Passa já da hora o vosso despertar espiritual . . . Saiba que a tua verdadeira pátria é no mundo espiritual . . . Teu objetivo aqui é adquirir luzes e bênçãos para que possas iluminar teus caminhos quando deixares esta dimensão, ascender e não ficar em trevas neste mundo de ilusão . . .   Muita Paz Saúde Luz e Amor . . . meu irmão . . . minha irmã

sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

CAPÍTULO XVII - Livro: Corolarium – ditado pelo Espírito de Maria de Nazareth ao médium Diamantino Coelho Fernandes. A Fonte do Supremo Bem. — Necessidade do hábito da prece. — Um episódio bastante elucidativo. — Duas almas afins combinam unir-se na Terra. — Um método de vida para todos os lares. — Onde existe realmente o vale de lágrimas.




As coisas que acontecem às almas encarnadas na Terra, acontecem semelhantemente em todos os planos do Universo, e fazem parte do processo evolutivo de todos os seres viventes em cada um desses numerosos planos. As coisas que todos vós registrais ao longo da existência anual de almas encarnadas, têm todas o seu lado útil para cada um de vós, embora possais registrar algumas menos agradáveis ou menos felizes a vosso próprio juízo. O que, entretanto, haveis de constatar, é que uma experiência a mais tenha sido aproveitada em face do acontecido, experiência que todos vós assinalastes para sempre.

É certo que certas coisas acontecem às almas viventes neste vosso plano atual, para cujo acontecimento não tenhais contribuído. Nestes casos, que não são raros, tereis sido envolvidos no acontecimento em que tereis sido parte, e dele colhereis também alguma experiência, mas colhereis igualmente compensações de ordem espiritual que se transformarão em bênçãos para vós, enriquecendo o vosso diadema. O que cumpre, então, a quantos vivem a vida terrena, para que possam, ou livrar-se de envolvimento por acontecimentos pertinentes a terceiros, ou se conservarem imunes aos mesmos, é estarem permanentemente ligados à fonte do supremo bem que é o Nosso divino Mestre Jesus, donde emana toda assistência e proteção para as almas encarnadas em suas necessidades ou vicissitudes. O hábito da prece é, nestes casos que podem surgir no vosso caminho, o elemento maior e mais eficaz ao vosso alcance em quaisquer circunstâncias. 

Haveis de constatar todos vós, meus queridos, que eu, assim como os emissários que vieram ao vosso ambiente ditar outros livros, todos nos apoiamos nesta grande recomendação em torno da necessidade do hábito da prece. Eu direi então que esta recomendação justificaria por si só a vinda de tantas Entidades evoluídas ao vosso meio terreno, porque, efetivamente, é da prece que mais necessitam as almas encarnadas para vencer os obstáculos de toda a sorte que encontram ao longo de sua existência na carne. Livrando-se dos obstáculos por meio da prece, estarão aumentando paralelamente a própria luz espiritual, objetivo único de sua vinda mais uma vez a este proclamado vale de lágrimas. 

A propósito deste qualificativo dado ao mundo terreno, o qual não é de todo sem fundamento, eu vos contarei um episódio bastante elucidativo. Encontravam-se no Alto certa vez duas almas afins, cuja estada nesse plano já se prolongava bastante, ambas desejosas de aumentar a luz espiritual. Como tal coisa só se possa conseguir mediante a sequência de encarnações no plano físico, que é este a que chamais vale de lágrimas, aquelas duas almas decidiram empenhar-se junto aos seus Dirigentes Espirituais para deles conseguirem a necessária permissão para reencarnarem. Atendidas carinhosamente, pelos Dirigentes do seu plano, as duas almas expuseram o seu grande desejo de voltarem à Terra uma vez mais em busca de maiores luzes, rogando inclusive a graça de na Terra se encontrarem e juntas viverem a sua reencarnação. Ouvidas as suas rogativas com o carinho dispensado pelos Dirigentes Espirituais aos seus dirigidos, houveram aqueles por bem ponderar às duas almas a circunstância de ser a Terra designada por vale de lágrimas onde de fato as almas sofrem às vezes dolorosamente, vertendo copiosas lágrimas em seu trajeto. As duas almas ouviram atentamente a ponderação e concordaram em reencarnar assim mesmo, certas, diziam, de que cada lágrima vertida na Terra deve corresponder a uma aresta que se desprende da alma, a qual desta maneira se eleva e ilumina. A permissão foi então concedida às duas almas afins e estas tiveram marcado o mês e dia do seu nascimento, em lugares muito distantes na Terra.

