Passa já da hora o vosso despertar espiritual . . . Saiba que a tua verdadeira pátria é no mundo espiritual . . . Teu objetivo aqui é adquirir luzes e bênçãos para que possas iluminar teus caminhos quando deixares esta dimensão, ascender e não ficar em trevas neste mundo de ilusão . . .   Muita Paz Saúde Luz e Amor . . . meu irmão . . . minha irmã

segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

XLVII - AS OPERAÇÕES DO SUBSOLO – Livro: Vida Nova. Ditado por diversos espíritos – Psicografia de Diamantino Coelho Fernandes.







Se algum acontecimento extraordinário surgir em qualquer latitude deste pequeno mundo terreno nos anos que se aproximam ou mesmo no decorrer do presente em que este livro vier a público, deve ser entendido como sendo o início das operações do subsolo de que vos vêm falando os emissários do Senhor. É provável que essa espécie de acontecimentos se manifestem mais eficientes e frequentes em determinadas regiões do que em outras, o que sucederá na conformidade do seu planejamento.

Todos os leitores se encontram perfeitamente informados acerca do que deverá suceder, e por isto se encontrarão também preparados para eles. Nisto consiste precisamente todo o esforço dos emissários de Jesus na Terra, pelos motivos também largamente enunciados. Sucede porém, que a Nosso Senhor Jesus não satisfaz a simples providência dos encarnados se voltarem para Ele por meio da prece e da meditação diárias como quem afivela o seu salva-vidas para sobreviver ao naufrágio, para, ao se encontrar de novo em terra firme, voltar às atividades anteriores. Não, irmãos e amigos meus; outros são os desejos do Divino Mestre ao empreender a realização da presente Grande Cruzada de Esclarecimento. Deseja o Senhor Jesus apurar em todos os Espíritos encarnados as suas belas qualidades latentes e de há muito prestes a despertar, a fim de selecionar o vultoso contingente de almas que deverão ocupar determinado plano espiritual, em face da promoção de seus atuais habitantes a planos superiores. Por esta razão é que desejo reafirmar a cada um dos meus estimados irmãos leitores que se torna imprescindível estabelecer desde o íntimo de seus corações a necessidade de se empenharem desde agora no objetivo de sua elevação ao plano referido, ao qual ascenderão com um pequeno esforço a mais em sua vida atual.

E qual poderá ser esse esforço, queridos irmãos leitores? Bem; eu mesmo responderei à pergunta, esclarecendo-vos uma vez mais acerca do que podeis fazer, e que, pouco certamente vos parecendo, será o bastante para alcançardes a vossa promoção espiritual, desejada pelo Divino Mestre Jesus. Além da oração e da meditação a que já vos habituastes todos vós que vos interessastes pelo assunto, estabelecereis em vosso plano de vida a partir de agora, o hábito de submeter os vossos pensamentos a uma censura íntima, de forma a poderdes desfazer prontamente aqueles que a juízo vosso não se afinem com os melhores de uma moral sã e perfeita. Isto se faz necessário pela circunstância de que nem todos os vossos pensamentos brotam do próprio cérebro, mas obedecendo muito frequentemente à inspiração exterior, colhida nas camadas inferiores dos planos mais próximos a Terra, habitados por Entidades ainda carecentes de princípios evolutivos.

Sendo permitido a essas Entidades aproximarem-se dos irmãos encarnados, e até imiscuírem-se em seus negócios como nos assuntos particulares, sucede inspirarem aos mesmos certa ordem de pensamentos nada convenientes ou recomendáveis. Se um irmão encarnado desconhecedor do fenômeno se deixar empolgar por determinados pensamentos dessa ordem e agir em conformidade, poderá suceder-lhe ver-se envolvido em dificuldades materiais ou morais, com grave perda para a sua felicidade e bem-estar.

É então aconselhável a quantos ainda se encontram na carne, submeter os pensamentos ao exame de uma censura íntima, e repudiarem todos aqueles que não se afinem com sua maneira correta de proceder e viver. Existe uma fórmula excelente que poderá ser aplicada em quaisquer circunstâncias com o objetivo de selecionar os pensamentos bons dos maus, fórmula usada também por todos os Espíritos de Deus em seus trabalhos no Alto. Consiste esta fórmula de extraordinário poder, em pronunciar mentalmente uma prece todas as vezes que haja dificuldade em tomar-se uma decisão acertada. Nós todos a usamos quando necessário, independente de nela vivermos permanentemente em nossos trabalhos. Sim, irmãos e amigos; recorrei vós também à prece sempre que vos sentirdes envolvidos por certa ordem de pensamentos que desejais eliminar. A irradiação de uma prece proferida por um Espírito encarnado como pelos desencarnados, é o melhor recurso, tanto para nos livrar do envolvimento por um pensamento ruim, como para nos esclarecer acerca do melhor caminho a seguir em nossa vida.

