As almas presentemente
encarnadas neste mundo terreno, depois de aguardarem no alto cerca de um século
a sua oportunidade, já podem considerar-se bem próximas da conclusão do seu
curso de aprendizado terreno, tantas foram já as suas vindas a este plano
físico. Ao regressarem desta vez ao mundo espiritual, onde irão rever todos os
detalhes de sua vida presente, hão de ter oportunidade de ajuizar o que tenham
feito de bom, de útil, para o seu progresso moral, assim como o que tinham feito
contrariamente ao seu progresso. Nesse momento que ocorre invariavelmente a
todas as almas, é que lhes cumpre fazer o seu próprio julgamento, em presença
dos seus Protetores espirituais, testemunhas que foram de todos os seus atos na
Terra. Não será, portanto, fora de propósito chamar a atenção de todas as almas
encarnadas para esses momentos históricos de suas vidas, prevenindo-se desde
agora contra a prática de quanto possa trazer-lhes desgosto nos dias
porvindouros. Conhecedoras desde agora do que terão de viver no Alto quando lá
chegarem de regresso, bem fariam as minhas filhas e filhos muito estimados em
procurarem cercar-se de atos bons, métodos, para que o prato da balança no
julgamento esperado venha a pender com decisão a seu favor. Se tal procurarem
fazer desde agora, só terão motivos de alegria e felicidade ao se encontrarem
de regresso ao seu plano no Além, numa tranquilidade do aluno que se encontra
perfeitamente preparado para enfrentar a banca examinadora.
No meu objetivo de enfeixar
neste volume o maior número de esclarecimentos para as minhas filhas e filhos
encarnados, eu abordarei a seguir um assunto que eu considero de grande
interesse para todos os meus leitores. Falarei então do que nós testemunhamos
frequentemente nos diversos planos do Além, à recepção de grande número de
almas que regressam da Terra, numa situação tal de inconformismo que
impressiona as almas presentes. Ocorre frequentemente aportarem no Além, almas
que cumpriram existências mais e menos longas na Terra, onde se dedicaram
inteiramente ao interesse dos seus familiares, e muito pouco com elas mesmas em
relação à vida futura. Isto sucede, aliás, à grande maioria das almas
encarnadas, que, por se encontrarem na posse de um corpo de carne, se esquecem
totalmente do mundo espiritual donde vieram e para onde hão e voltar mais cedo
ou mais tarde. Totalmente envolvidas pelas coisas ilusórias do mundo terreno,
muitas almas nem sequer dispõem de tempo para orar ao Senhor, para que Ele
saiba que existem e se encontram na Terra. Todo o tempo destas almas se escoa
na luta pela vida como alegam algumas, e nas diversões da noite, onde
comparecem com o propósito de distrair o Espírito. Ao regressarem tarde da
noite, abatidas pela fadiga, atiram-se diretamente ao leito, sem tempo,
portanto, para darem sequer boa noite ao Senhor. A esta classe de filhas
que eu muito estimo em meu coração, é que eu desejo dizer algumas palavras de
mãe amantíssima como eu me esforço ser para quantas almas se encontram na Terra
em todos os tempos. O termo amantíssima, eu o justifico com a concordância de
que vos amo a todas de todo o coração, minhas almas queridas, e procuro velar
por vós em todos os momentos. Não podereis sequer imaginar, enquanto estiverdes
na Terra, a minha preocupação em proporcionar-vos uma vivência tranquila, onde
quer que vos encontreis, filhas e filhos queridos, mesmo àqueles que não se
lembram de que eu existo e muito me preocupo com suas situações. É comum
dizer-se entre vós, e com todo o acerto, que um coração de mãe pôde abrigar
igualmente a todos os filhos sem menosprezar a nenhum e isto é uma pura
verdade. Podeis constatá-la facilmente nas grandes famílias da Terra, se
perguntardes a qualquer dessas mães a qual dos filhos ela mais quer ou estima.
