Os desígnios de Deus representam em verdade
leis imutáveis e perfeitas, que regulam e presidem a vida espiritual em todos
os mundos do Universo. Os desígnios de Deus cumprem-se portanto em todos os
mundos habitados, quer se trate de habitantes revestidos de invólucro carnal,
mais ou menos denso, como de Espíritos livres da matéria, habitando mundos
espirituais. Em qualquer das circunstâncias, pois, os desígnios de Deus são
integralmente cumpridos por todos os seres encarnados ou não.
São ainda os desígnios de Deus que determinam
e presidem a evolução dos planetas em todo o Universo infinito, com fases e
épocas predeterminadas para a sua ascensão ao grau imediatamente superior
àquele em que se encontram. Isto sucede igualmente na escala evolutiva de todos
os seres, de tal maneira que a nenhum vivente é permitida a sua estagnação
indefinidamente num mesmo grau evolutivo. Da mesma maneira que aos viventes na Terra
se torna indispensável o alimento do corpo, para cuja obtenção o indivíduo tem
necessidade de se movimentar, seja ele o mais ínfimo organismo ou o próprio ser
humano, assim na vida universal tudo se movimenta por essa força incoercível
que reside no íntimo do próprio ser, impelindo-o para frente e para cima,
segundo a Lei que preside e dirige a própria vida.
A ninguém e a nada, portanto, é permitido
estacionar indefi-nidamente, manter-se aferrado ao mesmo ponto em que o
colocaram os desígnios de Deus, porque o próprio ser possui no íntimo essa
força incoercível que o obriga a movimentar-se nesta ou naquela direção. Aquele
que tiver a felicidade de se movimentar na direção certa, que é aquela que
impulsiona o ser para frente e para cima, esse está seguindo o caminho de sua
própria evolução de acordo com os desígnios de Deus.
Ora bem, meus caros irmãos e amigos terrenos.
Já mencionei que o que sucede aos seres viventes, sucede igualmente aos
planetas que giram continuamente no Espaço, conforme está hoje em dia
matematicamente demonstrado. E esses planetas vivem por sua vez a vida que lhes
é própria, porque sua constituição representa a reunião de uma infinidade de
células e moléculas agregadas por força do próprio dinamismo que as conserva
unidas, necessitando por sua vez de alcançar conjuntamente os degraus que à sua
frente se encontram na escala evolutiva que lhes é própria.
A Terra, sendo como é, um membro ativo dessa
imensa família planetária, está determinado a alcançar um novo degrau, a fim
de que por sua vez possa oferecer melhores condições de vivência aos seres
espirituais destacados para povoá-la, já
com enorme volume populacional constituído por Espíritos que atingiram ao mais
alto grau na escala espiritual. E como esses Espíritos já alcançou em sua
evolução muito maior grau do que a Terra lhes pode oferecer, há que modificar
então as condições planetárias da Terra, para que esse tipo de habitantes possa
aqui permanecer.
Usei desta digressão mais ou menos sucinta
acerca da vida e evolução planetária, para justificar as modificações a serem
introduzidas em breve neste vosso planeta, as quais hão de certamente
determinar alguns acontecimentos extraordinários em sua superfície, para vós, e
em profundidade para as Forças Espirituais incumbidas da orientação, vida e
segurança da Terra.
O que possa acontecer em meio à vida terrena
não deve causar pânico a ninguém, assim como um grupo de operários não incomoda
aos observadores de suas atividades, mesmo quando se trate da demolição de
alguma pedreira gigantesca ou conjunto de edifícios, porque aos observadores
não escapa a idéia de que eles o fazem para modificar para melhor, seja o
desmonte da pedreira, seja a demolição citada, para erguer em seu lugar um novo
e portentoso edifício.
Assim pois, meus caros irmãos encarnados,
quando ouvirdes surpresos o eco ainda desconhecido, resultante da operação
transformadora da superfície da Terra, eco que tanto poderá assemelhar-se
àquele proveniente do trovão mais aterrador, como produzido pela expansão de
gases acumulados no interior do solo a que denominais terremoto; quando entre
surpresos e assustados ouvirdes o eco de tais acontecimentos, procurai
manter-vos em absoluta calma, com o que vos constituirdes um ponto de apoio das
Forças Espirituais Superiores que orientam esses fenômenos no solo terreno.
Para que assim possais manter-vos, será bastante vos recordar, do que aqui vos
informo, e estabelecerdes in continenti vossa ligação telepática com a
Misericórdia de Nosso Senhor Jesus, cuja assistência ou socorro, se for o caso,
prontamente vos chegará. Nada temais, irmãos meus. Os trabalhos realizados no
subsolo devem ser provavelmente ruidosos, projetando-se mesmo na superfície em
certas regiões do mundo. A transformação pla-netária da Terra assim o exige, no
cumprimento ainda dos desígnios de Deus relativos ao vosso mundo.
