As almas encarnadas neste
mundo terreno, que contarem menos de vinte anos de idade no corpo, assumiram um
compromisso muito sério no Alto, ao se prepararem para descer à Terra em sua
presente existência. Encontram-se nessa idade jovem almas possuidoras de
valiosos conhecimentos científicos e planos de realizações na Terra, que bem se
poderá dizer que lhes cabe a maior responsabilidade que já foi atribuída a
seres humanos em todas as épocas.
Efetivamente, muito devem
contribuir os jovens do momento para a instituição de novos e valiosos
princípios na vida terrena, transportando o que agora existe para o que deve
servir à nova civilização de que passaram a fazer parte. Sim, minhas filhas e
filhos queridos; os jovens que já se encontram na Terra, assim como todos os
que iniciam os seus primeiros passos neste plano físico, estão incumbidos pelas
Forças Superiores, de acionar na Terra as modificações a serem operadas em
todos os setores, desde a alimentação, a educação, ao sistema de ensino
técnico, aos transportes terrestres, marítimos e aéreos, onde diversas
inovações virão impulsionar o progresso da vida terrena. É necessário, por
conseguinte, que os pais ou responsáveis por esses jovens que estão chegando em
seus lares, se ponham em comunicação constante com as Forças Superiores, para
delas receberem a inspiração de que carecem para o encaminhamento dos filhos
que a Divina Providência lhes confiou para criar, educar e encaminhar na Terra.
Lembrem-se, pais e responsáveis, que ao seu lado se encontram Protetores e
Guias espirituais com a missão especial de os inspirar no encaminhamento dos
filhos, a fim de que possam os mesmos dar fiel e integral cumprimento à sua
luminosa missão. Eu não estarei exagerando em vos dizer que nesses corpinhos
que ainda carregais ao colo, assim como naqueles que se preparam, desde a
escola primária até às universidades, encontram-se Espíritos missionários a
serviço do Senhor Jesus, todos do mais alto nível espiritual. Colaborando com o
Divino Mestre desde longos séculos, esses Espíritos adquiriram em vidas
pretéritas todos os conhecimentos que a escola terrena lhes podia fornecer, e
desde então permaneceram no Alto a serviço do Senhor. São, assim, almas que
aceitaram uma nova encarnação neste plano físico, onde vêm contribuir com os
seus conhecimentos e a sua luz, para o aceleramento do progresso material e
moral do mundo terreno. O Senhor Jesus, que acaba de se instalar também no solo
terreno para acompanhar de perto os trabalhos em andamento, mantém-se atento
igualmente ao desenvolvimento destas almas na direção que prometeram seguir.
Torna-se, pois, necessário que os pais ou responsáveis ensinem as crianças a
orar desde os primeiros anos, a fim de atraírem para junto de si toda a
proteção e ajuda de que vão carecer pela vida afora.
Tendo-me referido em
princípio aos jovens dos vinte anos e das crianças, eu desejo esclarecer
igualmente aos maiores dessa idade que sua missão também se reveste de
importância muito grande, tanto para si próprios como para a coletividade. De
um modo geral, todas as almas encarnadas desde o início do século XX são
portadoras de compromissos assumidos no Alto, compromissos livremente assumidos
e até solicitados, no empenho de verem deferido o seu pedido de voltarem à Terra.
Portadoras, portanto, de tais compromissos, é lhes de todo conveniente
desempenhá-los a contento do Senhor, para d’Ele receberem no regresso aquele
belo foco de luzes que tanto ambicionam possuir. Pode suceder que a
circunstância de se encontrarem hoje revestidas do corpo carnal, e as
constantes diversões terrenas de que vivem cercadas, muitas almas tenham
olvidado por completo os compromissos assumidos no Alto e nada tenham realizado
nesse sentido até aos dias que correm. Eu aqui lhes direi, porém, que nada está
perdido por tais motivos, e cada dia que nasce lhes trará novas oportunidades.
Aquelas, por exemplo, que ao lerem estas palavras sintam o desejo sincero,
firme, de realizarem algo do que prometeram e não consigam recordá-lo, adotem o
princípio da meditação em seguida à sua oração da noite, e verificarão com
alegria quantas idéias, verdadeiras revelações, imediatamente lhes ocorrerão.
