Os nossos estimados irmãos encarnados estão
sendo alvo de atenções e cuidados por parte das Forças Superiores, como
nenhuma outra humanidade já o fora em todos os tempos. As encarnações e
reencarnações na Terra sempre se sucederam desde a criação do homem, ou melhor,
desde que o planeta ofereceu condições de vida à espécie humana. Então aqui
encarnavam e desencarnavam Espíritos em grau de aprendizado, vivendo suas vidas
ao bel-prazer pautando-as segundo a vontade e possibilidade de cada um.
Regressando ao plano espiritual uma vez encerrada
mais uma passagem pela Terra em corpo de carne, nenhuma outra exigência lhes
era feita além do exame de consciência destinado a separar dos bons os atos
maus ou menos bons que houvessem praticado na Terra. E isto para que as Forças
Superiores pudessem transformar em luz os atos bons porventura praticados e
preparar-lhes a recuperação dos maus em próxima existência terrena, sempre
desejada por quantos se habituaram a expandir no plano físico suas maldades
recalcadas em vidas anteriores, mas também por quantos sinceramente desejavam
progredir espiritualmente. E tantos o foram nesta última classe, que os planos
espirituais se regozijam já neste começo do terceiro milênio da era cristã com
a permanência de um número incontável de Espíritos de Deus que atingiram o grau
evolutivo mais elevado que a vivência terrena pode proporcionar.
Atingiu porém a Terra a um estágio evolutivo
que necessita de operar certas transformações em sua estrutura física, que
possam permitir a reencarnação duma humanidade bastante mais evoluída que a
atual, em harmonia com a própria estrutura terrena. E para abrigar uma
humanidade assim, necessária se torna a implantação de determinadas condições
atualmente inexistentes, desde o tipo de alimentação à rarefação do ar a ser
respirado pelos organismos físicos dos seres humanos a partir deste terceiro
milênio.
Em tais circunstâncias, e segundo já fostes
informados em capítulos anteriores, todos os viventes da atualidade na Terra
estão sendo convidados a se prepararem para a viagem de regresso ao seu plano
de origem, o que poderá suceder de maneira normal ou habitual, isto é, ao fim
de alguma doença como sempre aconteceu, ou, o que é muito provável, de um
momento para outro, inesperadamente, sem tempo suficiente para uma preparação
normal como ocorre nos casos de enfermidade. Para tais circunstâncias que podem
ocorrer a qualquer momento, foi que Nosso Divino Mestre Jesus determinou a
vinda ao solo terreno de um grande número de emissários com o objetivo de dizer
a todos os encarnados que despertem da letargia em que vivem mergulhados no
mundo de interesses materiais, e se voltem sem tardança para o Alto, para Deus
e Jesus, mas que o façam urgentemente, sinceramente, enquanto tiverem tempo de
o fazer.
Isto que escrevo neste momento já ficou dito
e repetido por outros emissários do Senhor em capítulos anteriores, e de várias
maneiras mas com o mesmo objetivo. Estamos acompanhando do Alto as reações de
muitas mentes humanas aos conselhos divulgados nos dois belos livros ditados
pelo bom Irmão Thomé, e temos constatado com alegria que seus conselhos
foram somente lançada em boa terra e na época própria, pois que uma sensível
mudança já se operou em apreciável número de irmãos encarnados que aceitaram e
vêm praticando quanto lhes ensinou o Irmão Thomé, o desbravador desse terreno.
Convidado que fui também pelo Senhor Jesus, a
quem devotei meu coração de maneira total em minha última existência na carne,
venho juntar minha palavra descolorida, é certo, porém animada de toda a minha
fé na bondade imensurável da misericórdia do Senhor, para vos dizer por minha
vez que a vida que viveis neste plano físico, pode bem ser comparada à dos
calcetas que cumprem punições nas piores regiões do vosso mundo, em face da
vida espiritual que aguarda no Alto a quantos souberem dividir o tempo de sua
permanência na Terra entre o trabalho e a oração.
Uma circunstância a mais contribui para a
deliberação tomada há vários séculos pelas Forças Superiores incumbidas de
dirigir a vida dos Espíritos encarnados no solo terreno. É a quantidade enorme
de religiões criadas pelos homens na melhor das intenções como caminhos abertos
ao progresso moral dos encarnados, mas que, infelizmente não conseguiram até
agora preencher a lacuna existente, seja por que motivo for. A grande verdade é
que os homens se entregam profundamente à cadeia enorme de interesses materiais
que passaram a constituir para eles o único objetivo de sua existência. A
filantropia praticada pelas classes abastadas ainda poderia constituir um álibi
para elas, se pusessem em sua prática um desejo sincero de ajudar o próximo. A
que existe e quando existe serve mais a objetivos políticos do que ao amor do
próximo, visto como a ostentação e a publicidade a acompanham em suas
manifestações. Bem se poderá dizer em tais casos que não houve filantropia
nenhuma mas apenas uma manifestação da riqueza e nada mais.
