Estando atualmente presente
no ambiente terreno, onde venho com o objetivo especial de ditar este livro
destinado ao esclarecimento das minhas queridas filhas e filhos que me
distinguem com sua devoção, eu só desejo
que as minhas palavras possam encontrar acolhimento em seus corações. Com este
grande desejo ora posto em prática, eu alimento em meu coração a esperança de
poder receber a todos no plano em que vivo no Alto, no qual se preparam
acomodações condignas para as almas viventes na Terra fim de civilização. Fim de civilização, digo bem,
porque em verdade uma nova civilização surgirá na Terra a partir do início do
século XXI. A nova civilização que virá
ocupar a Terra assim proximamente não será constituída de almas provenientes de
outros mundos, como talvez a muitas pessoas possa parecer. Não, as almas que se
preparam para descer à Terra, já aqui estiveram seguidamente, e aqui adquiriram
os conhecimentos e experiências que muito as elevaram na escala espiritual.
São, portanto, almas pertencentes ao ciclo terreno como vós próprias o sois,
visto como também aqui tendes vindo seguidamente século após século. Eu não
incidirei em erro se vos disser que se encontram grandes almas encarnadas
bastante próximas da partida, pois que lograram dar cumprimento ao programa de
trabalho que trouxeram ao reencarnarem. Esta classe de almas não será muito
fácil de ser identificada enquanto na Terra, uma vez que a luminosidade que
ostentam só pelas Entidades desencarnadas pode ser identificada. Contudo, se
prestardes vossa atenção à conduta de numerosas pessoas que aqui vivem, à
maneira pela qual se desempenham de suas tarefas e à elevação de suas atitudes
em relação ao meio em que vivem, podereis ficar conhecendo algumas destas
grandes almas.
A nova civilização que então
se aproxima deste vosso pequeno mundo terá uma tarefa bastante difícil quanto
elevada a desempenhar, porquanto lhe incumbirá transformar, melhorando-as, as
atuais vibrações do meio terreno. Uma nova idéia de solidariedade será
instituída na Terra, uma idéia que deverá congregar todas as almas no sentido
da solidariedade e do amor aos semelhantes, cessando as atuais divisões sociais
em que uma parte usufrui o muito, enquanto a outra sofre as agruras do nada. A
nova civilização será, entre outras coisas, a civilização da fraternidade e do
amor ao próximo, aquele amor que o meigo Jesus de Nazareth veio pregar no
início da era cristã. Provavelmente uma nova divisão geográfica deverá surgir
também na Terra, para acomodar as populações que hão de vir, cessando de vez as
lutas pela conquista de territórios que tanto sangue têm derramado. Partindo do
princípio de que a Terra não pertence aos homens, mas à humanidade, servindo de
moradia transitória a todas as almas que aqui reencarnam, ninguém ousará tentar
expulsar de seus domínios ocasionais os grupos de almas que neles vivem, como
tem acontecido em todos os tempos. E sabeis, acaso, qual será o fator máximo
desta modificação dos sentimentos humanos? O conhecimento e a prática do
intercâmbio espiritual, tão necessária à humanidade. O conhecimento e a prática
dos princípios da espiritualidade, presentemente já em franco desenvolvimento,
dará aos homens a consciência de sua transitoriedade na Terra, com a certeza
dos verdadeiros objetivos de sua vinda periodicamente ao solo terreno. O atraso
em que o mundo terreno ainda se encontra, dois mil anos após a vinda do Senhor
a pregar a fraternidade e o amor ao próximo, pode ser debitado ao espírito de
materialidade que tem imperado na quase totalidade das religiões criadas na
Terra. Isto, porém, está prestes a se modificar pela adesão de algumas das mais
importantes ao Espiritismo, aceitando e propagando seus elevados princípios,
com o que muito se engrandecerão, pela afluência de novos adeptos de todas as
classes sociais. Por que, pois, combater-se o Espiritismo e seus elevados
princípios, se todas as criaturas humanas são Espíritos, vieram dos planos
espirituais e para eles hão de voltar a seu tempo? Nosso Senhor Jesus conhece
bem as causas originarias do combate a esta sábia doutrina espiritualista, as
quais, entretanto, estão sendo também destruídas pelo esclarecimento das almas.
