A vida terrena representa
para todas as almas que aqui encarnam de século em século, com algumas
exceções, o melhor, se não o único meio de poderem todas alcançar os degraus da
escala espiritual que se encontra no porvir de todos os seres.
A vinda das almas a este
plano físico obedece a um plano sabiamente elaborado desde os primórdios dos
primórdios, para que as almas já merecedoras de cursar esta escola aqui
aportem, vivam, estudem e assimilem as lições que lhes forem propostas pelas
circunstâncias.
Diz-se habitualmente ser o
tempo o melhor professor, e na realidade assim é. Com o andar do tempo e com
ele a vida de todos os seres conscientes ou não, aqueles que se encontrarem em
posição de recolher as lições que o tempo oferece, estarão realmente
enriquecendo o seu patrimônio de conhecimentos e experiência.
Ao contrário do que muitos
viventes dizem e acreditam, a vinda das almas à Terra não tem absolutamente o
objetivo do gozo duma encarnação repleta dos prazeres momentâneos que possa
desfrutar, mas sim, e unicamente, a finalidade de aprender um pouco mais,
ilustrar-se o quanto possível em relação aos conhecimentos peculiares à vida
terrena.
Conforme ficou dito e todos
tomastes boa nota, existe uma população de almas algumas vezes superior à que
se encontra encarnada, todas aguardando oportunidade de voltar à Terra no
prosseguimento do seu aprendizado. O que muitas almas encarnadas não chegam a
compreender devidamente, em relação à sua presente existência no corpo, por se
encontrarem imersas numa trama de interesses puramente materiais, as almas
desencarnadas o compreendem perfeitamente, que é a oportunidade de progredirem
um pouco mais no caminho da sua iluminação.
Para vos apresentar uma
imagem terrena muito vossa conhecida,
capaz de traduzir o interesse das almas no prosseguimento do seu
aprendizado, eu citarei o fato presente nesta e noutras cidades e que eu também
tenho testemunhado nos dias em que aqui me encontro para ditar este livro. Vejo
que uma pequena multidão de jovens desejosos de ingressar nas universidades
para desenvolver e aprimorar conhecimentos se movimentam, se agitam, com o
objetivo de conseguir dos dirigentes ocasionais providências urgentes para
serem admitidos ao estudo. Isto que eu tenho testemunhado representa em boa
parte a necessidade sentida também no Alto pelas almas desejosas de voltar ao
solo terreno em busca de novos conhecimentos.
Aquilo que vós outros não
conseguis vislumbrar sequer, as almas desencarnadas o sentem duramente, apenas
não fazem como os vossos jovens estudantes. A demonstração que fazem desse
desejo é absolutamente ordeira e pacífica, porque feita por meio da oração ao
Senhor por uma nova oportunidade. Mas o Senhor não consegue atender a todos os
pedidos que nesse sentido lhe chegam de todos os recantos do mundo espiritual.
O Senhor defronta-se desde séculos com o grande problema dos lares terrenos
onde possam reencarnar as almas desejosas de uma nova peregrinação pelos
caminhos da Terra. Surge a questão alimentar em primeiro lugar, com a qual
muito se preocupam, hoje em dia, todos os dirigentes da Terra. Vem em seguida o
problema social envolvendo a dificuldade de manterem os pais os filhos nas
universidades pelo tempo necessário à conclusão dos cursos de que tanto carece
o mundo de hoje. As dificuldades crescentes da vida terrena impedem os jovens
de aprimorar conhecimentos vários de que são portadores, adquiridos no passado.
E dizer-se que em regra todas as almas que estão descendo à Terra nos últimos
decênios são portadoras de conhecimentos e experiência que apenas necessitam de
serem despertados no cérebro dos jovens!
