O mundo terreno, cuja existência se perde na
noite dos tempos, embora seja um dos mundos habitados de mais recente criação,
já começou a sentir os efeitos do processo em curso, destinado a modificar
grande parcela de sua estrutura atual. Um numeroso contingente de engenheiros,
médicos, geólogos, químicos, e ainda de outras especialidades técnicas,
encontra-se no centro deste pequeno mundo, dando o necessário andamento aos
trabalhos que foram incumbidos de realizar. Provavelmente, quando o que ora
escrevo estiver sendo apreciado pelos leitores deste volume, alguns fatos
relacionados com o que digo, já terão sido constatados em alguns pontos da
Terra.
Não me é permitido entrar em detalhes a
respeito destes fatos, porque, como acontece a tudo quanto no Alto se planeja
para execução no plano físico, só devem ser conhecidos nesse plano à época de
sua manifestação. Detalhes que eu pudesse oferecer a respeito desses fatos,
poderiam contribuir talvez para gerar nos leitores possíveis preocupações
aflitivas a partir de agora, em nada contribuindo para os nossos objetivos ao
redigirmos estas linhas, que são exatamente para preparar os Espíritos para
alcançarem mais rápida felicidade. Por isso todos os redatores deste livro
receberam instruções para ajudar os leitores a encontrarem o caminho que lhes
convier para se livrarem do pior, se este pior se encontrar ao longo de seus
dias terrenos.
Tenho então a grande satisfação de veicular
nestas linhas, assunto do maior interesse para todos os terrenos, relacionados
muito de perto com o que possam testemunhar em sua presente existência na
carne, se se mantiverem devidamente atentos. Quero referir-me à maneira pela
qual certos fenômenos se apresentarão aos encarnados em certas regiões da
Terra, a despertar a atenção e mesmo curiosidade geral. Prepara-se no Alto uma
enorme caravana de trabalhadores invisíveis que virão operar no ambiente
terreno com o objetivo de despertarem os Espíritos encarnados para o que na
Terra se passará. Estes trabalhadores estão sendo preparados para se
apresentarem em forma visível aos seres humanos e lhes falarem em forma
audível, transmitindo-lhes conselhos e sugestões acerca do que se aproxima.
Sabe-se de antemão no Alto o que tais
manifestações devem produzir entre os encarnados, pelo que de inesperado elas
representarão, sobretudo nos meios populacionais onde jamais se cogitou do
intercâmbio com o mundo dos Espíritos. Haverá por esse motivo não pequeno
número de pessoas tomadas de certo pavor ao se defrontarem com seres imateriais
perfeitamente visíveis a lhes falarem, sobretudo entre aquelas cuja religião
lhes vem ensinando erradamente que tudo acaba com a morte, que nada mais resta
daquele que morre. Essas pessoas serão tomadas de surpresa e até de pavor em
face do inesperado da manifestação, porém a assistência espiritual que as
cerca, far-lhes-á compreender que não se trata absolutamente de nenhuma espécie
de demônios, mas de Entidades benéficas, no desempenho de tarefas de serviço do
bem, e por conseguinte amigas. Tais manifestações devem realizar-se em muitos
lugares ao mesmo tempo, divulgando os mesmos conselhos amigos aos seus
ouvintes, prevendo-se que bem depressa os conquistarão para a sua pregação.
