Os fatos em perspectiva para
terem lugar na Terra e que muito próximos já se encontram, justificam e deram
causa à vinda de Entidades das mais categorizadas do mundo espiritual para aqui
se dirigirem aos viventes terrenos. Seria uma grande felicidade para todos,
encarnados e desencarnados, podermos assistir ao desenrolar desses fatos em
plena paz e sossego de todos vós que ainda vos encontrais vivendo no corpo.
Seria uma grande felicidade, repito, podermos assistir aos acontecimentos em
curso com a naturalidade das águas correntes, sem nenhum sobressalto para as
vossas almas, minhas filhas do coração. Eu estendo este meu grande anelo também
aos meus filhos muito estimados, porque os quero igualmente com todo o fervor.
Minha missão atual, vindo em
Espírito ao vosso ambiente, tem, porém, objetivos outros, os quais eu procuro
alcançar com a maior eficiência possível. Estes objetivos consistem
principalmente no desejo que eu alimento em meu coração de mãe espiritual de
quantos assim me aceitarem, de estabelecer uma ligação bem sólida entre o meu e
o coração de todas minhas filhas terrenas, sem distinção de cor nem de origens
raciais, a fim de nos empenharmos desde agora numa campanha de assistência
espiritual a todos os viventes encarnados que dela necessitem.
Meu pensamento é no sentido
de estabelecermos uma espécie de correspondência mental em horas certas cada
dia em todos os pontos do mundo terreno, a fim de nos comunicarmos e nos entendermos
sobre todos os assuntos peculiares à vida terrena. Este assunto que apenas
estou abordando nestas linhas espero poder apresentá-lo mais adiante já
perfeitamente estudado, dado que o mesmo está sendo convenientemente preparado
no Alto. Eu tenho observado através das rogativas, pedidos e apelos que no Alto
recebo das minhas filhas encarnadas nas diversas regiões do mundo em que vivem,
que está faltando na Terra uma organização espiritual padronizada segundo as
necessidades de entendimento entre este plano físico e o plano espiritual,
através da qual possam as almas encarnadas receber com presteza e segurança
aquilo de que tiverem necessidade para a sua tranquilidade na Terra.
Este tipo de organização
está sendo estudado no Alto por Entidades membros da Corte Celeste, com a
inteira aprovação do Senhor Jesus, e eu espero poder oferecer o modelo terreno
ainda neste livro, para que o mesmo venha a se firmar também neste plano.
Voltarei, pois, ao assunto em capítulo posterior.
Desejo ocupar-me agora de
assunto que eu considero de grande importância para todas as minhas estimadas
filhas terrenas, que é o seguinte:--- É hoje em dia ponto pacífico no meio
terreno, a existência de faculdades psíquicas em todas as criaturas humanas
independente do grau de instrução de cada uma. Tais faculdades não foram
concedidas por acaso a essas criaturas, e tampouco se revelaram com a
espontaneidade do aparecimento da grama em todos os terrenos cultivados ou não.
As faculdades psíquicas de que são portadoras quase todas as almas encarnadas
foram-lhes concedidas desde séculos em numerosas delas, como meio de poderem
acelerar o seu progresso espiritual através do uso que vierem a fazer dessas
faculdades, contribuindo com sua prática para o adiantamento dos semelhantes. Acontece, porém, que este assunto não tem
sido tratado no plano terreno com o empenho e método conveniente, razão do
atraso ainda verificado no progresso espiritual em geral.
Existem na Terra faculdades
realmente preciosas se convenientemente desenvolvidas e aplicadas. Citarei, por
exemplo, esta de que me estou utilizando para conversar convosco por meio da
palavra escrita, e que é uma das mais belas de todas. Embora concedida, por
assim dizer, a todas as almas encarnadas ainda é pouco cultivada por seus portadores,
quando são tantas as Entidades desejosas de falar à Terra por este processo.
Tais Entidades, possuídas de tal desejo, têm em vista apenas contribuir para a
felicidade, paz e bem-estar das almas encarnadas, e jamais a satisfação pura do
que eu denominarei de diletantismo. A razão disto é o que todos observamos do
Alto em relação à vossa movimentação pessoal ao longo dos caminhos a percorrer.
