Os fatos programados para
acontecer no solo terreno, não obstante a sua magnitude, em face dos efeitos
que devem produzir, não devem ser tidos pelos viventes do momento, como
desgraça, infelicidade, ou outros sentimentos de tristeza. Absolutamente, queridos
meus. O que foi programado para acontecer no mundo terreno, visa, antes de
tudo, à maior comodidade e felicidade dos seus habitantes, e jamais o contrário
disto. A circunstância de virem a desencarnar, possivelmente, algumas almas em
consequência desses fatos, todas elas verificarão a seguir que sua
desencarnação terá ocorrido para sua maior felicidade no plano espiritual ao
qual ascenderam. Não há, por conseguinte, devo repeti-lo, motivo para
apreensões, mormente por parte daqueles que de há muito se prepararam com sua
ligação ao coração magnânimo do Senhor. Por isso é que vieram ao meio terreno
vários emissários do Senhor a esclarecer as almas encarnadas acerca da
necessidade de que todas se entreguem à prática da prece e da meditação antes
de se deitarem. Este é o ponto fundamental de todo o trabalho de esclarecimento
que vem sendo difundido no meio terreno, onde, infelizmente, ainda se encontram
algumas almas inteiramente devotadas aos interesses materiais, e que por isso
necessitam deste esclarecimento.
Isto posto, como assunto
fundamental que é em todos os trabalhos de esclarecimento, eu passarei a tratar
de outro assunto igualmente interessante e da maior utilidade para todas as
minhas filhas e filhos presentemente encarnados. Tratarei então da maneira pela
qual todas as Entidades evoluídas vivem no mundo espiritual, objeto certamente
desconhecido de quantas almas vivem na Terra, olvidadas de sua memória
espiritual. Em que se ocupam, pois, as Entidades evoluídas do mundo espiritual?
Eu tentarei elucidar-vos a respeito, dizendo inicialmente que todas elas
trabalham bastante tanto ou mais do que se na Terra se encontrassem.
Existe no Alto uma perfeita
organização incumbida de distribuir tarefas às diversas categorias de almas
viventes no respectivo plano, de maneira a que todas possam empregar utilmente
o seu tempo, alcançando, em consequência, novas e constantes luzes. Incumbe
então às Entidades mais evoluídas supervisionar o desempenho das tarefas
distribuídas às almas que desejam trabalhar, ajudando-as também, quando
necessário, o que sempre acontece. E quais são essas tarefas? — podereis
perguntar-me. Eu esclarecerei, em resposta, que existem no mundo espiritual,
tarefas as mais variadas à escolha das almas que desejam desempenhá-las. Há, por exemplo, a
tarefa de ensinar as almas menos esclarecidas, as almas ainda bastante jovens,
tal como se crianças fossem na Terra, embora já aqui tenham vivido várias
encarnações. Trata-se de almas provindas recentemente de mundos inferiores a
este, e portanto, portadoras dos hábitos e sentimentos peculiares aos mundos
donde vieram. Estas almas são, então, internadas em estabelecimentos de ensino
algo semelhantes aos que aqui existem, onde passam a receber ensinamentos que
as esclareçam devidamente a respeito dos métodos de vida aos quais estão
sujeitas desde que ingressaram no ciclo
de vida terrena. Esta espécie de tarefas é desempenhada principalmente pelas
Entidades de maior evolução, cuja luminosidade elas irradiam sobre suas alunas
para que melhor possam entender e assimilar os ensinamentos que lhes são
ministrados. Como é fácil de compreender, as almas que ingressam constantemente no ciclo de vida
terrena, assim denominado este plano físico e os planos espirituais
correspondentes, vêm bastante sobrecarregadas de exterioridades materiais que
podem ser comparadas às camadas de carbono que recobrem as diversas
preciosidades do vosso mundo, necessitando passar pelo processo de lapidação a
fim de poderem ostentar toda a sua luminosidade. O processo de lapidação,
porém, das almas recém-vindas de mundos inferiores, só pode ser realizado neste
plano físico em contato com os diversos meios de vida peculiares a esta esfera.