Passaram-se meses e anos com o contínuo movimento circular da esfera terrestre, enquanto as duas almas afins desenvolviam os respectivos veículos físicos, sem qualquer recordação do que no Alto se passara para a sua vinda à Terra. Este fenômeno verifica-se infelizmente com todas as almas que reencarnam, olvidando por completo a memória espiritual deixada no plano em que no Alto viviam. Isto explica também o fato de muitas almas encarnadas enveredarem por caminhos outros que não aqueles que prometeram seguir na Terra para a realização dos objetivos visados. Um único meio existe então, para que possa cada alma encarnada ou ser humano, recordar planos, compromissos e objetivos determinantes da sua presente estada na Terra. Este meio que nós não nos cansamos de recomendar a todos vós, pelo nosso grande empenho em que consigais romper a treva das vibrações inferiores e elevar-vos decididamente para a luz e para o Alto, este meio consiste efetivamente na prece diária, na prece sincera do vosso coração dirigida ao coração magnânimo do Senhor, sendo, como disse, o único pelo qual podereis recordar em vossa memória física quanto deixastes guardado na memória espiritual. 

Volvamos, porém, às duas almas reencarnadas em lugares distantes do vosso mundo, vivendo a vida instintiva como todas as demais, olvidadas de promessas e compromissos firmados no Alto. Dizeis vós com muita propriedade que o mundo dá muitas voltas e numa dessas voltas muitas pedras se encontram. Este conceito é verdadeiro porque em verdade, as criaturas constantemente se deslocam na Terra, podendo talvez contar-se as que nascem, vivem e desencarnam nos mesmos lugares de nascimento. Sucedeu, pois, que uma das almas afins se deslocou a seu tempo do lar em que nascera e, conduzida inconscientemente por Forças Superiores, foi pousar ou aportar precisamente na cidade, vila ou metrópole em que a outra vivia despreocupadamente a sua vida simples de alma inteiramente olvidada de promessas e compromissos firmados no Alto. 

Há um ditado muito certo que todos conheceis, o qual diz que o que tem de ser traz força, e assim sucede realmente. As Forças Superiores se incumbem de movimentar e conduzir as almas encarnadas seguindo os reais objetivos e finalidades de cada uma, suprindo dessa maneira a ausência das recordações de cada alma em sua memória física. Desta maneira foi que vieram a encontrar-se as duas almas afins no mesmo núcleo populacional onde uma delas havia nascido. As duas haviam prometido procurar-se até se encontrarem na Terra, fossem quais fossem as dificuldades ou obstáculos a vencer para isso. Assim aconteceu realmente. As duas almas encontraram-se, é certo, mas não se reconheceram, em consequência ainda do olvido de sua memória espiritual. As Forças Superiores, porém, se incumbiram de as aproximar por inspiração de outras mentes, fato que realmente as aproximou pelo despertar duma grande simpatia recíproca. Tal acontecimento teve lugar na segunda década do século XX, e as duas almas afins se uniram desde então, constituindo provavelmente o lar mais harmonioso e feliz do século. No momento em que escrevo, as duas almas ainda permanecem, contentes, amando-se reciprocamente como desde o Alto, atestando com isso que o mundo terreno pode ser considerado vale de lágrimas apenas para quantos esqueceram suas promessas feitas solenemente no Alto, e aqui perambulam tateando os caminhos terrenos, vertendo lágrimas de dor cada vez que sentem nos pés o contato das urzes e espinhos que não conseguiram afastar. Para almas, porém, que adotaram desde cedo o hábito de orar a Jesus com o mesmo fervor com que se entregam ao alimento de sua matéria, para essas almas a Terra já deixou de ser aquele vale de lágrimas de que falais, para se constituir num estágio necessário à aquisição de maiores luzes espirituais. Eu falo-vos desta maneira a respeito das duas almas irmãs que realizaram na Terra o seu objetivo na presente jornada, porque as conheço muito de perto e acompanho com atenção o desdobramento de suas atividades neste plano. Eu e várias outras Entidades evoluídas percorremos periodicamente o ambiente terreno, com o propósito de identificarmos os lares onde a harmonia e o amor se hajam realmente instalado, tendo a felicidade de podermos já hoje contar um bom número deles. Verificamos, outrossim, que quando os lares terrenos são construídos por almas realmente afins, da mesma elevação espiritual, a vida se constitui para essas almas um feliz passatempo, não obstante os percalços naturais da existência a que  muito poucas ou nenhuma alma consegue fugir. 

Em minhas vindas ao vosso meio nesta tarefa de identificação dos lares harmoniosos, eu tenho adotado hospedar-me incógnita em vários deles para melhor sentir o ciclo vibratório de cada um. E quando tenho a ventura de me hospedar num lar como tenho encontrado muitos, felizmente, em que o entendimento das almas que o compõem se constitui a constante desse lar, de par com o apuro de linguagem usada pelos seus ocupantes, eu vos confesso, minhas filhas e filhos queridos, que me sinto nesses lares tão bem, tão feliz, que a eles procuro voltar sempre que se me ofereça oportunidade.
 
