigir não pequena intervenção cirúrgica destinada
a extirpar de uma vez a causa que está produzindo tamanhas dores no organismo
terráqueo.
A linguagem, como
vedes meus dedicados irmãos e amigos, é de certo modo parabólica porém seu
sentido está patente aos olhos de todos vós. Sendo a Terra também um organismo
vivo e atuante no conjunto do sistema de que faz parte, tem naturalmente de
sentir e sofrer as reações provenientes dos elementos cuja vida lhe cabe alimentar,
ao longo de muitos e muitos milênios de sua existência.
Sintomas de sua
enfermidade vêm sendo auscultados pelas Forças do Bem, século após século, e
grande número de médicos foram enviados à Terra por aquelas Forças, na pessoa
de quantos missionários e profetas aqui estiveram, empenhados em curar pela persuasão
os males então identificados. Como esses missionários e profetas somente
houvessem logrado resultados pouco mais que insignificantes, a magnanimidade do
Pai Celestial aqui enviou o maior médico de almas que foi o Divino Salvador
Jesus, em mais uma e última tentativa de curar as chagas do mundo, e salvar as
almas nele encarnadas por meio da dulçorosa doutrina do amor e do perdão.
Infelizmente porém,
meus queridos irmãos leitores, o mal já se havia aprofundado demasiado no
organismo terráqueo, e a tarefa do Messias resultou mais uma vez improfícua.
Chegou finalmente para a Terra, amigos meus, aquele momento que muitos de vós
já viveram ou tiveram ocasião de assistir alguma vez, em que o doente tem de ser
levado à mesa de operações, onde o cirurgião tem de praticar a intervenção
necessária e urgente para lhe salvar a vida. Nosso caso, não é o doente que tem
de ser conduzido à sala de operações para o necessário tratamento, como sucede
entre vós. Não, meus amigos; no caso em foco - as dores do mundo - são os
cirurgiões que se aproximam do doente sem que ele disso se aperceba, para
praticarem a intervenção indispensável e urgente. É precisamente isto o que
está em princípio neste momento. Os cirurgiões já se encontram na Terra preparando
o local por onde deva começar a intervenção, a qual está projetada para atingir
todos os membros do organismo terreno. No decurso de uma tal intervenção, terão
de ser removidas as próprias águas dos mares para o melhor êxito da lobotomia,
devendo parte dessas águas ceder lugar ao aparecimento de continentes e ilhas presentemente
submersos, assim como submergir partes geográficas atualmente visíveis.
Continuo a usar desta
linguagem para melhor despertar a vossa atenção e curiosidade para o assunto,
meus irmãos e amigos queridos. Os cirurgiões a quem me refiro, outros não são
senão as próprias Forças do Bem que se empenham em salvar o maior número possível
de almas encarnadas, e conduzi-las ao mundo espiritual que lhes pertencer, para
o necessário repouso das fadigas provenientes desta encarnação findante. Salvar
é bem o termo, meus queridos amigos; salvá-las de um naufrágio certo e
irremediável, como se em alto mar se encontrassem sem meios de salvamento.
Minha tarefa atual,
descendo de plano assaz elevado para grafar estas verdades por antecipação,
significa o desejo imensurável de Nosso Senhor Jesus, de poder receber em Seu
coração, quando os tempos chegarem,
todas as almas atualmente em peregrinação na Terra em corpos físicos humanos.
Já declarei em páginas de outro livro - As Forças do Bem - que mais tempo não
há para doutrinação, nem catequese, mas
apenas para a última chamada à consciência de cada um, porque os tempos estão
muito perto do fim. Felizes serão, pois, quantos desistirem de ver para crer,
como a mim me sucedeu em tempos idos, e aceitarem estas coisas como devem ser
aceitas, isto é, uma nova e última advertência que lhes é feita em nome do Senhor
Jesus, para que estejam preparados para partir a qualquer momento. Que esta
minha insistência num assunto sobre o qual talvez um bom número de encarnados
preferisse não ouvir falar, não seja interpretada como assunto indesejável e
inoportuno; porém, aqueles que como este emissário do Senhor conhecem de sobra
o que vem por aí, só podem servir aos irmãos presentemente na Terra, tudo fazendo
no sentido de os despertar enquanto é tempo. Nisto se resume, por conseguinte,
toda a minha insistência, todo o meu empenho em falar aos vossos corações, meus
queridos irmãos leitores.
