Existem fases na vida dos planetas que se
encontram disseminados na imensidade do espaço cósmico que não chegam a ser, em
certos casos, percebidas sequer pelas humanidades que os habitam. Os planetas
como as pessoas vivem uma existência somente conhecida das Forças Superiores do
Universo, incumbidas de prover as necessidades de cada um através dos milênios de
milênios de sua existência. Leis existem a regular a vida de todos os seres
viventes, quer se tratem de homens, animais, ou dos próprios planetas, nada
ocorrendo à vivência de quem quer que seja que possa acontecer por acaso, visto
como tudo na vida está predeterminado com muita antecedência. Se assim não fora
poderia vir a dar-se que certos acontecimentos não previstos poderiam
determinar circunstâncias porventura incontroláveis, de consequências
possivelmente fatais ou perturbadoras da normalidade que deve presidir a
existência em todos os mundos do Universo.
Tudo na vida universal obedece, por
conseguinte, a essa lei imutável e perfeita à qual freqüentemente nos referimos
quando dizemos que não cai uma folha de uma árvore nem um cabelo da vossa
cabeça que não obedeça a essa lei. E consiste o fato numa verdade inconteste,
demonstrada e provada à saciedade com o nascimento, vivência e morte de todos
os seres humanos assim como de todos os demais seres animados. Tudo se processa
estritamente segundo as leis que regem a vida universal, nada ocorrendo, por
conseguinte, que não esteja em perfeita harmonia com os postulados dessa lei
divina que preside e dirige os destinos do Universo.
A circunstância de vos encontrardes todos vós
presentemente na Terra vivendo cada um a seu modo esse período infinitesimal da
vossa vida infinita, deve ser tomada como um minuto a mais em que permitido vos
foi voltar a Terra para um novo impulso ao vosso progresso espiritual, como a
única razão de ser, como a única coisa que conta em toda a vossa existência
como seres conscientes de vós mesmos. E assim sendo, e assim devendo cada um
compreender os motivos de sua presença na Terra, é necessário dedicardes um
pouco de atenção ao que deva constituir em verdade a preocupação máxima de cada
um, ou seja, a aquisição de novas e maiores luzes para o Espírito, que é a
Entidade que vive em cada um de vós, a força que vos levanta cada manhã para
iniciardes um novo dia de atividades, a força que produz os movimentos do vosso
corpo, a chama que aquece e mantém em perfeito funcionamento todas as vossas
células e órgãos, a fim de que o metabolismo funcione perfeito e
ininterruptamente, por indispensável à vida do corpo. Quando algum de vós
adoece, resultado é de que algo se processou em desacordo com as leis da vida,
seja por ignorância, imprevidência, imprudência ou desleixo do Espírito, a quem
incumbe o dever de alimentar e prover as necessidades de sua máquina, a qual
deve igualmente ser usada com parcimônia e cuidados em todas as necessidades do
Espírito, e jamais de maneira imprudente ou perigosa. Do mau uso que numerosos
Espíritos fazem de sua máquina terrena, e também da maneira pela qual a
alimentam, é que resulta o encurtamento do período de sua permanência na carne,
retornando ao Espaço prematuramente. Há por conseguinte um dever de cada ser
humano na preservação de sua saúde física, a fim de poder aproveitar o corpo
que as Forças Superiores lhe concederam para mais uma etapa no caminho de sua
evolução espiritual.
Bem sabemos, todos nós que neste livro nos
dirigimos aos nossos estimados irmãos encarnados, que o mergulho do Espírito na
carne para uma nova existência terrena, consegue obnubilar quase completamente
os conhecimentos, idéias e experiências acumuladas em vidas anteriores, os
quais se encontram registrados em sua memória espiritual. Em face disso, e não
existindo geralmente uma modalidade de despertamento dessa memória na Terra, o
que se verifica, é a dedicação absoluta dos encarnados aos interesses materiais
do plano físico, com o abandono total da parte espiritual de sua vinda ao solo
terreno. Há, porém, a partir de agora, uma necessidade premente, inadiável, de
modificarem os seres humanos esse procedimento que se tornou hábito, para que
possam cumprir, ainda que em sua parte mínima, os objetivos reais de sua
presente vida terrena. Parta cada qual do princípio de que o que a Terra
pertence nela terá de ficar, só aproveitando ao Espírito de cada um, isto é, a
si mesmo, aquilo que haja podido construir através de atos e procedimentos
verificados no seu campo moral. Por campo moral desejo significar tudo quanto a
juízo de cada um possa contribuir para a sua elevação perante as Forças
Superiores, nada portanto daquilo que possa ter feito no sentido puramente
material da vida, como amealhamento de recursos financeiros, a ampliação de sua
carga de bens terrenos ou propriedades, riqueza, enfim tudo quanto não possa
conduzir em sua bagagem espiritual ao regressar da Terra.