Este plano foi elaborado tendo-se em vista a
circunstância de estar a literatura espiritualista ainda circunscrita aos meios
sociais mais desenvolvidos intelectualmente, e não chegarem os conselhos e
ensinamentos divulgados às populações inferiorizadas, ou, quando isso acontece,
beneficia apenas reduzido número de indivíduos. Caberá então às caravanas de
trabalhadores invisíveis levar os ensinamentos necessários e urgentes às populações
menos abastadas residentes em regiões desprovidas de instrutores
espiritualistas, suprindo eles esta falta com sua manifestação visível a todos
os presentes. Desta maneira serão realizadas reuniões públicas nas quais os
mencionados trabalhadores dirigirão a palavra aos nossos irmãos encarnados,
relatando-lhes de viva voz o que projetado foi em matéria de modificações na
estrutura física do planeta, e bem assim quais os meios de salvamento ao
alcance de cada um. O fato determinará sem dúvida uma certa exacerbação dos
ânimos a princípio; será porém, de tal forma interessante e proveitoso para os
ouvintes o que estes enviados têm a dizer, que todos passarão a escutá-los com
particular interesse. Estes trabalhadores espirituais estão recebendo inclusive
as necessárias instruções que os habilitem a atender seus ouvintes em casos de
doença e outros, o que lhes granjeará de pronto a simpatia e gratidão das
populações que visitarem. Este plano foi elaborado pelos Dirigentes Espirituais
da Terra, com o fim de levar a todos os recantos do solo terreno os conselhos e
ensinamentos que jamais lhes chegariam sem essa providência, pelas distâncias
geográficas em que vivem, dos meios mais adiantados.Todos sabemos que só os
médiuns videntes estão em condições de ver as Entidades imateriais, isto mesmo
em certas circunstâncias. No caso a que me refiro, a faculdade da vidência será
transmitida pelas próprias Entidades em forma coletiva, sempre que tiverem de
operar, para que seus ouvintes possam utilizá-la durante os momentos de
pregação. E como cada grupo de Entidades em ação será assistido por outras
Entidades que atuarão em meio às reuniões, estas constituirão o pólo negativo
junto aos circunstantes. Não decorrerá muito tempo após o inicio da circulação
deste volume, para que notícias vos cheguem de várias regiões terrenas a
respeito do que aqui vos deixo. Os acontecimentos estão tão próximos, e é tal a
necessidade de dar conhecimento a todos os encarnados acerca do que lhes cumpre
fazer, que Nosso Senhor resolveu pôr em prática o plano acima, o qual nós temos
designado de ação direta, para que não fique um só encarnado sem receber
os necessários avisos, sobre a melhor forma de se pôr a salvo do que vier a
ocorrer.
Em seguida eu tratarei de outro assunto também
estreitamente relacionado com o próximo regresso ao mundo espiritual de grande
número de encarnados, em conseqüência, igualmente, das operações em curso para
transformação da estrutura física da Terra. Dizendo isto que aí está, não
pretendo fazer crer que uma transformação geral se operará neste pequeno mundo,
mas algo nesse sentido deverá ocorrer em certas áreas, conforme escreveram
outras Entidades que me precederam. Eu me ocuparei então do que diz respeito
especificamente ao processo da desencarnação daqueles que estiverem
determinados a desencarnar em meio aos acontecimentos porvindouros, e também
àqueles que, tendo concluído o período de sua encarnação devem partir
proximamente deste plano físico em direção à sua morada espiritual. A este
respeito, inclusive, também tereis encontrado as melhores instruções em
diversos capítulos anteriores, redigidos por Grandes Luminares da
espiritualidade. Eu acrescentarei então, um detalhe que se revelará de maior
importância para todos, que é o seguinte: ao pressentirem os encarnados que o
seu momento chegou ou se aproxima, pressentimento este que brota do próprio
coração, procure cada qual emitir um pensamento de amor em direção a Nosso
Senhor e Mestre Jesus, em vez de, como freqüentemente sucede, emitirem os
encarnados pensamentos de grande aflição que só contribuem para perturbar o
campo mental do Espírito, perturbando-lhe em conseqüência todas as faculdades.
Emitindo o encarnado um pensamento de amor em direção a Jesus, estará emitindo
ao mesmo tempo um pedido de ajuda espiritual que lhe chegará prontamente, sejam
quais forem as circunstâncias. Assim ajudado espiritualmente, se o seu
momento houver realmente chegado, o resultado infalível será o encarnado
sentir-se imediatamente envolvido por forças espirituais de grande poder que o
conduzirão, livre de sofrimento, ao local que lhe estiver destinado, onde
encontrará também o amor de Nosso Amado Jesus, num ambiente de paz e
felicidade.
Poderá verificar-se em tais circunstâncias
que o momento de desencarnar ainda não seja aquele, e então, a emissão de um
pensamento como o que o encarnado tiver emitido, terá servido para afastar o
perigo e prosseguir por algum tempo ainda na face da Terra. Se todas as pessoas
que se encontrarem no limiar de sua desencarnação por motivo de enfermidade,
rápida ou prolongada, decidirem dirigir a Jesus Nosso Senhor um pensamento de
amor em que ponham toda a ternura do seu coração, bem depressa verificarão a
imensa fortuna espiritual que esse gesto lhes trouxe. A explicação do fenômeno
é bem fácil de dar. Sendo Jesus um só e a humanidade encarnada composta de
alguns bilhões de almas como sabeis, por melhor organizado o plano de
atendimento espiritual a todos os terrenos, e o é, realmente, sua eficiência se
torna mais rápida e positiva nos casos em que alguém apela individualmente, do
que quando incumbe aos dirigentes do plano descobrirem na imensidade do solo
terreno, quem dela esteja necessitando.
