Passa já da hora o vosso despertar espiritual . . . Saiba que a tua verdadeira pátria é no mundo espiritual . . . Teu objetivo aqui é adquirir luzes e bênçãos para que possas iluminar teus caminhos quando deixares esta dimensão, ascender e não ficar em trevas neste mundo de ilusão . . .   Muita Paz Saúde Luz e Amor . . . meu irmão . . . minha irmã

segunda-feira, 31 de julho de 2017

CAPÍTULO LXIII – Livro: Corolarium – ditado pelo Espírito de Maria de Nazareth ao médium Diamantino Coelho Fernandes. Escolas de belas-artes desconhecidas na Terra. — Entrevista com Miguelangelo. — O Amor sentimento. — O Amor sublimidade só Deus o pode fixar. — A Felicidade e o Amor. — O sentido da vida numa escultura monumental.




As almas que vivem no mundo espiritual, nos intervalos entre uma e outra encarnação, encontram muitas maneiras de se aprimorarem nas especialidades de sua preferência. Encontram, inclusive, numerosos cursos ministrados por outras almas mais adiantadas, nos quais aquelas que aspirarem a novos conhecimentos podem matricular-se e adquiri-los. No setor das belas-artes, por exemplo, existem no Alto trabalhos e escolas ainda desconhecidos no mundo terreno, por mais aperfeiçoados que sejam os trabalhos aqui realizados. Certamente que os elementos à disposição das Almas no Alto não são os mesmos existentes na Terra, porque bem mais refinados. No setor da pintura as almas aficionadas têm a satisfação de encontrar tintas de todas as tonalidades imaginadas à sua disposição, enquanto que na Terra os pintores se esmeram na preparação por eles próprios das tonalidades desejadas para as suas pinturas. É de justiça reconhecer, no entanto, que vários dos maiores artistas da pintura que passaram pela Terra, chegaram a confeccionar tonalidades notáveis para os seus quadros tão admirados ainda nos dias que correm. No Alto, porém, um dos fatores primordiais no gênero é a própria imaginação do artista. Se este se concentra na imaginação de uma determinada tonalidade que deseja aplicar na sua pintura, ele tem logo a satisfação de a ver ao seu alcance, independente da mistura que poderá fazer com outras tonalidades. Daí o fato de podermos contemplar nos ateliês e nas exposições de belas-artes, trabalhos que na Terra seriam considerados impossíveis de realizar.

Isto que acabo de escrever dar-vos-á uma idéia mais aproximada dos belos trabalhos de pintura que ornamentam a Exposição que estamos percorrendo, na qual já apreciamos os belos trabalhos destes verdadeiros mestres que foram na sua arte: Rembrandt, Rafael e Miguelangelo, cuja história podereis encontrar nas vossas enciclopédias. Regressando ao mundo espiritual cada qual à sua vez, sua grande preocupação continuou sendo a pintura. E de tal maneira se integraram suas almas nesta bela arte, que tudo fazem no sentido de despertar nas almas amigas este nobre sentimento. Estas grandes almas da pintura fundaram cursos gratuitos, é claro, ensinando a sua arte às almas desejosas de aprendê-la, enquanto se entregam nas horas vagas à execução de trabalhos notáveis, como aqueles de que me ocupei em capítulos anteriores. Já que estamos em visita à bela Exposição do Além, vamos tentar aproximar-nos de algum destes grandes mestres da pintura, para ouvirmos algumas das suas impressões acerca da sua arte. Vejamos se algum deles aqui se encontra. Sim, almas queridas; lá está Miguelangelo, rodeado de almas suas admiradoras. Vamos cumprimentá-lo.

— Desejamos apenas cumprimentar-te pela beleza daquele trabalho que ali está, querido mestre!

— E quem é que me vem cumprimentar! Isto me sensibiliza a alma profundamente! Gostaram, então, do meu quadro?

— Sim, mestre; nós admiramos de uma maneira especial a tua concepção maravilhosa. O Amor está ali tão bem plasmado que nos faz admirar-te e querer-te cada vez mais.

— Alma Excelsa — retrucou o artista — para alguém poder plasmar o Amor pela maneira que eu o fiz naquele quadro, é essencialmente necessário conhecer o Amor, e ter dele repleto o coração. Como vê, eu não tentei retratar um objeto, uma cena, uma paisagem. Eu me esforcei em retratar um sentimento dos mais puros que é o Amor. E como isto me foi difícil, Alma Excelsa! Para alcançar o resultado que a minha imaginação conseguiu plantar naquele quadro que exponho, eu resolvi mergulhar fundo no oceano da vida humana, em busca da inspiração que só a sua realidade nos pode oferecer. Pelo meu gosto eu ampliaria de muito as várias fases e circunstâncias em que o verdadeiro Amor se manifesta; mas não me chegaria então o reduzido espaço duma tela. Eu teria de utilizar para isso o espaço de centenas de telas reunidas, a fim de nelas poder fixar os incontáveis aspectos e fases inúmeras do Amor. Sendo-me isso impossível, eu procurei retratar então este belo sentimento em suas fases principais, segundo as circunstâncias da vida terrena. Porque, aquelas em que o Amor se manifesta no plano espiritual, em sua sublimidade, estas são absolutamente impossíveis de fixar ao mais refinado artista. Só um artista eu considero em condições de poder retratar o Amor, não simplesmente numa pintura palpável, mas imprimir a sua sublimidade em nossas almas; esse Artista maravilhoso é Deus, Alma Excelsa.

