Os homens e as mulheres viverão pela primeira
vez em toda a sua vida multimilenar, dias, meses e anos que hão de ficar
gravados para sempre em sua memória espiritual. Nunca, em tempo algum dos milênios
vividos pelos Espíritos atualmente encarnados na Terra, se registraram
acontecimentos do porte dos que se aproximam, e que deverão operar uma
transformação em profundidade na vida e na estrutura física da Terra. O
registro destes acontecimentos importará sem dúvida alguma na partida de
regresso ao mundo espiritual, de grande número de Espíritos hoje em dia bem
situados entre apreciáveis bens patrimoniais, acumulados à custa dos anos e
anos de um labor incessante por parte dos seus possuidores, ou simplesmente
havidos por meio de heranças de antepassados que outra coisa não terão feito
senão cuidar do seu patrimônio material. Precisamente para encerrar na Terra
esta forma de os Espíritos nela encarnados encaminharem as suas numerosas
existências no corpo, é que o Senhor do Mundo preparou e fará executar
transformações substanciais na estrutura e na vida deste pequeno planeta.
Atendendo ao convite com que me distinguiu o
Senhor do Mundo, aqui me encontro hoje para grafar também algumas palavras de
advertência a todos os seres humanos de qualquer que seja a região em que
habitem, palavras que procurei tornar o mais claras e precisas, para que bem
traduzam o meu pensamento, neste fim de civilização que se aproxima. Não vale
fortuna, não valem situações privilegiadas, não valem honras nem glórias
materiais conquistadas pelos meus queridos irmãos encarnados, em face da
necessidade, da urgência, da premência mesma em que todos se encontram de se
disporem sem perda de tempo a cuidar da única fortuna, da única e verdadeira
fortuna que seus Espíritos devem tratar de construir para os dias que se
aproximam, e que deverão ser decisivos para cerca de duas terças partes dos
viventes atuais da Terra. Se o Senhor do Mundo houve por bem convidar meu pobre
Espírito a vir dizer-vos estas palavras, um Espírito que hoje recorda com
profunda saudade suas diversas existências em que tanto lutou e sofreu a
serviço do esclarecimento dos homens de sua época; se o Senhor julgou
necessário que também eu viesse trazer-vos minha mensagem de advertência, é,
sem nenhuma dúvida, para que ouvindo ou lendo minha palavra, possam vossos
Espíritos parar um pouco no afã de seu patrimônio material e meditar a sério no
futuro que a todos aguarda bem proximamente.
Sem querer fazer profecia, por não ter sido
esta jamais a minha especialidade, sempre direi, meus irmãos encarnados, ante a
visão que me foi dado contemplar do que está para vir, sempre vos direi então
que as mais belas como as maiores cidades atuais da Terra ficarão simplesmente irreconhecíveis
para quantos de vós se habituaram a contemplá-las. Não seria mesmo possível
proceder-se a uma transformação planetária em profundidade, sem mexer nas
grandes aglomerações atuais de vossas grandes cidades, pela necessidade de
eliminar e corrigir quantos desacertos aí foram instalados pela mão do homem,
em sua ânsia de grandeza e fortuna perecível.
Bem sei que minhas palavras vos surpreendem e
assustam, pela franqueza com que são proferidas. Melhor será, contudo, que
fiqueis desde agora prevenidos acerca do que projetado está para o vosso mundo,
do que virdes a ser tomados, já não direi de surpresa, mas de terror pânico
quando os fatos se positivarem. E se, em algum tempo que vem correndo em vossa
direção, as coisas que antecipo se terão de positivar, melhor será que estejais
desde agora advertidos, e por isto com tempo ainda de tomardes as vossas
providências.
E que providências poderão tomar os meus
queridos irmãos encarnados? Repito, que providências poderão os viventes deste
agitado fim de civilização tomar, com o fim de se salvaguardarem dos
acontecimentos que se aproximam? Em resposta às perguntas que cada ser humano
poderia ele próprio fazer, eu mesmo responderei dizendo-vos que não são nada
difíceis e até agradáveis em si mesmas.
Sabendo-se que todos os Espíritos encarnados
aqui se encontram por determinado período de tempo, com o objetivo exclusivo de
buscarem novas luzes para si mesmos, luzes que apenas poderão conseguir através
da prática de ações meritórias aos olhos do Senhor do Mundo, e que sua
integração na vida material do planeta é de caráter absolutamente transitório;
sabendo-se que nenhum Espírito pode levar em sua bagagem espiritual a menor
partícula que seja de seu patrimônio material acumulado ao longo de sua existência
na carne; sabendo-se tudo isto, e mais ainda que sua presente existência
importou em sério compromisso perante o Senhor do Mundo, no sentido de na Terra
se tornar cada um, um verdadeiro servidor do Divino Mestre Jesus; sabendo-se
tudo isto porque constitui um corpo de Lei Divina e imutável não há senão
colocar-se cada ser humano dentro de sua própria realidade, e tratar de
corrigir quanto até agora tenha feito em desacordo com o que aí fica.
Bem sabe o Senhor do Mundo que o invólucro
carnal consegue obliterar as melhores idéias, intenções e projetos trazidos a
Terra pelos Espíritos que nela se encontram enclausurados na carne. Existe,
porém, ao alcance de todos o meio hábil, preciso, infalível de recordar cada um
seus compromissos espirituais e de poder retomá-los antes que seja tarde. É por
meio da oração, e só pela oração que isto se consegue. A oração diária,
proferida com sinceridade e recolhimento, embora a muitos não o pareça, é o
meio mais poderoso que na Terra existe — e também no Espaço — de se reconciliar
cada um com Deus e Jesus, por ser a única maneira de poder um coração humano
entrar em contato direto e imediato com o coração do Divino Mestre.
