Acontecimentos de certa
magnitude devem ser esperados neste mundo terreno dentro de breves anos, já
estão disto informados muitos milhares de seres humanos que aqui vivem. Não
necessitarei eu, por conseguinte, de repisar o assunto uma vez mais neste capítulo.
As observações que estão sendo feitas no próprio meio terreno concluem pela
confirmação de que uma boa parte da população já recebeu as notícias e
conselhos trazidos à Terra pelos emissários de Jesus Nosso Senhor, e se está
preparando devidamente para aqueles acontecimentos. Assim, desejo ocupar-me de
assuntos outros igualmente interessantes e muito úteis a todas as minhas filhas
e filhos presentemente na Terra.
Tratarei então no presente
capítulo do que se relaciona muito estreitamente com a chegada e permanência no
plano espiritual, das almas que vão
encerrando sua vivência neste plano e dele se despedem para regressar ao seu
lar espiritual. Para começar eu direi que o caminho a ser percorrido pelas
almas que desencarnam é bastante longo para muitas delas, ao passo que bem
curto se torna para outras, embora a distância que o separa da Terra seja uma
só. Por que, então, essa diferença no percurso? — perguntareis vós com muita
razão. A maior ou menor demora em percorrer o caminho que leva as almas de regresso
ao seu plano espiritual está em relação com as condições morais de que sejam
portadoras, as almas que diariamente se despedem do corpo físico pelo fenômeno
da morte. Eu explicarei em seguida a razão.
As almas que conseguiram
vencer a sua encarnação neste plano através da prática somente de ações
meritórias, segundo suas possibilidades, mantendo-se durante esse lapso de
tempo numa linha de perfeita correção moral, e tenham, também, cumprido os
preceitos constantes das leis divinas, essas almas ao se desprenderem da
matéria seguem numa linha reta ascensional em direção ao seu plano no Alto,
gastando nesse percurso um tempo tão reduzido em certos casos, que não
ultrapassa uma fração de segundos. As almas que assim conseguem alcançar de
regresso o plano espiritual ao qual pertencem, podem ser identificadas ainda no
corpo, pelas pessoas com as quais conviverem, com um pouco de perspicácia.
Efetivamente, ao convivermos na Terra com pessoas pacatas, sossegadas, amantes
da paz e sempre a amar e socorrer o
próximo, seja por meio dos elementos peculiares ao meio terreno, seja por meio
de um conselho, uma prece, ou ainda por outros meios ao seu alcance,
identificaremos nessas criaturas, almas já bastante evoluídas, e por isso
possuidoras de um coração repleto de amor para os seus semelhantes. Em geral
verificaremos nessas criaturas uma grande simplicidade de hábitos, ausência de
ambição e vaidade, o que as torna criaturas bondosas, simpáticas, com as quais
todos gostam de tratar. Este tipo de almas conduzem-se invariavelmente de
maneira pacata, por serem de todo incapazes de ferir sequer moralmente os seus
semelhante. Isto sucede, convém frisar, pela circunstância de que esta
categoria de alma já alcançou um nível evolutivo que inteiramente as despojou das
qualidades negativas ainda existentes em muitas outras suas contemporâneas
neste pequeno mundo. Convenhamos então que esta categoria de almas encarnadas
vive e procede desta maneira elevada sem que lhes seja necessário algum esforço
para isso, mas realmente porque já não possuem em seu coração o volume de
maldades que ainda leva numerosas outras a procederem de maneira oposta. Estas
outras, as que ainda se comprazem na prática de certas maldades por qualquer
motivo, sem acreditarem no prejuízo que estarão proporcionando com o seu
procedimento, estas almas, ao se desprenderem da sua matéria, permanecem ou em
torno dela, assistindo horrorizadas à decomposição do corpo que fora seu, ou se
perdem em meio às suas perturbações, podendo permanecer anos e anos no solo
terreno sem atinarem com os caminhos que as hão de levar ao seu plano de
repouso no mundo espiritual. Esta categoria de almas de um modo geral não
utilizou os recursos da prece enquanto na carne. Tendo voltado o pensamento
constantemente para os interesses ocasionais, arquitetando maneiras e modos de
enriquecimento rápido, quantas vezes destituídas dos escrúpulos que devem
presidir todos os atos da vida material, estas almas desprezaram ou esqueceram
a oração, a prece que para milhões de outras almas constitui fator de êxito na
vida, não possuindo então, ao desencarnarem, condições suficientes de elevação
espiritual. E se os seus familiares, por sua vez, se esquecerem de orar por
elas, ocupados também com os seus próprios interesses, estas almas estarão por
si mesmas condenadas a permanecer no solo terreno, privadas da paz e bem-aventurança
que poderiam estar desfrutando no mundo espiritual.
