As coisas que acontecem aos
seres humanos na Terra são necessárias e úteis à vida e ao progresso de cada
um. Essas coisas que por vezes os obrigam a reformular idéias e projetos têm o
mérito de os encaminhar não raras vezes pela direção que mais convém aos seus
verdadeiros interesses, que são os interesses do Espirito. Pode suceder mesmo
que de certos fatos, considerados verdadeiro transtorno na vida dos homens,
resulte numa situação de grande proveito que de outra maneira jamais se
verificaria.
Trazendo este ponto ao
presente capitulo, eu desejo relatar alguns fatos ocorridos neste plano físico,
bastante elucidativos para as almas encarnadas.
Vamos, pois, a esses fatos. Citarei em primeiro lugar o ocorrido na
Terra há já alguns séculos numa região das mais adiantadas, cuja população, absorvida
nas suas ocupações habituais, viu-se de repente envolvida em acontecimentos de
certa magnitude, absolutamente imprevistos. As Forças Superiores que dirigem a
vida e o mundo terreno haviam concluído pela necessidade de uma operação
telúrica em certa região, com o objetivo de modificar a topografia da mesma, a
fim de promover a demolição de uma elevação de grande porte que ali se erguia.
Visavam as Forças Superiores com essa operação telúrica melhorar a topografia
da região, tornando-a mais útil aos respectivos habitantes. Os trabalhos foram
então preparados nesse sentido. Operários espirituais especializados
mergulharam no seio da Terra até à profundidade necessária, e aí colocaram os
elementos apropriados ao objetivo em vista. Isto feito, retornaram à superfície
para demarcarem a área a ser atingida pelos efeitos das cargas postas na
profundidade. Uma vez esta parte igualmente concluída, voltaram ao Alto, donde
acompanhariam os efeitos do trabalho realizado. Passou-se um pequeno lapso de
tempo, e eis que uma espécie de terremoto foi ouvido a grande distância, cuja
população, tomada de pânico, se precipitou para fora de suas moradias a fim de
pôr-se a salvo de possíveis consequências trágicas. Estas, entretanto, não se
registraram senão em muito leve escala, principalmente nas moradias mais próximas
do centro do fenômeno que a todos despertou. Passaram-se algumas horas e um
segundo terremoto foi ouvido, agravando o estado apreensivo dos habitantes da
região, como era natural. Aguardaram todos que outros tremores ocorressem, o
que não aconteceu, e todos os habitantes regressaram aos seus lares bastante
apreensivos com o que ainda pudesse acontecer. Tudo em redor, porém, permaneceu
em silêncio, com alegria e tranquilidade para a população. Para terem uma informação segura do
acontecido, alguns habitantes da região resolveram transportar-se até às
proximidades do local em que o fenômeno se teria verificado, organizando-se
para isso uma caravana composta de pequeno número de pessoas realmente curiosas
de conhecer a extensão do fenômeno e partiram para o local, situado a algumas
dezenas de milhas. Passadas pouco mais
de duas semanas regressou a caravana bastante eufórica a relatar o que
presenciara, e que lhe parecia quase inacreditável. Contaram então os
caravaneiros aos habitantes do lugar o que haviam visto e admirado no ponto
exato em que o terremoto se fizera ouvir, que aquela montanha que todos
conheciam, erguida à margem do grande lago muito conhecido de todos, havia
desaparecido, ou melhor, projetara-se dentro do lago, aterrando-o inteiramente.