As almas que assim desejarem integrar-se na sua exata missão terrena obterão
por este meio o esclarecimento de suas mentes, e poderão recuperar muito, se
não tudo; do cumprimento de sua missão trazida à Terra. Desejo esclarecer um
pormenor que considero importante, e que poderá ocorrer a alguém como meio de
servir ao Senhor, o qual seria empenhar-se na distribuição de esmolas aos
pobres, com o sentimento daquele conceito de que quem dá aos pobres empresta
a Deus. Convém saber que nem sempre o conceito é verdadeiro, considerando
que existem pobres e pobres por toda a parte. Existem os pobres, infortunados
através dos reveses sofridos na sua vida, inclusive vitimas de enfermidades
várias, aos quais se deve ajudar de toda a maneira. Mas outros pobres existem
porque disso se prevalecem para estender a mão à caridade, quando podem viver
ainda do seu trabalho, se quiserem trabalhar. A esmola a esta classe de pobres
apenas contribui para a ociosidade, não podendo assim enquadrar-se naquele
velho conceito. Outros devem ser, portanto, os caminhos a seguir por quantos
desejarem servir, verdadeiramente, ao Senhor na Terra. Esses caminhos serão
apontados na meditação de quantos desejarem conhecê-los, para que sigam por
eles. São tantas e tão variadas as maneiras de servir ao Senhor na Terra, que
não poderiam ser aqui indicadas. Elas estão sempre relacionadas com as
características de cada ser humano, suas possibilidades e desprendimento. Uma
dessas maneiras ao alcance inclusive dos menos afortunados é a oração pelos
necessitados, pelos enfermos e até pelos criminosos, para que uns e outros se
recuperem. Aqueles, por conseguinte, que se sentirem impossibilitados de servir
ao Senhor por outros meios, podem servi-lo orando pelos semelhantes das
categorias apontadas, certos de que estarão em verdade realizando uma útil
tarefa. O Senhor lhes agradecerá, reconhecido, todo o bem que houverem pedido
para os semelhantes necessitados.
Em seguida eu abordarei
outro assunto para o vosso maior esclarecimento enquanto na Terra.
Referir-me-ei em seguida ao que acontece muito frequentemente às almas
encarnadas que preferem viver a sua vida terrena inteiramente desligadas do
mundo espiritual, completamente olvidadas de que são Espíritos encarnados, mas
que logo o deixarão de ser, regressando ao estado anterior pelo fenômeno morte.
Nós que observamos do Alto muito atentamente o que se passa na Terra com as
almas encarnadas, somos frequentemente despertados em nossa atenção pelas cenas
de violência física entre duas almas encarnadas, muitas vezes com o resultado
mais triste, infelizmente. Quantas vezes isto sucede entre seres humanos que
pouco ou nada se conhecem, mas que uma influência perturbadora consegue pôr em
choque para os prejudicar por simples prazer. Observamos então serem essas
criaturas almas de bons sentimentos; pacatas e corretas em sua vida, sentido-se
em dado momento frente a uma discordância com outra, mas uma discordância que
poderia desfazer-se por si mesma sem maiores consequências. Sucede, porém,
quase sempre em tais momentos, encontrarem-se por perto certas Entidades
desencarnadas possuidoras ainda de instintos maus, as quais logo se aproximam e
se envolvem no assunto, procurando jogar uma contra a outra, as almas
encarnadas. Isto é o que sucede muito frequentemente, com grande pesar para
todas nós do mundo espiritual. E o mais comum é postarem-se duas Entidades de
maus instintos, uma ao lado de cada qual das almas encarnadas, projetando sobre
sua vitima toda a sua maldade para que a mesma se engaje em luta contra a sua
semelhante. Tal seja, então, o poder maléfico daquelas duas Entidades
desencarnadas, pode suceder até a desencarnação de uma daquelas pobres
criaturas ao fim de uma discordância gerada pela maneira descrita. Resultado: a
desencarnação de uma alma que muito necessitava ainda de permanecer na Terra, e
o encarceramento da outra, igualmente prejudicada em sua vivência terrena.