Pode suceder e sucede realmente, que vos sintais envolvidos por pensamentos relacionados com fatos passados dos quais não desejais recordar-vos, seja porque motivo for, pensamento estes que estarão sendo jogados sobre vossas mentes para vos atormentar. Existem inúmeros casos desta espécie para os quais o recurso único, facílimo de usar, é a prece sincera, seja mental ou pronunciada, segundo o local e a ocasião em que vos encontreis. Recorrei, pois, à prece, elevando o vosso coração a Nosso Senhor Jesus e verificareis quão prontamente o alívio vos chega para a vossa tranqüilidade.

Em nossas observações no Alto temos constatado inúmeras vezes a quanto pode conduzir um irmão encarnado, a maldade de certa ordem de pensamentos jogados sobre sua mente por inspiração de Entidades perturbadas, habitantes dos planos inferiores. Não poucos desentendimentos matrimoniais ou entre pessoas que se estimam, têm resultado em conseqüência da atividade mental de Espíritos inferiores, cuja preocupação única ainda consiste em se imiscuírem na vida e nos negócios dos irmãos encarnados. O orai e vigiai lançado pelo Cristo não tem outro objetivo senão o de esforçarem-se todos os seres humanos em manter limpo o seu campo mental por meio da oração, o que lhes permitirá conservarem-se vigilantes contra as más influências do mundo espiritual, ou seja exatamente as dos planos inferiores que acabo de referir.

Partindo do princípio de que todos os encarnados possuem mais ou menos desenvolvido o ascendente mediúnico, é por meio do mesmo que procuram infiltrar-se não só os inimigos que partiram da Terra na presente existência, como também os que lá ficaram de outras encarnações, e que tudo envidam para se vingar. Mas nem só de inimigos invisíveis a prece é capaz de vos livrar, amigos e irmãos leitores. Uma multidão de Entidades menos evoluídas que permanecem em contato com o solo terreno, à falta do que fazer ou por simples diversão, costumam aproximar-se dos irmãos encarnados cujo nível moral lhes permita essa aproximação, com o só objetivo de os lançar em dificuldades ou situações das quais poderá resultar até a desencarnação.

E se eu vos disser que em todos os casos de desencarnações forçadas por terceiros, assim como de graves atentados à vida, preponderam as influências perturbadas dos planos inferiores, estarei dizendo-vos uma grande e irrefutável verdade. Infelizmente assim tem acontecido sempre e diariamente acontece, interrompendo-se bruscamente numerosas vidas que deveriam prosseguir neste plano de experiências e provações. Somente, por conseguinte, o recurso à prece como hábito é capaz de preservar os irmãos encarnados de situações e fatos como os que venho de expor. 

Ora bem; retomando o pensamento inicial, desejo frisar que o empenho atual de todos nós que nos encontramos a serviço do esclarecimento da humanidade terrena, em face dos acontecimentos telúricos que se aproximam, não visa tão somente a preservar-vos de situações porventura dolorosas ou apenas difíceis. Nosso esforço visa muito mais do que isso. De acordo com os desejos do Senhor Jesus, de poder promover cada um de vós ao plano imediatamente superior donde viestes para a Terra, deveis empreender um novo esforço que se torne um hábito, no sentido de vos livrardes das más influências que vos cercam, a fim de não incorrerdes em nenhuma espécie de atos que possam empalidecer a luz espiritual que brilha em vossos Espíritos.

E se, mais ainda, decidirdes no íntimo de vossos corações de bons filhos de Deus, ingressar desde agora também no serviço divino, levando a cada um dos vossos amigos ou conhecidos, em palavras vossas, o sentido das que se encontram neste livro, então queridos irmãos e amigos encarnados, de muito se ampliarão as vossas luzes atuais, sendo até possível que em vez de serdes promovidos à vivência no plano imediato ao que deixastes no Alto, sê-lo-eis àquele que se encontrar em perfeita harmonia vibratória com o vosso belo Espírito.

Embora não me seja permitido dizer aqui quantos são os planos espirituais existentes fora das vossas vistas, sempre vos direi que eles são tantos quantas são as categorias dos Espíritos de Deus que evoluem sob a direção do Nosso Divino Mestre Jesus. Desta maneira, não se segue que um Espírito que veio a Terra numa nova encarnação em busca de maior progresso, tenha de ascender degrau por degrau na escala espiritual. Isto seria limitar o progresso de cada um ao plano imediatamente superior. Essa limitação, entretanto, não existe, podendo um irmão encarnado, pelos esforços que entender de realizar com o objetivo de acelerar o seu progresso espiritual, ascender numa só encarnação a planos da maior luminosidade no Alto, como já tem acontecido através dos tempos a Entidades que se tornaram verdadeiros paradigmas do bem e da verdade.

Uma breve imagem terrena pode esclarecer melhor o meu pensamento. Imaginai uma longa escada à vossa frente, cujos degraus necessitais de galgar para alcançardes o estágio desejado aos vossos interesses. Nenhuma lei vos obriga a galgar essa escada degrau por degrau, se vos sentirdes capazes de os vencerdes dois a dois, por exemplo. Se isto puderdes fazer, de certo chegareis mais depressa do que aquele que preferiu subir degrau por degrau. Aplicai a imagem ao plano espiritual e consultai as vossas disposições, porque talvez possais ascender dois ou mesmo três degraus ao fim da vossa presente existência terrena, o que está exclusivamente na dependência da vossa vontade.

