As coisas que
acontecem ao longo dos séculos e dos milênios, em todos os mundos em rotação
permanente no espaço cósmico, obedecem invariavelmente a estudos e
planificações realizados com uma grande antecedência pelas Forças Superiores,
incumbidas da direção da vida em cada um desses mundos. Nada acontece por obra meramente
do acaso, ainda porque o acaso também não existe. A vida dos seres humanos foi
planificada de há muito, conseqüentemente, de tudo quanto está para se
positivar na Terra em dias muito próximos nada deve surpreender aos seres humanos
porque, não apenas estão sendo despertados a respeito, como também seus
Espíritos já encarnaram perfeitamente cientificados de tudo quanto está para
acontecer. Como, entretanto, quase todos os homens e mulheres olvidaram os
fatos registrados em sua memória espiritual, ao mergulharem no seio materno
para a construção do corpo físico no qual se locomovem, tornou-se necessária à
vinda de emissários de Jesus a despertá-los para a realidade que se aproxima.
Esta realidade consiste nas operações transformatórias de uma grande parcela da
superfície terrena, adaptando-a às necessidades de uma população maior e mais refinada
dos hábitos e sentimentos, necessitando por isso de grandes adaptações do que
ora existe. Lucrará com isso também o planeta, que passará de sua presente
condição à condição de mundo espiritualizado ostentando uma população de
Espíritos muito mais evoluídos que os atuais, de cujas vibrações o planeta
grandemente se beneficiará.
Isto não significa
absolutamente que os atuais habitantes da Terra não possam a ela voltar, após o
necessário estágio que irão fazer no seu plano espiritual, ao deixarem seus
corpos atuais. Acredito sinceramente que a grande maioria dos homens e mulheres
da atualidade terrena, aqui voltarão, se nisto se interessarem realmente. Eu
digo isto porque conheço bem de perto as condições da grande maioria dos irmãos
encarnados, dos quais unicamente dependerá o seu regresso ou não à vivência
nesta pequena esfera, após a sua transformação em mundo espiritualizado. Para
isso conseguirem, necessitarão apenas de harmonizar suas vibrações com aquelas
emitidas pelos habitantes do futuro na Terra, todas do mais alto nível, para
que não venham destoar desse conjunto. Imaginai uma grande orquestra
constituída por elementos realmente preparados a executar cada um a sua parte numa
execução harmoniosa, entre os quais um ou outro, por falta de preparação,
desafinassem o conjunto. Está claro que esses elementos assim despreparados não
poderiam fazer parte dessa orquestra até que se preparassem convenientemente.
Pois o conjunto
populacional dos habitantes da Terra, será constituído em verdade de Espíritos
selecionados no Alto pelo Grande Regente da orquestra que deverá transformar num
conjunto da mais perfeita harmonia, as vibrações emitidas pelos habitantes
deste pequeno planeta. Não vejais, porém, dificuldades insuperáveis na
aquisição das condições exigidas pelas Forças Superiores dos novos habitantes
deste mundo terreno de que ora me ocupo. Nada disso estimados irmãos leitores.
As condições para essa nova vivência na Terra todos vós as possuís desde muito
para alguns e recentemente adquiridas por outros. Necessitais apenas de evidenciá-las
mediante a concentração da vossa vontade em alcançar esse novo degrau que
tendes à frente, perseverando em vos manterdes em contato com as Forças
Superiores pela maneira que conheceis, a fim de que vossos nomes possam ir
sendo anotados entre os daqueles que já se encontram registrados ou já estão descendo
à Terra.
A verdade, filhos
meus, é a seguinte: ao deixardes a Terra pelo encerramento da vossa presente
encarnação, todos vós tereis de permanecer em algum lugar do Universo, seja um
plano espiritual e portanto em Espírito, ou um mundo físico, onde continuareis
vosso aprendizado que é infinito. Se, por meio de uma determinação exclusivamente
vossa, preferirdes voltar à Terra quando este pequeno planeta já deverá
constituir um autêntico paraíso, podereis realmente voltar a reencarnar aqui,
seja neste país ou seja em outro, o que é mais certo, e aqui desfrutar as
vantagens dessa nova encarnação. Ao contrário disso, se nada fizerdes em tal
sentido, de certo permanecereis em algum ponto do plano espiritual, onde,
aliás, vivem muitos milhões de almas orando e trabalhando pelo próprio engrandecimento.
