A luz projetada pelos
mundos iluminados sobre aqueles que não possuem, e que são ainda milhões deles
a rolar no infinito, é que proporciona aos respectivos habitantes condições que
lhes permitem permanecer em seu veículo denso nesses mundos. Sem a luz projetada
pelos mundos iluminados, a vida seria impossível na quase totalidade dos que a
não possuem, em cujo número teremos de incluir o mundo terreno.
Efetivamente, a Terra
sem a projeção luminosa que sobre ela se derrama, seria um planeta
absolutamente incompatível com a vivência humana. Suas plantas morreriam por
falta de alimento atmosférico impregnado do nitrogênio, o oxigênio
desapareceria e a vida humana cessaria por completo na superfície. De maneira
que a vida de todos os seres na Terra está condicionada à projeção luminosa
constante, ininterrupta, de outros planetas do seu sistema solar. Resulta deste
fato o desenvolvimento de todos os setores do progresso humano, desde os
mínimos aos máximos detalhes da vida material de todas as criaturas. Sem a
luminosidade projetada sobre a face da Terra durante as vinte e quatro horas do
dia, o ar se tornaria irrespirável tanto ao ser humano como aos animais,
cessando a vida também sob as águas, que se tornariam compactas pela ausência
do hidrogênio que as mantém no estado de fluidez atual.
Vemos pelo que acabo
de expor que o vosso planeta não possui vida própria como poderíeis supor, mas
depende em determinado grau daqueles que projetam suas irradiações benéficas
sobre ele. Isto acontece em virtude da interdependência de tudo quanto existe
no Universo, da mesma maneira que existe a interdependência entre os seres
humanos viventes na Terra ou em outros planos da vida universal. Conscientes
então dessa verdade, de que a vida terrena é um misto de interdependência e
dependência, pois que jamais algum ser humano se bastou a si próprio, devem os
homens e as mulheres submeter este fato à sua meditação constante, com o que
atrairão novas luzes para o Espírito, em face da amplitude de raciocínio que adquirirão.
No dia em que os seres humanos se capacitarem desta verdade, mais antiga do que
a totalidade dos mundos habitados, suas vidas alcançarão um tal sentimento de solidariedade,
que será capaz de eliminar por si só quase todos os prejuízos decorrentes da
ambição de grandeza ou superioridade sobre os seus semelhantes.
A interdependência
humana pode ser constatada nos mínimos detalhes da vida de cada um, desde o ato
do nascimento ao sepultamento, e em meio a todos os demais que forem praticados
no intervalo destes dois. Em nada, pois, deve o homem considerar-se independente,
quer seja no período de sua permanência no solo terreno, quer o seja após o
regresso ao seu plano de vida espiritual.
Se eu vos disser
aqui, estimados leitores, que nem o Senhor Jesus se considera independente em
sua vivência espiritual, estarei dizendo-vos uma autêntica verdade porque
realmente assim é. O Senhor Jesus, investido pelo Pai Celestial da
responsabilidade de presidir à evolução da humanidade terrena, tanto durante o
período em que as almas aqui se encontram encarnadas, quanto em seus estágios
nos diversos planos espirituais, o Senhor Jesus sente-se de tal maneira ligado
ao progresso evolutivo de cada uma, que sua preocupação de todos os instantes o
torna interdependente para com todas elas.
Poderá parecer aos
menos ingressados nesta ordem de conhecimentos espirituais, que Nosso Senhor
Jesus, como Espírito da mais elevada categoria que é, possa considerar-se
absolutamente independente perante a humanidade que lhe foi confiada para governar,
podendo por isso viver uma existência de tal modo independente que nenhum
problema exista jamais a toldar as claridades da sua existência de ser
privilegiado e feliz. O Senhor Jesus, enfeixando responsabilidades que nenhum
de vós jamais poderá imaginar, porque sua atenção e desvelo têm de abranger bilhões
ou trilhões de almas em pleno desenvolvimento espiritual, podeis crer que não
se passa um minuto sequer em que sua atenção, suas vistas e seu desvelo não
estejam fixados individualmente em cada um dos seus guiados, seja naqueles que
na Terra se encontram angariando novas luzes para o Espírito, seja em quantos
repousam nos planos estagiários do Além, no período de assimilação do que na Terra
realizaram de bom e de útil em sua última estada neste planeta.
Por esta exposição
sucinta podereis fazer uma pequena idéia das preocupações do Senhor nas vinte e
quatro horas do dia, em que seus pensamentos e cuidados se encontram fixados em
todos vós, acompanhando vossos atos, atitudes e pensamentos, procurando conduzir
a todos da melhor maneira pelo único caminho que conduz os seres humanos à
sua verdadeira paz e tranqüilidade espiritual.
Quando ascenderdes um
pouco mais na escala do progresso espiritual, haveis todos vós de constatar que
quanto maior for o progresso espiritual, maiores serão também as
responsabilidades de cada um. Com a ascensão espiritual dá-se o refinamento da sensibilidade
do indivíduo, o que lhe permite abranger cada vez um campo maior e mais vasto
de atividades, nascendo daí o sentimento da necessidade do próprio indivíduo
tentar realizar também algo mais do que até então, do que resulta um aumento de
responsabilidade para si próprio. A certa altura da nossa evolução espiritual,
(eu digo nossa porque somos todos iguais) passamos a encarar a vida universal
por um prisma diferente daquele que conhecíamos, apresentando-se-nos novos e
importantes detalhes algo surpreendentes. A evolução do Espírito coloca-o
lentamente em contato com processos e ensinamentos verdadeiramente surpreendentes,
porque jamais imaginados, e isto leva o Espírito cada vez mais à convicção de
que, embora ele seja um ser aparentemente independente, sua vida, a sua
felicidade, a sua paz e tranqüilidade encontram-se cada vez mais condicionadas
à felicidade, paz e tranqüilidade dos seus semelhantes. Nasce então ou se
desenvolve desse sentimento novo, o desejo ardente, o empenho necessário de ajudar
os menos evoluídos a galgarem também o degrau em que esse Espírito se encontra,
para que, evoluindo todos, todos possam gozar por igual à paz e a felicidade
que a evolução nos proporciona.
