Os acontecimentos que já
neste momento se estão registrando no subsolo em certas áreas do mundo terreno,
provocando desmoronamentos e algumas desencarnações, não vos devem surpreender,
uma vez que avisados estais através das mensagens que vos chegaram do mundo
espiritual. Trata-se do início da transformação da topografia em várias regiões
do planeta, no cumprimento do que foi planejado.
Não deve surpreender, por
conseguinte, o que neste momento está sucedendo em países como a velha Turquia¹
onde muito há a fazer no sentido de
oferecer ao seu povo valoroso melhores condições de vida. Os bens que vierem a
ser atingidos pelos fenômenos telúricos, logo se reconstituirão em melhor
forma, sendo isso motivo de atualização do que em verdade envelheceu na
tradição. E quanto às almas que tiverem partido em consequência desses
fenômenos, todas elas ingressaram num
plano de vida muito mais tranquilo e feliz do que este em que ora viveis.
Podeis admitir então, para vossa maior tranquilidade desde agora, que nada
acontecerá para o mal de quem quer que seja, porque o que for empreendido por
determinação das Forças Superiores do ciclo terreno, só o será para o maior bem
e felicidade de todos os seres humanos. Direi a propósito algumas palavras aos
parentes das almas que partiram, ou que vierem a partir em virtude dos
fenômenos telúricos. Direi em primeiro lugar que tudo estava devidamente
previsto desde o momento da reencarnação de cada uma daquelas almas, dentro,
por conseguinte, do velho adágio de que o casamento e a mortalha no céu se
talham. Isto traduz uma perfeita realidade. Efetivamente, nenhuma alma desce à
Terra à mercê dos acontecimentos que possam envolvê-la durante a sua
permanência na carne. Cada ser espiritual traz consigo ao encarnar uma vez mais,
uma espécie de mapa ou roteiro a ser por ele seguido neste plano físico,
em seus pontos principais, ficando os
detalhes à descrição de cada um, para
que trace ele próprio as linhas pelas quais chegará ao cumprimento do
seu programa. Nasce então a alma na Terra não ao acaso num lar qualquer, mas
exatamente naquele que lhe houver sido indicado pelas Forças Superiores, após o
necessário entendimento com as almas que hão de ser seus progenitores. É este
um ponto muito importante para o desenvolvimento espiritual das almas
encarnadas, o de ficarem sabendo que não nasce uma alma na Terra sem que
aqueles que a recebem tenham sido previamente consultados. Muitos nascimentos
ocorrem, inclusive, em lares cujos pais
acertaram no Alto, antes de o deixarem eles próprios, receberem em seu seio
estas ou aquelas almas amigas ou não para as encaminharem em sua próxima
encarnação. Eu disse almas amigas ou não, e disse bem, em face do que
frequentemente sucede. Existem tantas e tantas incompatibilidades surgidas
entre as almas que se encontraram na Terra, que é preciso eliminar. E o melhor
meio para isso é fazê-las nascerem como filhos daqueles com quem se
incompatibilizaram a fim de se reconciliarem. Há mesmo, infelizmente, almas que
se inimizaram até à destruição violenta do veículo físico, cujo sentimento de
ódio as acompanha em sua desencarnação. E como na lei divina só a harmonia e o
amor devem prevalecer, necessário se torna aproximar as almas que se
desentenderam em suas vidas terrenas. O meio para isso é então fazer essas
almas nascerem no mesmo lar, seja na condição de filhos ou irmãos, a fim de se
restabelecerem reciprocamente a simpatia e a cordialidade, esquecendo por
completo suas desavenças passadas. Reparai, porém, minhas filhas e filhos
queridos, que frequentemente ainda se registram desentendimentos bastante
lamentáveis entre pais, filhos e irmãos consanguíneos, numa revivescência de
ódios e discórdias antigas.