Está por conseguinte em vossas mãos decidir acerca do vosso futuro próximo, e
eu só desejo que opteis livremente a respeito.
Em seguida relatarei
uma pequena história de algum modo relacionada com o que acabo de escrever. É a
história de um Espírito que viveu na Terra algumas encarnações, adquirindo aqui
um bom cabedal de experiência e um belo foco de luz espiritual. Regressando ao
Espaço ao fim de uma dessas encarnações optou pela sua permanência ali, para
descansar um pouco - declarou - antes de empreender novo destino. Como no Alto
a verdade de cada um é soberana, assim sucedeu àquele Espírito. Ele repousou o
quanto lhe aprouve enquanto passava em revista os fatos registrados em sua última
peregrinação terrena. A certa altura desejou relacionar-se com a vida universal
em seus numerosos detalhes, desejoso de ilustrar-se o quanto possível, e
recolheu-se à grandiosa biblioteca do seu plano, onde mergulhou, por assim
dizer, lendo, estudando, anotando quanto lhe pareceu interessante. Voltando
páginas sobre páginas da História da Terra, riquíssima como se encontra de
acontecimentos lamentáveis, promovidos pelas gerações que aqui viveram, e demasiado
pobre, paupérrima, de fatos grandiosos, aquele Espírito deparou com o registro
relacionado com uma de suas existências em que fora grande, poderoso entre os
seus contemporâneos. A leitura que ia prosseguindo como se transformava num
verdadeiro espelho de sua própria vida, tendo ele então deixado de ver aquele
registro histórico para ver-se a si mesmo no centro dos acontecimentos. Estes, lamentavelmente,
não eram de natureza a causar-lhe entusiasmo, porque as conseqüências o
abatiam, humilhavam, reduziam, na constatação que fazia do quanto fora
impensado, orgulhoso, ambicioso e violento para com seus contemporâneos mais
fracos. Teve por efeito dessa recordação, de interromper a leitura que vinha fazendo
profundamente interessado na História da Terra. Deixou a biblioteca e mergulhou
no seio da Natureza, num recanto absolutamente silencioso, onde apenas o
borbulhar de uma fonte cristalina lhe chegava aos ouvidos em repouso. Entregou-se
nesse lugar aprazível às suas meditações. Sentiu-se transportado a um passado
de vários séculos em que fora elevado pelos homens à chefia de um grande
império na Terra, prometendo promover a felicidade dos seus súditos e a
grandeza incomparável dos seus domínios. Desfechou com tal propósito quantos
conflitos lhe pareceram úteis, não levando em conta o número de vidas humanas
sacrificadas nem o de bens destruídos. Lutou, lutou muito, e como era rico o
seu império, a vitória lhe sorria invariavelmente. Os domínios do império cresceram,
ampliaram-se a um limite jamais sonhado pelo grande imperador. Como tudo,
porém, tem o seu limite no plano físico, um dia fatídico raiou e com ele a
derrubada de todos os castelos de cartas do imperador. A sorte das armas
fora-lhe contrária em sua última batalha, e o grande imperador, senhor absoluto
de uma grande parcela da população terrena, via-se em mãos do inimigo, irremediavelmente
aprisionado. Com o fim de conseguir a liberdade ofereceu ao inimigo tudo o que
possuía, fortuna, castelos, o próprio império. Nada disto convinha ao inimigo.
O valor maior consistia na propriedade de sua própria pessoa, porque,
prisioneira e bem guardada, nenhum perigo oferecia jamais a nenhum país
vizinho. Seu império foi assim ocupado pelo inimigo, seus castelos, seus bens e
fortuna mudaram de mãos enquanto o antigo grande imperador descansava bem
guardado por seus vencedores.
Nosso irmão reviveu
assim mentalmente todos os fatos e acontecimentos em que fora parte ativa numa
de suas passadas encarnações, sentindo ao fim um justificado abatimento moral.