No Alto, contudo, estas almas são submetidas a uma preparação moral mais ou
menos longa, durante a qual recebem ensinamentos que deverão utilizar em suas
encarnações no meio terreno. Desejo assinalar, então, que nem todas aquelas
almas jovens necessitam de permanecer o mesmo lapso de tempo internadas nos
estabelecimentos de ensino. Acontece muito frequentemente verificar-se um tão
rápido aproveitamento dos ensinamentos recebidos, que verdadeiramente
surpreende, muito agradavelmente, aliás, às Entidades mentoras. Verifica-se
então este fato bastante curioso enquanto numerosas daquelas almas se demonstram
pouco mais do que impenetráveis aos ensinamentos recebidos, outras almas de sua
categoria, recebendo os mesmos ensinamentos, apresentam excelente
aproveitamento, sendo então selecionadas para encarnarem na Terra.
Existe nisto um certo
fenômeno que todos apreciamos estudar, que é o seguinte: se todas aquelas almas
ingressaram juntas no ciclo de vida
terrena, e juntas viveram milênios no mundo donde provieram, como explicar o
fato de algumas delas se demonstrarem possuidoras de faculdades assaz desenvolvidas
e rapidamente aprenderam ensinamentos que outras levam séculos para assimilar?
O fato tem despertado a observação atenta das Entidades mentoras, tendo sido
pesquisado através do estudo das origens daquelas almas. Já se chegou, então, à
conclusão de que, mesmo pertencentes aquelas almas à mesma onda de vida no
mundo em que viveram, lutaram e progrediram em milênios de milênios, algumas
delas se destacaram intelectualmente do grupo por meio do esforço próprio,
enquanto as demais se deixaram conduzir pelas circunstâncias. Provado está, por
conseguinte, que a alma humana tem possibilidades de avançar mais rapidamente
na senda evolutiva, se nisto empregar esforços e determinação, podendo assim
encurtar de muitos séculos a sua chegada onde outras só muito lentamente
chegarão. Provado está, por conseguinte, filhas e filhos a quem muito estimo,
que aplicado também na Terra o princípio do esforço próprio, que é o princípio
do querer é poder, também podereis todos vós encurtar de muito a vossa caminhada
que há longos, longos séculos, empreendestes.
Voltemos, porém, ao
princípio deste relato. Uma vez constatado o aproveitamento demonstrado por
certo número de almas internadas nos estabelecimentos de ensino acima
referidos, são estas almas transferidas para estabelecimentos de nível mais
adiantado, onde travarão conhecimento mais íntimo com o que necessitam de saber
a respeito da vivência de todas as almas pertencentes ao ciclo de vida terrena.
Em os novos estágios dessas almas, são-lhes ministrados ensinamentos
relacionados com as qualidades morais a serem desenvolvidas no interesse de
cada uma de cujo desenvolvimento resultará a própria felicidade, paz e harmonia
em suas vindas ao plano terreno. É lhes ensinado mais ou menos demoradamente
segundo a capacidade de assimilação de cada uma, que um dos princípios
fundamentais a serem praticados na vivência terrena é o respeito aos direitos
das demais almas encarnadas, e bem assim a tudo quanto a outrem pertença. Da
perfeita compreensão destes princípios de ordem moral é que resulta o perfeito
entendimento, harmonia e felicidade das populações terrenas, das quais aquelas
almas deverão fazer parte mais cedo ou mais tarde.
