Quando o Nosso Divino
Mestre Jesus aceitou a árdua incumbência de reencarnar na Terra há mais de dois
mil anos, Ele trazia bem presente em seu Espírito a necessidade da convocação
de toda a humanidade para que se preparasse devidamente para assistir a grandes
modificações no planeta, por serem necessárias e urgentes ao seu progresso
planetário.
Sucedeu entretanto o
que todos conheceis através dos registros históricos, inclusive que o Senhor Jesus
foi expulso deste mundo por aqueles a quem suas idéias incomodavam. Regressou
assim ao Espaço a maior Entidade que já passou pela Terra em corpo físico, onde
relatou ao Pai Celestial todo o insucesso da sua grandiosa missão junto à
humanidade encarnada.
Nem tudo, entretanto,
se perdeu da semente lançada pelo meigo Nazareno, graças aos esforços
posteriormente desenvolvidos por essa poderosa organização religiosa que é a
Igreja de Roma, que no decorrer destes dois milênios muito tem feito para
perpetuar a luminosa pregação da doutrina de Jesus.
Não cabe nestas
páginas analisarmos em detalhe o que tem sido o trabalho desenvolvido através
de esforços sem conta em todas as religiões da Terra, onde a fundo se empregaram
numerosas Entidades que deram a vida pela difusão do Cristianismo junto às mais
diversas categorias de seres humanos. Integram-se nesse conjunto que nós denominamos
Forças Superiores, inúmeras Entidades possuidoras da mais alta luminosidade
conquistada em sua última vivência terrena, em que se dedicaram de coração e
alma ao serviço da Igreja de Roma. É portanto, de elementar justiça reconhecer
como efetivamente todos no Alto reconhecemos, o valor dos trabalhos realizados
por essa poderosa organização religiosa principalmente no Ocidente, mas também
em várias outras regiões geográficas do mundo terreno. Todos no Alto
reconhecemos o valor dos serviços prestados ao Cristianismo pela sábia Igreja
Católica que soube firmar no solo terreno um sólido pedestal à doutrina de
Jesus de Nazareth.
Não cabe aqui,
repito, uma análise de seus acertos e possíveis erros que devem ter sido
muitos, mas apenas evidenciar para as gerações atuais e futuras o quanto deve a
implantação do Cristianismo aos valorosos missionários disseminados por todo o
orbe a levar a palavra do Senhor a todos os povos. O Senhor Jesus tem reconhecido
sempre o valor desse belo serviço divino, recompensando com os mais belos
galardões numerosos sacerdotes da Igreja romana por ocasião de seu regresso ao
plano espiritual.
Os tempos,
entretanto, como tudo no Universo, avançam continuamente, assinalando cada
passagem milenar um novo e grandioso passo em direção ao progresso espiritual.
Assim pois, o terceiro milênio que traz uma nova categoria de seres espirituais
para habitar a Terra, está a requerer da conceituada e bem organizada Igreja
romana um novo e grandioso passo em sua liturgia milenar. Cessaram os tempos em
que se poderia ensinar que a morte era o fim definitivo da pessoa humana,
terminando no túmulo quanto o homem ou a mulher houvessem podido alcançar
durante os decênios de sua existência física.
Hoje está mais do que
demonstrado e provado que assim não é em verdade, e que apenas o corpo, a máquina,
o organismo físico termina no túmulo, mas que esse amontoado de carne e ossos
não representa mais do que um vestuário que se tornou imprestável pelo uso do
Espírito. Pelo fenômeno da morte o Espírito liberta-se de sua máquina exausta e
se eleva de regresso ao plano espiritual de onde proveio, onde passará em
demorada revista os atos que teve ensejo de praticar ao longo de sua existência
terrena. Dessa revista ou exame mais e menos demorado, o próprio Espírito
ajuizará do que houver feito em prol ou contra o seu progresso evolutivo,
preparando desde então um novo plano de vida terrena para quando uma nova
oportunidade lhe puder ser concedida.
Isto que exponho
sucintamente está inscrito nas leis divinas que regem a vida em todos os planos
do Universo, e não pode ser ocultado nem contestado por nenhuma confraria
religiosa sem grave prejuízo para os seus adeptos. Já não se pode mais ensinar
que as almas são criadas com os corpos que vão nascendo e que morrem com eles,
para ressuscitarem por ocasião do Juízo Final. Não, meus estimados irmãos
encarnados. A construção dos corpos desde o ventre materno é já uma operação
dos Espíritos que devem ocupá-los em sua nova peregrinação terrena, sendo por
eles responsáveis até ao momento do seu sepultamento. Uma vez consumado este, regressam
os Espíritos ao seu plano da vida espiritual também chamado mundo dos
Espíritos, a fim de aguardarem a oportunidade de uma nova encarnação.