Esta ascensão espiritual a que eu aqui vos convido, não importa absolutamente em que vos despedireis deste planeta para sempre. Vossa ascensão mais rápida na escala espiritual em virtude de esforços meritórios, apenas vos confere, ao fim da vossa vida atual, aquela desejada categoria espiritual peculiar aos Espíritos Superiores. Nesta categoria podereis ser solicitados por Nosso Senhor Jesus a voltar à superfície terrena no desempenho de missões que só os Espíritos Superiores estão capacitados a desempenhar. E que bela coisa para vós outros, irmãos e amigos encarnados, sentir-vos reencarnados em época próxima ou remota, ou mesmo no desempenho de tarefas como a que eu estou desempenhando junto a vós, a serviço do nosso Divino Mestre! Pensai nisto, queridos irmãos.

Concluída a minha tarefa da maneira pela qual a minha pobreza espiritual  permitiu, sentir-me-ei fartamente compensado se cada um dos meus leitores der sua maior atenção ao que aí fica. E se eu puder constatar que algum de vós voltou a reler o presente capítulo para melhor assimilar o sentido de minhas palavras, isso representará uma paga em dobro, dos esforços que empreendi para descer ao vosso plano para me comunicar convosco. No Alto e ao alcance dos vossos pensamentos e chamados quando de mim precisardes, deixo-vos meu carinhoso abraço e me subscrevo vosso irmão mais velho
BENJAMIN CONSTANT

Not. biogr. — Benjamin Constant Botelho de Magalhães — 1833-1891 —Militar brasileiro, fundador da República. Nasceu no Rio de Janeiro em 1833, entrando para o Exército em 1852, tendo-se matriculado na Escola Militar em 1853. Possuindo grande predileção pela matemática, aprofundou-se no estudo dessa ciência, a qual passou a lecionar mais tarde a fim de obter recursos para viver. No posto de capitão de engenheiros integrou o 1º corpo do Exército nas operações do Paraguai então em guerra com o Brasil, tendo praticado atos de coragem e valentia, mas foi obrigado a afastar-se por ter sido acometido de febre palustre. Dirigiu a seguir, durante vários anos, o Instituto dos Cegos, hoje Instituto Benjamin Constant.

Devotado ao desenvolvimento dos seus conhecimentos de matemática, impressionou-o uma tese que se lhe deparou, aonde vinha um resumo de pontos de vista de Augusto Comte sobre cálculo, do que resultou tornar-se Benjamin Constant o grande divulgador do positivismo no Brasil. Fundou a Escola Normal Superior que dirigiu por vários anos, mantendo um curso de mecânica racional freqüentado por alunos das escolas superiores e também professores.

Mas o grande fato histórico ocorrido na vida de Benjamin Constant foi à proclamação da República no Brasil. Foi ele quem promoveu conciliábulos com oficiais do Exército e da Marinha, aos quais apresentou o plano revolucionário por ele estudado; entrou em contato com Quintino Bocayuva , chefe do Partido Republicano e outros elementos civis, jornalistas políticos. A ele se deve a divisa “Ordem e Progresso” existente na bandeira brasileira. Desencarnou este brasileiro ilustre em tal estado de pobreza, que uma subscrição nacional foi levantada para atender à situação de sua família composta de viúva e filhos.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

XLVI - UM ESPETÁCULO MELANCÓLICO – Livro: Vida Nova. Ditado por diversos espíritos – Psicografia de Diamantino Coelho Fernandes.





Existem fases na vida dos planetas que se encontram disseminados na imensidade do espaço cósmico que não chegam a ser, em certos casos, percebidas sequer pelas humanidades que os habitam. Os planetas como as pessoas vivem uma existência somente conhecida das Forças Superiores do Universo, incumbidas de prover as necessidades de cada um através dos milênios de milênios de sua existência. Leis existem a regular a vida de todos os seres viventes, quer se tratem de homens, animais, ou dos próprios planetas, nada ocorrendo à vivência de quem quer que seja que possa acontecer por acaso, visto como tudo na vida está predeterminado com muita antecedência. Se assim não fora poderia vir a dar-se que certos acontecimentos não previstos poderiam determinar circunstâncias porventura incontroláveis, de consequências possivelmente fatais ou perturbadoras da normalidade que deve presidir a existência em todos os mundos do Universo.

Tudo na vida universal obedece, por conseguinte, a essa lei imutável e perfeita à qual freqüentemente nos referimos quando dizemos que não cai uma folha de uma árvore nem um cabelo da vossa cabeça que não obedeça a essa lei. E consiste o fato numa verdade inconteste, demonstrada e provada à saciedade com o nascimento, vivência e morte de todos os seres humanos assim como de todos os demais seres animados. Tudo se processa estritamente segundo as leis que regem a vida universal, nada ocorrendo, por conseguinte, que não esteja em perfeita harmonia com os postulados dessa lei divina que preside e dirige os destinos do Universo.