Isto posto, eu vos direi com todas as forças
do meu Espírito que um grande e novo caminho se abre neste momento a todos vós,
Espíritos encarnados da hora presente, que é este que encontrareis sob os
vossos olhos nas páginas deste livro, o qual, conforme se diz no título,
conduzir-vos-á a uma forma de viver que nem sequer podeis imaginar. Expresso-me
desta maneira e o faço com propriedade, porque o plano de vida que está sendo
preparado no Alto para vos receber, cada um a seu tempo, é inteiramente novo
para todos, e não aquele que deixastes no Alto ao partirdes para a presente
encarnação. Trata-se de um plano de vida destinado à vivência de Entidades
possuidoras de determinado grau evolutivo, no qual podem e devem prosseguir no
seu aprimoramento espiritual e científico. Os habitantes deste novo plano, em
sua quase totalidade, atingiram aquele grau de aprimoramento após uma
permanência mais ou menos longa nesse estágio, e estão sendo transferidos a
outro mais elevado a que já fizeram jus. Deseja então Nosso Divino Mestre e
Senhor Jesus de Nazareth, instalar em tão bela morada os Espíritos atualmente
encarnados na Terra, na medida em que forem encerrando suas encarnações. Foi
verificado, entretanto, que apenas uma minoria de vós se encontra em condições
de ser promovida àquele plano de vida espiritual, que é constituído pelos
irmãos que já se habituaram à oração e à meditação diárias, e as praticam com
verdadeira devoção. Esses contam ou podem contar com sua promoção. O desejo,
porém, do Senhor Jesus, é poder conduzir àquele plano de vida um número muito
maior de seus guiados terrenos, e não apenas a minoria deles. Daí uma das
razões da nossa vinda ao vosso meio para grafar estas coisas em letra de forma
para que possais lê-las e relê-las muitas vezes e vos decidirdes a seguir o
caminho que elas vos ensinam. E por que não? — pergunto-vos eu. Quero
expressar-vos a minha convicção de que todos vós que tivestes a idéia e também
o interesse de adquirirdes este livro, seja por havê-lo visto numa visita feita
à livraria, ou seja em face da recomendação de algum amigo vosso, o fato é que
essa decisão já vos identifica como pessoas possuidoras daquele anseio de
aprimoramento que leva os homens a ler e estudar quanto se afine com os seus
íntimos desejos de progresso espiritual, dado que todos somos unicamente
Espíritos com esse objetivo. Assim pois, a circunstância de terdes adquirido
este volume já se traduz pelo amadurecimento do vosso desejo de ingressar na
ordem de conhecimentos que preponderou na vossa vinda mais uma vez à Terra em
busca de luz e progresso para o vosso belo Espírito. Concluo então, que tantos
sejam os meus irmãos encarnados leitores destes conselhos, como tantos serão os
Espíritos com promoção assegurada ao plano onde a felicidade e o bem-estar
constituem a sua constante. O meu desejo seria, então, e o do Senhor Jesus
também o é, de que em todos os lares da Terra fossem lidos, pelo menos estes
três grandes livros: este que tendes em mãos e os dois ditados antes pelo nosso
querido Thomé, um dos mais dedicados servidores do Senhor Jesus. Desta maneira
eu acredito que estaria assegurada a promoção de toda a população da Terra
àquele mundo de felicidade, capaz de abrigar umas duas vezes o número de almas
viventes atualmente na Terra. Para que tal coisa se torne em realidade, será
suficiente que você meu querido irmão leitor, nos ajude nesta tarefa,
comunicando o que deste livro consta aos seus familiares e amigos, os quais,
fazendo o mesmo por sua vez, levarão esta boa nova a todos os lares terrenos.
Eu adivinho a observação que se desenha em
sua mente, querido irmão leitor, achando que muitos lares hão de existir cujos
habitantes, seguidores desta ou daquela seita religiosa, se oporão a seguir
este caminho. Eu esclarecerei a todos os leitores, que tal recusa não terá
lugar por um motivo muito poderoso e invencível que é este: as palavras que
deste livro constam, assim como aquelas ditadas pelo apóstolo Thomé, estão
totalmente impregnadas da misericórdia do Senhor, e por isso serão aceitas por
todos com boa vontade. As condições que em breve se positivarão na Terra em
virtude dos trabalhos transformatórios, devem despertar em todos os Espíritos
encarnados um desejo ardente, talvez mesmo aflitivo e urgente de algo que seja
também um bálsamo não encontrado alhures, e estes livros estarão para todos os
seres humanos como esse desejado bálsamo consolador. Melhor será então, um
milhão de vezes melhor, estar cada ser humano na posse antecipada do desejado
bálsamo em vez de o procurar já em estado de aflição.