— Muito grata eu te fico, alma querida, pelas tuas belas palavras — repliquei. — Que Deus continue a inspirar-te em tua bela arte, até que possas chegar um dia a fixar em tonalidades excelsas a sublimidade do Amor espiritual, aquele que purifica, redime, e eleva as almas para Deus.

Despedindo-nos daquela Grande Alma, vamos prosseguir em nossa visita à grandiosa Exposição de Belas-Artes. Caminhemos um pouco em direção ao setor ali em frente. Apreciemos o que ele nos apresenta. Eis-nos em presença duma outra especialidade artística — a escultura, à qual igualmente se têm dedicado muitas almas na Terra. A escultura, ao contrário da pintura, é uma arte por assim dizer realista, enquanto esta se caracteriza pela imaginação. Apreciemos então estes trabalhos tão finamente executados. Gostaria de encontrar alguém que os pudesse descrever para nós, para a nossa melhor compreensão. Entendendo eu bem pouco de escultura, vejo que estes trabalhos foram modelados segundo idéias muito avançadas. Aqui está chegando uma das almas encarregadas deste mister.

— Bela alma, queres deliciar-nos com a descrição destas obras que aqui estão, sem o que não poderemos apreciá-las?

— Aqui estou exatamente para isso, Mãe Santíssima E com que alegria o faço! Iniciemos pelas obras chamadas avançadas, que são estas — e apontou-nos um conjunto de trabalhos expostos por diversos autores. E assim nos falou aquela bela alma:

— Neste conjunto escultural, o artista imaginou reunir dois símbolos representando a Felicidade e o Amor. Esta figura — a Felicidade, não podendo vir sem o Amor, procura enlaçá-lo em seus braços, com este empenho refletido nos traços fisionômicos. A Felicidade, segundo a concepção do artista, não pode prescindir do Amor para viver, e por isso aqui se apresenta de braços assim estendidos para o Amor, procurando enlaçá-lo e atraí-lo para si.

Vede, almas queridas, que bela concepção aqui se encontra neste lindo conjunto. Não podendo existir Felicidade sem Amor, porque somente os dois se completam, este grande artista imaginou plasmar as duas figuras transcendentes neste conjunto escultural.

— Magnífico, minha filha! Queres ter a gentileza de prosseguir na tua interessante descrição do conjunto?

— Aqui vemos então o Amor numa atitude que podemos dizer de observação das disposições da Felicidade, assim nesta expressão de certo retraimento, como que aguardando algo mais positivo para então se entregar à Felicidade. Desta atitude do Amor, segundo a concepção do artista, devemos deduzir que ele reluta em aceitar de pronto os anseios da Felicidade com seus braços estendidos procurando enlaçá-lo, temeroso ele de que possa tratar-se, possivelmente, de uma Felicidade mais aparente do que real. E é por isso, por causa desse receio, que o Amor reluta em acreditar na Felicidade. Esta é a idéia concebida pelo escultor ao edificar este belo conjunto, Alma Excelsa.

— Eu te agradeço de todo o coração, bela alma, a tua interpretação tão interessante para nós.

Vamos prosseguir, almas queridas. Vejamos este belo trabalho que aqui está, e qual o seu significado. A bela alma que gentilmente nos acompanha dir-nos-á também o que realmente pretende significar segundo seu autor.

— Este trabalho foi constituído também por um dos mestres desta bela arte. Ele representa, na concepção do escultor, o Desejo. A atitude da figura imaginada é a que melhor poderia representar o Desejo, conforme se pode deduzir do seu olhar e da expressão do rosto, bem demostrando o seu grande desejo de algo que desconhecemos. É um sentimento difícil de reproduzir, certamente, o do Desejo, no qual muito se esmerou o autor.