A circunstância de vos encontrardes todos vós presentemente na Terra vivendo cada um a seu modo esse período infinitesimal da vossa vida infinita, deve ser tomada como um minuto a mais em que permitido vos foi voltar a Terra para um novo impulso ao vosso progresso espiritual, como a única razão de ser, como a única coisa que conta em toda a vossa existência como seres conscientes de vós mesmos. E assim sendo, e assim devendo cada um compreender os motivos de sua presença na Terra, é necessário dedicardes um pouco de atenção ao que deva constituir em verdade a preocupação máxima de cada um, ou seja, a aquisição de novas e maiores luzes para o Espírito, que é a Entidade que vive em cada um de vós, a força que vos levanta cada manhã para iniciardes um novo dia de atividades, a força que produz os movimentos do vosso corpo, a chama que aquece e mantém em perfeito funcionamento todas as vossas células e órgãos, a fim de que o metabolismo funcione perfeito e ininterruptamente, por indispensável à vida do corpo. Quando algum de vós adoece, resultado é de que algo se processou em desacordo com as leis da vida, seja por ignorância, imprevidência, imprudência ou desleixo do Espírito, a quem incumbe o dever de alimentar e prover as necessidades de sua máquina, a qual deve igualmente ser usada com parcimônia e cuidados em todas as necessidades do Espírito, e jamais de maneira imprudente ou perigosa. Do mau uso que numerosos Espíritos fazem de sua máquina terrena, e também da maneira pela qual a alimentam, é que resulta o encurtamento do período de sua permanência na carne, retornando ao Espaço prematuramente. Há por conseguinte um dever de cada ser humano na preservação de sua saúde física, a fim de poder aproveitar o corpo que as Forças Superiores lhe concederam para mais uma etapa no caminho de sua evolução espiritual.

Bem sabemos, todos nós que neste livro nos dirigimos aos nossos estimados irmãos encarnados, que o mergulho do Espírito na carne para uma nova existência terrena, consegue obnubilar quase completamente os conhecimentos, idéias e experiências acumuladas em vidas anteriores, os quais se encontram registrados em sua memória espiritual. Em face disso, e não existindo geralmente uma modalidade de despertamento dessa memória na Terra, o que se verifica, é a dedicação absoluta dos encarnados aos interesses materiais do plano físico, com o abandono total da parte espiritual de sua vinda ao solo terreno. Há, porém, a partir de agora, uma necessidade premente, inadiável, de modificarem os seres humanos esse procedimento que se tornou hábito, para que possam cumprir, ainda que em sua parte mínima, os objetivos reais de sua presente vida terrena. Parta cada qual do princípio de que o que a Terra pertence nela terá de ficar, só aproveitando ao Espírito de cada um, isto é, a si mesmo, aquilo que haja podido construir através de atos e procedimentos verificados no seu campo moral. Por campo moral desejo significar tudo quanto a juízo de cada um possa contribuir para a sua elevação perante as Forças Superiores, nada portanto daquilo que possa ter feito no sentido puramente material da vida, como amealhamento de recursos financeiros, a ampliação de sua carga de bens terrenos ou propriedades, riqueza, enfim tudo quanto não possa conduzir em sua bagagem espiritual ao regressar da Terra.

As linhas acima procuram esclarecer um pouco mais os meus estimados irmãos encarnados em face da verdadeira razão de sua estada na Terra, o que fazemos todos nós, emissários do Senhor ao vosso meio, para que possam todos os homens e mulheres do presente momento histórico da humanidade terrena, alcançar em seu próximo regresso ao mundo espiritual aquele foco tão desejado por todos ao mergulharem no seio materno para a presente existência de seres humanos. Tantas vidas perdidas e outras que quase o foram, se acumulam nos arquivos espirituais de cada um dos viventes humanos do presente, e que o foram em muitos casos por falta de um esclarecimento oportuno, que as Forças Superiores decidiram empreender esta Cruzada de Esclarecimento por toda a Terra, na tentativa de trazer a cada homem ou mulher, todos os elementos de informação capazes de proporcionar a todos um esclarecimento novo e oportuno, sobre o aproveitamento de suas vidas atuais.

Tem constituído um espetáculo melancólico para todos nós que vivemos no Alto, assistirmos ao regresso da grande maioria dos Espíritos que encerram mais uma existência física, inteiramente obumbrados pela ausência de progresso moral ao longo de mais de cinquenta, sessenta ou oitenta anos em que permaneceram na carne completamente absorvidos pelas suas preocupações de ordem material, com desprezo de quanto lhes pudesse propiciar a aquisição de maior luminosidade espiritual. Regressam esses Espíritos ao seu plano no Alto sem uma noção que seja da vida no Além, por haverem vivido tão largo período na Terra dedicado exclusivamente aos interesses e prazeres da matéria. Sucede então a cada um destes irmãos ficarem por longo tempo imersos num estado de meditação em torno de sua própria existência como seres espirituais, até que consigam esclarecer suas mentes e readquirir a memória espiritual por eles deixada no Alto ao embarcarem para a Terra. Para eliminar estas situações bastante desagradáveis a todos os Espíritos de Deus, é que as Forças Superiores, representadas na Terra pela magnanimidade de Nosso Senhor Jesus, determinaram a vinda a este plano de um número talvez incontável de emissários seus, agindo de todas as maneiras junto a vós outros, estimados irmãos terrenos, tentando despertar em cada ser humano o necessário, urgente, inadiável interesse pela vida no Além, aquela em que todos nós reingressamos ao fim de nossas vidas na superfície da Terra.