Voltando, então, ao assunto
deixado para trás, quero dizer-vos que as almas que vierem a desencarnar em
consequência dos terremotos que se positivarem na Terra, já desceram ao solo
terreno com essa condição e apenas regressadas ao seu plano no Alto
imediatamente a confirmarão. As almas que ficarem, essas sim, sentirão mais
fortemente a dor da saudade na ausência das que partiram, julgando
provavelmente que as terão perdido do seu convívio para sempre. A essas almas
que perderam parentes e amizades queridas, eu direi que em verdade não as
perderam senão aparentemente, porquanto aquelas que partem continuam a viver
uma vida muito mais positiva e real do que na Terra viviam. As almas que
desencarnam encontram-se prontamente numa posição que apenas difere da que na
Terra existia, pela ausência do organismo físico pesado, grosseiro. Mas
sentem-se então tão vivas e atuantes como enquanto no corpo, porque possuidoras
agora do seu corpo fluídico, muito mais leve do que o deixado na Terra. Neste
corpo fluídico as almas desencarnadas oram pelos que deixaram em seus lares
terrenos, assim como pelas almas amigas, visitando periodicamente seus antigos
lares e parentes. Estes devem então apoiar-se na prática da prece pelas almas
que partiram, como o melhor meio de as favorecerem, certas de as poderem
visitar frequentemente durante as horas do sono, embora nem sempre o recordem.
À medida em que as leis espirituais forem sendo estudadas pelas almas
encarnadas, não só o fenômeno da morte irá perdendo a característica do horror
que ainda causa a muita gente, pelo fato de supor que tudo acabou para aqueles
que partiram da Terra. A convicção ainda arraigada no coração duma grande
maioria de almas viventes na Terra, de que a morte encerrou para sempre a vida
das almas que se foram, é devida unicamente à deficiência do ensino religioso
apoiado em bases essencialmente materialistas, quando deveria apoiar-se nas
realidades da vida espiritual. O ensino ainda disseminado em torno do curto
lapso de tempo de uma vida, necessita de ser revisto e adaptado ao que diz
respeito à lei das reencarnações sucessivas como meio de todas as almas se
aproximarem moral e espiritualmente. Há necessidade de esclarecer as almas
encarnadas acerca da sua presente existência, apenas mais uma em seu longo
período de aprendizado, para que possam alcançar o máximo de luz e felicidade
num outro plano de vida bem diferente deste plano terreno. Isto esclarecido por
meio do ensino religioso desde os primeiros anos de vida do ser humano, certo é
que muito irá influir na orientação da criança e do jovem, fornecendo-lhes
elementos tais de formação moral, que muito hão de contribuir para o seu bom
encaminhamento na vida. Ensinando-se às almas encarnadas que elas aqui se
encontram com a finalidade de evoluírem espiritualmente através da prática de
boas ações e do bom entendimento com todos os seus semelhantes, e ainda, que as
grandezas da vida terrena não levam ninguém ao céu, o resultado será,
infalivelmente, a criação e desenvolvimento nas almas encarnadas de um caráter
moral bastante forte que as impedirá de falirem ao longo de sua presente
existência.