Em face do exposto, eu quero
deixar aqui o meu conselho a todos vós, filhos e filhas encarnados. Este
conselho é no sentido de que busqueis diariamente a vossa proteção no Senhor,
Amparo e Protetor de todos vós. Buscai esse amparo e proteção diariamente
através da vossa prece, para que vos torneis imunes à maldade das Entidades do
plano inferior do mundo invisível, que não conseguirão sequer aproximar-se de
vós. A alma que ora diariamente ao Senhor recebe no mesmo instante,
transformadas em luminosidade, as vibrações da prece elevada, e essa
luminosidade acumulada em torno da alma, é que impede a aproximação das
Entidades do mundo inferior, exatamente as promotoras do maior número de
acontecimentos indesejáveis, porque prejudiciais aos seres humanos. Sabendo
disto, pelo esclarecimento que vos transmito nestas palavras, nenhuma de vós,
almas queridas, olvidará jamais a elevação da sua prece ao Senhor, e, de outra
parte, jamais se empenhará em discussão, seja sobre que assunto for, com
qualquer dos vossos semelhantes. A sabedoria em tais casos, quando se
apresentem, estará, invariavelmente, com aquele que souber conter-se,
considerando que nada de bom poderá colher do resultado duma contenda. E se lhe
ocorrerem nesses momentos estas minhas palavras, retraindo-se de discutir com o
semelhante, ainda que o mesmo se considere o certo, então poderá considerar-se
verdadeiramente sábio, por ter evitado talvez um grande aborrecimento. Esta é
também uma faceta da sabedoria. O homem sábio não é só aquele que possui os
maiores conhecimentos científicos e linguísticos da Terra; mas igualmente todo
aquele que souber evitar um debate inconveniente com o semelhante, ainda que o
mesmo se atribua a superioridade ou a sapiência no assunto. Para o Senhor
Jesus, mais valerá a sabedoria de quem soube conter-se serenamente, em
homenagem à harmonia que deve existir entre todas as almas encarnadas.
Mas ainda desejo tratar
deste assunto sob outro aspecto. Para todas nós, almas viventes no mundo
espiritual, é motivo de grande alegria podermos testemunhar do nosso plano, a
manutenção do princípio da harmonia entre as almas encarnadas, pela deliberação
de uma delas em se recusar a alimentar uma divergência de pontos de vista, com
outra alma igualmente encarnada. Aquela que assim procedeu torna-se desde logo
merecedora do nosso incondicional apoio, no sentido de a fortalecer no seu
entendimento, como também de projetarmos novas luzes sobre o seu diadema, para
ajudá-la a galgar mais rapidamente os degraus que ainda lhe faltarem para
atingir o cimo da montanha da sua sabedoria. E a propósito eu recordarei aqui o
velho conceito de que os sábios verdadeiramente sábios não discutem.
Eles formulam a sua opinião baseados no que conseguiram aprender ao longo de
suas inúmeras experiências, e jamais discutem com seus interlocutores. Estes se
apresentam muitas vezes apenas ansiosos de contrariar as idéias dos sábios para
conseguir perturbá-los e apresentá-los vencidos. Os sábios, entretanto, dentro
da relatividade da sua sabedoria, enunciam as suas opiniões quando isto lhes
parecer conveniente, porém não as discutem. Se ouvirem de seus interlocutores
opiniões dignas de estudo, os sábios as recolhem e vão estudá-las, sem,
contudo, se submeterem a discussões que podem resultar estéreis. Eis um conselho
a mais que eu aqui vos deixo: não discutais jamais, seja em torno do que for.
Uma vez formulada a vossa opinião resultante dos vossos conhecimentos e
experiência, deveis retrair-vos para não dar campo a discussão. Se isto se der
em público, e vos sentirdes seguros do que disserdes, ficai com a vossa
opinião, mas fazei-o respeitosamente para com o vosso interlocutor. O público
ou vos apoiará, ou apreciará a vossa conduta respeitosa, embora fique com a
opinião contrária. Jamais aceiteis, outrossim, a tarefa de contradizer o vosso
semelhante, visando a derrotá-lo. É este um tipo de discussão dos mais
lamentáveis. Quem semelhante tarefa aceita, arrisca-se a uma possível derrota
moral além de se deprimir a si mesmo perante os seus amigos e Guias espirituais
que o acompanham e protegem no sentido de outro tipo de vitórias, as vitorias
do Espírito, que são as vitórias morais. Eis, filhas e filhos queridos, um
assunto sobre o qual eu vos convido a meditar, pelo muito que tereis a lucrar
espiritualmente. Ele aí fica para vossa meditação.
Deixo-vos aqui a bênção que
o Senhor vos envia por meu intermédio, e a minha própria que eu vos ofereço de
todo o coração.
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