As linhas acima procuram esclarecer um pouco
mais os meus estimados irmãos encarnados em face da verdadeira razão de sua
estada na Terra, o que fazemos todos nós, emissários do Senhor ao vosso meio,
para que possam todos os homens e mulheres do presente momento histórico da
humanidade terrena, alcançar em seu próximo regresso ao mundo espiritual aquele
foco tão desejado por todos ao mergulharem no seio materno para a presente
existência de seres humanos. Tantas vidas perdidas e outras que quase o foram,
se acumulam nos arquivos espirituais de cada um dos viventes humanos do
presente, e que o foram em muitos casos por falta de um esclarecimento
oportuno, que as Forças Superiores decidiram empreender esta Cruzada de
Esclarecimento por toda a Terra, na tentativa de trazer a cada homem ou mulher,
todos os elementos de informação capazes de proporcionar a todos um
esclarecimento novo e oportuno, sobre o aproveitamento de suas vidas atuais.
Tem constituído um espetáculo melancólico
para todos nós que vivemos no Alto, assistirmos ao regresso da grande maioria
dos Espíritos que encerram mais uma existência física, inteiramente obumbrados
pela ausência de progresso moral ao longo de mais de cinquenta, sessenta ou
oitenta anos em que permaneceram na carne completamente absorvidos pelas suas preocupações
de ordem material, com desprezo de quanto lhes pudesse propiciar a aquisição de
maior luminosidade espiritual. Regressam esses Espíritos ao seu plano no Alto
sem uma noção que seja da vida no Além, por haverem vivido tão largo período na
Terra dedicado exclusivamente aos interesses e prazeres da matéria. Sucede
então a cada um destes irmãos ficarem por longo tempo imersos num estado de
meditação em torno de sua própria existência como seres espirituais, até que
consigam esclarecer suas mentes e readquirir a memória espiritual por eles
deixada no Alto ao embarcarem para a Terra. Para eliminar estas situações
bastante desagradáveis a todos os Espíritos de Deus, é que as Forças
Superiores, representadas na Terra pela magnanimidade de Nosso Senhor Jesus,
determinaram a vinda a este plano de um número talvez incontável de emissários
seus, agindo de todas as maneiras junto a vós outros, estimados irmãos
terrenos, tentando despertar em cada ser humano o necessário, urgente,
inadiável interesse pela vida no Além, aquela em que todos nós reingressamos ao
fim de nossas vidas na superfície da Terra.
Este vosso irmão que hoje vos fala, no
atendimento a honroso convite do Divino Mestre Jesus, também conta em seu
arquivo milenar um sem número de encarnações na Terra, vividas nas mais
diversas regiões e circunstâncias. Para que possais fazer uma idéia aproximada
da minha vida multimilenar, eu vos direi que apenas consigo recordar aquelas
vidas que vivi nos últimos dezoito mil anos, que foi quando iniciei a
construção da minha existência espiritual como ser consciente.
Desde então aqui estive nas mais diversas
circunstâncias como ser humano, vivendo vidas que eu próprio me empenho em
esquecer, tais os sofrimentos a que fui conduzido pela ignorância que então
predominava em meu pobre Espírito. Para que possais avaliar o que representava
a vida terrena há vários milênios, será suficiente estabelecer confronto com as
condições que ainda hoje perduram em muitos lugares onde a civilização dos
vossos dias ainda não chegou, e avaliar o que seria a Terra há dezoito, quinze
ou doze milênios decorridos. Devo dizer-vos porém, que de degrau em degrau, de
sofrimento em sofrimento, fui galgando os obstáculos da longa caminhada, até ao
momento inesquecível em que me encontrei numa de minhas viagens com o Espírito
querido de Jesus de Nazareth, a quem para sempre me liguei como a alma se liga
ao corpo, e a quem me ufano de poder servir desde então, em quantos novos
mergulhos na carne fui solicitado a realizar.
Devotado assim inteiramente ao serviço do
Senhor, aqui estive como simples operário do bem em diversas encarnações
procurando levar a palavra de Deus, que é a palavra do amor ao próximo, ao
maior número possível de irmãos, colhendo em troca — quanto me pesa dizê-lo! —
a incompreensão, a perseguição e a violência física em virtude da qual por duas
vezes desencarnei. Sim, meus estimados irmãos terrenos; por duas vezes foi meu
corpo submetido a toda sorte de violências por ordem de irmãos poderosos que
apenas pensavam em termos de interesses puramente materiais e políticos, aos
quais minha pregação e exemplos conseguiam prejudicar. Meu Espírito entretanto,
ligado muito estreitamente ao meigo Nazareno, sentia-se fortalecido a cada
golpe que na Terra eu recebia, utilizando-o como novo incentivo ao cumprimento
de minhas tarefas. Que meus esforços não foram empregados em vão, atesta-o o
número de seguidores que deixei na Terra, vários dos quais arrostaram
sofrimentos idênticos no cumprimento da parte que espontaneamente assumiram.