Apreciemos, então, almas queridas, esta escultura do Desejo, e imaginemos a quantos males o mesmo pode conduzir as almas na Terra, sobretudo quando mal conduzido, ou elevado a determinado grau de incontinência. Um desejo moderado, quando justo, razoável e puro, pode ser facilmente atingido com o decorrer dos dias ou meses. O que é necessário esclarecer em relação a este sentimento, é se do mesmo poderá resultar a nossa felicidade quando justo ele seja, e jamais o sofrimento por vezes irremediável e o arrependimento. Eis à nossa frente o que o artista concebeu para representar o Desejo. Ele soube elaborar com arte todo o aspecto fisionômico, o olhar inclusive, traduzindo esta ânsia que logo se observa. Os braços levemente estendidos representam por sua vez o gesto natural da expressão do sentimento do Desejo, em relação à coisa desejada. É realmente um belo trabalho, se examinado à luz do sentimento expressado pela maioria das criaturas humanas. Mas muito se poderá dizer ainda sobre o Desejo e suas quantas vezes lamentáveis consequências, na vida das almas encarnadas. Um forte sentimento de desejo, por exemplo, manifestado por uma criatura ainda pouco evoluída, das muitas que existem na Terra, enxergando mais do que tudo o seu próprio interesse, que é o interesse do Ego com exclusão do interesse alheio, um sentimento de desejo de tal natureza pode levar essa criatura à prática de todos os excessos e até ao crime, como muitas vezes tem acontecido, Há, pois, necessidade e mesmo toda a conveniência, de que as almas encarnadas se habituem a submeter os seus sentimentos de desejo, os seus desejos, por conseguinte, ao crivo do raciocínio, com a finalidade de bem se certificarem se aquilo que desejam ardentemente poderá acarretar-lhes felicidade ou infelicidade. Eu darei aqui às minhas filhas e filhos queridos uma fórmula que eu julgo excelente para que facilmente possam ajuizar com segurança, se isto ou aquilo que ardentemente desejam, poderá ser-lhes ou não favorável, inclusive quanto à sua oportunidade. Esta fórmula é a seguinte: sempre que um sentimento extraordinário de desejo se manifeste em sua vida diária, e desejem saber de pronto se o mesmo lhes poderá ser ou não conveniente, imaginem uma consulta feita mentalmente ao Senhor Jesus, e sobre o que o Senhor responderia. Façam mesmo essa consulta mental, almas queridas. Ou, então, imaginem que o Senhor Jesus esteja presente, e assim testemunhará a realização desse desejo. Se assim fizerdes, filhas e filhos que eu muito amo, eu vos asseguro que somente realizareis os desejos que vos possam engrandecer e elevar espiritualmente para o coração magnânimo do Senhor, e jamais aqueles que possam deprimir-vos perante o Senhor. Feito este pequeno comentário, continuemos a nossa visita à Exposição de Belas-Artes, acompanhadas desta bela alma como cicerone.

Defrontamos agora este conjunto por assim dizer monumental, dado o tamanho da respectiva construção arquitetônica. Indaguemos da bela alma do que se trata.

— Este trabalho, Alma Excelsa, representa o sentido da vida terrena, tal como o imaginou o escultor. Encontramos na base este ser minúsculo iniciando os primeiros passos, assistido por forças invisíveis que o observam de perto. Vejam que ele se esforça para alcançar este primeiro degrau da escada que deverá vencer. E vejam como é longa a escada, e quase incontáveis os degraus. Alguns, como vêem, são quase imperceptíveis. Isto significa que as almas encarnadas estão sujeitas a dar certos passos em degraus imperceptíveis, ou, como se usa dizer na Terra, dar passos no escuro. O artista figurou este tipo de passos dados pelas almas encarnadas, apresentando isto que vemos: das diversas almas que iniciaram a ascensão da escada da vida, nem todas lograram vencê-la. Vejamos este detalhe. Logo aos primeiros degraus, várias delas perderam as forças e caíram. Com este detalhe o artista pretendeu figurar as crianças que perecem, e se despedem da escada da vida. São almas que perderam a encarnação ainda na infância, e logo desaparecem do cenário da vida. Vejam estas que lograram subir numerosos degraus, mas que perderam o equilíbrio e caíram também. Este fenômeno todas nós aqui o conhecemos e lamentamos, pela quantidade de almas desencarnadas em pleno vigor da sua mocidade. Elas aqui estão representadas pelo artista, despedindo-se da escada da vida. E veremos em seguida, acompanhando a escada traçada pelo artista, a alegria das almas que lograram vencer os inúmeros degraus da escada, e aqui estão descendo já em nosso plano, risonhas e felizes por haverem conseguido vencer degrau por degrau esta longa escada imaginada pelo escultor. Este trabalho, Mãe Excelsa, tem sido um dos mais apreciados pelos visitantes da Exposição. Aqui esteve ontem uma ilustre comissão de almas que foram médicos na Terra, com o objetivo de estudarem o melhor meio de impedir esta quantidade de almas de perecerem assim aos primeiros degraus da escada, ou seja, ainda na infância. Tenho a impressão de que a imaginação do escultor evidenciando este fato veio contribuir para que algo de eficiente se realize em tal sentido.

— Eu te agradeço, bela alma, tão úteis explicações, e desejo que nos ministres ainda outras de tão interessantes para todas nós.

Prosseguiremos no próximo capítulo.

Deixo-vos aqui a bênção que o Senhor vos envia por meu intermédio, e a minha própria que eu vos ofereço de todo o coração.

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