Para terminar o
presente capítulo, deseja contar-vos uma pequena história que cada um de vós
poderá ter pessoalmente nas modelares bibliotecas do Além, quando tiverem
ensejo de nelas ingressar, experimentando então um indizível prazer espiritual,
face ao que bem poderei chamar de maravilhoso. É a seguinte a pequena história
que desejo contar-vos.
Ocorreu em
determinado plano do Universo, um acontecimento inteiramente inexplicável pelos
Espíritos mais categorizados desse plano, dadas as circunstâncias em que o fato
ocorrera. Habitantes seculares desse plano, mundo, esfera ou planeta, entraram
a operar certa espécie de transformação que passou a constituir surpresa, com características
de aturdimento para todos. Seres de figura humana entraram a transformar-se de
tal maneira e em circunstâncias tais, que possível não foi a nenhum dos
habitantes dessa esfera compreender o que então se passava. Uma como endemia
atingiu de chofre a população, cujo resultado aparecia na modificação total da expressão
fisiológica daqueles seres, cujo fato produziu terrível impacto por toda a
parte. Não se tratava em verdade de uma doença na acepção do termo, mas de uma
espécie de endemia que se alastrava a todos os recantos da esfera. As
modificações operadas na expressão física dos que iam sendo atingidos, como que
horrorizavam os demais, pelo temor de assim ficarem também.
Isto ia durando já
alguns anos pela vossa medida de tempo, se bem que para aquelas almas os dias
pareciam séculos pela ânsia em que viviam de descobrir a causa e
consequentemente o remédio salvador. Direi de passagem que a vida de cada ser
em tal esfera, podia contar-se pelos vossos duzentos a trezentos anos,
sendo-lhes permitido viver o período como muito bem lhes aprouvesse, pensando ou
não em Deus, orando ou deixando de orar, porque para isso haviam conquistado
merecimento ao longo de muitos milênios vividos em outros mundos de Deus.
O fato ocorrido, como
disse, quase de chofre, horrorizou a todos, como é de prever. Reuniões de
cientistas foram invocadas e o assunto debatido largamente por Espíritos
altamente qualificados. Os resultados apurados nessas reuniões e logo aplicados
à População, não alcançaram o desejado êxito. A situação agravava-se de dia
para dia (os dias nessa esfera podem ser comparados a seis meses e pouco do
vosso calendário) sem que a situação melhorasse. Até que em dado momento, a
abóbada celeste que tal esfera envolvia, entrou a modificar-se em sua
tonalidade, passando do azul-celeste a um avermelhado vivo, muito semelhante ao
das chamas que conheceis e isso despertou de pronto a atenção de todos os
habitantes da Esfera.
Três longos dias
decorreram nesse espetáculo absolutamente desconhecido, e por isso
impressionante para quem se habituara à doce paz e tranquilidade milenar. Fácil
vos será imaginar, irmãos e amigos meus, o que então se passara em relação
àquelas bondosas almas, habitantes felizes do plano em referência. Caíram por
assim dizer, todas elas num estado que poderei designar de profunda
concentração, tanto as vítimas, da endemia transformadora, quanto as ainda
indenes. E nesse estado de profunda concentração, a maioria ainda perfeita,
passou a exteriorizar vários de seus ascendentes mediúnicos, até que ao fim do
terceiro dia um sinal foi visto no firmamento, tornando-se mais e mais compreensível
a essa parte da população. Esse sinal, transmitido evidentemente àquela almas
boas pelo conjunto de seus mentores espirituais, isto é, pelas Forças do Bem
Peculiares àquela esfera, foi em breve traduzido por elas e gritado com alarido
por toda a parte.
Lia-se no firmamento
avermelhado de chamas uma frase ostensiva que em vossa
linguagem terrena pode ser assim traduzida: Onde guardastes a oração? O
conhecimento do sinal projetado no firmamento teve a virtude de chamar à
realidade aquelas almas, cujo plácido viver em face de seu relativo grau de
evolução espiritual lhes fizera esquecer o hábito da oração ao Pai Celestial,
quando Ele próprio ora continuamente por todos os seres do Universo. Caídas
todas as almas na realidade, seu primeiro gesto foi agradecer do íntimo a Deus
o sinal salvador entregando-se a seguir e ininterruptamente, durante dias
seguidos, à prática da oração salvadora. Em pouco, lenta e seguramente, todos
os veículos físicos das almas foram readquirindo o estado saudável, voltando a
paz e a alegria à população da esfera em referência.
A oração opera
milagres, meus irmãos e amigos queridos. A oração é o antídoto de todos os
males, de todas as infelicidades. A oração, porém a oração sincera, nascida do
coração.
Nenhum comentário:
Postar um comentário