Eu bem sei que ao ler-me, vosso pensamento se
dirige preocupado para os vossos familiares, amigos e conhecidos desta vida que
viveis. Eu vos direi que vos liberteis dessa preocupação afetiva que porventura
dominar os vossos pensamentos, transferindo-a integralmente a Nosso Senhor
Jesus, o Salvador de Almas da Terra, porque antes de tais operações se
iniciarem, providências foram tomadas para socorrer a todos os filhos em todas
as latitudes. Sendo, como é, o Senhor Jesus, o refúgio certo de todos os filhos
encarnados na Terra, é para Ele, para o Mestre Divino que todos devemos apelar
em nossos momentos de dificuldades como de prova, valendo-nos exclusivamente da
fé que devemos implantar e desenvolver em nosso coração.
Está prevista, é certo, ao longo dos meses e
anos que durar o processo de transformação do solo terreno, — está prevista a
desencarnação de boa parte dos seres atualmente encarnados, não pelo motivo
dessa transformação, como à primeira vista possa parecer-vos, mas precisamente
porque essa desencarnação foi prevista antes de sua vinda na presente
existência, e assim apenas se cumprem os desígnios de Deus. Todos sabemos que a
vinda terrena tem um limite em cada indivíduo, e todos regressam a seu tempo ao
plano espiritual, o que muitas vezes fizeram antes mas não se recordam. A
felicidade que cada ser humano poderá alcançar agora, ao término de sua
presente existência, decorrerá, isto sim, do maior ou menor grau de fé que
houver implantado em seu coração. E o que vem a ser a fé? — poderão alguns
indagar. A fé, meus caros irmãos, é o sentimento mais delicado e sublime que o
ser humano poderá construir para toda a sua existência infinita. Pela fé
entrará o homem como a mulher, e também a criança, em comunhão direta com as
Forças Espirituais Superiores personificadas por Nosso Senhor Jesus; pela fé o
Espírito encarnado adquire os bens espirituais e também materiais que devem ornar
sua personalidade na Terra; pela fé o recém-desencarnado desfere um vôo sublime
do solo terreno ao plano espiritual condizente com a luminosidade de sua
própria fé; pela fé o ser humano entra em comunicação com as Forças do Bem
sempre que o desejar, bastando-lhe para isso abrir-lhes o coração puro, isento
de todos os sentimentos negativos ainda existentes no mundo terreno; pela fé,
finalmente, o homem como a mulher transforma o mal em bem, a doença em saúde, a
morte em vida, a tristeza em alegria, enfim, tornam-se possuidores de um grau
tão elevado de felicidade só limitado pela própria vontade.
Eis aí, amigos que muito prezo, o que Nosso
Senhor Jesus me recomendou viesse dizer-vos por este meio, um irmão cujo nome
talvez jamais tenhais ouvido pronunciar, porque em verdade muito poucos
encarnados têm tido conhecimento de que vivi na Terra inúmeras vezes a serviço
do Divino Mestre. Meu nome deve constar dos primórdios do Cristianismo, época
em que dei ao planeta o máximo que meu pobre Espírito pôde dar. Recebei pois as
saudações daquele que daqui partiu há longos, longos anos, com o nome de
PLUTARCO
Not.
biogr. — Escritor grego dos mais notáveis. Nasceu em Queronéa, na Beócia, entre
os anos 45 e 50, e desencarnou na mesma cidade no ano 125. Durante sua primeira
educação na terra natal, as lições dos mestres eram completadas pelas narrações
de seu avô Lamprias, e pelos conselhos de seu pai Ninarco. Aos vinte anos foi
para Atenas, onde completou seus estudos de retórica e ciências. Foi eleito deputado
a Corinto, junto ao procônsul Achaia. Visitou o Egito e esteve várias vezes em
Roma durante o reinado de Vespasiano, onde pronunciou conferências. Visitou
vários outros lugares da Itália, regressando em seguida à cidade natal onde
viveu o resto da vida. Informam os biógrafos que Plutarco deu o exemplo de
todas as virtudes de família; iniciou na filosofia sua mulher Tinmoxena e seus
filhos, viveu num circuto de pessoas amáveis e instruídas, das quais ele era o
oráculo; exerceu em Queronéa as mais altas funções da magistratura e fez parte
do colégio sacerdotal de Delfos. Plutarco escreveu um grande número de obras
sobre os mais diversos assuntos, cujo estilo revela no seu autor uma leitura
inteligente, familiar com o vocábulo filosófico e científico. Muitas de suas
obras perderam-se; outras foram mutiladas ou resumidas. Conta-se que alguns
escritos apócrifos foram introduzidos na coleção de suas obras. Distinguem-se,
porém, no conjunto das produções de Plutarco, dois conjuntos: as Obras
Morais e as Vidas Paralelas. As primeiras tratam dos mais diversos
assuntos, menos de biografias. Mas o que sobretudo tornou popular o nome de
Plutarco foram as Vidas Paralelas, obra geralmente conhecida pelo nome
de Vida dos homens ilustres, que continua obtendo enorme êxito ainda nos
tempos modernos. A obra completa de Plutarco encontra-se nas séries Teubner e
na Biblioteca Didot. A edição da Moralia com Index Graecitatis de Wyttenbach
(1795-1830) recomenda-se como trabalho valioso.
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