Os acontecimentos
previstos e esperados para os anos porvindouros, acontecimentos que virão
assinalar o fim de numerosas coisas desagradáveis no meio terreno, não devem
ser aguardados nem com temor nem ansiedade. Eles virão e se extinguirão de maneira
a promover um passo a mais no progresso do mundo terreno, e por conseguinte só
com firmeza de coração devem ser esperados.
Os homens e as
mulheres viventes na atualidade terrena, só têm a lucrar com esses
acontecimentos uma vez que de antemão se preparam para os receber, assim come
se preparariam para receber algo de extraordinário que se anuncia. A preparação
para isso todos já a conhecem sabendo-se portanto em que consiste, e que é
apenas a ligação espiritual com as Forças do Bem, incumbidas da direção e progresso
da humanidade encarnada.
Nosso Senhor e Mestre
Jesus determinou a este mensageiro transmitir a todos os leitores deste volume,
esclarecimentos inteiramente novos acerca da vida espiritual, ou seja a vida
dos Espíritos livres do fardo pesado da matéria carnal. Cumprirei com particular
alegria esta agradável incumbência do Senhor, dizendo-vos meus irmãos queridos,
que a vida que a todos vos espera a seu tempo, não tem nada
de triste nem doloroso, como a muitos se afigura em vida do corpo, pelo fato de
dele se despojarem pelo fenômeno chamado morte, e que melhor designado seria se
lhe chamassem apenas regresso. E isto porque, na realidade o que se verifica nesses
momentos, nada mais é que um regresso autêntico, real, verdadeiro, do
Espírito aos planos superiores donde veio, e do corpo ao seio da
terra donde recebeu a estrutura física e os alimentos.
Regressando aos
planos espirituais que lhe são próprios, o Espírito, encontra-se imensamente
mais leve de que durante a sua encarnação, e bem depressa experimenta a posse
de faculdades de locomoção, percepção e várias outras que lhe permitem
dirigir-se com a rapidez do pensamento aonde o desejar. Claro que semelhantes faculdades
não podem ser comuns a toda classe de Espíritos, porém eu estou me referindo
aqui àqueles irmãos que desde muito decidiram entrar em contato diário com o
Mestre Divino, e dele receberam e recebem diariamente luzes e poderes que se
acumulam em seus arquivos espirituais, e lhes serão entregues no instante mesmo
de sua partida da Terra, de regresso ao mundo espiritual.
Neste plano a que me
refiro, muitos se surpreenderão ao encontrar ambientes em tudo semelhantes
àqueles em que na Terra viveram, e, embora de lá tenham partido para o plano
terreno, olvidaram por completo o que deixaram. Verificarão que as populações
espirituais daqueles planos vivem muito semelhantemente às da Terra, possuindo
habitações individuais ou coletivas, segundo a capacidade vibratória de cada
um, existindo ali todas as organizações socorristas destinadas à assistência
que se tornar necessária aos habitantes do plano.
Estou daqui
imaginando que nesta altura de minha narrativa, uma indagação poderá
surgir na mente de meus leitores, a respeito do trabalho, da ocupação
dos Espíritos viventes no plano ou planos do Além. A essa
indagação imaginável eu responderei, antecipadamente, informando que a
ocupação, o trabalho, a preocupação de algo fazer é inerente à própria vida, e
portanto se trabalha incessantemente em todos os planos do Universo, sabendo-se
como realmente o sabem os Espíritos evoluídos, que sem o trabalho constante e
bem orientado não haveria progresso.
Assim trabalha-se
ininterruptamente em todos os setores, tanto nos planos materiais como
espirituais. As Forças do Bem, por exemplo, têm a seu cargo a pesada tarefa de
prover a humanidade terrena, no que à Terra se refere de todos os elementos
necessários ao progresso desta pequena partícula do Universo, seja no campo
puramente material como no científico, no espiritual, atendendo e provendo os
seres encarnados de tudo ou do que hajam necessidade e merecimento.