Um desses lares, repito-o aqui, onde muito me apraz hospedar-me, é o constituído por aquelas duas almas afins, às quais me venho referindo. Aprecio sobretudo nesse lar o método estabelecido desde muito em sua vivência, dividindo os encargos administrativos. Estabeleceram aquelas duas almas um método que muito tem contribuído para a sua harmonia e felicidade. À esposa foi atribuída a administração interna do lar, com poderes de resolver todas as questões relacionadas com os servos, a alimentação, os serviços internos, e por último também a administração das economias do casal. À outra parte incumbe a formação dos recursos da família pelo seu trabalho, e opinar quando necessário nos assuntos internos. Com este método de vida não existem as questiúnculas tão frequentes noutros lugares, sendo tudo resolvido na mais perfeita harmonia entre as duas grandes colunas do lar. Eu ocupei-me deste caso no presente capítulo, pelo meu grande desejo de que esse método se estenda a todos os demais lares terrenos, a fim de que a felicidade e a harmonia neles se instalem também e para sempre. Tenho apreciado igualmente em outros lares que tenho visitado, o que muita me agrada e conforta, o sentimento de respeito e consideração manifestado pelos filhos para com os pais, em consequência, aliás, da maneira pela qual esses filhos receberam dos pais os princípios insubstituíveis da educação doméstica, que só os pais sabem dar — quando sabem e se acham em condições de dar. 

Existe, porém, infelizmente, o outro lado da medalha, minhas filhas e filhos queridos. Tenho tentado em vão permanecer em lares de tal maneira desarmonizados em face do desentendimento existente entre seus responsáveis, que eu muito deploro, e deles me afasto verdadeiramente desconsolada. Não os abandono, porém. Retornando ao Alto, realizamos reuniões de prece por esses lares e seus ocupantes, com o fim de emitirmos vibrações de amor e entendimento sobre eles, e algo já podemos registrar em favor desse objetivo. Nesses lares assim desarmonizados, desentendidos, é que se encontra o verdadeiro vale de lágrimas, alimentado pelas dificuldades e sofrimento das almas que neles vivem sua existência terrena, inteiramente esquecidas de que a prece fervorosa elevada diariamente ao Senhor Jesus ou ao Pai Celestial, constituem o mais sólido amparo de que tanto carecem para superar todos os percalços da vida. 

Eu vos declaro então, em face da minha  experiência, que a Terra só pode merecer o conceito de vale de lágrimas, daqueles que tenham olvidado por completo a memória espiritual e não se esforcem em recobrá-la. Porque para aqueles que oram diariamente do íntimo d'alma o conceito que fazem da Terra é de uma verdadeira escola viva, onde vieram para estudar e progredir espiritualmente.   

Deixo-vos aqui a bênção que o Senhor vos envia por meu intermédio, e a minha  própria que eu vos ofereço de todo o coração.

CAPÍTULO XVI - Livro: Corolarium – ditado pelo Espírito de Maria de Nazareth ao médium Diamantino Coelho Fernandes. A visita das almas juvenis. — Um passeio ao belo parque celeste. — Eólia, uma flor que entende e responde perguntas; permanece seis meses aberta. — Plantas que conversam entre si. — Grande e belo lago onde milhões de peixes apreciam música.




Prosseguirei na descrição da visita que me fizeram aquelas almas juvenis do capítulo anterior e que eu acomodei na minha  própria moradia. Aquela visita, quero deixar bem claro, não foi a primeira que recebi no meu plano de vida no Alto, visto como outras almas lá têm ido, levadas por Entidades evoluídas, também  em visita que fazem por vezes a outros planos. Essas visitas têm, aliás, um sentido muito elevado, permitindo às almas estagiárias em planos inferiores tomarem conhecimento do que em nosso plano  existe, resultando daí uma excelente propagação da consciência para as demais em se aprimorarem espiritualmente com vistas a uma justa promoção. Esta prática tem dado excelentes resultados, e eu gostaria imenso que as próprias almas encarnadas como vós também lá fossem em visita durante as horas de sono do corpo, o que é perfeitamente possível.  