Nosso Senhor alimenta bem fundadas esperanças de que a sua Igreja, aquela que
resultou de sua vinda à Terra em corpo humano, seja uma das primeiras
organizações religiosas a adotar as práticas espiritistas em seus cânones. Isto
acontecerá, aliás, em breves anos, em face dos elementos que estão descendo à
Terra, trazendo esse fato isento no seu programa de serviço divino. Com os
esclarecimentos novos que estão sendo difundidos entre as populações terrenas,
a transformação de certos dogmas e princípios religiosos será operada, podemos
dizê-lo, do exterior para o interior, se o não for antes de dentro para fora. É
que as almas viventes na Terra conhecem de experiência própria as belezas das práticas
espiritualistas em seus próprios lares, onde recebem frequentemente a visita
consoladora de suas almas queridas que partiram, sabendo por isso que a morte
apenas termina a vida do corpo e jamais das almas. Assim, pois, todas as
religiões que persistirem em condenar tais práticas, qualificando-as de vários
modos, até mesmo como obra do demônio, apenas se estarão destruindo lentamente
em face do afastamento daqueles que lhes davam crédito. Que em épocas passadas
isto se fizesse com o objetivo de restringir o quanto possível certas práticas condenáveis
porque bastante perigosas, compreende-se; hoje, entretanto, com as luzes
difundidas no meio terreno pelos emissários do Senhor, e também pelos belos
ensinamentos trazidos aos seus familiares por inúmeras almas que partiram da
Terra, será de todo inútil insistir na condenação do Espiritismo, o bom, o são
Espiritismo, que tanto consolo está proporcionando às almas encarnadas.
Seria para desejar,
inclusive, que as próprias organizações espiritistas meditassem um pouco em
torno de algumas reformas em sua estrutura, com o fim de melhor se prepararem
para novos e maiores lances em favor do esclarecimento das populações. Nós que
do Alto nos preocupamos com o assunto, temos observado por vezes o estacionamento
de muitas organizações espiritistas, permanecendo nos mesmos tímidos argumentos
dos princípios do século XX. A estas organizações nós sugeriríamos a idéia de
modificarem, por exemplo, os horários dos seus trabalhos doutrinários, passando
a praticá-los também à luz do dia em reuniões matinais, em vez de somente à
noite. E aqui vai uma idéia concreta do que poderão fazer as organizações
espiritistas em horários matinais. Considerando a conveniência de muitas
pessoas em frequentarem de preferência a sua organização doutrinaria durante o
dia, ou porque não possam ou não desejem sair à noite, estabelecer-se-ia uma
reunião pública, por exemplo, das nove às onze horas para difusão dos
ensinamentos doutrinários a todas as classes e idades. Nessas reuniões se relatariam
fatos esclarecedores acerca da existência do Espírito e sua responsabilidade em
todos os atos da vida terrena, objetivando a manter sempre presente na mente
dos ouvintes a sua responsabilidade e consequências por todos os atos que
praticarem na vida, mas, sobretudo, a idéia de que eles e o próximo fazem parte
da mesma família espiritual.
Essas reuniões seriam
inteiramente dedicadas ao esclarecimento dos ouvintes, mas isentas do fenômeno.
Este só seria praticado, ou em reuniões vesperais dominicais, ou à noite nos
dias de semana, o que é preferível. Nestas reuniões noturnas então,
operar-se-ia o tratamento espiritual dos assistentes quando necessário, e o
desenvolvimento dos ascendentes mediúnicos que se apresentassem. Isto, aliás, é
o que constitui na atualidade o programa de trabalho da totalidade das
organizações existentes. É um trabalho bom, esse, todos o reconhecemos, pelos
enormes benefícios que proporciona aos assistentes em condições de recebê-los.
Resta, então, a adoção de um programa dominical na parte da manhã e se possível
também à tarde dirigido por mentores devidamente preparados para tocar o âmago
das almas presentes. Eis aí, por conseguinte, uma idéia que muito contribuirá
para difundir maior compreensão e felicidade entre as almas encarnadas.