O Senhor Jesus exultará no
dia que há de chegar muito breve para a Terra em que todas as crianças de todas
as regiões do mundo frequentem as escolas, não apenas as de curso primário como
também as do ensino técnico e científico, do que resultará então um grau de
progresso e de felicidade tal para todos os viventes deste plano físico como jamais
poderão imaginar nos dias que correm. O Senhor se empenha por isso, em que os
responsáveis pela direção dos povos se empenhem também em oferecer anualmente
às crianças e aos jovens as vagas de que possam necessitar nas universidades,
encerrando para sempre o triste espetáculo da atualidade, de terem os jovens de
lutar para poderem estudar.
Sem pretender com estas
palavras dirigir a mais leve censura aos responsáveis pelo que está
acontecendo, por não estar isso na minha
intenção, eu os exorto aqui a que escrevam no alto de seus programas de
governo estas luminosas palavras: instrução, instrução, instrução e o Senhor
fará o resto.
Desejo tratar em seguida de
outro assunto igualmente importante para todas as minhas queridas filhas e
filhos terrenos. Desejo tratar do que diz respeito à conduta mais aconselhável
à vivência e felicidade em sua permanência neste plano físico. Referir-me-ei
então à conduta que devem manter no meio social de que fazem parte, e que muito
útil deve ser para todos pela convivência tão necessária ao progresso das
almas. O meio social é constituído, como sabeis, por elementos espirituais de
várias categorias, necessitados todos eles da luz e progresso que vieram buscar
na Terra. Será então da maior conveniência para todos quantos compõem o meio
social, procurar descobrir sempre as boas qualidades existentes no seu próximo
e proclamá-las sempre que possível, com o que lograrão despertar as mesmas
qualidades em outros elementos.
A proclamação das boas
qualidades existentes num ser humano das vossas relações terá o mérito, não só
de as fortalecer e ampliar, como ainda de incentivar o seu aparecimento em
seres que as não tenham demonstrado. E todo aquele que ouvir dos seus
semelhantes referências elogiosas às boas qualidades de que for portador, por
certo se empenhará em procurar desenvolvê-las o quanto puder em virtude do
estímulo de que foi alvo. Somente aquele, entretanto, que possuir ou cultivar
empenhadamente as boas qualidades estará apto a descobri-las nos outros.
É, pois, de grande
transcendência nas relações sociais, procurar cada um cultivar no íntimo boas
qualidades de coração para poder por sua vez descobri-las nos elementos
componentes do meio social em que vive.
Perguntar-me-eis provavelmente: e quais são essas boas qualidades que
todos devemos cultivar? A resposta é simples, filhas e filhos meus que muito
quero e estimo. As qualidades principais que um ser humano deve cultivar
empenhadamente na Terra podem contar-se pelos dedos, que são: Em primeiro lugar
a honestidade em todos os seus atos
particulares ou públicos. O culto da honestidade cria no indivíduo uma pequena
auréola que o identifica desde logo perante as Entidades imateriais que o
visitam, e são várias, muitas mesmo durante a sua vivência terrena. A honestidade
imposta aos menores atos individuais torna-se em breve uma espécie de
automatismo que nenhum esforço requer para
predominar em tudo quanto o indivíduo pratique. Essa criatura passa
então à categoria das almas honestas por índole em todos os seus atos e
pensamentos. Este fato constitui-se com o tempo numa verdadeira fonte de luzes
para esta categoria de almas. A segunda
qualidade a ser cultivada com empenho pelas almas encarnadas deve ser a bondade para com todas as demais.
Plantar e fazer crescer a bondade no coração é construir cada um em seu coração
um elo a mais na imensa cadeia universal da bondade, e a ela se ligar para todo
o sempre. A bondade cultivada pelas almas encarnadas acarretar-lhes-á pelos
anos, séculos e milênios em fora alegrias tão grandes e tão gratas, além de
toda a vossa imaginação atual. Pela bondade ligareis o vosso viver de hoje a
esse mesmo sentimento manifestado por todas as Almas Grandes do Universo, e
delas, recebereis a parcela de que possais necessitar em todas as circunstâncias
da vossa existência neste e em outros planos em que fordes chamados a viver.