Este vosso irmão que hoje vos fala, no atendimento a honroso convite do Divino Mestre Jesus, também conta em seu arquivo milenar um sem número de encarnações na Terra, vividas nas mais diversas regiões e circunstâncias. Para que possais fazer uma idéia aproximada da minha vida multimilenar, eu vos direi que apenas consigo recordar aquelas vidas que vivi nos últimos dezoito mil anos, que foi quando iniciei a construção da minha existência espiritual como ser consciente.

Desde então aqui estive nas mais diversas circunstâncias como ser humano, vivendo vidas que eu próprio me empenho em esquecer, tais os sofrimentos a que fui conduzido pela ignorância que então predominava em meu pobre Espírito. Para que possais avaliar o que representava a vida terrena há vários milênios, será suficiente estabelecer confronto com as condições que ainda hoje perduram em muitos lugares onde a civilização dos vossos dias ainda não chegou, e avaliar o que seria a Terra há dezoito, quinze ou doze milênios decorridos. Devo dizer-vos porém, que de degrau em degrau, de sofrimento em sofrimento, fui galgando os obstáculos da longa caminhada, até ao momento inesquecível em que me encontrei numa de minhas viagens com o Espírito querido de Jesus de Nazareth, a quem para sempre me liguei como a alma se liga ao corpo, e a quem me ufano de poder servir desde então, em quantos novos mergulhos na carne fui solicitado a realizar.

Devotado assim inteiramente ao serviço do Senhor, aqui estive como simples operário do bem em diversas encarnações procurando levar a palavra de Deus, que é a palavra do amor ao próximo, ao maior número possível de irmãos, colhendo em troca — quanto me pesa dizê-lo! — a incompreensão, a perseguição e a violência física em virtude da qual por duas vezes desencarnei. Sim, meus estimados irmãos terrenos; por duas vezes foi meu corpo submetido a toda sorte de violências por ordem de irmãos poderosos que apenas pensavam em termos de interesses puramente materiais e políticos, aos quais minha pregação e exemplos conseguiam prejudicar. Meu Espírito entretanto, ligado muito estreitamente ao meigo Nazareno, sentia-se fortalecido a cada golpe que na Terra eu recebia, utilizando-o como novo incentivo ao cumprimento de minhas tarefas. Que meus esforços não foram empregados em vão, atesta-o o número de seguidores que deixei na Terra, vários dos quais arrostaram sofrimentos idênticos no cumprimento da parte que espontaneamente assumiram. Todos eles, assim como eu próprio, ao regressarmos ao nosso plano ao termo de cada nova vida na carne, fomos agraciados com os mais belos galardões espirituais que podem ser concedidos aos Espíritos de Deus.

Encontrando-me momentaneamente entre vós no cumprimento de mais uma tarefa de serviço do Senhor, desta vez em Espírito, desejo exortar-vos a vos dedicardes também, com toda a força dos vossos belos Espíritos, ao serviço de Jesus, na certeza que eu aqui vos deixo de que, assim como me aconteceu a mim, um belo galardão de luzes espirituais no Alto vos aguarda para enriquecimento do vosso diadema.

O serviço do Senhor na Terra pode ser definido muito facilmente. São considerados integrados nesse serviço todos os irmãos que, a par de seus interesses materiais olham um pouco para aqueles companheiros de jornada menos agraciados em sua presente existência. Aqueles que souberam conjugar o verbo ajudar em relação aos seus semelhantes necessitados, estarão efetivamente integrados no serviço do Senhor. E se, além desse particular, decidirem fazer-se arautos dos conselhos que se encontram neste e nos livros de Thomé, ajudando igualmente a difusão de quanto o Senhor mandou escrever na Terra, neste caso a integração de cada um de vós no serviço do Senhor será completa, como completa será também a redenção dos vossos belos Espíritos ao fim da presente existência terrena.

Eis aí, amiguinhos meus, matéria suficiente para justificar minha estada entre vós neste momento. Somada àquelas que outros Instrutores vos deixaram antes de mim, tereis em mão tudo quanto podereis necessitar para a vossa total iluminação. E é isto, em verdade, o objetivo de minha estada entre vós. Aqui me despeço abraçando afetuosamente cada um de vós, meus estimados leitores, e oferecendo-vos meus modestos serviços no Alto com o nome de
PAULO DE TARSO

Not. biogr. — (conclusão do Cap. XXXV) — O trabalho de São Paulo foi imenso na difusão do Cristianismo nascente. Não transcorreu, entretanto, sem grandes dificuldades, enormes tropeços e muito sofrimento. Lugares houve em que adeptos de outras religiões conseguiram levantar o povo contra os missionários Paulo e Barnabé, chegando à expulsão de ambos desses lugares por meios violentos. A missão do Apóstolo dos Gentios durou aproximadamente quatorze anos, durante os quais ele percorreu repetidamente uma área de milhares de léguas em propaganda da consoladora doutrina de Jesus.