Ele que já podia ostentar um tão belo diadema de luzes espirituais, contava no
seu passado fatos que tanto o entristeciam. Resolveu então prosseguir no exame
de suas recordações em torno de suas diversas existências verdadeiramente
punitivas ou cármicas, em decorrência do muito que fizera antes. Foi homem do
mar num navio pirata, daqueles que todos conheceis de há bem poucos séculos. No
decorrer de uma abordagem foi ferido mortalmente e caiu ao mar sem
possibilidade de socorro. Assim transtornado, os peixes se banquetearam no seu
cadáver sem meios de poder impedi-lo. Permaneceu após, anos e anos nesse local
impossibilitado de abandoná-lo, onde sofreu moralmente, duramente. Certo dia lembrou-se
de orar a Deus pedindo clemência e logrou ser socorrido e conduzido ao Espaço
onde repousou confortavelmente. Passado algum tempo nessa situação onde
procurava reunir seus pensamentos, alguém que dele se aproximou, gritou-lhe ao
ouvido: vamos para a Terra! Recebendo a ordem e sem poder analisá-la partiu
com aquele alguém, sentindo-se em breve construindo novo corpo no seio materno
de quem não conhecia. Nasceu e cresceu então no meio de uma família paupérrima
onde a fome morava continuamente. Convidado a entrar na vida militar onde havia
comida bastante, ingressou num exército mercenário como havia muitos
antigamente. Sua profissão seria, pois, batalhar em troca da alimentação e de
algumas moedas muito estimadas. Teve por isso de lutar permanentemente como era
da profissão. Teria portanto de contar também com o pior, como de fato
aconteceu. Caindo prisioneiro com alguns companheiros, viu-se com eles passado
a fio de espada como a maneira que os vencedores encontravam de não despender
ração com os prisioneiros. Aquele Espírito regressou, pois, uma vez mais ao
Espaço numa situação de causar dó, sem que tivesse podido adquirir algumas
onças de luz também nessa última viagem a Terra.
Outras e outras
recordações ainda se apresentavam ao Espírito de quem tratamos, durante os
longos momentos, dias talvez, em que esteve entregue às suas meditações. Entre
elas surgiu uma, pelo menos, que lhe proporcionou momentos de alegria. Foi uma encarnação
em que ingressou no serviço religioso, e de tal modo se dedicou às suas
tarefas, que desejou partir numa caravana missionária junto aos aborígines da
América, com a elevada finalidade de os conquistar para a santa doutrina de
Jesus. Nesta sua existência muito se empenhou de todo o coração, conseguindo
ser ouvido pelos nativos, embora com resultados bastante precários.
Distinguiu-se, porém, de tal modo no desempenho dessa tarefa, pregando e exemplificando
a doutrina cristã, que ao regressar ao seu plano espiritual constatou com
justificada alegria haver conseguido, realmente, cumprir uma existência
bastante útil aos trabalhos do Senhor neste pequeno mundo terreno.
Posteriormente viveu
aquele Espírito outras vidas particularmente felizes no solo terreno servindo
como podia ao Senhor Jesus, a quem verdadeiramente se afeiçoara. Nosso Senhor
então, com o desejo de recompensá-lo, ofereceu-lhe o governo de uma grande
nação da Terra, se isto lhe aprouvesse, para que pudesse apagar completamente a
mancha que ainda restava de quando se encontrara à frente do grande império
muitos séculos antes. O nosso estimado irmão aceitou por se tratar de uma
tarefa de reabilitação espiritual, mas rogou de joelhos ao Senhor que da mesma
o retirasse instantaneamente quanto estivesse na iminência de levar a efeito algum
procedimento em desacordo com a vontade do Senhor. Aquele nosso irmão retornou
então a Terra, sendo conduzido pelas circunstâncias ao governo de poderosa
nação, onde os seus melhores momentos, conforme referiu mais tarde, eram
aqueles em que se recolhia ao sagrado aposento que mantinha, e orava ao Senhor
para dar conta dos seus atos e rogar inspiração para os que tivesse de praticar.
Foi realmente modelar
a sua administração como chefe que foi durante muitos anos de uma grande nação
latina. Ao desencarnar, cercado da admiração e do amor dos seus governados,
nosso estimado irmão foi recebido no Alto pelo Senhor Jesus, que o felicitou vivamente
pela correção de sua última existência terrena, somada ao grande bem e
felicidade que havia proporcionado aos seus governados. Um belo galardão foi
então colocado pelo próprio Senhor Jesus no peito daquele estimado irmão
inteiramente redimido.
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