Isso que aí fica linhas
acima é o resultado das observações feitas pelas Entidades incumbidas de
acompanhar as almas encarnadas, anotando todos os detalhes de sua vivência na
Terra. Eu registrei apenas as linhas principais desses dois tipos de vida, mas
o bastante para que cada qual dos meus leitores possa escolher o que mais lhe
convirá adorar em sua encarnação atual. Bem certo é, e todos o sabem, que não
poderá uma alma jovem, em fase de
aprendizado recente neste mundo terreno, encaminhar e pautar seus atos com a
mesma correção ou elevação que as almas vividas de muitos séculos, aquelas que
também agiram em tempos com a mesma irreflexão das almas jovens. Dizendo eu
aqui almas jovens e almas vividas de muitos séculos, eu não me refiro à idade
do corpo, absolutamente. A idade do corpo, já o sabeis, não tem nenhuma relação
com a idade do Espírito. Pode, por isto, encontrar-se uma alma ou Espírito
jovem habitando um corpo já envelhecido, como encontrar-se habitando um corpo
jovem uma alma bastante vivida. Isto
sucede em virtude da lei das reencarnações, possibilitando às almas a sua volta
ao mundo terreno periodicamente numa nova reencarnação. As pessoas dotadas de
espírito de observação podem facilmente identificar umas e outras destas almas,
pelas idéias que manifestam, pela correção dos seus atos e pensamentos,
principalmente ao atingirem a chamada idade da razão.
Assim exposto o assunto, eu
fornecerei às minhas estimadas filhas e filhos terrenos a fórmula mágica se
assim me permitem expressar, a fórmula capaz de possibilitar às almas jovens,
porque pouco experientes da vida em todos os seus aspectos materiais e
espirituais, a maneira de poderem encaminhar a sua vida terrena sob os mais
corretos preceitos de ordem moral, livrando-se de numerosos percalços que
habitualmente assaltam as almas desprevenidas. Esta fórmula que, eu insistirei
em denominar de mágica, consiste em tão pouca coisa, em tão reduzido esforço,
que ninguém a desprezará em benefício mesmo de sua felicidade desde a Terra. E
se eu digo felicidade desde a Terra, é que essa felicidade apenas se iniciará
neste mundo para continuar e se ampliar no mundo espiritual. A fórmula em
referência, pois, aquela usada por todas as criaturas que lograram alcançar na
Terra uma vida pontilhada de acontecimentos felizes, afastando numerosos outros
portadores de sofrimento em que é rico este pequeno mundo, é a prece. A prece
constitui em verdade a fonte de maior ajuda a todas as criaturas de Deus,
estejam elas vivendo uma vida de seres humanos no solo terreno, ou estejam
livres da matéria, vivendo a vida de almas livres no mundo espiritual.
Recomendando eu aqui o uso da prece a todas as criaturas que se encontram na
Terra, tenho a mais absoluta segurança quanto aos seus resultados. Uma criatura
que ora por devoção a si mesma, uma, duas ou três vezes ao dia, estará
afastando de si as influências maléficas, perturbadoras, de que está cheio o
ambiente terreno, e atraindo por meio da prece tudo quanto de bom exista para a
realização de suas íntimas e justas aspirações ao longo de sua permanência na
Terra.
Para apresentar uma imagem
dos efeitos da prece em relação àquele que a faz, eu direi que ela pode ser
comparada ao ato de acender uma vela numa sala inteiramente às escuras. Se
penetrardes numa sala inteiramente às escuras, dificilmente podereis mover-vos
nela mesmo conhecendo-a de antemão. O certo é que nada podereis realizar ali
sem uma luz que ilumine o ambiente. Acendendo então uma vela, já podereis
percorrer toda a sala e até realizar algum serviço. A prece pode então ser
comparada à vela que acenderdes, a qual produzirá também uma luminosidade em
torno de vós. Há apenas a seguinte diferença: a luz da vela se extingue com a
própria vela, voltando a sala a ficar novamente às escuras; ao passo que a
luminosidade produzida pela prece incorpora-se ao vosso Espírito, à vossa alma,
e aí permanece para todo o sempre. Imaginai, pois, quanto crescerá a vossa
própria luminosidade diariamente em consequência da prece que elevardes uma,
duas ou três vezes, pondo-vos assim em ligação direta com as Forças Superiores,
e recebendo das mesmas vibrações semelhantes àquelas que emitistes em vossa
prece.