No plano espiritual
igualmente, os Espíritos possuidores de maior luminosidade, ou seja de
maior evolução, ocupam-se prazerosamente em assistir, orientar e conduzir os
menos evoluídos, ajudando-os a galgarem novos degraus na escala que lhes está
próxima. Isto os evoluídos
fazem por duas razões igualmente importantes: ajudarem os que deles
necessitam, como ajudados foram no passado, e com isso resgatam uma dívida
moral para consigo mesmos, e, como segunda razão, recebem novos e mais
poderosos focos de luz em recompensa de sua ajuda, engrandecendo-se
notavelmente na escala espiritual. Devo mencionar porém, que esta é a regra
observada em todos os planos espirituais do nosso pequeno Universo. E como toda
a regra tem exceções, podereis encontrar ali Espíritos preguiçosos, desleixados,
estacionários de anos e mais anos que não sentem disposição de algo fazer
dentro da sua filosofia de não quererem contribuir para o progresso de outrem,
mas unicamente para o próprio. Esta filosofia contudo é bastante falha, porque
não contribuindo para o progresso da coletividade como faz a maioria, nenhuma
retribuição recebem e por conseguinte não progridem; estacionam.
Uma simples imagem
terrena poderá bem elucidar esta questão. Imaginemos uma oficina de sua
propriedade, meu irmão leitor. Cada semana você efetua o pagamento aos
operários que trabalharam, que prestaram sua cooperação no andamento da obra
correspondente. Lá estiveram entretanto, como costumam estar semanalmente apreciando
os outros trabalharem, alguns indivíduos sem disposição e mesmo refratários ao
trabalho. No fim da semana eles verificam o quanto os demais receberam pelo que
realizaram, porém não participam da folha porque também não tornaram parte no
trabalho.
Uns vivem contentes,
felizes, em virtude do que produziram, adquirem bens e conforto com o produto
de seu esforço, enquanto aquela minoria
refratária nada adquire; estaciona no desconforto.
No Espaço as coisas
passam-se de igual maneira. Com a diferença de que a paga é feita
de luz e bênçãos aos que trabalham, enquanto os estacionários permanecem
mergulhados em trevas. São poucos, muito poucos mesmo, felizmente, os que vivem
assim. Mas não estão abandonados, estes irmãos. Lá como aqui, também há
organizações socorristas compostas de Entidades virtuosas que procuram os setores
habitados pelos estacionários e se empenham em despertar neles os sentimentos
do trabalho e do progresso espiritual, e conseguem-no ao fim de algum tempo.A
seu tempo conseguem as Entidades socorristas encaminhar estes Espíritos para
uma nova reencarnação na Terra, a fim de que despertem no ambiente terreno as
qualidades e virtudes latentes, face aos trabalhos rudes aqui desenvolvidos.
Os outros porém,
aqueles que houverem despertado já essas qualidades através da meditação e da
oração ao Senhor, esses só muito raramente pedem
para mergulhar novamente na carne, e alguns só o fazem com o objetivo de
formarem lares na Terra para receber irmãos e
amigos queridos, que vêm desempenhar missão, ou para acompanhar e proteger
entes caros que também reencarnam, por necessidade evolutiva.
Vede por este relato,
amigos meus, como se desenrola a vida nos planos do Além,
inteiramente fora dos vossos olhares, não obstante a vossa presença frequente
nesses planos durante as horas de sono. O trabalho é, por conseguinte, o fator
máximo da nossa felicidade seja ele realizado neste plano físico em que ora vos
encontrais, seja nos mundos incontáveis que formam o Universo infinito. Tudo
necessita do trabalho e o trabalho existe para todos. Vede como trabalham na Terra
as próprias abelhas na fabricação do mel que não chegam a saborear. Vede o
trabalho incansável da formiga, dentro de sua organização sábia e perfeita,
como se desdobra dia e noite numa espécie de trabalho sem fim, com a única
preocupação de subsistência. Estes são dois exemplos apenas entre milhares de outros
que conheceis. Assim trabalha também incansavelmente Nosso Senhor e seus
milhares de mensageiros, com a única preocupação do vosso bem-estar e da vossa
felicidade espiritual. Aguardemos o próximo capítulo.