Vou dar-vos a propósito uma imagem bastante
pobre, é certo, porém capaz de elucidar melhor o meu pensamento. Figurai-vos à
janela do vosso edifício contemplando pequena multidão que se desloca ao longo
da avenida, rua ou praça fronteira. Vosso olhar envolve facilmente milhares de
pessoas que se deslocam, sem que atenteis particularmente em qualquer delas.
Pela distância que separa-vos, ouvis apenas o ruído volumoso de suas vozes e de
seus passos. Se, entretanto, do meio dessa pequena multidão alguma das pessoas
necessitar que a vejais, ela olhará para vós e até vos chamará pelo nome, ao que
qualquer de vós instintivamente atenderá de pronto, assim se correspondendo.
Sem o gesto de vos olhar e chamar, talvez não tivésseis descoberto a pessoa
amiga em meio à multidão, ignorando assim sua passagem pela vossa residência.
O caso em relação ao Senhor Jesus é
muitíssimo mais complexo, como é fácil de ver. Se, por conseguinte, o ser
humano apela para Jesus enviando-lhe um pensamento do mais puro amor,
pensamento que traduza o estado presente de ansiedade e ajuda, podeis ficar
absolutamente seguros estimados irmãos leitores, de que toda a ajuda necessária
imediatamente se positivará para tranqüilidade e felicidade daqueles que a
invocarem por esse meio —um pensamento do mais puro amor a Jesus.
Creio ter sido bastante útil a todos os meus
irmãos leitores, com o que fui convidado a dizer nestas linhas que aí ficam.
Estudai-as e aplicai o processo ainda em vossas vidas presentes, porque muito
tereis caminhado em direção à meta da vossa felicidade — o Sagrado Coração de
Nosso Senhor Jesus.
Julgando bem cumprida a minha tarefa, aqui me
despeço de vós deixando-vos a segurança da minha amizade e dos meus fracos
préstimos, se algum dia necessitardes de ocupar o vosso irmão e amigo dedicado
SEBASTIÃO,
MÁRTIR
Not.
biogr. — Sebastião, Mártir — 250/6-288 — Um dos mártires do
Cristianismo. Nasceu em Narbona, França, no ano 250 ou 256 e desencarnou em
Roma em 288. Aos dezoito anos Sebastião alistou-se no exército romano, sendo
nomeado pelo imperador Deocleciano chefe dos seus pretorianos. Sebastião era filho
de pais cristãos, foi batizado em criança e alimentava a sua fé, que ele se
empenhava em transmitir aos seus companheiros. O Papa S. Caio (283-296)
concedeu-lhe por isso o título de “Defensor da Igreja”. Uma denúncia levada ao
imperador Deocleciano, de que havia um cristão no seu exército, irritou o
monarca que, à vista da sua confissão, mandou conduzi-lo aos arredores e
transpassá-lo por flechas, o que foi feito, tendo sido abandonado por morto.
Todavia, uma senhora que passava, ao ver que o jovem ainda respirava, retirou-o
dali e tratou-lhe as feridas, restituindo-o à saúde. Sebastião, contudo,
desejoso de testemunhar a sua fé cristã, foi colocar-se na passagem do
imperador para lhe censurar a crueldade de que fora vítima, a qual, entretanto
— afirmara ele ao imperador — em nada diminuíra a sua crença no Cristianismo
Redentor. O imperador, encolerizado por mais essa demonstração do jovem
ex-oficial, mandou vergastá-lo até à morte.
O
corpo de Sebastião desapareceu por algum tempo, mas foi encontrado pelos
cristãos que o sepultaram na catacumba que recebeu o seu glorioso nome. Foi
posteriormente transportado para a basílica elevada em sua honra próximo da
porta Capena. Sebastião, Mártir é padroeiro da Cidade do Rio de Janeiro, sendo
festejado a 20 de janeiro, data em que também se comemora a fundação da Cidade.
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