Visitando Roma no ano 66 em companhia do apóstolo Pedro, foram encerrados na prisão Mamertina, sendo Paulo conduzido daí à estrada de Óstia, no lugar denominado “Águas Salvianas”, onde, por ordem de Nero, foi-lhe decepada a cabeça com um golpe de espada, no mesmo dia em que Pedro era crucificado de cabeça para baixo na colina Vaticana.

O Espírito de São Paulo, como ele próprio nos informa neste capítulo, tem estado reencarnado na Terra em várias épocas, depois de seu encontro com o Senhor Jesus. De uma delas temos conhecimento através do livro “Vida de Jesus ditada por Ele mesmo”, cuja segunda parte foi psicografada por intermédio do Dr. Ovídio Rebaudi, a reencarnação mais recente do Espírito de Paulo de Tarso, segundo o Sr. H. Olivero, em discurso proferido na noite de 24 de outubro de 1937, na Associação Cristã “Providência”, de Buenos Aires, ao comemorar-se o sexto aniversário da desencarnação daquele culto e elevado Espírito.

O Dr. Ovídio Rebaudi (Paulo de Tarso) nascido no Paraguai, foi médico notável, pesquisador e cientista destacado, tendo sido reitor da Universidade, professor de biologia e química médica, diretor do Laboratório Químico e Bacteriológico de Assunção, e também diretor dos Laboratórios Químicos, Nacional e Municipal de Buenos Aires. Por seus múltiplos trabalhos científicos e seu saber demonstrado em livros e conferências públicas, o Dr. Ovídio Rebaudi era conhecido pelo nome de "Sábio Paraguaio’.

Foi a este grande amigo que Jesus procurou no princípio deste século em Assunção, para ditar a segunda parte daquela obra extraordinária que é “Vida de Jesus ditada por Ele mesmo”, cuja primeira parte havia sido psicografada em Avinhão, França, em fins do século XIX.

XLV - A INDUMENTÁRIA ESPIRITUAL – Livro: Vida Nova. Ditado por diversos espíritos – Psicografia de Diamantino Coelho Fernandes.





As Forças Superiores do Universo, orientadoras da vida em todos os planos, tanto a que é vivida pelos Espíritos encarnados no solo terreno como a daqueles que permanecem nos diversos planos espirituais, prepararam no decorrer dos dois últimos milênios o acesso do planeta terráqueo a um estágio mais evoluído do que o atual. A Terra completou ao findar o século XX da era cristã, o período de seu estágio atual de vida planetária, devendo ascender àquele a que fez jus no transcurso de milhões de anos, durante os quais gerações e gerações de Espíritos de Deus aqui fizeram a sua evolução.

Baixando ao planeta em corpo físico há cerca de dois milênios, Nosso Senhor pretendia despertar a humanidade de então para esta fase grandiosa, já naqueles tempos preparada para isso. A incompreensão e a resistência opostas à pregação do Senhor, em face da materialidade da vida terrena que ainda predominava, levaram as Forças Superiores do Universo a conceder ao planeta um prazo suficiente para o amadurecimento do pensamento filosófico dos viventes terrenos, motivo pelo qual só agora se procederá as indispensáveis modificações na estrutura planetária do vosso mundo. Isto sucederá numa era em que a Terra está sendo habitada pela maioria dos Espíritos que aqui se encontravam encarnados no início da era cristã, os mesmos, por conseguinte, que o Divino Mestre pretendia despertar àquela época para as coisas de Deus, do que resultou ser crucificado como todos sabeis. O fato deveria importar em consequências bastante terríveis para os homens e mulheres de então, num possível reflexo da ira divina para com os seres humanos; Deus, porém, na sua infinita misericórdia, preferiu conceder à humanidade terrena um novo período de dois mil anos, a fim de que apurar pudessem, homens e mulheres, as suas qualidades morais através do sofrimento que um grande número de acontecimentos lhes havia de impor, entre os quais fácil vos será arrolar a imensidade de conflitos apontados pela vossa história, sabido como é que não há como o sofrimento moral para despertar o Espírito para as coisas de Deus, ou seja, para o próprio aperfeiçoamento espiritual.