Cultivai, por conseguinte, a bondade em vossos corações. Reparti-a com os
vossos semelhantes sempre que se ofereça oportunidade, porque assim a
ampliareis e vos engrandecereis também. A bondade reunida à honestidade
constituem, por assim dizer, a chave mágica que vos abrirá todas as portas e
todos os corações dos mundos superiores. Estas duas qualidades insuperáveis
aparecem na auréola de todas as almas que as souberam cultivar, como poderosos
focos de luz que jamais se apagarão. Cultivai, pois, minhas filhas e filhos
queridos, estas duas boas qualidades, sobre as quais havemos de voltar a falar
algum dia quando estivermos reunidos no plano em que agora vivo e desejo
receber-vos em vosso regresso da Terra.
As demais boas qualidades podem ser consideradas assessórias, mas nem
por isso destituídas de grande valor. Há, entretanto uma, pelo menos, que deve
ser considerada essencial à vida infinita de cada um: é a verdade. O culto da verdade pelas almas encarnadas deve representar
para elas uma espécie de religião. Efetivamente, uma das principais colunas a
sustentarem o edifício de uma vida na Terra tem de ser, sem dúvida, a verdade.
Dizer a verdade, viver a verdade, proceder em todos os atos em função da
verdade, é algo capaz de dignificar uma vida em toda a sua existência. A
verdade assim como a honestidade e a bondade são hábitos e procedimentos que se
incrustam no diadema espiritual das almas, quer enquanto encarnadas na Terra
quer após o seu regresso e permanência no plano espiritual. Ao nos aproximarmos
em nossa vivência no Alto, de almas ostentando no seu diadema estas três
características representadas em luzes: honestidade, bondade e verdade, nós as
reverenciamos de todo o coração, pelo muito que souberam conquistar através dos
seus mergulhos na carne. Essas almas assim dignificadas passaram a constituir
ornamento da categoria de Espíritos Superiores, e unicamente voltarão à Terra
para desempenhar missão relevante do Senhor.
O culto da verdade pelas almas que a ele se entregarem torna-se
praticamente automático. A alma cultora da verdade não necessita de produzir
nenhum esforço nesse sentido. A verdade torna-se um hábito na vida de cada uma
e de tal modo radicado, que a criatura ao ter de se manifestar em qualquer
circunstância, só o fará para dizer, cultuando-a, a verdade, ou nada dirá. Se a
verdade não puder ser dita por motivos possivelmente poderosos, ou porque possa
ferir fundo a terceiros, então que não seja dita, se assim for possível vencer
a circunstância.
Fazei então das boas
qualidades o símbolo das vossas vidas na Terra, minhas filhas e filhos
queridos, afastando dessa maneira do vosso caminho possíveis obstáculos capazes
de produzir sofrimento. Se estais na Terra para aprimorar qualidades iniciadas
há séculos ou milênios de milênios, desde que recebestes um dia aquele sopro
divino, nada melhor fareis do que firmar-vos nos sólidos princípios que aqui
vim apontar-vos, iluminado-os diariamente com as luzes da vossa oração
sinceramente dirigida a Nosso Divino Salvador, para assim vos preparardes para
mais altos vôos e vivências em planos dos quais nem sequer já ouvistes falar.
Minha presença através das
páginas deste livro, teve e tem este único objetivo: despertar em vossos belos
Espíritos o entusiasmo pela vida espiritual com todo o seu luminoso cortejo de
felicidade e bem-aventurança. Firmar então vossa presente existência principalmente neste expressivo triângulo de
que acabo de falar: a honestidade, a bondade e a verdade, iluminando-o, como
disse, com as luzes da oração ao Senhor, e contai em todos os momentos com todo
o meu apoio espiritual para mais facilmente poderdes transpor obstáculos que
julgueis mais difíceis de vencer. Eu estarei convosco, filhas e filhos a quem
muito quero e estimo, em todos os momentos em que precisardes de mim.
Deixo-vos aqui a bênção que
o Senhor vos envia por meu intermédio, e a minha própria que eu vos ofereço de todo o coração.
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