A observação que do Alto costumamos fazer,
todos nós que nos encontramos no serviço divino, revela-nos ser ainda bastante
diminuta a percentagem dos seres humanos que adotaram o hábito da oração diária
ao Senhor do Mundo. Alimentamos todos nós, porém, a esperança de podermos
chegar em breve a registrar o crescimento dessa percentagem dos seres humanos
que vão adquirindo também o hábito da oração diária, com o que afastarão
seguramente do seu futuro próximo, sofrimento e aflições que sem ela certamente
teriam de suportar.
Devo esclarecer a todos os meus irmãos
encarnados, que o hábito da oração constitui uma espécie de lei em todos os
planos do Universo, pelo bem que consegue atrair para aqueles que oram, assim
como para quantos forem por ela envolvidos. A oração em si mesma, isto é, o
simples pronunciamento de fórmulas preestabelecidas ou não, não traduz toda a
grandiosidade do próprio valor. O que vale na oração, muito mais do que as
palavras proferidas é o sentimento que as inspira, é a vibração amorosa que
parte do coração que ora, diretamente àquele ao qual é dirigida. E sendo uma vibração
pura, sincera, amorosa, projetada no éter que circunda a Terra, após atingir o
coração do Senhor do Mundo, é por este transformada em outras tantas vibrações
do mais puro amor que, em face da lei de ação e reação, voltam a se integrar
amorosamente no coração que proferiu a oração. Isto tudo se processa
instantaneamente, meus queridos irmãos encarnados, sendo esta a razão por que
em certos casos de aflição, sofrimento ou preocupação muito séria, a oração
proferida pelo ser humano tem o mérito de um autêntico bálsamo, abrandando de
pronto ou mesmo extinguindo a causa que a determinou.
Orai pois, amigos e irmãos encarnados, sempre
que puderdes ou necessitardes de algum socorro espiritual, mas habituai-vos sem
demora os que ainda não o fazem, a orar diariamente ao Senhor do Mundo,
rogando-lhe que não vos esqueça nos momentos de perigo que se aproximam, para
que possais ser salvos por esse Grande Salvador que é o Nosso Divino Mestre
Jesus.
Uma recomendação ainda vos faço: ao orardes
ao Senhor, fazei-o com o melhor dos vossos sentimentos, tendo varrido antes do
vosso coração todo sentimento de ódio ou malquerença a quem quer que seja, para
que vossa oração possa ter o impulso bastante para alcançar o coração do
Senhor. De outra maneira não se afastaria ela, por mais que o quisésseis, do
vosso próprio ambiente.
Quem assim vos aconselha, repetindo,
certamente, o que outros Grandes Espíritos disseram, é um irmão vosso que
aprendeu em boa hora e desde séculos, a orar diariamente pela humanidade,
estejam os elementos que a compõem encarnados na Terra como em outros mundos ou
planos de vida do Universo. Isto me trouxe uma tão grande felicidade, irmãos
meus, que por consideração alguma eu mudaria hoje de hábito. Aqui vos saúda com
as vibrações mais puras do seu coração aquele que deixou este plano com o nome
de GALILEU
Not.
biogr. — Galileo Galilei Galileu — 1564-1642 — Grande matemático, físico e
astrônomo florentino. Nasceu em Pisa, Itália, em 1564. Cursava a Universidade
de Pisa, aos 19 anos, quando teve sua atenção despertada pelas oscilações
regulares de uma lâmpada que balançava na abóbada da catedral. Dessa observação
concebeu a idéia de aplicar o pêndulo à medição do tempo. Aos 25 anos de idade
era nomeado catedrático da Universidade de Paris. Foi o fundador do método
experimental, o inventor do termômetro e da balança hidrostática para a
determinação das densidades. Em 1609 construiu o seu telescópio. Observou a
Lua, cujas montanhas mediu; descobriu a seguir os satélites de Júpiter, o anel
de Saturno, as manchas e a rotação do Sol sobre seu eixo, as fases de Vênus,
corroborando com isso a presunção a favor do sistema Copérnico. Dirigindo-se à
Toscana a convite de Cosme II, que desejava homenageá-lo, os inimigos de suas
descobertas entraram a caluniá-lo junto à cúria pontifícia, terminando por
denunciá-lo junto à Santa Sé. Há esse tempo as idéias de Copérnico, divulgadas
em livro aprovado pelo papa Paulo III suscitavam a oposição ferrenha dos homens
mais eruditos da Europa, tendo os juizes de Roma condenado aquele sistema por
absurdo e herético. Em face desse juízo, foi ordenado a Galileu que abandonasse
também sua opinião quanto ao sistema Copérnico. Galileu obedeceu, mas alguns
anos mais tarde, em Florença, voltava a se manifestar a favor desse sistema num
trabalho intitulado: Dialoghi quatro, sopra i due systemi del mundo,
Ptolomaico et Copernico. Isso lhe valeu um processo movido pelo tribunal da
Inquisição, já aos 70 anos, sendo Galileu obrigado a pronunciar, de joelhos
diante dos juízes a abjuração de sua doutrina. Sabe-se, porém, que ao
levantar-se, Galileu teria batido com o pé no chão exclamando: E pur, si
muove! (E todavia, move-se). Foi então condenado e autorizado a retirar-se
para Arcetri, perto de Florença, onde ficou vigiado pela Inquisição. Em 1634
após haver perdido uma das filhas e de haver terminado seu Tratado de
Movimento, Galileu cegava, deixando numerosos trabalhos do mais alto valor
científico que deram origem à mecânica moderna.
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