A seguir eu direi algo mais
acerca da visita daquelas almas juvenis ao meu plano, de quem já vos disse
várias coisas. Direi então que os poucos dias que aquelas almas conviveram
comigo, as encheram de verdadeira felicidade. Uma linda manhã combinei levá-las
ao Templo de orações, que elas muito desejavam conhecer para compararem com
aquele que diariamente frequentam no seu plano. A ele nos dirigimos então numa
linda manhã, após percorrermos a pé uma curta distância ao longo de um caminho,
por assim dizer, repleto de belas florzinhas, exatamente porque brotadas no
próprio leito do caminho. As minhas visitas apreciaram sobremaneira este fato,
estranhando que tão belas e perfumadas florzinhas brotassem exatamente no
caminho que as almas do meu plano percorriam diariamente sem as molestarem. Eu
expliquei-lhes então que isso se devia à nossa falta de peso específico, em
nada afetando a vida das flores por onde passamos. Já no plano em que viviam as
minhas visitas, sendo seu corpo fluídico algo mais denso do que o nosso, aquele
fato não poderia existir, as flores sentiriam bastante ao serem pisadas pelas
almas passantes. Expondo-lhes este fato, caminhávamos sempre em direção ao
Templo, ao qual em breve chegamos. Entramos. O silêncio era completo. Centenas
e centenas de almas lá se acomodavam em atitude de grande concentração quando
nós ingressamos e nos dirigimos a um local onde eu costumo assistir aos ofícios
religiosos que lá se celebram. Eu digo ofícios religiosos, para usar uma
linguagem vossa conhecida, dando idéia de que essas ocasiões representam o
objetivo principal da ida ao Templo, tanto na Terra como no Espaço. Naquele dia
e àquela hora, realizava-se no Templo uma perfeita concentração de almas com o
objetivo de emitirem vibrações de saúde, harmonia e felicidade, em favor de
todas as almas encarnadas e desencarnadas do ciclo da Terra. Isto nós o fazemos
invariavelmente uma vez na semana, pelo bem que então dali se irradia em todas
as direções. Este espetáculo constitui a alegria de, quantas almas a ele
comparecem, as quais se revezam sempre para que todas possam emprestar ao ato a
sua cooperação mental. Faz-se a princípio um completo silêncio durante o qual
os pensamentos se unificam, e passados alguns minutos, uma voz suave e terna se
eleva, reunindo todas as vibrações das almas presentes conduzindo-as assim
unidas na direção determinada. Essa direção consiste na citação, em primeiro
lugar, deste plano terreno que é assim, percorrido em todas as direções,
segundo a orientação daquela voz suave e terna. Essas vibrações são dirigidas
inicialmente às almas necessitadas, sofredoras, às que se encontram nos
hospitais, nas casas de saúde ou enfermas em seus lares, levando a todas uma
sensível dose de alento espiritual, de saúde e felicidade a envolvê-las. Nossa
grande alegria consiste então em poder apreciar o enorme bem que aquelas
vibrações proporcionam às almas visadas, muito contribuindo para o seu pronto
restabelecimento. Em continuação, aquelas benéficas vibrações da multidão de
almas se dirigem aos vários planos espirituais a partir da Terra, em cujos mais
próximos elas vão constituir a maior alegria das almas neles estagiárias. Eu
vos direi rapidamente que em certo plano próximo à Terra, onde, na
inferioridade vibratória das almas estagiárias a noite se lhes afigura
permanente, as vibrações recebidas do nosso plano constituem a maior alegria
para elas, porque as mesmas se lhes assemelham a um raio de luz solar a
penetrar a penumbra em que vivem. Nós nos empenhamos sobremodo em ajudar a
iluminação desta categoria de almas assim viventes na penumbra, consequência
lógica do seu reduzido adiantamento espiritual. Trata-se de almas que
procuraram viver sua existência terrena repleta de fatos nada condizentes com
suas necessidades espirituais, atingindo a desencarnação privadas daquela
centelha que as deveria conduzir a determinados planos espirituais. Dotados de
sentimentos assaz grosseiros e desinteressadas do seu próprio aperfeiçoamento,
uma vez desencarnadas tombam no abismo da ignorância por elas próprias cavado
quando no corpo. O assunto é longo e riquíssimo de ensinamentos e eu prometo
voltar a ele em futuros capítulos.
Deixo-vos hoje a bênção que o Senhor vos envia por meu
intermédio, e a minha própria, que eu vos ofereço de todo o coração.
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