Se a benemérita
Igreja de Roma se dispuser a ouvir em seu próprio seio, porque dispõe de meios
para isso, a palavra iluminada de alguns milhares de seus ex-sacerdotes que
hoje se integram no luminoso conjunto das Forças Superiores, ouvirá de viva voz
ou em palavras escritas que é verdade o que digo nestas linhas, e que o chamado
Juízo Final é simples figura de retórica. Cada vez que uma alma ou Espírito
regressa da Terra por haver encerrado sua peregrinação, ela se submete
realmente ao exame e posterior julgamento de todos os seus atos praticados na
Terra, podendo esse julgamento ser então considerado o juízo final daquela
sua encarnação. Assim que lhe for concedida nova permissão para reencarnar, e dando
por terminada esta, ao regresso
novamente ao seu plano de vida espiritual, um novo exame seguido de novo
julgamento ela defrontará, ou seja, portanto, um novo juízo. Há por conseguinte
necessidade da Igreja rever os seus cânones milenares e inscrever neles a
sobrevivência do Espírito, que não morre nunca, porque é imortal, infinito,
como a própria Divindade.
Uma outra revisão a
ser procedida pela benemérita Igreja de Roma é no que diz respeito ao cânone da
confissão auricular. Com o advento destes novos tempos essa prática não mais se
justifica aos olhos do Senhor, porque não foi por Ele instituída nem se torna necessária.
O homem como a mulher devem habituar-se a se dirigirem diretamente ao Senhor em
suas preces e meditações, a Ele se confessando se algo necessitarem de
confessar, porque o Senhor os atenderá e perdoará o que mereça ser perdoado, ou
enviará forças suficientes para se penitenciarem.
Ouvidos no Alto os
mais destacados ex-sacerdotes católicos na Terra, todos são unânimes em
considerar o Divino Mestre Jesus como a única Entidade autorizada a receber a confissão
de seus guiados em peregrinação na Terra, porque o único também em condições de
perdoar e ajudar os faltosos a se recuperarem.
Perdoai estimados
leitores esta minha incursão em assunto que me não diz respeito, porém eu recebi do Senhor Jesus instruções
que procuro cumprir através das páginas deste livro, e uma delas se refere ao
que venho de escrever, pelo desejo que o Senhor alimenta de ver corrigidos na
prática religiosa certos preceitos incompatíveis com a grandeza das leis
divinas. O ser humano dos dias presentes possui condições, conhecimentos, e
portanto possibilidades de realizar grandes coisas em sua vida terrena,
necessitando apenas de despertar no âmago de seu coração a faculdade de se
dirigir diretamente ao Senhor no Alto, sempre que algo suceda que isso requeira.
As religiões
cumprirão sua grandiosa missão na Terra no desdobramento dos ensinamentos de
ordem moral e espiritual, procurando despertar nos corações de seus adeptos
exatamente a idéia da vida espiritual que se segue à vida terrena. É preciso,
por conseguinte, reformar a doutrina que construiu um céu, um purgatório, e um
inferno, transformando tudo isso em simples estágios espirituais de cada ser
humano, segundo a bagagem que consiga portar da Terra ao fim de cada uma de
suas encarnações.
Dizendo estágios
espirituais estarei dizendo mais propriamente estado d’alma, em relação à soma
dos atos que houver praticado na Terra. O nosso querido irmão e grande amigo
Dante Alighieri, uma das radiosas Entidades do conjunto das Forças Superiores,
confessa que o Inferno que escreveu na Terra e tanto tem sido citado
pelas gerações que se sucedem, é o que foi vivido por ele próprio no seu país,
onde tanto sofrem através da perseguição e maldades dos homens. Inferno –
repete este iluminado Espírito – foi o que ele próprio viveu em sua última
passagem pela Terra, cujo fogo simbólico bem serviu para calcinar algumas
imperfeições de que fora portador.
Assim pois, segundo
aquele Grande Espírito, o inferno é a soma dos sofrimentos impostos pelas
circunstâncias ao ser humano, ao fim dos quais ele se liberta muito
semelhantemente ao calcete que vence a fase de sua condenação.
São portanto estágios
espirituais ou estados d’alma esses dois conceitos apresentados pelas religiões
terrenas aos seus adeptos, dos quais tem resultado certa confusão em muitos dos
Espíritos que regressam da Terra
desejosos de os identificarem. Melhor será por conseguinte, ensinar aos seres
humanos a construírem o céu em sua própria alma através da prática somente de
boas ações, a fim de que possam alcançar ainda na Terra esta bela realidade:
viverem um céu de felicidade ainda mesmo encarnados. Isto se consegue bem facilmente,
conforme já estais perfeitamente informados. Aquele que se dispuser a viver uma
vida terrena pautada pelos salutares princípios de uma perfeita harmonia com os
postulados das Forças Superiores, logrará viver uma vida próspera de felicidade
e elevação espiritual, ou seja um autêntico céu ainda na Terra.
Falarei ligeiramente
do que entendo ser o purgatório também anunciado pelas religiões terrenas. Eu
definirei o purgatório dizendo-vos do remorso que se apodera de não poucos
irmãos que regressam da Terra com sua consciência bastante enegrecida pela
prática de atos maus ou inconvenientes. Essa classe de irmãos fica envolvida pelos
remorsos durante tempos e tempos, sem ânimo nem mesmo de poderem libertar-se.
Esses remorsos tomam por vezes a forma da suas vítimas que eles enxergam não
raro como aves ou animais terríveis tentando atacá-los, e sofrem dolorosamente
em seu coração.
Esta é uma das muitas
definições que se podem imaginar para traduzir o purgatório construído pelas
religiões para atemorizar seus adeptos. Não resta
dúvida, porém, que é mesmo para atemorizar.
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