O dia seguinte ao da nossa chegada apresentou-se particularmente belo, com os raios solares filtrando-se por entre os ramos do arvoredo, numa atmosfera que a todos convidava ao passeio campestre. Resolvi então proporcionar às minhas visitas esse tipo de passeio, durante o qual belas coisas teriam oportunidade de observar. Acomodamo-nos confortavelmente na minha  condução, um veículo desprovido de rodas ou motor que é o tipo de condução usado ali pelas almas que não tenham suficientemente desenvolvido o seu poder volitivo, e nele nos dirigimos a uma posição a muitas milhas de distância. Minhas hóspedes demonstraram-se imensamente felizes nesse passeio, e não se cansavam de admirar a paisagem que seus olhos descortinavam. Atingido o local desejado, descemos da condução e passamos a caminhar a pé até entrarmos no belo parque que ali existe, no qual são cultivadas as mais variadas espécies de flores e frutos, numa área que se pode considerar de algumas centenas de milhas quadradas. Sentamo-nos confortavelmente em meio de formosos canteiros de flores que se estendiam em várias direções, e aí permanecemos envolvidas pelo perfume irradiado das flores sobre nós. Minhas hóspedes desejavam conhecer os nomes de muitas das espécies ali cultivadas, e para satisfazê-las eu encarreguei o próprio governante do parque, uma Entidade muitas vezes centenária, de longas barbas da cor da neve, cuja maior felicidade consiste em viver naquele ambiente, dirigindo os trabalhos do parque. Ele tomou então o encargo de satisfazer a curiosidade daquelas almas juvenis, explicando-lhes em minúcias os nomes e a história das flores que cultivava.  

— Esta que aqui vedes, disse o bom velhinho, eu fui buscá-la num planeta distante; tão distante que para se chegar a ele, com a velocidade do pensamento, são precisos de doze a quinze segundos. Chama-se então eólia esta flor, o nome do seu planeta de origem. Tratada com o carinho que nós aqui lhe dispensamos, esta flor se mantém assim viva, vibrante, irradiando este perfume durante cerca de seis meses do vosso plano, que é o mesmo tempo da Terra. Ela possui uma particularidade notável, talvez única, entre flores, que é corresponder à nossa linguagem. Querem ver? Prestem atenção. Eu vou fazer-lhe uma pergunta e ela lhe dará resposta por meio da mudança de cor. Se sua resposta for de sentido afirmativo, sua cor de rosa vivo que é, se transformará em ouro, mais ou menos acentuado, segundo a intensidade de sua resposta. Se esta for de sentido negativo, a tonalidade se apresentará então num amarelo pálido, rosa claro, às vezes mesclado de branco. Que pergunta gostaríeis vós de fazer a esta bela flor?  

As jovens entreolharam-se por momentos, em particular, e resolveram fazer à flor a seguinte pergunta:  

— Bela flor que nós tanto admiramos; gostarias de ir viver também no nosso plano, juntamente com aquelas que lá cultivamos?  Todos nós passamos a observar com grande curiosidade a transformação a operar-se na coloração daquela flor. Passados os primeiros segundos de expectativa, o róseo vivo das pétalas entrou a empalidecer e assim prosseguindo até a tonalidade rosa claro mesclado de branco em todas as pétalas. Concluíram algo melancólicas aquelas almas juvenis que a bela flor não desejava ir viver também no seu plano de vida. Enquanto o assunto era objeto de comentários entre nós, todos pudemos constatar a volta da flor à sua cor habitual. 

— Minhas queridas, informou o bom velhinho: da resposta dada por esta flor extraordinária temos de concluir que ela representa já na escala vegetal a que pertence, um ser vivente, pensante, inteligente, capaz de compreender o sentido daquilo que se lhe pergunta, e responder segundo o seu próprio desejo. Mas eu explicarei ainda de outra maneira o fenômeno que acabais de presenciar. Pelo que se observa neste pequenino representante da escala a que pertence, somos levados a acreditar na existência de uma alma da mesma procedência das nossas em cada haste desta plantinha mimosa, não apenas ouvindo e respondendo às perguntas que lhe fazemos, mas ainda reunindo no ambiente a quantidade necessária de íons e elétrons para a conservar durante tanto tempo em sua plena forma, aberta, viva, numa existência jamais imaginada para uma flor.  

A explicação do bom velhinho agradou imensamente àquelas almas juvenis, muito curiosas de quanto estavam vendo e ouvindo. Prosseguimos no nosso passeio pelo parque, guiadas agora pelo seu governante, o bom velhinho que nos atendia.  

— Venham observar aqui bem perto outra autêntica maravilha da escala vegetal, um dos mais belos ornamentos do nosso parque celeste.  E conduziu-nos às proximidades de um grupo de plantas de pequeno porte a alguns passos donde nos encontrávamos. 

— Estas plantinhas que aqui vêem conversam entre si o dia todo, dando-nos a entender que possuem uma linguagem própria, como a nossa.  

Vamos vê-las de perto. Vejam como se encontram agora perfeitamente serenas, numa tranquilidade absoluta. Eu apenas tocarei numa delas e logo o diálogo começa. Querem ver?  