Possam as minhas palavras penetrar e ficar
morando em vossos corações de bons filhos de Deus, e aí se transformarem em
luzes para os vossos belos Espíritos. Eu não vos disse provavelmente nada que
já não tenha sido dito nas páginas anteriores por Entidades de grande
luminosidade. A repetição das aulas, como sabeis, é que contribui para a melhor
compreensão dos alunos, sobretudo quando a repetição se faz por palavras e
imagens diferentes. Foi o que procurei fazer neste capítulo que o Senhor me
confiou, e muito feliz me sentirei se tiver contribuído por minha vez para
reforçar o vosso sincero desejo de ascenderdes em breve ao plano de grande
luminosidade, onde de certo nos encontraremos para celebrar em definitivo a
nossa amizade espiritual.
Contando desde agora com esse desejado
momento, vou regressar às minhas ocupações junto ao Divino Mestre e Senhor
Jesus, onde podereis contar a partir de hoje com este dedicado irmão e amigo às
ordens
J. M. DA SILVA PARANHOS JR
Barão do Rio Branco
Not.
biogr. — José Maria da Silva Paranhos Júnior — 1845-1912 — Barão
do Rio Branco. Ilustre diplomata e estadista brasileiro. Filho do visconde do
Rio Branco, José Maria da Silva Paranhos, eminente estadista do império.
Diplomado pela Faculdade de Direito do Recife, onde concluiu o curso jurídico
iniciado em São Paulo. Foi deputado geral pelo Estado de Mato Grosso
(1871-1875); cônsul do Brasil em Liverpool, onde aprofundou estudos sobre a
história e a geografia do Brasil; em 1884 foi nomeado comissário do governo
imperial em Petrogrado à Exposição Internacional realizada na capital
moscovita. Por falecimento do barão Aguiar de Andrade, Rio Branco foi nomeado
chefe da missão especial encarregada de defender os direitos do Brasil na
questão de limites com a República Argentina, submetida à arbitragem do
presidente Cleveland, dos Estados Unidos. Rio Branco produziu uma notável
“Memória Brasileira” durante oito meses de grande trabalho, fazendo-a
acompanhar de valiosa documentação, cartas geográficas, demonstrações e
argumentos irrespondíveis, que influíram de tal maneira no espírito do
presidente Cleveland, que este deu ganho de causa ao Brasil em 5 de novembro de
1895, em virtude da qual ficaram definitivamente incorporados ao Brasil
30.622 quilômetros quadrados de território litigioso. Esta vitória do Brasil
foi considerada uma autêntica vitória do barão do Rio Branco.
Outra
questão de limites surgiu logo após no Oyapock, na fronteira com a Guyana
Francesa, a propósito do território contestado do Amapá. Submetida esta questão
à arbitragem do presidente da Suiça, foi também decidida a favor do Brasil,
graças aos estudos e farta documentação apresentados pelo barão do Rio Branco,
comissário do Brasil, anexando ao território brasileiro os 260.000 quilômetros
quadrados de território que haviam estado em litígio. Esta grande vitória de
Rio Branco foi celebrada com enorme entusiasmo em todo o país. O Congresso
Nacional declarou-o benemérito e votou uma pensão anual para ele e seus filhos -
Nomeado a seguir ministro do Brasil em Berlim, foi convidado em 1902 pelo
presidente Rodrigues Alves a assumir a pasta das Relações Exteriores do Brasil,
onde ficaria até à morte, em 1912.
A
atuação do barão do Rio Branco à frente do Itamaraty foi altamente benéfica
para o Brasil. Em novembro de 1903 surgiu grande agitação no Acre entre
bolivianos e brasileiros - Rio Branco interveio com grande habilidade e tino
diplomático, conseguindo da Bolívia mediante compensações territoriais e dois
milhões de esterlinos, tornar território brasileiro os 200.000 quilômetros
quadrados que formavam o território do Acre. Sua popularidade ultrapassou as
fronteiras do Brasil, tendo cooperado ainda, decisivamente, para a solução
amigável de outros litígios entre países vizinhos, notadamente Peru e Uruguai e
entre este país e o Brasil.
O
barão do Rio Branco foi também um grande jornalista em toda a sua vida O
“Jornal do Commercio” do Rio de Janeiro possui em seu arquivo inúmeros artigos
seus, ora em forma de “várias” redigidas no Itamaraty com repercussão na
política sul-americana, ora em artigos assinados com pseudônimo, sempre para
repor nos devidos termos assuntos relacionados com a política exterior do Brasil.
Raro era o dia em que a figura imponente do Grande Chanceler não comparecia à
redação daquele órgão da imprensa para uma agradável palestra e também para
entregar a sua colaboração.
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São
do ex-diretor do “Jornal do Commercio”, Dr. Elmano Cardim, as seguintes
palavras sobre a morte de Rio Branco: “Foi numa manhã inesquecível, a 10 de
fevereiro de 1912, quando a cidade ia começar o trabalho, que a notícia da
desgraça se espalhou. Morrera o grande homem. Ou mais simplesmente: morrera o
Barão. Desconhecidos, ao se cruzarem na rua, paravam e abraçavam-se. Muitos não
venciam a emoção e ficavam com os olhos marejados de lágrimas. A romaria triste
levou até ele a população que se habituara a vê-lo passar de carro aberto, com
seu grande chapéu Chile e sua seriedade sem artifício.”
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