Passa já da hora o vosso despertar espiritual . . . Saiba que a tua verdadeira pátria é no mundo espiritual . . . Teu objetivo aqui é adquirir luzes e bênçãos para que possas iluminar teus caminhos quando deixares esta dimensão, ascender e não ficar em trevas neste mundo de ilusão . . .   Muita Paz Saúde Luz e Amor . . . meu irmão . . . minha irmã

segunda-feira, 31 de julho de 2017

CAPÍTULO LXV – Livro: Corolarium – ditado pelo Espírito de Maria de Nazareth ao médium Diamantino Coelho Fernandes. Estátua simbolizando a Primavera numa bela figura de mulher anunciando a fartura. — Foi à mulher que o Criador conferiu os mais importantes poderes na Terra. — O símbolo do Arrependimento segundo o artista. — O inverno.




A visita que estamos fazendo à Exposição de Belas-Artes num dos mais luminosos planos do mundo espiritual, tem-me fornecido inspiração para abordar e desenvolver vários temas estreitamente relacionados com a vida das almas encarnadas. E eu espero encontrar nas obras expostas outros motivos igualmente importantes para os comentários que ainda conto fazer neste livro, a fim de que possais regular os atos da vossa presente existência, segundo os princípios que mais vos favoreçam na aquisição das luzes e bênçãos que viestes buscar na Terra. Assim, pois, vamos prosseguir em nossa visita à grande Exposição de Belas-Artes.

Vamos admirar ainda no setor da escultura o que mais possa despertar a nossa atenção, dado o grande número de trabalhos expostos. Aqui está ao nosso lado, alegre e sorridente, a bela alma que nos serve de cicerone, e que tão inteligentemente nos tem ministrado a explicação e interpretação a respeito das obras expostas.

— Bela alma, o que deveremos apreciar hoje ainda neste setor da escultura? Que novos trabalhos nos sugeres visitar?

— Alma Excelsa! Eu gostaria de mostrar a totalidade das obras expostas, que são numerosas, e todas muito belas e interessantes. Sugiro então examinardes esta que aqui está. Foi modelada por uma verdadeira alma de artista, autora também de outros trabalhos. Esta estátua simboliza a Primavera, segundo a concepção do artista. Examinai-a, Alma excelsa. O artista imaginou simbolizar a Primavera nesta bela figura de mulher, por considerar tratar-se da mais bela das quatro estações. Ele se esmerou de tal maneira em sua concepção, que aqui nos apresenta nesta bela escultura, a sua idéia da Primavera. Como seja esta a estação em que as árvores se cobrem de flores, e também os prados e os jardins, eis a figura da Primavera tomada de flores, dando-nos a impressão de ser ela própria feita de flores. Examinemos este detalhe na base. Vemos aqui como que saudando a Primavera vários representantes do reino animal numa atitude de contentamento pela chegada da mais bela estação do ano, aquela em que todos eles iniciam uma nova vida, em que uns e outros se procuram, se aproximam para o amor e para a vida. Nesta mão estendida da Primavera, vieram pousar estas duas avezinhas atraídas por estes poucos grãos de alimento que a Primavera lhes oferece em sua mão espalmada. O artista pretendeu significar neste detalhe o início da fartura para os seres viventes no plano terreno, nesta fase em que uma nova vida se desperta por toda a parte. Mas vejamos ainda este outro detalhe. O artista colocou na outra mão da Primavera esta delicada cestinha contendo algumas flores de árvores frutíferas, sobretudo das cerejas, como a anunciar para breve o aparecimento destes saborosos frutos. Mas há na cesta ainda outras flores indicativas da próxima colheita dos respectivos frutos, desenvolvidos na seiva de cada espécie pelas irradiações benéficas da Primavera, a estação mais bonita e agradável para todos os seres viventes no solo terreno. Para coroar a obra, como vedes, Alma Excelsa, o artista imaginou com muita propriedade esta bela coroa de jasmins que tanta graça veio emprestar à fisionomia da estátua.

É realmente belo este trabalho, bela alma. Sua concepção e realização refletem bem a mais bela das quatro estações. Este lindo rosto de mulher coroado de flores, traduz bem o despertar da vida na Terra, após os sofrimentos impostos pela neve e, para muitas almas, algumas privações bem duras na fase do inverno.