Outro ponto capital dentre
os ensinamentos ministrados no Alto às almas em estágio de aprendizado, é a
inviolabilidade do ser humano na Terra. Este ponto é assaz repisado em face das
práticas da violência à qual se habituaram nos mundos onde ainda impera a lei
do mais forte, em virtude da qual os choques e as lutas individuais se repetem
quase diariamente. É lhes ensinado então, com a mais segura argumentação, que o
fato de algum ser humano atentar contra a integridade física do seu semelhante,
constitui o mais grave dos crimes, de dolorosa expiação. Explica-se-lhes
amorosamente ao longo do estágio de internamento, que o sangue que circula no
organismo humano constitui preciosa dádiva do Criador à humanidade encarnada, e
que por isso incorrerá em grave infração às leis divinas aquele que ousar
derramar uma gota que seja desse precioso fluido, causa e alimento da própria
vida. É de ver o espanto, a admiração daquelas almas primárias ante o
ensinamento supra, acostumadas como, estavam quase todas, para não dizer a
totalidade delas, não só a derramar o sangue dos semelhantes por motivo de
somenos, e, o que é mais grave, à consumação dos despojos. Em face, pois, do ensinamento
ministrado por seus mentores, da grave infração às leis divinas contida nessa
prática, muitas daquelas almas se demonstram horrorizadas em terem praticado
não poucas daquelas infrações nos mundos donde provieram. Explica-se-lhes então
amorosamente, que em seus mundos anteriores tal falta não acarretava a mesma
responsabilidade que no mundo terreno, onde o respeito à integridade dos seres
humanos é condição precípua para aqui encarnarem seguidamente as almas em busca
de progresso espiritual. Desta maneira é que são preparadas longamente no Alto
as almas que obtiveram a sua promoção à vivência na Terra, da mesma maneira que
as viventes presentemente neste mundo terreno, serão também esclarecidas
ao ingressarem proximamente em mundos
mais adiantados.
A circunstância, pois, de
ainda se praticarem homicídios, latrocínios e outras infrações às leis morais,
explica a existência neste plano de almas ainda pouco desenvolvidas, dentre
aquelas que no Alto receberam os ensinamentos referidos. Uma alma possuidora
mesmo de mediana evolução já não pratica as infrações apontadas acima, não
propriamente temerosa de ação da lei civil, mas principalmente porque isso lhe
repugna fundamentalmente em face da luz espiritual que possui, alcançada ao
longo de vidas e vidas de lutas e sofrimento. Desta maneira, identificareis nas
criaturas que ainda se entregam à prática de determinadas infrações às leis
morais, que são as leis divinas, almas em princípio de evolução quantas delas
ainda em fase primária, devendo seus feitos condenáveis ser atribuídos
principalmente ao seu atraso espiritual, como almas ignorantes que ainda são
dos princípios divinos que regem a vida em todos os mundos.
Aqui eu desejo sugerir-vos a
todos, filhos e filhas a quem muito estimo este verdadeiro ato de caridade, que
novas luzes atrairá para os vossos Espíritos: orai pelos nossos irmãos
infratores das leis divinas na Terra, que são os criminosos de todas as
categorias. Orai por eles em vossos momentos de prece, implorando luzes para o
esclarecimento de suas almas, a fim de que, uma vez esclarecidos, eles não
apenas se arrependam do mal cometido, como também se elucidem e não voltem a
cometê-lo. Se assim procederdes, meus queridos, certos estareis de haverdes
contribuído para a cessação dos crimes que tanto prejudicam a quantos vivem no
mundo terreno, o que é necessário conseguir o mais depressa possível. Que os
irracionais, na sua inconsciência, se atirem destruidoramente uns aos outros,
tal como ainda se pratica nos mundos onde impera a lei do mais forte,
admite-se; porém entre criaturas humanas que isso aconteça, é absolutamente
condenável, mormente em se sabendo que todas as faltas, que são dívidas, terão
de ser resgatadas até ao último centavo. Assim, pois, minhas filhas e filhos do
meu coração, eu vos suplico orai também pelos criminosos, mas fazei-o de todo o
vosso coração porque assim procedendo estareis contribuindo decididamente para
eliminar o crime da face da Terra. Orai, pois, orai muito, orai sempre, e o
Senhor vos recompensará generosamente pela vossa grande ajuda neste
sentido.
Deixo-vos aqui a bênção que
o Senhor vos envia por meu intermédio, e a minha própria que eu vos ofereço de
todo o coração.
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