Sua resposta será bem difícil porque em verdade nenhuma mãe terrena sabe
distinguir no seu amor e cuidados a nenhum filho. Em muitas delas encontrareis
até este detalhe da grandiosidade do coração materno: um filho às vezes menos
dócil, porque mais rebelde aos conselhos e votos maternos, é justamente o que
mais desperta os zelos de sua mãe, em sua grande preocupação pelo futuro do
filho. Transportai agora a grandiosidade deste sentimento sacrossanto para o
plano espiritual onde me encontro, em posição de acompanhar os passos de todas
as almas encarnadas que eu me empenho em considerar filhas e filhos do meu
coração, e podereis então avaliar toda a extensão do meu amor por vós. Deus é
amor, já o sabeis, e esse amor se irradia da Divindade em todas as almas do
Universo, tocando-as, envolvendo-as, a tal ponto que ao atingirem determinado
grau de pureza, elas passam a viver amor, amor, e somente amor. Essa é bem a
situação em que eu me encontro em relação a todas vós, filhas e filhos do meu
coração. O meu amor se expressa neste desejo imenso que eu nutro de vos ajudar
em vossa vivência terrena, de estar bem perto de vós em todos os momentos de
alegria ou de dor, não esperando sequer que me chameis. Bem certo é, porém, que
muito mais eficiente se torna a minha ajuda quando uma alma encarnada me chama
em seu coração, porque nestes casos eu posso neles penetrar mais facilmente
pela porta que seu chamado me abriu. Podeis, ficar certas todas vós, almas
queridas, que toda a minha atividade no mundo espiritual consiste
exclusivamente em ajudar, ajudar, ajudar sempre.
A graça que em tempos recebi
do Pai Celestial, de trazer à Terra a figura ímpar do Senhor, produziu em meu
ser um índice tão elevado de refinamento, que todos os meus sentimentos e
vibrações passaram desde então a ser dirigidos à coletividade espiritual de que
faço parte. Passei naquela fase de minha vida multimilenar a uma situação que
eu denominarei de auto suficiência, de nada mais necessitando para eu própria.
Meus trabalhos e compromissos, porém, cresceram e se ampliam constantemente,
minhas filhas e filhos queridos. Minha própria felicidade passou a depender da
vossa, o meu progresso dependendo do vosso, e minhas alegrias maiores ou
menores em perfeita consonância com as vossas. Assim, se vos sentirdes ditosas
nos vossos dias terrenos, eu, que me encontro junto aos vossos corações,
participo convosco dessa alegria e felicidade, mas me abato, e muito, quando o
sofrimento vos atinge.
Vindo neste momento
histórico da Terra escrever um livro para nele vos falar mais de perto ao
coração, eu desejo abordar quantos assuntos possam interessar ao progresso que
todas viestes buscar neste pequeno mundo terreno. Desejo afirmar-vos de todo o
coração, que recebo no Alto os vossos pensamentos com a rapidez do relâmpago,
todas as ocasiões em que vos lembrais de mim. E por maior que seja o volume dos
pensamentos que recebo de todas as partes do mundo, quero dizer-vos que nenhum
deles se perde ou deixa de ser atendido a seu tempo. Já vos expliquei em
capítulo anterior que muitas e muitas vezes me pedem coisas muito além as
minhas possibilidades, levando-me a pleiteá-las junto ao Meu Amado Filho. Ainda
assim tenho conseguido atender a esses pedidos com a graça do Senhor. Vedes
pelo que digo, que eu não meço dificuldades para atender aos vossos pedidos, em
princípio, porque sois almas encarnadas necessitadas de luz e progresso, e
depois porque conheço de sobra o ambiente terreno, onde tenho estado numerosas
vezes palmilhando como vós estes áridos caminhos. Continuai, então, a
dirigir-me os vossos apelos sempre que vos aprouver, na certeza que aqui vos
dou de me esforçar em atendê-los com a brevidade permitida pelas
circunstâncias.