Um bom número de seres humanos realmente despertou através dos sofrimentos impostos à humanidade nestes dois milênios. Perdão; não deverei dizer impostos mas permitidos, visto como a grandeza divina nada impõe aos seus filhos, sendo assim realmente permitidos os conflitos que tantas vidas ceifaram ao meio terreno desde a estada de Jesus entre vós no início da era cristã. Os homens em sua ânsia de poder e grandeza empreendem toda a sorte de questiúnculas de menor ou maior porte, sentindo se impulsionados a executá-las no seu exclusivo interesse puramente terreno. A Providência Divina que a tudo assiste no seu trono celeste, consente que os homens assim se lancem no encalço dos seus objetivos, na certeza de que no decorrer de suas lutas algum proveito possa resultar para alguma das partes. Sucede não raro que a parte vencida num embate guerreiro de hoje tenha sido vitoriosa no passado, quando terá imposto bem pesado sacrifício aos seus vencidos. Voltando a Terra séculos após, e sendo conduzidas à situação preponderante na mesma ou em outras regiões da Terra, as almas vitoriosas no passado vêem-se em novos conflitos, ao fim dos quais receberão tratamento idêntico àquele que impuseram aos seus vencidos de outros tempos.

Os conflitos armados surgidos na Terra de tempos em tempos, têm servido a uma outra finalidade que é atrair sobre as partes em guerra a inspiração do Alto na descoberta de um sem número de processos relacionados com o progresso da vida terrena, que de outra maneira jamais aqui aportariam. O empenho dos responsáveis por esses conflitos leva-os a apelar para os conhecimentos científicos de todo o gênero, com o fim de surpreenderem o inimigo com algo que possa abatê-lo mais rapidamente. Desse apelo resulta a aproximação de Entidades dispostas a ajudá-los, menos com o objetivo de esmagar o inimigo do que para fixar na face da Terra esta ou aquela descoberta científica que, ultrapassando a fase do conflito do momento, aqui perdurará indefinidamente. Todos verificamos no Alto que só em épocas de conflitos armados na Terra, o cérebro humano se empenha dia e noite na busca de algo que imagina e chega a conseguir finalmente. Não fossem, pois, esses lamentáveis desentendimentos entre os governantes das nações da Terra, e não haveria entre vós o índice de progresso que hoje verificamos.

Chegou entretanto um momento verdadeiramente histórico para o mundo terreno, momento que, como disse, deveria ter-se verificado há cerca de dois mil anos. O valor histórico do momento que se aproxima não será avaliado propriamente em seu aspecto guerreiro nem inventivo, tal como os demais momentos que a vossa história registra. Inventos ou descobertas, estão caminhando realmente para a Terra, carinhosamente acomodados no subconsciente de milhares de almas prestes a reencarnar no solo terreno, e de muitas outras que já aqui se encontram frequentando desde o curso primário até às universidades. Essas almas são portadoras em verdade de muitos inventos ou descobertas, como preferirdes denominá-los, destinados a instituir novos e mais adiantados processos em vários setores da vida terrena.

Reportando-me, porém, ao momento histórico a ser verificado neste pequeno mundo, eu desejo referir-me ao gigantesco processo de transformação do planeta, de mundo de provações e sofrimentos que o caracterizam na atualidade, em mundo feliz, onde a vida de seus habitantes humanos deverá decorrer-lhes num ambiente de compreensão e fraternidade, onde todos devem considerar-se membros da mesma e única família espiritual, ajudando-se mutuamente, para que a alegria e felicidade envolvam todas as almas, onde não haja lugar para conflitos humanos visando ao domínio de uns sobre os outros.

Essa é a fase que se aproxima para o pequeno mundo em que viveis uma vez mais, sob a direção amorosa de Nosso Senhor Jesus. Provavelmente voltareis a viver na Terra no próximo ou nos séculos futuros, se isso desejardes e possuirdes as condições indispensáveis para essa nova existência. Condições indispensáveis? Quais serão elas? — perguntareis certamente. Eu vos esclarecerei com alegria que serão indispensáveis certas condições aos futuros viventes da Terra, precisamente para que a harmonia, o amor e a fraternidade não sejam interrompidos nem alterados no futuro, quando uma nova civilização estará instalada no solo terreno. Estas condições, evidentemente não se improvisam nem podem ser adquiridas de um momento para outro. Sabendo-se que tudo na vida universal requer esforço e determinação, e que as qualidades morais são disso o melhor atestado, torna-se necessário a quantos pretenderem voltar à Terra, quando este plano físico se tornar um autêntico paraíso, empreenderem desde agora a sua jornada para poderem vir a gozar desse privilégio. A jornada a que aqui me refiro não consiste absolutamente em qualquer esforço ou caminhada porventura fatigantes para os seres humanos do presente momento terreno. A jornada assim denominada, deve consistir na preparação moral de cada um, começando por alijar de sua maneira de viver tudo quanto a seu próprio juízo não ajude a sua elevação moral.

Para os leitores desta obra não é necessário traçar nenhuma espécie de catecismo do procedimento moral, porque o fato de um irmão encarnado se interessar por esta leitura e chegar até ao presente capítulo, já o define como em condições plenas de empreender com êxito a reforma de algo negativo que ainda esteja a pesar na balança de sua evolução. Um exame de consciência que fará cada um dos meus irmãos leitores, exame que deve ser continuado para que possa evidenciar quanto se mantenha oculto ou nebuloso em sua matéria física, será o suficiente para ir colocando na estrada do futuro paraíso terreno a quantos nele pretenderem viver com a graça do Senhor.

