Aconteceu certa vez num mundo pertencente ao
mesmo sistema solar da Terra, proceder-se a uma reforma fundamental na maneira
de viver de todos os seus habitantes, para que melhor aproveitados fossem os
anos por eles vividos nesse mundo. Com uma antecedência de mais de um século,
vinham os habitantes desse mundo sendo preparados espiritualmente para a
referida reforma, quer por meio do aparecimento entre eles de Espíritos
Superiores que se mostravam e lhes dirigiam sua palavra audível, quer durante
as horas de repouso do corpo, tal como sucede aos terrenos nos tempos que
correm.
Para bem se avaliar as disposições da
população desta esfera ou mundo de Deus, foi lançada uma espécie de proclamação
a todos os recantos habitados, na qual se lhe dava conhecimento amplo do fato
em perspectiva, pedindo resposta positiva de haverem os homens e mulheres
tomado conhecimento de tudo, tal era o desejo das Forças Superiores de dar
ciência a todos os habitantes do que se aproximava.
Sucedeu que a população do mundo em
referência, já um pouco mais evoluída do que a que na Terra atualmente se
encontra, aceitou de pronto o que se anunciava e preparou-se atentamente para
receber os acontecimentos. Verificou-se então no Alto, com muito agrado, que
mais de quatro quintos dos habitantes haviam manifestado por meio de vibrações
mentais uns, e em Espírito outros, durante o sono, não apenas a sua
concordância com os fatos anunciados, como ainda a disposição de formarem
núcleos vibratórios destinados a auxiliar o processo que lhes era comunicado.
A formação de núcleos vibratórios positivos,
por parte dos habi-tantes do planeta em referência, consistia na reunião
semanal do maior número possível de seres viventes naquele mundo, nas
instituições nele existentes para variados fins, cujos salões nos dias
designados se destinavam única e exclusivamente à concentração mental dos
habitantes presentes, cujas vibrações eram então captadas pelas Forças
Superiores e unidas às de todas as demais reuniões. O volume assim construído
semanalmente pelas concentrações de mentes em favor da reforma da vida
planetária daquele plano de vida, teve um efeito que poderei com muita
propriedade classificar de maravilhoso.
Com efeito, um trabalho vibratório de tal
natureza, repetido religiosamente todas as semanas, teve o mérito de promover a
desejada reforma moral e física do planeta sem maior abalo para a sua
população. Eu vos explicarei então como tal coisa foi possível, se um dos
pontos a reformar era precisamente a parte moral da população, que se mostrava
decadente de século em século, e necessitava, evidentemente, de ser reformada.
Eis então como as coisas se passaram, com muito agrado das Forças Superiores. Reunindo-se
semanalmente, como disse, cerca de quatro quintos da população planetária para
emitir exclusivamente pensamentos bons, firmes, de auxílio em favor da reforma
anunciada, e para que a mesma se processasse sem dano para as suas pessoas,
estas estavam em verdade promovendo a própria reforma moral de que
necessitavam, em face da lei mental que nos ensina a emitir pensamentos bons,
puros, limpos, em favor de outrem, para recebermos em troca vibrações da mesma
natureza.
Ora, a determinação adotada pelos habitantes
do plano, prolongada por vários anos a fio, visto como haviam sido informados
ser aquele o único meio de poderem salvar a própria pele, o que realmente lhes
interessava, esses habitantes passaram a receber uma contrapartida do que em
verdade emitiam, e ao cabo de alguns anos desta prática, quando lhes foi
anunciado estar a reforma praticamente terminada sem que tivessem sido
molestados, verificaram as Forças Superiores daquele mundo, ser já de teor
bastante elevado o nível mental de mais de oitenta por cento da respectiva
população.
Alguns cataclismos verificados na estrutura
do planeta em questão, em face da atitude mental de sua população, registraram
o desenlace de um número assaz reduzido de almas, precisamente entre os que
deixaram de cooperar com a grande maioria. É preciso que fique bem claro, para
o necessário entendimento de todos, que Deus, ou melhor, o Governador deste
como os dos demais planetas do Universo, não tem o mínimo interesse na
desencarnação das almas que em cada um deles se encontram em missão de
aprimoramento moral. Absolutamente, irmãos encarnados; o Senhor Jesus, por
exemplo, a quem o Pai Celestial entregou a humanidade destinada a evoluir na
Terra, não deseja de maneira alguma que seus guiados terrenos deixem o mundo,
por exemplo, aos quarenta, cinqüenta ou sessenta anos de idade, se todos
poderiam alcançar os oitenta ou mais, enriquecendo ao máximo o seu patrimônio
espiritual.
Desta sorte, o número de vindas à Terra em
corpo físico ficaria bastante reduzido, e esses Espíritos, muito mais
rapidamente ascenderiam a planos espirituais muito mais elevados, o que vale
dizer, passariam mais cedo a uma vivência de indizível felicidade.
Ora bem, meus irmãos encarnados; esta pequena
história que aí fica, é um relato fiel, embora sucinto, de acontecimento
realmente verificado, sem o que eu não poderia trazê-lo ao vosso conhecimento.