E tocou levemente numa delas, a qual em poucos instantes se inclinou, tocando de leve a mais próxima, como a participar-lhe que havia sido tocada por alguém. A segunda, recebendo a informação, inclinou-se até tocar a vizinha, e esta a seguinte, num entendimento visível. Como estavam localizadas estas plantas num canteiro em forma circular, e eram em grande número, logo todo o conjunto se entregou a movimento constante; seus ramos se agitavam e tocavam como se uma corrente aérea estivesse soprando sobre eles. No entanto, a atmosfera mantinha-se serena, nenhuma aragem circulando naquele momento. 

— E quando é que estas plantinhas vão voltar à serenidade?  — indagou uma das almas visitantes bastante curiosa.  

— Tão logo nós nos afastemos — foi a resposta do governante do parque.  

E esse movimento, querido velhinho — indagava outra das visitantes —, significará que elas se assustaram com a nossa presença, ou será de contentamento?  

— Segundo a observação que venho fazendo pacientemente há muito tempo este movimento que estamos observando na agitação constante dos ramos, significa uma espécie de contentamento pela nossa presença. Esta classe vegetal está situada no mais alto grau evolutivo de sua escala, e apenas pode manifestar-se por meio de seus movimentos. Assim, vendo-nos em sua proximidade, e sabendo que todos aqui só irradiamos o amor, o bem e a fraternidade, estas plantinhas sentem a nossa presença, recebem a nossa irradiação amorosa através do toque de um dos seus ramos, e logo se apressam em comunicá-la às demais, que constituem a família.
 
Escusado será dizer que a explicação dada ao fenômeno pelo bom velhinho agradou a todas as visitantes, satisfazendo sua natural curiosidade.  

Deixamos aquele local ainda a convite do governante do parque para apreciarmos outra espécie de curiosidade. Conduziu-nos então até  as proximidades do grande lago ali existente, onde várias espécies de seres aquáticos eram cultivados. Ali chegados, ele, sem dizer palavra, sentou-se na margem do lago e deu início a uma canção cuja melodia suave seria ouvida pelos peixes. Nós nos quedamos na expectativa do resultado. Pudemos apreciar, então, como alguns milhares de cabeças, grandes, médias, pequenas e minúsculas afloraram à tona, todas voltadas para o bom velhinho, como a escutar a sua melodia. O espetáculo era realmente belo. Em toda a extensão do lago, apareciam cabeças à superfície; nas proximidades, porém, do local onde o velhinho entoava a sua canção, a quantidade de cabecinhas era totalmente incontável e ali permaneceram durante todo o tempo em que a canção se fazia ouvir. Um espetáculo maravilhoso aquele, realmente, até mesmo para mim, pois que poucas vezes me afasto do meu posto de serviço para apreciar as muitas belezas e originalidades do plano espiritual em que vivo. Gostei por isto, imensamente, da oportunidade que se me ofereceu de visitar aquele grande e belo parque em companhia das minhas queridas hóspedes. Uma destas desejou fazer algumas perguntas ao bom velhinho, ao que o mesmo acedeu alegremente. Ela indagou então:  

— O querido irmão pode avaliar quantos exemplares existem neste belo lago?  

— Neste momento eu acredito que devem existir de dois a três mil a mais do que anteontem quando aqui estive. Digo isto, porque essa era aproximadamente a quantidade de ovas prestes a largar a sua carga. E como anteriormente minha estimativa era de aproximadamente dois milhões e setecentos mil seres vivos, devem existir hoje estes e mais aqueles que nasceram nestes dois dias.  

— Obrigada, muito obrigada, querido irmão, pela sua boa resposta. Permita-me ainda outra pergunta — disse a mesma alma juvenil, que exercia a função de líder do grupo. Perguntou então novamente ao velhinho: 
 
— Eu gostaria de saber a maneira pela qual o querido irmão usa alimentar uma população tão grande de peixes; — pode dizer-me?

O velhinho sorriu visivelmente feliz ao ouvir esta pergunta. Refletiu um instante e assim falou para a nossa maior atenção: 

 — Minha  querida, para poderes bem compreender este problema que é o meio de alimentar esta grande população de peixes, eu pedirei a tua atenção para o que nos sucede a todos nós filhos de Deus, vivendo em todos os planos do Universo. Quando Deus nos criou a todos, criou também ao alcance de todos nós os meios e processos de nos alimentarmos por nossa própria iniciativa. Os seres humanos como os espirituais que somos atualmente, conhecem e onde se encontram os elementos necessários à conservação da vida, cumprindo-nos apenas movimentar-nos para obtê-los. Com estes meus amados peixinhos sucede o mesmo, a mesma lei se cumpre. Quando este grande lago foi construído, cuja data contudo não nos é dado saber, o Criador se incumbiu de nele depositar uma série de elementos que cresceram e se desenvolveram, os quais haveriam de fornecer aos peixes o seu alimento. São conhecidas várias espécies de algas que se desenvolvem intensamente sob as águas e de tal maneira que jamais se extinguirão por maior que possa ser a sua destruição pelo consumo dos peixes em sua alimentação. Mas não só as algas lhes servem de alimento. Germinam, crescem e frutificam nos lagos milhares de outras plantas que apenas vivem sob as águas, graça às quais os habitantes aquáticos têm a ventura de escolher a espécie de alimento que lhes convém e jamais o extinguem.   

