Passa já da hora o vosso despertar espiritual . . . Saiba que a tua verdadeira pátria é no mundo espiritual . . . Teu objetivo aqui é adquirir luzes e bênçãos para que possas iluminar teus caminhos quando deixares esta dimensão, ascender e não ficar em trevas neste mundo de ilusão . . .   Muita Paz Saúde Luz e Amor . . . meu irmão . . . minha irmã

domingo, 22 de junho de 2014

CAPÍTULO II - 2ª Parte – Livro: Vida de Jesus ditada por ele Mesmo. O Mestre faz alusão aos seus primeiros passos no meio das agitações do povo Hebreu, oprimido sob o poder romano, porém manifesta suas idéias opostas a toda a revolta.



Duas correntes de opinião se formaram desde o princípio para com a minha pessoa: a dos que me exaltavam e a dos que me combatiam. Pouco a pouco, o círculo dos que me conheciam e escutavam minha palavra, ia aumentando. Com isto aumentavam as simpatias e a consideração, por um lado; os ciúmes, a inveja e a murmuração, por outro.

Minha obra era santa, pois era a obra do Pai, era de amor e não de ódios; podiam talvez os dominadores da Judéia duvidar de meus propósitos, que algumas vezes chegaram a ter as aparências de um nacionalismo perigoso para o dominador estrangeiro. Mas, na realidade, minha alma era completamente alheia a todo o espírito de violência, a toda a idéia de revolta armada. Minha idéia comportava um propósito, esse propósito era o bem e a finalidade era o Pai, fonte de todo o bem, aspiração suprema do verdadeiro espírito de verdade, não Espírito de Verdade, como pretenderam personificá-lo depois; e ainda quando a princípio, levado pelo espírito ardente do meu sentimentalismo avassalador, comprometi os elevados propósitos de minha missão com manifestações abertamente hostis para com os opressores do povo, que gemia e clamava a Deus por justiça, foi sempre o amor o móvel de minhas palavras e jamais houve, detrás delas, idéias de sangue e de represálias.

Compreendiam meus verdadeiros propósitos os que me seguiam? Sim, com certeza, pois eram desprotegidos do poder e da fortuna, gente simples, que via fechadas na Terra todas as vias de suas aspirações e que se precipitavam ansiosos para os esplendores do porvir, cujas portas, em nome do Pai, eu lhes abria de par em par. Mas, se compreendiam meus propósitos, longe estavam da elevação requerida por eles, porquanto a ambição do bem, mais que o próprio bem, inspirava seus propósitos de seguirem-me, pois que buscavam grandeza antes para si mesmos que para os fins que o Pai me enviara a propiciar sobre a Terra; buscavam para si o que deviam buscar para os outros; suas aspirações eram grandes, porém essa grandeza não comportava a idéia do Pai, senão a dos homens, e levava em si os germes de sua própria destruição, disto foi prova a desgraçada traição de meu querido Judas. A traição de Judas filha foi dos ciúmes como já vos disse, de nenhum modo do amor ao dinheiro; esses ciúmes vieram comprovar os germes de destruição que vos digo e que já outras vezes se demonstraram, dando motivos a pequenas dissensões que chegaram a dividir entre si, ainda que por pouco tempo, a meus amantíssimos discípulos.

A compreensão, pois, dos que me ouviam e seguiam, pouco se elevava do nível geral do sentimento dos homens da época, e é assim que o espírito de minha doutrina melhor frutificou depois de minha morte, com a qual, com já vos disse, começou verdadeiramente o mais importante de minha obra, tanto pela influência que ela exerceu, quanto pela luz que derramou sobre meu espírito e sobre os meus discípulos, que outros se sentiram desde esse momento. Filhos meus, irmãos meus, admiremos e adoremos os desígnios de Deus, que de tudo e a todos os momentos fazem brotar o bem e o amor, a harmonia e a luz, ainda quando tudo parece desfalecer e até a morte põe seu selo, aterrador para vossos olhos, como que cortando toda a esperança e matando toda a fé; é então, quando tudo rejuvenesce e se renova no Pai e pelo Pai, que é, finalmente, o princípio e o termo de todas as cousas.

Nada morre, irmãos meus, tudo ressurge dentre as mesmas aparências da morte, para a confirmação mais acabada da vida e de seu aperfeiçoamento por sua aproximação paulatina para Deus.

Para Deus, pois, elevem-se constantemente vossos pensamentos e seja a oração, em todos os momentos, o laço que a Ele vos una; mas deve ser a oração tal como já vos disse: o que ama, já amando ora e o que ama sabe antes que tudo enxugar as lágrimas dos seres amados; estes são vossos irmãos, os homens todos, todos os espíritos do Universo

¹ Este elevado conceito da oração, estão longe de compreendê-lo tanto os rezadores de ofício como os que combatem a oração com o ridículo argumento de ser ela inútil, porque o que há de ser — dizem como os fatalistas turcos — há de ser, não valerão rogos e mais rogos para desviar a rota dos acontecimentos. Não compreendem estes senhores que a verdadeira oração é uma força poderosa, que por si mesma pode determinar os fatos mais assombrosos. Eis, pois, que tais pessoas não compreendem o espírito do cristianismo. Eles são os mesmos que confundem a caridade com a esmola e a humildade com o servilismo.


Para poder distribuir esmolas basta ter dinheiro, para ter caridade é preciso ser espírito evolucionado. Ninguém foi tão pobre como Jesus e ninguém fez tanta caridade como Jesus. — Nota do Sr. Rebaudi.

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