Todos eles, assim como eu próprio, ao regressarmos ao nosso plano ao termo de
cada nova vida na carne, fomos agraciados com os mais belos galardões
espirituais que podem ser concedidos aos Espíritos de Deus.
Encontrando-me momentaneamente entre vós no
cumprimento de mais uma tarefa de serviço do Senhor, desta vez em Espírito,
desejo exortar-vos a vos dedicardes também, com toda a força dos vossos belos
Espíritos, ao serviço de Jesus, na certeza que eu aqui vos deixo de que, assim
como me aconteceu a mim, um belo galardão de luzes espirituais no Alto vos
aguarda para enriquecimento do vosso diadema.
O serviço do Senhor na Terra pode ser
definido muito facilmente. São considerados integrados nesse serviço todos os
irmãos que, a par de seus interesses materiais olham um pouco para aqueles
companheiros de jornada menos agraciados em sua presente existência. Aqueles
que souberam conjugar o verbo ajudar em relação aos seus semelhantes
necessitados, estarão efetivamente integrados no serviço do Senhor. E se, além
desse particular, decidirem fazer-se arautos dos conselhos que se encontram
neste e nos livros de Thomé, ajudando igualmente a difusão de quanto o
Senhor mandou escrever na Terra, neste caso a integração de cada um de vós no
serviço do Senhor será completa, como completa será também a redenção dos
vossos belos Espíritos ao fim da presente existência terrena.
Eis aí, amiguinhos meus, matéria suficiente
para justificar minha estada entre vós neste momento. Somada àquelas que outros
Instrutores vos deixaram antes de mim, tereis em mão tudo quanto podereis
necessitar para a vossa total iluminação. E é isto, em verdade, o objetivo de
minha estada entre vós. Aqui me despeço abraçando afetuosamente cada um de vós,
meus estimados leitores, e oferecendo-vos meus modestos serviços no Alto com o
nome de
PAULO DE TARSO
Not.
biogr. — (conclusão do Cap. XXXV) — O trabalho de São Paulo foi imenso na
difusão do Cristianismo nascente. Não transcorreu, entretanto, sem grandes
dificuldades, enormes tropeços e muito sofrimento. Lugares houve em que adeptos
de outras religiões conseguiram levantar o povo contra os missionários Paulo e
Barnabé, chegando à expulsão de ambos desses lugares por meios violentos. A
missão do Apóstolo dos Gentios durou aproximadamente quatorze anos, durante os
quais ele percorreu repetidamente uma área de milhares de léguas em propaganda
da consoladora doutrina de Jesus.
Visitando
Roma no ano 66 em companhia do apóstolo Pedro, foram encerrados na prisão
Mamertina, sendo Paulo conduzido daí à estrada de Óstia, no lugar denominado
“Águas Salvianas”, onde, por ordem de Nero, foi-lhe decepada a cabeça com um
golpe de espada, no mesmo dia em que Pedro era crucificado de cabeça para baixo
na colina Vaticana.
O
Espírito de São Paulo, como ele próprio nos informa neste capítulo, tem estado
reencarnado na Terra em várias épocas, depois de seu encontro com o Senhor
Jesus. De uma delas temos conhecimento através do livro “Vida de Jesus ditada
por Ele mesmo”, cuja segunda parte foi psicografada por intermédio do Dr.
Ovídio Rebaudi, a reencarnação mais recente do Espírito de Paulo de Tarso,
segundo o Sr. H. Olivero, em discurso proferido na noite de 24 de outubro de
1937, na Associação Cristã “Providência”, de Buenos Aires, ao comemorar-se o
sexto aniversário da desencarnação daquele culto e elevado Espírito.
O
Dr. Ovídio Rebaudi (Paulo de Tarso) nascido no Paraguai, foi médico notável,
pesquisador e cientista destacado, tendo sido reitor da Universidade, professor
de biologia e química médica, diretor do Laboratório Químico e Bacteriológico
de Assunção, e também diretor dos Laboratórios Químicos, Nacional e Municipal
de Buenos Aires. Por seus múltiplos trabalhos científicos e seu saber
demonstrado em livros e conferências públicas, o Dr. Ovídio Rebaudi era
conhecido pelo nome de "Sábio Paraguaio’.
Foi
a este grande amigo que Jesus procurou no princípio deste século em Assunção,
para ditar a segunda parte daquela obra extraordinária que é “Vida de Jesus
ditada por Ele mesmo”, cuja primeira parte havia sido psicografada em Avinhão,
França, em fins do século XIX.
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