Pequenos animálculos que igualmente se reproduzem sob as águas fornecem outra espécie de alimento aos peixes, cuja atividade consiste unicamente em se alimentar. Como vês, minha querida, eu nenhum esforço despendo para alimentar estes meus queridos peixes. Apenas me acerco deste lago quase diariamente para lhes dirigir a minha  palavra conselheira, quanto ao seu comportamento. Tenho conseguido evitar várias lutas entre eles, aconselhando-os a que vivam felizes como bons irmãos que são, porque sendo tão grande como é o lago, cabem todos eles folgadamente, sem necessidade de se hostilizarem.   

Confesso a minha  alegria em ouvir o bom velhinho, que, entretanto, ainda não disse tudo. Voltaremos ao assunto muito proximamente, se não puder ser já no próximo capítulo.  

Por agora, deixo-vos aqui a bênção que o Senhor vos envia por meu intermédio, e a minha  própria que eu vos ofereço de todo o coração.

CAPÍTULO XV - Livro: Corolarium – ditado pelo Espírito de Maria de Nazareth ao médium Diamantino Coelho Fernandes. Finalidade da vinda ao mundo terreno. — Triagem das almas que devem reencarnar. — Vantagens e virtudes da prece. — Eu oro diariamente por todos vós. — Pequena história do Além. — Um grupo de almas visita o meu plano.





Gostaria de poder falar diretamente ao coração das minhas queridas filhas terrenas e também ao dos meus filhos muito estimados, aquela linguagem falada que neles ficasse gravada para sempre, e jamais olvidada. Eu diria então a todos esses corações muito queridos do meu, que os objetivos da vinda de cada um ao mundo terreno têm uma finalidade tão bela e grandiosa na construção da felicidade e progresso de suas almas, que não tem sido por elas observada devidamente.  

Efetivamente, meus queridos, a vinda de cada um a este plano físico para uma nova existência na carne dependeu de uma série bem grande de esforços que vós não podeis recordar na vossa memória atual. Isto acontece a quantos filhos e filhas se encontram na Terra, em face do número muito grande de almas que vivem nos planos espirituais, desejosas e também necessitadas de novas reencarnações. Como, porém, a população terrena na era atual já seja um pouco superior às condições normais da vida neste planeta, há necessidade de se estabelecer no Alto uma espécie de triagem das almas que devem reencarnar. Todas vós fostes, por conseguinte, favorecidas com esta oportunidade, em face dos compromissos que todas assumistes com os Dirigentes Espirituais no sentido da vossa vivência neste século. Entre os compromissos que no Alto assumistes existe um pelo qual vos comprometestes a trilhar na Terra uma estrada que vos conduza à aquisição de novas e maiores luzes para os vossos diademas. Nesse propósito é que devereis firmar os vossos passos e os vossos pensamentos, para que os atos que praticardes os confirmem. Todos sabemos no Alto, de experiência própria, que o ambiente terreno consegue desviar as almas dos seus verdadeiros objetivos espirituais, pelas seduções que as espreitam em todos os momentos. Isto sucede inclusive às almas melhor preparadas que mergulham na carne, participando por conseguinte de todos os atos peculiares  à vida terrena. Existe porém aquele recurso infalível que é a prece, para a qual apelam constantemente as almas boas, graças à qual ou se reduzem ao mínimo as vibrações negativas do meio terreno, ou de todo se anulam. A prece foi criada pelo Pai exatamente como meio da alma encarnada, como a desencarnada, reforçarem a posição espiritual na qual desejam manter-se, eliminando por esse meio vibrações e influências más, contrárias ao seu bem-estar, perturbadoras ou deletérias. 