O capítulo das religiões na
Terra está a exigir sérias modificações de estrutura, para que elas possam
cumprir a sua finalidade. E qual é, então, a finalidade das religiões? —
podereis talvez perguntar-me. Eu responderei que a finalidade das religiões
criadas e multiplicadas por toda a superfície do globo terrestre não é outra
senão a de despertar nas almas encarnadas os verdadeiros sentimentos de sua
filiação divina, esquecidos do passado pela sua existência na carne. Sabendo-se
que o fato de a alma se encontrar mergulhada numa espessa massa de carne lhe
retira completamente a memória espiritual, é necessário então esclarecê-la
acerca das leis divinas que regem a vida universal, ministrando-lhe os
ensinamentos espirituais que possam ajudá-la a vencer com êxito espiritual sua
presente existência terrena. Isto não se consegue apenas ensinando as almas a
rezar e a decorar fórmulas que muitas não compreendem e apenas repetem
mecanicamente, mas em breve esquecem de todo. Há então necessidade de
esclarecer todas as almas desde os seus primeiros anos, que elas são Espíritos
em tarefas de aprendizado na Terra, onde já viveram outras existências
semelhantes. Ensinar-se-lhes-á então que é necessário verem no semelhante um
irmão e não um concorrente, porque na realidade é um Espírito como o seu em
busca de progresso espiritual. Dir-se-á às almas desde os seus primeiros anos
na Terra, que Nosso Senhor Jesus é o seu grande amigo de todos os momentos, e
que ao Senhor devem dirigir-se sempre que necessitem de ajuda espiritual em
suas tarefas ou dificuldades. Dir-se-á ainda, como ensinamento religioso, que
toda a criatura humana está acompanhada de um ou mais Protetores espirituais
que a assistem em todos os momentos para lhe inspirarem boas idéias, e também
protegê-la contra certos perigos invisíveis que se encontram disseminados pelos
caminhos terrenos. A tarefa dos Protetores espirituais é, entretanto, um pouco
mais dilatada. Cumpre-lhes, também, registrar os bons e maus atos das criaturas
que protegem, dos quais dependerá o bom ou mau aproveitamento da vida terrena
de cada uma. Sabendo disto as almas encarnadas desde tenra idade, elas tratarão
de se precaver contra a prática de maus atos para se livrarem também de suas
más consequências, esforçando-se em só praticarem atos que possam agradar aos
seus Protetores espirituais, dos quais resultará um aumento da sua própria
felicidade.
Outro ponto importante a ser
reformado no ensino religioso, por absolutamente inócuo, é a existência do
Inferno como destino inapelável das almas faltosas em sua passagem por este mundo.
Se esse local podia ser dado como existente pela religião de há dois milênios,
e o temor de nele ingressarem teria desviado muitas almas da prática do mal,
hoje em dia tal ensinamento não é mais admissível por absolutamente contrário
às leis divinas. Sabendo-se que Deus é amor, e que só o amor constrói para o
bem, não é admissível que sendo Deus amor em toda a sua onipotência, houvesse
criado um lugar de terrível suplício para seus próprios filhos, como seria esse
imaginário inferno. Quem é que iria purgar suas faltas no inferno? Quem?
Somente as almas faltosas, evidentemente. E quais são essas almas faltosas
destinadas ao suplício das labaredas infernais? Somente as almas ignorantes
cometem infrações às leis divinas, todos os sabemos. As almas ignorantes, ou
seja, as almas ainda pouco experientes, porque pouco vividas, são as almas
jovens, recém-vindas de mundos inferiores para continuarem a sua evolução neste
plano terreno. Como condenar então essas almas ainda inexperientes à
exterminação nas caldeiras do imaginário inferno? Seria destruir seres
espirituais como nós, só porque teriam errado em sua vida terrena por
ignorância, pelo desconhecimento das leis divinas. Não, meus queridos; nenhuma
alma jamais ingressou nesse inferno de chamas criado pela imaginação dos
homens. Se é preocupação máxima do Nosso Senhor que nem uma de suas ovelhas se
perca, como conciliar tal preocupação do Senhor com o lançamento de algumas
dessas ovelhas às chamas da fogueira infernal?
Não, meus queridos; nada
disso existe no plano espiritual onde tudo é amor, amor e somente amor. Há
urgência, por conseguinte, em substituir a ameaça do fogo infernal pelo
esclarecimento das almas em novas bases que é o ensinamento espiritualista,
para que todas se capacitem dos verdadeiros objetivos da vida terrena. No Alto
trabalha-se intensamente neste objetivo, procurando-se de todas as formas tocar
o coração das direções religiosas da Terra, para que destruam o quanto antes a
imagem do inferno, construindo em seu lugar o edifício real, verdadeiro, do
espiritualismo; disseminando urgentemente seus ensinamentos no mundo todo.
Deixo-vos aqui a bênção que
o Senhor vos envia por meu intermédio, e a minha própria que eu vos ofereço de todo o coração.
¹
Este capítulo foi ditado no dia 29 de julho de 1967, quando a Cidade de Ancara
fora abalada por um grave terremoto. Nota do Médium.
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