Este livro que tendes à mão
não foi improvisado, absolutamente, como talvez possa parecer a alguém. Este
livro foi projetado desde o momento em que o meu intermediário se preparou para
descer à Terra nos últimos anos do século XIX. O Senhor necessitava de dispor
de um elemento da sua confiança na Terra, que pudesse começar a trabalhar na
segunda metade do século XX, precisamente para servir de intermediário das
Entidades designadas também desde então, para divulgar os conselhos e
advertências que estão circulando, recebidas psicograficamente por este
instrumento. Nessa ocasião, isto é, eu projetei também o livro que ora
compulsais, através do qual eu pudesse conversar com as minhas filhas
encarnadas para lhes dizer estas coisas ao coração. Mas não foi assim tão fácil
realizar este propósito. Muitos tropeços surgiram na vida deste querido instrumento,
antes que ele pudesse realizar a presente tarefa. Ele contava então com mais de
setenta anos, sendo fácil imaginar então o longo caminho percorrido e as
dificuldades vencidas pelas Forças Superiores para o livrar dos perigos. Além
de outros, surgiu uma enfermidade tão grave na juventude do instrumento, que
ele fora dado por morto sob os efeitos da terrível febre-amarela que ainda
assolava este País, na primeira década do XX. E efetivamente ele teria
desencarnado se não estivessem tão atentas as Forças Superiores. Por sua
influência um enfermeiro lembrou-se de experimentar no enfermo um medicamento
novo para casos extremos, o que resolvera fazer por sua exclusiva
responsabilidade. O enfermeiro, uma bela alma que está presentemente em nosso
plano, raciocinara da seguinte maneira:
— O rapaz vai morrer mesmo,
se já não estiver morto. Assim, vou tentar o recurso extremo deste remédio.
Quem sabe se dará resultado.
E aplicou a injeção no
enfermo. Com surpresa verificou que o mesmo deu sinais de vida, e resolveu
aplicar uma segunda dose. A reação foi então a mais satisfatória. O enfermo
abrira os olhos e continuava a viver. Maior foi, porém, a surpresa do médico,
quando na manhã seguinte, ao fazer a visita habitual, recebeu a notícia do
ocorrido. Somente as Forças Superiores sabem, porém, avaliar os esforços
empregados para salvar a vida do meu instrumento, para que o mesmo pudesse
chegar aos dias presentes, em que tão importante serviço está prestando ao
Senhor Jesus. Não foi, entretanto, aquela a única oportunidade em que as Forças
Superiores necessitaram de intervir em favor da saúde do instrumento. Foram
várias essas oportunidades ao longo da sua trajetória. A última verificou-se,
quando se tornou necessário operar as duas vistas, que se iam extinguindo
lentamente. Tudo foi feito então no plano espiritual para recuperá-las,
precisamente nas vésperas de dar início à tarefa que tantas bênçãos e luzes
está acarretando para a sua grande alma.
Todo este relato que faço
tem o objetivo de demonstrar a todas vós, almas queridas, o monte de obstáculos
que sempre se antepõem na Terra aos desígnios do Senhor. Ele serve inclusive
para que fiqueis certas também de que, quando uma alma desce à Terra no
desempenho de missão de serviço divino, ela vem acompanhada da maior proteção
possível, para que possa desempenhar sua missão. Da mesma maneira, quando uma
alma aqui se dedica de coração ao Senhor Jesus, e procura servi-lo com
dedicação e amor, ela atrai imediatamente do Alto a proteção de que possa
necessitar para bem servir ao Senhor. O Senhor necessita tanto de bons
servidores na Terra, que ao primeiro sinal de devotamento por parte de uma alma
encarnada, logo as Forças Superiores se movimentam para ampará-la e protegê-la.
Quem sabe então, almas queridas, quantas de vós vos encontrais em tal situação.
Se acaso estas palavras lograrem despertar em vossos corações o desejo sincero
de vos constituirdes novos servidores do Senhor, não tendes mais do que
dizer-lhe isso em vossas preces, e rogar que vos seja indicada a vossa tarefa.
O Senhor dispõe de tarefas para todos, uma vez que bem conhece as
possibilidades de cada alma. Se isso vos agradar, almas queridas, dirigi-vos
hoje mesmo a Jesus, Nosso Mestre e Senhor, e já amanhã iniciareis a vossa tarefa.
E contai também comigo ao vosso lado, com todo o meu amor por vós.
Deixo-vos aqui a bênção que
o Senhor vos envia por meu intermédio e a minha própria que eu vos ofereço de
todo o coração.
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