Pode dar-se que vos pareça desnecessário falarmos desta maneira e insistentemente, nas vantagens e virtudes da prece em nossos escritos a vós dirigidos, porém eu vos explicarei em seguida que assim não é. A prece constitui por assim dizer, o alimento e a fortaleza de todas as almas em todos os planos do Universo. Não existe um único recanto em toda a vastidão imensurável dos mundos habitados em que a prece não constitua para todos esses seres que neles vivem, o recurso infalível em todas as suas atividades. Isto que aqui vos afirmo é uma grande verdade, filhas e filhos que eu muito amo. Ora o Pai Celestial no cimo de todos os mundos, planos e sub planos do Universo infinito, pela paz, felicidade e bem-estar de todos os filhos que vivem, trabalham e progridem ao longo de todos esses mundos. Ora o Senhor Jesus na cúpula do mundo terreno em que sois hóspedes, pela vossa paz, felicidade, progresso e bem-estar, fornecendo-vos em cada som emitido nesse ato as vibrações mais puras que as vossas almas podem captar e recolher em ajuda necessária e constante na consecução dos vossos objetivos. Oram no Alto todas as Entidades que alcançaram o grau máximo de evolução peculiar ao mundo em que viveis, com o objetivo de reforçar no ambiente terreno o volume de vibrações puras, elevadas, numa operação que vos permita viver na claridade espiritual, livres o quanto possível da onda envolvente de vibrações inferiores, em que ainda é tão rico o meio em que viveis. Oram nos seus respectivos planos as almas estagiárias, procurando atrair cada uma um pouco mais de luz através da prece, enquanto aguardam novas oportunidades de voltar à Terra em corpo físico em busca de luzes mais fortes. Oram na Terra as mães sinceramente devotadas à sua luminosa tarefa, rogando ao Senhor proteção e ajuda para seus filhinhos, desejando vê-los crescidos, alegres, prósperos e felizes. Este tipo de prece é saudado em todos os planos espirituais com a maior reverência, por ser talvez a mais bela das manifestações do ser humano: a prece das mães pelos filhos. Oram na Terra os homens esclarecidos, cônscios de suas responsabilidades, deveres e obrigações para com os semelhantes, sabendo que por meio da prece sua tarefa se lhes tornará bem mais suave e mais eficiente. Oram igualmente os menos esclarecidos com o objetivo de receberem do Alto boa parcela de ajuda de que se julgam carecentes para sua maior tranquilidade e felicidade. Oram ainda, minhas queridas filhas e filhos queridos, os próprios irracionais em meio ao processo de alimentação, quando emitem vibrações de contentamento por esse ato. Essas vibrações que os animais emitem instintivamente são preces de agradecimento ao Criador que as recebe e entende devidamente.  

Pelo que aí fica, e pelo muito que ainda pode ser dito sobre as virtudes da prece, tereis a medida da utilidade que a mesma oferece a todos vós, assim como a todos os demais seres do Universo. Fica, portanto, firmado nos vossos corações o princípio que eu direi luminoso, da utilidade da prece como o caminho mais direto e seguro de chegardes todos vós aos vossos belos objetivos da vida presente. Orai pois, orai muito, orai sempre, não me cansarei de repetir, em face da poderosa ajuda que da prece colhereis, não apenas enquanto na Terra, mas em vossa vida infinita. Não falei de mim em relação à prece, mas desejo fazê-lo também, dizendo-vos que eu adoto desde séculos e séculos sem conta, o hábito para mim muito agradável de orar três vezes ao dia por todas as minhas filhas e filhos que vivem na Terra. Constituem para mim momentos de verdadeira felicidade apreciar as irradiações luminosas das minhas orações, descendo numa espécie de chuveiro sobre as vossas cabeças em todas as regiões do mundo, contribuindo poderosamente, quantas vezes, para o afastamento de muitos males trazidos por outras vibrações inferiores ou maléficas do ambiente em que viveis. Devo dizer-vos minhas queridas, e a vós principalmente, que vossas vidas e felicidade enquanto na Terra, exigem de nós no Alto atenções e proteção muito especial. Apesar de vos encontrardes no plano terreno acompanhadas por Entidades protetoras de grande poder, nós todos do Alto vos dedicamos uma assistência particular em nossas orações diárias, a fim de que possais preservar-vos de situações indesejáveis ou dolorosas exclusivamente pela vossa condição de mulher que nós tanto veneramos. Assim pois, se às nossas preces protetoras emitidas do Alto, vós próprias vos habituardes às vossas de todos os dias, vossa existência na carne  tornar-se-á cada dia mais suave, e mais bela a vossa santa missão na Terra.
 