Quando, no Alto, as almas se
preparam para reencarnar, o objetivo que as anima é, exclusivamente, o de virem
aqui em busca de mais luzes para o seu diadema espiritual. E a razão de
numerosas delas regressarem quantas vezes no mesmo estado, após uma
peregrinação de várias dezenas de anos, é que de tudo se aproveitaram neste
plano de vida, para uso e gozo seu, menos desse lapso de tempo para
engrandecimento de sua luminosidade. Essas criaturas podem ter adquirido
diversos focos de luz através da prática de atos meritórios ao longo da sua
vida, o que está igualmente no seu programa de vida elaborado no Alto. Isto é
perfeitamente razoável e até obrigatório mesmo, tendo em vista que a prática de
atos meritórios é condição sine qua para uma alma poder reencarnar. Se, por
conseguinte, a par dos atos desta natureza que as almas encarnadas logrem
praticar durante a vida terrena, se se dedicarem, por hábito ou devoção, à
prática da prece com todo o seu coração, essas almas podem alimentar a certeza
de que realmente venceram na vida terrena, tendo cumprido, se não todo o seu
programa, pelo menos uma boa parte dele. Dizendo-vos assim em minúcias o que aí
fica, eu só desejo esclarecer ao máximo as vossas almas bastante obscurecidas
pela condição de se encontrarem encarnadas. Ao regressardes, porém, ao vosso
plano quando isso acontecer, tenho eu a mais sólida certeza de que todas me
haveis de agradecer estas palavras de esclarecimento que aqui ficam. O meu
empenho torna-se ainda maior neste sentido, filhas e filhos a quem eu muito amo
de todo o meu coração, em face do processo em andamento no meu plano
espiritual, no sentido de só poderem ser nele recebidas a partir de certa
época, almas portadoras de um determinado índice de luminosidade, em perfeita
harmonia com a que possuem as almas que ali vivem. Este é um dos motivos pelos
quais eu solicitei ao meu amado Filho a necessária permissão para vir ao vosso
meio redigir este volume, onde estou depositando toda a minha dedicação a quantas almas vivem neste momento
na Terra. O meu desejo de receber a todas no plano em que vivo é tão grande e
tão intenso, que eu me dispus a vir até vós a fim de vos dizer estas coisas em
letra de imprensa, e isto, em parte, porque muitas de vós já são minhas conhecidas
e particularmente afeiçoadas de outras eras, e de um modo geral eu desejo
contribuir com a minha palavra, o meu
conselho, para que outras o sejam também dentro dos breves anos do porvir.
Aconselhando-vos desta maneira à prática da prece ou oração fervorosa diária,
eu viso a estes dois grandes objetivos: preservar-vos de sofrimento por ocasião
dos acontecimentos que estão para chegar, e contribuir para a crescente
luminosidade de todas, a fim de os receber oportunamente no mais belo de todos
os planos do mundo espiritual. Será isto possível? — poderá alguma de vós
indagar, ao considerar o que estou dizendo a respeito do plano em que ora vivo.
É possível, sim, eu vos respondo, filhas e filhos do meu coração. Isto é
perfeitamente possível, almas queridas. Certo é que algumas de vós já de lá
vieram para a presente existência terrena, munidas de planos de serviço divino
que estão executando. E são várias, muitas mesmo, as almas que aqui se
encontram encarnadas, procedentes do plano em que vive o próprio Senhor Jesus.
Estas vós as identificareis pela qualidade de suas atividades, pelos serviços
que estão prestando à coletividade, pelos seus pensamentos e sua fé na ajuda
das Forças Superiores. Talvez que você leitora ou leitor, seja uma dessas
almas, sempre envolvida na sua modéstia de alma simples, evoluída. O meu
empenho é, pois, muito grande com o objetivo de receber em nosso belo plano o
maior número possível das almas que se encontram na Terra, onde deverão
permanecer por longos anos ou séculos. De outra maneira teriam estas almas de
regressar ao seu antigo plano de vida, desempenhando tarefas muito semelhantes
às da Terra. Isto só acontecerá, contudo, àquelas que não conseguirem levar da
Terra proximamente aquele número de onças de luz que vieram buscar. O meio, por
conseguinte, de adquirirdes as onças de luz que possam estar faltando é,
conforme ficou dito, o seguinte: a prática de atos ou ações meritórias e o
hábito da prece diária elevada com toda a sinceridade e fervor dos vossos
corações.
Deixo-vos aqui a bênção que
o Senhor vos envia por meu intermédio, e a minha própria que eu vos ofereço de todo o coração.
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