Não são outros os
motivos pelos quais eu me encontro novamente na Terra, desta vez em Espírito,
tentando incutir nos vossos Espíritos a idéia grandiosa de que o vosso
progresso evolutivo constitui a maior riqueza que podereis levar da Terra,
porque, sendo um patrimônio do
vosso Espírito, só terá probabilidades de crescer e se multiplicar com o
decorrer dos anos ou séculos, multiplicando-se paralelamente a vossa felicidade
espiritual. Desejo esclarecer em continuação ao que ficou dito, que a evolução
alcançada pelo Espírito, proporcionando ao mesmo uma visão maior do panorama
universal, e com ele maiores responsabilidades, em nada pode atemorizar quem quer
que seja, uma vez que a sua felicidade corre em paralelo com a sua evolução.
E
aqui eu me reporto ao que escrevi a respeito das responsabilidades do Senhor
Jesus, que são grandes, imensas, inavaliáveis por nós outros. Há uma espécie de
alegria na vida espiritual de todas as almas, que se constitui na maior
recompensa para elas em face do que de bom possam ter proporcionado a outrem.
No caso de Nosso Senhor Jesus, por exemplo, não encontra este elevadíssimo
Espírito alegria maior, e portanto maior compensação para os imensos cuidados e
preocupações com que conduz o seu rebanho terreno, do que registrar em seu
magnânimo coração o comportamento dos seus guiados terrenos, face aos
ensinamentos e conselhos que eu e outros emissários estamos difundindo perante
os nossos irmãos encarnados, que sois todos vós estimados leitores. E como os
dias que se aproximam da Terra prometem surpresas jamais imaginadas pelos
homens e mulheres, Nosso Senhor Jesus tem redobrado de cuidados e preocupações
pela comodidade de todos os encarnados.
Seria para desejar,
por conseguinte, que estas linhas não fossem apenas lidas com a curiosidade de
chegar ao fim do livro, porém meditadas, parágrafo por parágrafo, porque isso
revelará nas entrelinhas ao entendimento do leitor, uma parte talvez
substanciosa do que está para acontecer neste pequeno mundo terreno. Já estais
perfeitamente informados em linhas gerais da necessidade sentida no Alto de
operar certas modificações na estrutura da Terra, a fim de melhor aproveitar áreas
enormes até hoje improdutivas, para a manutenção e progresso dos seus
habitantes. Essas modificações foram planificadas desde muitos anos no Alto
para serem realizadas, em face de determinadas condições francamente propícias
a se verificarem em todo o sistema que envolve a Terra. Desse fato devem
resultar desencarnações possivelmente em número avultado, cujas almas serão
recebidas, assistidas, ou conduzidas carinhosamente pelas organizações
incumbidas dessa tarefa, conforme explicou o Irmão Thomé em seus livros que
conheceis.
É necessária,
entretanto, uma preparação daqueles que poderão desencarnar em conseqüência dos
fatos anunciados. Essa preparação não apresenta a menor dificuldade porque
consiste de bem pouca coisa: apenas o contato diário dos seres humanos com as
Forças Superiores por meio da oração, como sabeis. Seria realmente para lamentar
se após a verificação dos fatos, houvesse necessidade das Forças Superiores
terem de lançar suas redes no vácuo existente fora da atmosfera terrena, a fim
de recolherem as almas desprevenidas ou incrédulas. E para que isso não
aconteça é que tudo foi previamente estudado, previsto e programado, com vistas
inclusive ao recolhimento na atmosfera terrena ou fora dela de todas as almas
dos encarnados que, mais preocupados com interesses transitórios, se descuram
daqueles que verdadeiramente devem constituir a finalidade de sua vinda a
Terra.
Para finalizar eu vos
direi algo muito interessante porque da maior utilidade para todos vós enquanto
na Terra. Refiro-me aos vossos conhecimentos religiosos em relação ao que venho
dizer-vos. No Alto como na Terra são respeitadas todas as escolas religiosas,
porque todas elas têm sua utilidade, segundo o entendimento de seus adeptos.
Isto não impede, porém, que os adeptos de qualquer escola religiosa se preparem
para deixar a Terra a qualquer instante em que possam ser levados a isso,
porque o socorro espiritual não faz distinção entre católicos, evangélicos,
muçulmanos, israelitas, budistas ou induístas, porque, sendo todos filhos do
mesmo Deus embora subordinados a correntes de pensamento diferentes, todos
serão recebidos, assistidos ou socorridos com o mesmo empenho e carinho. As
organizações socorristas estão preparadas para atender a todos os que vierem a
desencarnar na Terra em face dos trabalhos em andamento, conduzindo seus Espíritos
aos planos a que pertencerem, segundo o respectivo grau de desenvolvimento
espiritual. Todos os filhos são iguais perante o Pai Celestial.
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