Sabemos por isso que muitos
dos erros cometidos pelos seres humanos o são em grande parte devido à falta de
uma palavra de esclarecimento espiritual, ao desconhecimento das leis
reguladoras da vida universal, o que não sucederia se todos tivessem à mão um
maior número de obras mediúnicas fartamente esclarecedoras. Nós bem sabemos da
existência de extensa bibliografia terrena abrangendo quase todos os assuntos
do interesse das criaturas que vivem na Terra. Trata-se, entretanto, de obras
redigidas segundo determinados programas didáticos, a maioria dos quais se
circunscreve ao meio para o qual foram escritas.
São assim os tratados de
ensino médio e superior, de cujo conteúdo as demais classes não têm
oportunidade de tomar conhecimento. Vêm a seguir as obras propriamente
literárias, como os romances sentimentais, as novelas de todo o gênero,
seguidas dos valores poéticos de todos os tempos destinados estes por sua
natureza imaginativa e artística a um público assaz reduzido. Em nenhuma dessas
obras, contudo, se encontram ensinamentos capazes de orientar e conduzir as
almas encarnadas na direção que lhes convém, que é aquela que as trouxe à
Terra. Somente, por conseguinte, as obras ditadas por Entidades autorizadas do
mundo invisível estão contribuindo para o encaminhamento das almas para a luz,
falando-lhes a palavra orientadora, aquela que se empenha em despertar em seu
coração os verdadeiros objetivos de sua vinda uma vez mais à vivência no
corpo.
Bem, para que haja na Terra
boas obras mediúnicas, é indispensável a existência de pessoas com
a respectiva faculdade mediúnica para as receber e divulgar. Para isso
se torna necessário o empenho daqueles que vieram à Terra com essa faculdade,
tratando de a desenvolver e aprimorar o quanto possível. Casos existem em que
tal faculdade é perfeitamente sensível ao seu portador, o qual, entretanto, ou
não conseguiu adquirir conhecimentos linguísticos suficientes para grafar no
papel o que lhe estiver sendo inspirado, ou, o que é mais comum, o portador
dessa faculdade inteiramente dela se desinteressa. Qualquer dos dois casos é
deveras lamentável pela falta de apoio às Entidades que desejam cooperar com as
almas encarnadas por meio da palavra escrita.
Existem neste País, e também
noutros mas em menor escala, organizações espiritualistas nas quais se procede
ao exercício da faculdade psicográfica, mas de modo tão superficial que nada
resulta para o público em geral. Essas organizações se contentam, em regra, com
pequenas mensagens individuais relacionadas ou com a própria organização ou com
o médium, quando muito bem fariam se dispusessem a receber obras mediúnicas
para divulgação. Há exceções, é claro, e algumas poucas obras deste gênero
estão sendo divulgadas. Seria então de desejar que os responsáveis pelas
organizações espiritualistas de todo o mundo determinassem um dia dos seus
trabalhos para o desenvolvimento e prática da mediunidade psicográfica, cuja
determinação receberia desde logo todo o apoio do plano espiritual sob as
vistas do Senhor Jesus.
Desejo tratar ainda neste
capítulo de outro assunto que o Senhor me recomendou para imediato conhecimento
de todas as leitoras. Tratarei então do que diz respeito à vivência de cada uma
em sua permanência na Terra, e a maneira ao alcance de todas, de a prolongar ao
máximo possível, a fim de poderem todas beneficiar-se de sua presente
encarnação. É fundamental, por conseguinte, que haja um método de vida capaz de
manter inalterada a saúde do corpo, base do bem-estar e da longevidade.
Dirijo-me então às minhas queridas filhas para recomendar a elaboração e
cumprimento desse método de vida, já não apenas como obrigação que a todas
assiste, como também um esforço pessoal de cada uma.