Ela serve muito oportunamente para que possais vós próprios ajuizar do que
podereis conseguir também em favor de toda a população terrena, se outros
quatro quintos dela se dispuserem a irradiar semanalmente, vibrações de alto
teor moral em prol da transformação do mundo em que atualmente viveis mais uma
existência na carne. Se vossos líderes espirituais, vossos dirigentes
religiosos, ou mesmo os diretores das vossas associações puderem capacitar-se
do grande bem que advirá para toda a população de uma prática sistemática da
concentração mental assim dirigida, ah! meus irmãos estimados! vossa alegria e
felicidade não terão limites quando em breve testemunhardes haverdes
atravessado uma fase de grandes sofrimentos sem deles haverdes participado.
Amigos meus, irmãos meus: quem assim vos fala
recebeu instruções para isso emanadas do Nosso Divino Mestre e Senhor Jesus, a
quem adora e venera há muitos séculos pela grandeza, misericórdia e
magnanimidade do seu coração. Quem assim vos fala deixou este mundo há mais de
dezoito séculos, tendo em sua última jornada recebido a pesada tarefa de cingir
uma coroa imperial que honrou até ao último momento. Já então meu Espírito se
afeiçoara ao Divino Salvador de Almas, e os meus atos só fizeram aumentar de
muito as luzes com que reencarnei. Para alcançar o êxito que alcancei à frente
do antigo império romano, eu devo confessar-vos com toda a sinceridade, eu
dedicava horas certas no dia para orar ao Senhor, dando conta dos meus atos com
as justificativas de cada um, e rogava com toda unção a sua inspiração e guia
para aqueles que eu devesse praticar nos dias subseqüentes. Devido a isto, e
unicamente a isto, eu devo o acerto com que me houve na direção dos povos que
me foram entregues. Sou profundamente grato às referências dos historiadores à
minha humilde pessoa, as quais eu transferi integralmente ao meu Divino Mestre
e Senhor.
Todos vós que estas linhas tiverdes sob os
olhos, deveis considerar-vos outros tantos imperadores, porque na realidade
assumistes tarefas semelhantes ao baixardes a Terra para construir lar e
família que tendes por dever governar. E para que o façais a contento do
Senhor, e d’Ele possais receber as graças e luzes de que ainda careceis, não há
senão fazer como eu próprio fazia diariamente: apresentar-lhe vossos atos com
as justificativas que os determinaram, e rogar-lhe inspiração e guia para os
dias subseqüentes.
Meus irmãos estimados: se assim vos
decidirdes daqui para o futuro, eu vos absolvo do mal que porventura possais
ter praticado no passado, com a justificativa de que não existe uma única
Entidade Superior que não tenha falido em seus princípios. No dia, porém, em
que decidiram praticar somente o bem, e o que mais é, comunicar-se regularmente
como seu maior protetor e amigo que é, incontestavelmente, o Senhor do Mundo, a
partir desse dia sua vida se transformou fundamentalmente, e ei-los em pleno
gozo de uma felicidade que a linguagem é incapaz de traduzir. Vós todos, por
conseguinte, que nestas linhas meditardes, podeis ascender desde agora àqueles
planos de luz e bem-aventurança que há séculos vos espera. Decidi-vos pois, eu
vos suplico com todas as forças do meu coração: começai já e já a prestar
vossas contas ao Senhor Jesus, e vereis com alegria o quanto essa prática
serviu para impulsionar o progresso dos vossos belos Espíritos. Aqui se despede
e vos abençoa em nome do Senhor Jesus, aquele que passou à história com o nome
de
MARCO-AURÉLIO
Not.
biogr. — Marcus Aurelius Antoninus Augustus — 121-181 — Imperador romano
famoso pela sua cultura filosófica, retidão de caráter e sentimentos
humanitários. Ascendeu ao trono na idade de quarenta anos, realizou um reinado
de grandes benefícios para o povo, em que foram suavizadas várias leis: os
escravos receberam novas garantias; as leis penais e o poder dos pais de
família foram atenuados; as cidades foram protegidas com a criação de curadores
encarregados da administração, e os menores pela criação de um pretor de
tutela; o direito de sucessão foi dado ao parentesco natural; foram criados
os registros do Estado e civil, e desenvolvida a instituição alimentar.
Seu
poder foi freqüentemente desafiado pela sublevação de várias províncias do
império, sendo necessário sustentar anos seguidos de guerra para pacificá-las.
Os bárbaros do Danúbio e da Armênia talavam a ferro e fogo as províncias e
ameaçavam de perto a Itália, tirando ao imperador todo o descanso. Por fim
desenvolveu-se, por todo o império uma peste mortífera que arrebatou ao
imperador seu grande amigo Lucius Verus, com quem partilhava o governo do
império como segundo imperador. Marco-Aurélio valia-se então da sua fé em
orações, sacrifícios e concentrações, para conseguir da Divindade a cessação do
mal que assolava o império, o que conseguiu ao cabo de algum tempo. Este grande
imperador veio a desencarnar no Danúbio aos 59 anos de idade, após haver
vencido lutas armadas bastante árduas, contra ambiciosos e descontentes com
seus métodos humanitários de governar.
Foi-lhe
erigida uma estátua de bronze dourado na praça do Capitólio, cm Roma, a qual
tem sido requestada por vários governantes para suas próprias regiões. Bustos
de Marco-Aurélio foram colocados nos museus do Vaticano, dos Ofícios, dos Studi
e do Louvre, a fim de perpetuarem perante as gerações futuras, a personalidade
deste Grande Espírito que foi imperador romano no Século II da era cristã. Sua
estátua em bronze dourado encontra-se atualmente defronte do paço de Latrão.
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