Cabe então aqui, almas queridas, um pequeno comentário a respeito da Primavera, representada nesta obra que estamos apreciando. O artista foi muito feliz em esculturar uma figura feminina como símbolo da Primavera, porque em verdade foi às almas femininas que a bondade do Criador conferiu os mais belos e importantes poderes na Terra. As almas femininas foram dotadas de poderes tão importantes, que, utilizados com propriedade e inteligência na Terra, poderão operar verdadeiras maravilhas no seu próprio, assim como no interesse geral. Assim como sabemos ser na Primavera que se despertam na seiva das plantas as radiações criadoras que aos olhos humanos se apresentam na forma de suas flores precursoras dos saborosos frutos, também se concentram nas almas femininas os poderes capazes de imprimir à coletividade humana os sãos princípios do amor ao próximo, para que se instale no solo terreno igualmente o princípio da harmonia e do entendimento geral. Se percorrerdes atentamente as páginas da história, lá encontrareis pelo menos um nome de mulher como incentivadora, tanto dos fatos que levaram as nações aos conflitos armados, como daqueles que se assinalaram no mundo como acontecimentos grandiosos e úteis à coletividade. Em todos esses acontecimentos ireis encontrar um nome de mulher como elemento incentivador por excelência, no uso das faculdades e poderes persuasivos recebidos do Criador. Sirva então isto de incentivo a todas as almas viventes em corpos femininos, para que, como autênticas primaveras da vida terrena, só façam uso das suas belas faculdades e poderes persuasivos para o bem geral da coletividade, tal como procede a estação primaveril que vos visita anualmente.

Isto posto, vamos prosseguir em nossa agradável visita aos belos trabalhos aqui expostos.

— Aonde nos levas agora, bela alma?

— Temos aqui bem perto uma outra obra digna da vossa visita, Alma Excelsa. Ei-la, aqui está. Esta alentada escultura foi construída para simbolizar o Arrependimento. É bem curiosa, como podeis ver. Quase se poderia dizer que se trata de uma criatura humana sem cabeça, o que é bastante curioso. Examinai-a de perto, Alma Excelsa.

Realmente, bela alma! Está aqui bem refletido o gesto do arrependimento, segundo a imaginação do artista. Vejo que a figura traz a cabeça escondida sob as vestes, certamente porque o seu ato, do qual tanto se arrependeu, não lhe permite olhar de frente para os semelhantes. Então ele resolveu esconder a cabeça sob as vestes.

A idéia é perfeitamente acatável, almas queridas. Há fatos ocorridos na vida de muitas almas, dos quais o Arrependimento as aconselharia a se esconderem do público. O artista simboliza semelhante atitude escondendo a cabeça da estatueta sob as próprias vestes, com o que bem representa o Arrependimento imposto pelas atitudes impensadas de certas criaturas.

Esse sentimento, porém, não é daqueles que nós chamaremos irremediáveis. Não, almas queridas. Para os arrependidos há sempre remédio eficaz e ao alcance de todos. Para o Arrependimento existe o remédio da oração, do pedido sincero do perdão ao Senhor Jesus. O fato, mesmo, de alguém se arrepender sinceramente de algo praticado impensadamente ou por influência de terceiros, já representa por si mesmo o princípio da absolvição. Há, necessariamente, grande variedade de atos que podem levar seus autores ao arrependimento. A circunstância peculiar a cada um desses atos é que determinará a sua maior ou menor gravidade. Quando, por exemplo, um ato dessa natureza praticado contra uma alma semelhante, vivendo também a sua vida terrena, possa acarretar-lhe sofrimento ou prejuízo material, pode o autor desse ato ressarcir o prejuízo ou compensar o sofrimento infligido, com outro gênero de procedimentos capazes de eliminar de sua mente o arrependimento que nela se haja implantado. Se, entretanto, o ato praticado tiver importado em fato de maior gravidade, como, por exemplo, a supressão da vida de uma alma semelhante, nesse caso somente a misericórdia divina terá poderes para eliminar da mente do autor o arrependimento que nela se instalou: E de que maneira? — indagareis vós, almas queridas. Eu vos direi, então, que somente a prece sincera, fervorosa, do arrependido, poderá eliminar da sua mente, ou da sua consciência, o sentimento indesejável do arrependimento. O Senhor Jesus, ao receber a prece continuada duma alma arrependida em tais circunstâncias, transforma-a em luzes e bênçãos para a alma sacrificada, ao mesmo tempo em que acalma e tranquiliza a mente arrependida. E se esta decidir utilizar-se deste luminoso recurso da prece por muito tempo, por toda a sua vida, por exemplo, então um fenômeno se verificará ao partir ela própria deste mundo e regressar ao seu plano espiritual. A alma que assim proceder, que resolver orar a vida inteira por outra por ela sacrificada, terá contribuído de tal maneira para a iluminação da vítima, que ao encontrá-la no mundo espiritual será por ela recebida já como alma amiga, benfeitora, e não como algoz.