Contaram que o grande lago que conheciam, no qual costumavam ir muitos dos
habitantes pescar em certa época do ano, não mais existia; fora inteiramente
aterrado pela montanha derrubada sobre o mesmo. Havia agora no local, segundo
relatavam, uma superfície imensa formada pela massa de terra e pedras da antiga
montanha, na base da qual, diziam ainda, haviam surgido nascentes de água
inexistentes anteriormente, a procurarem caminho. O relato dos caravaneiros
despertou nos ouvintes desde logo idéia de tentarem utilizar a superfície
aterrada do lago para a cultura dos alimentos necessários àquela pequena
povoação, e, quem sabe, até servir a outras populações. Neste propósito outras
caravanas foram organizadas e partiram para o local do fenômeno, a examinar a
possibilidade imaginada. Passados alguns anos do acontecimento, uma pequena
cidade surgiu nas proximidades do local onde antes havia um lago, estando a
superfície aterrada pela montanha agora inteiramente preparada. A umidade
permanente daquela superfície muito se adequara a determinadas culturas, muito
bem aproveitadas pelos habitantes que para lá se transportaram, erigindo nas
imediações uma vila que vem crescendo e prosperando com o decorrer dos anos.
Isto que aqui fica, relatado
sucintamente, poderá fornecer-vos uma idéia dos recursos das Forças Superiores
para promover no solo terreno as modificações que se tornaram necessárias ao
conforto e bem-estar humanos. Esses recursos estão agora sendo utilizados pelas
Forças Superiores na modificação de certas áreas do solo terreno, tal como no
ato narrado, visando a oferecer maiores áreas à produção de alimentos para a
população terrena em franco crescimento. No fato acima narrado, se
desencarnações ocorreram foi em escala mínima, visto ter-se o mesmo verificado
em local desabitado, como suponho. Nas modificações em curso, entretanto,
poderão registrar-se desencarnações possivelmente em maior escala, dada a
ocorrência de fenômenos telúricos nas proximidades, ou mesmo em locais
densamente habitados. Importa pois, e principalmente, que todas as almas
encarnadas estejam disto prevenidas, conforme vem sendo divulgado pelos
mensageiros do Senhor, e se preparem devidamente através da prece, para a
emergência em que poderão encontrar-se. O fato de virem a desencarnar
prematuramente alguns milhares de almas em virtude de acontecimentos já
esperados, apenas transferirá essas almas de um plano de lutas e provações
constantes que é este plano terreno, para outro cem vezes melhor e mais
tranquilo e feliz, onde todas se encontrarão em condições que na Terra não
podem sequer imaginar.
O que importa, devo
assinalar ainda uma vez, é estarem todas as almas convenientemente preparadas
moralmente para partir se o seu dia tiver chegado, sendo nesse caso conduzidas
carinhosamente pelos mensageiros do Senhor encarregados dessa tarefa.
Em seguida eu relatarei
outro fato relacionado também com as modificações em curso na Terra, igualmente
uma pequena amostra do que muitos de vós ainda poderão testemunhar. Este
ocorreu em certo local da superfície terrena, cuja população sofria muito
frequentemente os rigores da seca. As débeis nascentes de que a população se
utilizava minguavam sensivelmente sob os rigores do Sol e até cessavam de todo
muito frequentemente, como disse. O núcleo de habitantes que dessas nascentes
se utilizavam era bastante reduzido a princípio, mas foi crescendo com os
tempos, tornando-se na época uma pequena cidade, cujos habitantes viviam da
pequena indústria doméstica e dos trabalhos do campo. Para estes, então, o
desaparecimento das nascentes com que contavam, é fácil de imaginar o enorme
transtorno que lhes causava. Numa das épocas em que a seca mais se acentuara,
deixando entrever até o abandono da região pela carência absoluta do precioso
líquido, surgiu a alguém a idéia de se reunir a população diariamente em
determinada hora no templo local a fim de, através duma rogativa em conjunto,
implorarem a Deus um lenitivo para a situação aflitiva em que todos se
encontravam. As opiniões divergiam apenas quanto ao objeto a pedir: chuva
intensa era a idéia de alguns, a qual lhes devolveria as nascentes
temporariamente. A outros melhor parecia suplicar a misericórdia divina, certo
que Deus melhor do que ninguém saberia o que mais convinha. O virtuoso pároco
local concordou com esta segunda idéia, esclarecendo que não se deve indicar ao
Criador os caminhos do socorro, mas apenas suplicá-lo com fé, dado que Deus
sabe melhor do que os homens o que realmente lhes convém. Foram assim
realizadas reuniões rogativas no templo local, com entoação de hinos e cânticos
sacros, rogando a Deus e ao Senhor Jesus a divina misericórdia para a situação
deveras aflitiva em que se encontravam duas a três dezenas de milhares de seres
humanos.