Darei a seguir alguns
elementos para esse fim, como contribuição de minha parte, no que diz respeito
à mulher dona-de-casa, por exemplo, é necessário que a sua mão esteja em tudo
quanto se passe no seu lar. Cumpre-lhe ser a primeira a levantar para dar
andamento à vida do lar, seja transmitindo instruções às suas servidoras, se as
tiver, assistir a preparação da primeira refeição para que marido e filhos com
horários certos de trabalho ou estudos possam comparecer em tempo útil. Cumpre
à mulher dona-de-casa acompanhar de perto a vida do lar, se não mesmo fazê-la
girar em torno da sua pessoa. É a ela que incumbe determinar o que tenha de ser
adquirido em matéria de alimentos e jamais permitir que isso se faça à sua
revelia. Cumpre-lhe, inclusive, organizar sua pequena contabilidade, embora
simplificada ao máximo, na qual fiquem registradas todas as despesas feitas com
alimentação, vestuário, e as que mais houver, e jamais permitir que os recursos
existentes no lar sejam utilizados a granel, isentos do respectivo registro.
Procedendo desta maneira a
dona-de-casa cumpre dois deveres essenciais. O primeiro deles é o de poder
apresentar ao seu companheiro que lhe fornece os recursos, uma relação sucinta
dos gastos feitos durante o período, para que o mesmo se capacite sempre mais
da excelência da sua companheira de vida terrena que é a esposa, e continue a
considerá-la, se possível, a melhor que poderia ter encontrado. O outro dever
que escapa ao conhecimento das almas encarnadas em corpo feminino é o seguinte:
a escrituração regularmente feita pela dona-de-casa de todos os gastos da
família no período mensal é conhecida e estudada também no plano espiritual
pelas Entidades disso incumbidas, e serve para que desse plano se providencie,
quando considerada necessária, uma adequada melhoria dos proventos capazes de
fazer face ao déficit porventura existente no respectivo orçamento. Isto
acontece muito frequentemente a vários lares terrenos cujo exame demonstra uma
aplicação sensata dos recursos obtidos pelos seus responsáveis, havendo por
isso necessidade de os acrescentar, e isto se verifica. Ao passo que nos lares
em que não haja anotação positiva, regular, dos dispêndios efetuados, e tudo se
resuma ao esgotamento dos recursos domésticos, nenhuma referência existirá,
igualmente, no plano espiritual. Os gastos feitos, por assim dizer, no escuro,
levam quantas vezes a família ao desentendimento, com grave prejuízo para
todos. Torna-se, por conseguinte, necessário que as minhas filhas a quem tanto
quero, se preparem desde a mocidade para desempenhar mais tarde, não apenas o
elevado papel de esposa e mãe, mas sobretudo o difícil papel de dona-de-casa,
pelo valor que o mesmo representa na felicidade e harmonia do lar.
Eu falo-vos desta maneira,
minhas queridas, por conhecer muitos e muitos lares em que suas donas bem pouco
se preocupam com o cumprimento dos deveres apontados, confiando às suas servas
ou a terceiros a função que a si mesmas compete. Muitas destas filhas preocupam-se
mais com os assuntos da vida social puramente diletante, colhendo da mesma
simples entretenimento, em prejuízo quantas vezes da sua felicidade e harmonia
no lar.
Vejamos a seguir a
decorrência em que tal maneira de viver implica. Filhos e filhas deixados
entregues às servidoras domésticas ou aos cuidados de terceiros, sofrem com a
ausência das mães que se divertem fora, recebendo esse procedimento como
possível exemplo a adotarem também mais tarde em sua própria vida.
Repito, então, filhas queridas
do meu coração: habituai-vos ao papel da verdadeira dona-de-casa como autêntica
rainha do lar que ajudastes a construir, uma vez mais, e tratai de apurar na
sua administração todas as boas qualidades que possuís, desenvolvendo-as o mais
possível para aumentardes assim a vossa felicidade. Tende sempre presente que a
vida terrena é muito curta para ser desperdiçada. Cada mergulho dado pelas
almas num corpo de carne seja ele de que sexo for, representa uma concessão
feita a cada uma delas pelas Forças Superiores para ser utilizada no único
sentido da sua iluminação. Guardai isto no vosso coração, minhas filhas muito
queridas. Espero voltar ao assunto ainda neste livro.
Deixo-vos aqui a bênção que
o Senhor vos envia por meu intermédio, e a minha própria que eu vos ofereço de todo o coração.