Em seguida desejo contar-vos uma pequena história relacionada com a nossa vida no Além, sempre curiosa e interessante para quantos vivem a vida terrena inteiramente olvidados de sua vivência espiritual. Sucedeu certa vez em que eu visitava outro plano que não aquele em que vivo habitualmente, deter-me a apreciar um grupo de almas que se entretinham a cultivar flores muito mimosas, cuja espécie está sendo preparada para cultivar também no solo terreno. São flores muito lindas, muito belas, exalando perfume agradável e duradouro. Estavam ali ocupadas no tratamento de um canteiro dessas pequeninas flores, cerca de dez ou doze almas juvenis que me reconheceram e logo se acercaram de mim, com demonstrações as mais delicadas e cativantes de amor filial. Eu as recebi afetuosamente, abracei-as todas, e ali me detive um pouco entretendo com elas uma palestra muito agradável. Ao fim de nossa palestra, indaguei daquelas almas juvenis, de filhas que há muito haviam regressado da Terra, o que gostariam de obter de minha  parte, após o nosso tão agradável encontro. Aquele pequeno grupo de almas juvenis entreolhou-se por momentos como a indagarem-se mutuamente o que deveriam pedir-me, quando uma delas decidiu manifestar-se em nome do grupo. Achegou-se então a mim, pegou as minhas mãos, e beijando-as, declarou-me que o que todas aquelas almas mais desejavam manifestar-me naquele momento, era o seu desejo de me acompanharem ao meu plano e lá permanecerem ao meu lado o maior tempo possível. Eu achei esse desejo muito natural e preparei-me para atendê-lo. Digo preparei-me porque em verdade eu necessitava de fazer algo a fim de poder atender ao desejo que me havia sido manifestado. Comuniquei-me instantaneamente com o meu amado Filho e roguei a necessária permissão para responder afirmativamente àquelas belas almas juvenis que se mantinham em atitude de expectativa. Esta comunicação com o Senhor e sua resposta ocorreu em questão de segundos. Eu a fiz em obediência à lei espiritual que todos cumprimos no Alto, em virtude da qual nada se faz que não seja devidamente autorizado por quem de direito, no caso o Senhor Jesus, dada a circunstância de conduzir a um plano superior, almas viventes em outro algo inferior. Transmitindo a resposta afirmativa recebida do Senhor àquele pequeno grupo de almas, senti em meu coração toda a alegria que das mesmas se apoderou ao receberem a noticia de que seguiriam comigo, a fim de visitar a minha  moradia e nela residirem durante algum tempo. Como não podiam partir sem o cumprimento de certas formalidades como mandam as leis que nos regem, eu própria solicitei ao Chefe Espiritual do plano em questão a necessária permissão para conduzir aquelas almas em minha  companhia, e também a designação de substitutas para a tarefa de que então se ocupavam. Isto conseguido, foi nossa partida assistida por uma pequena multidão de almas do plano, desejosas todas de obterem igual oportunidade, e apresentando felicitações às que partiam.  

Nossa chegada ao plano em que vivo no Alto produziu nas minhas hóspedes um pequeno deslumbramento, como era natural. Minha  chegada já era esperada pelo meu grupo de assessores e numerosas Entidades que também se informaram acerca do meu regresso. Direi então que o aeroporto estava repleto de luminosidade, e isto encantou deveras as minhas hóspedes. Deixamos este local e nos acomodamos no veículo à nossa espera, no qual viajamos até a minha  residência, fazendo pequena parada no majestoso templo de topázio que se ergue bem próximo do local de desembarque. Ali oramos durante alguns momentos elevando preces ao Pai Celestial, pela felicidade de todos os seres daquele e de todos os planos do Universo. Em seguida retomamos o nosso trajeto. Minhas hóspedes estavam felicíssimas com o que viam ao longo do caminho que percorríamos. Maravilhavam-se, segundo diziam, como os belos jardins que encontrávamos à nossa passagem, e com o perfume que suas flores nos ofereciam, essências que minhas hospedes desconheciam. Também admiravam extasiadas as altas torres de topázio elevadas no templo onde havíamos orado, e viajavam sorrindo para as belas paisagens que descortinavam pelo trajeto que fazíamos. Chegadas finalmente à minha moradia, encontraram as minhas hóspedes juvenis, uma recepção que muito as encantou. Ali nos esperavam todos os meus assessores e assessoras em número que se pode contar por centenas, de quem as jovens receberam cumprimentos os mais cordiais. Isto as deslumbrou sobremaneira, como era visível a todos. Assim recebidas entre as mais evidentes demonstrações de simpatia e carinho, as minhas hóspedes podiam considerar-se naquele momento as criaturas mais felizes do Universo, tal o seu estado d'alma em face do carinho e simpatia que todos demonstravam. Determinei a alguém que as acomodasse da maneira mais confortável, a fim de que as mesmas pudessem considerar-se verdadeiramente hospedadas no Céu de sua imaginação. Muito ainda desejo dizer-vos a respeito deste fato, o que farei no próximo capítulo. Pretendo fazer-vos uma pequena descrição daquele plano em que vivo, e por isso é que desejo voltar ao assunto no capítulo a seguir.  

Deixo-vos aqui a bênção que o Senhor vos envia por meu intermédio, e a minha  própria que eu vos ofereço de todo o coração.