Era de ver-se a profunda
concentração daquela população no seu grande objetivo que era o socorro divino,
o último recurso como a última esperança de sobrevivência para todos.
Os dias iam passando sem
prenúncio de chuvas tão ansiosamente aguardadas pela maioria, como de outras
vezes sucedera em situações análogas. Mas as esperanças e as reuniões rogativas
continuavam no pequeno templo local. Sucedeu então este fato, ocorrido certa
madrugada, derramando o pânico em todos os corações daquela gente boa,
possuidora de verdadeira fé. Ouviu-se formidável estrondo ocorrido na
profundidade do solo, fazendo estremecer a povoação. Todos os habitantes vieram
em pânico para as ruas, a se indagarem mutuamente o que fora, o que seria
aquilo, se não seria porventura a manifestação da ira do céu em face da insistência
com que sua interferência teria sido invocada.
Surgiram então, vindo dos
arredores, as primeiras informações de moradores locais, cujas residências
haviam sofrido duramente o impacto do abalo produzido no subsolo. Clareado o
dia, resolveram os mais afoitos ir constatar pessoalmente o fato, a poucos
quilômetros da localidade. Voltaram horas após, com esta importante notícia, a
qual transmitiu a todos uma grande alegria: o que houve, foi um terremoto aqui
bem perto. O estrondo fendeu a montanha rochosa existente nas imediações da
localidade, e dela estava jorrando uma forte nascente, um pequeno riacho. Todos
acorreram ao local, ansiosos por testemunharem pessoalmente a grande notícia. O
fato era verdadeiro. O enorme estrondo que a todos despertara assustados tivera
lugar no interior daquela montanha, dando passagem a uma volumosa corrente que
já se espraiava pelas imediações em busca de seguimento. Era o atendimento do
céu, todos diziam, às rogativas da população aflita.
E o atendimento escolhido
pelo Alto, era o que mais convinha às necessidades dos respectivos habitantes,
por ser de caráter permanente, duradouro, permitindo-lhes utilizar agora o
processo da irrigação das lavouras, em lugar de uma chuva ocasional que logo se
perderia na superfície ressequida da terra. Para concluir a narrativa devo
dizer que a Providência divina está de ouvidos permanentemente abertos às
rogativas sinceras das almas viventes neste plano físico, dispondo de meios às
vezes desconhecidos destas para as socorrer. A reunião de muitas pessoas, como
no caso citado, para orarem juntas por um socorro providencial, conseguiu
penetrar e romper as camadas atmosféricas que circundam o globo terrestre, e
atingir as verdadeiras fontes do suprimento no Alto, atraindo providências que
resultaram no atendimento aos rogos daquelas almas, e de maneira jamais
esperada por elas.
Positivado ficou através do
fato narrado, o qual vós encontrareis provavelmente também narrado por
emissários do Senhor, que a melhor se não a única maneira de obter do Alto
aquilo de que porventura necessitardes, é fazê-lo por meio da oração sincera,
uma prece partida do coração diretamente ao coração do Senhor, a qual será por
Ele recebida e atendida no menor prazo possível, Orai, pois, orai muito, orai
sempre, volto eu a recomendar-vos para obterdes aquilo de que necessiteis. É
este um conselho que deveis conservar sempre presente na vossa memória.
Deixo-vos aqui a bênção que
o Senhor vos envia por meu intermédio, e a minha própria que eu vos ofereço de todo o coração.
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