Poderá ocorrer a algum leitor deste capítulo a curiosidade de conhecer a alternativa do que venho de enunciar. Na hipótese, por exemplo, de que algum ou alguns leitores, seja por espírito de resistência aos conselhos do Alto, seja por simples comodismo, não façam nenhum esforço no sentido de sua reencarnação quando a vida terrena se houver modificado sensivelmente, quando o viver na Terra se houver elevado à categoria de verdadeira espiritualidade, se tal lhes não interessar, por conseguinte, o que poderá suceder-lhes? Eu informarei então a esses estimados irmãos que, existindo várias categorias também nos planos espirituais, certo é que poderão permanecer indefinidamente no plano que lhes corresponder, donde poderão contemplar a vida terrena repleta de alegria e felicidade, assim como alguém que observasse aqui mesmo seus amigos e conhecidos ingressarem numa bela festividade, não podendo nela ingressar esse alguém por falta de indumentária protocolar. Essa a situação em que poderão vir a encontrar-se quantos se não esforçarem desde agora no aprimoramento do que analogamente denominarei a sua indumentária espiritual com a qual lhes será possível ingressar e participar do espetáculo magnífico que será a vida terrena.

Como as Forças Superiores jamais obrigam seja quem for a reencarnar, mas apenas atendem ou não às solicitações recebidas nesse sentido, poderá dar-se que os Espíritos regressados da presente encarnação desprovidos das necessárias condições morais para voltar a Terra, poderão permanecer séculos ou milênios estacionados em planos espirituais inteiramente desligados de seus companheiros da presente onda de vida terrena. E quando, tempos e tempos se passarem e cansados estiverem de seu estacionamento, e entenderem de rogar às Forças Superiores uma nova oportunidade de tomarem corpo de carne, só o poderão conseguir num mundo que ostente as condições atuais da Terra ou mesmo inferiores, onde então reencarnarão em situação que os obrigue a recorrer ao próprio esforço para alcançarem paz e tranquilidade de espírito. Por que, então, não fazerem desde agora esse esforço pela elevação do seu progresso moral para poderem acompanhar esta onda de vida, se o mesmo tem forçosamente de empreender daqui a quatrocentos, mil, ou mil e duzentos anos, após uma estagnação decepcionante nos planos do Além?

Enquanto estiverdes na Terra tudo vos é fácil, meus irmãos encarnados. Tudo quanto desejardes empreender na carne tudo conseguireis com vontade e determinação, inclusive resistir aos conselhos e ensinamentos que vos chegam do Além, vossa vontade é soberana e portanto respeitada pelas Forças Superiores do Universo que a ela se curvam porque isso é Lei. Enquanto no corpo todos vós podeis usar o vosso livre arbítrio, seja em benefício do vosso progresso espiritual como para vos precipitardes no abismo da vossa perdição. Ao passo que desencarnados, limitadas se tornam todas as vossas possibilidades em qualquer sentido, visto como vosso único instrumento sendo o pensamento, sua potencialidade se reduz segundo o que justo e razoável nele se manifestar. É por esta razão que milhões e milhões de almas que tudo dariam para verem deferida a sua aspiração de reencarnar no solo terreno, ali permanecem estagnadas por vários séculos, precisamente por haverem perseverado contra as leis divinas em suas últimas oportunidades. Haverá porventura entre os meus irmãos leitores, algum que não haja bem compreendido o que aí fica? Eu próprio me aventuro a responder que não.

Eis o que me ocorreu dizer aos meus irmãos encarnados, atendendo ao honroso convite de Nosso Senhor e Mestre Jesus ao Espírito que na última romagem terrena se viu distinguido com o título de rei
D.CARLOS DE BRAGANÇA

Not. biogr. — D. Carlos de Bragança — 1863-1908 — Rei de Portugal, filho de el-rei D. Luiz I e da rainha D. Maria Pia de Saboya. D. Carlos I nasceu em Lisboa a 28 de setembro de 1863. Casou ainda príncipe herdeiro com a princesa D. Maria Amélia Luíza de Orléans, filha de D. Luiz Philipe, conde de Paris. Subiu ao trono por morte de seu pai em 19 de outubro de 1889, sendo aclamado rei em 28 de dezembro do mesmo ano. Nasceram do seu casamento dois filhos varões: o príncipe D. Luiz Philipe (1887) e o infante D. Manoel (1893). D. Carlos e o príncipe D. Luiz foram vitimados no atentado de Lisboa em 1º de fevereiro de 1908 contra a carruagem em que viajavam em companhia da rainha e do infante D. Manoel, que ficou ligeiramente ferido, assumindo em seguida o trono de Portugal com o título de D. Manoel II.

D. Carlos de Bragança era um Espírito culto, amante das belas artes, sobretudo da pintura, tendo recebido duas menções honrosas no Salão de Paris. A tragédia em que perdeu a vida com o príncipe herdeiro causou profunda consternação em todo o mundo, onde o soberano português e sua família gozavam de grande estima.