Vede, almas queridas, como pode ser praticada a prece sincera ainda com este belo resultado. Duas almas que na Terra se desentenderam e uma sacrificada pela outra, resultarem tornar-se verdadeiras amigas no plano espiritual, graças aos benefícios maravilhosos da prece. Casos desta espécie existem vários no Alto, felizmente. Se todas as almas que na Terra infringiram a Lei divina do não matarás, se arrependerem verdadeiramente desse ato e decidirem recorrer à prece sincera em favor da alma sacrificada, se não eliminarem de todo os efeitos da lei cósmica, terão conseguido reduzi-los ao mínimo em sua próxima encarnação. Eis, almas queridas, o comentário que esta escultura me sugere, e que eu considero da maior utilidade para todas as almas encarnadas de todos os tempos.

— Que mais tens para nos mostrar de importante, bela alma?

— Vejamos aqui bem perto este outro trabalho que o artista denominou o Inverno. Vede, Alma Excelsa, o que a imaginação do artista concebeu para simbolizar o Inverno. Vemos esta figura de homem arruinado pelo cansaço nesta pedra que encontrou no seu caminho, depois, certamente, de haver percorrido a longa estrada que aqui vemos bem nitidamente. Seus cabelos da cor do algodão já foram louros, certamente, quando menino, enegreceram com os anos, e por fim embranqueceram os fios que conseguiram resistir à sua própria neve. É uma figura de homem forte a deduzir pelas sandálias, pelo volume dos braços, e pelo rosto enérgico. Foi feliz o artista nesta concepção, como estamos vendo. Ele pretende simbolizar nesta figura humana o corolário de todas as almas encarnadas na Terra, representadas neste velho de tez cansada de lutar na Terra pelo pão de cada dia, não acha, Alma Excelsa?

Sim, bela alma. Esta figura de homem simbolizando o Inverno está bem imaginada. O Inverno é isso mesmo, realmente. O homem, nascido menino, depois crescido, jovem, e mais tarde amadurecido, vai percorrendo as quatro estações anuais do mundo terreno, para concluir a jornada na atitude que estamos vendo. Eu desejo esclarecer, contudo, que esta bonita escultura apresenta-nos apenas o lado externo da vida humana, que é simplesmente o veículo da alma. Se pudéssemos encontrar aqui ao lado desta figura exausta de lutar e viver, a alma que tal veículo teria animado, por certo que a encontraríamos bastante iluminada, radiosa e feliz, ao contrário deste homem cansado de caminhar.

É um ponto que eu muito desejo esclarecer a todas vós, almas queridas, este de que, ao passo que o corpo vai envelhecendo pelo perpassar dos anos de trabalho e permanência, a alma, bem ao contrário, se torna cada dia mais bela, radiosa e feliz em virtude das luzes e experiências adquiridas. Ao se desprender do corpo de carne, a alma se apresenta no mundo espiritual com toda a sua luminosidade num corpo fluídico em tudo semelhante ao deixado na Terra, porém isento dos sinais de cansaço demonstrados nesta escultura que temos a satisfação de analisar. Guardai, então, bem estas minhas palavras, almas queridas. Ainda que chegueis a esgotar na Terra as energias do corpo em vossas atividades constantes, ao regressardes ao Alto, vos apresentareis almas jovens, iluminadas pela experiência que tiverdes podido adquirir na Terra, e não alquebradas ou vencidas pelas vossas lutas terrenas. O que apenas se faz necessário ter em vista cada uma das almas encarnadas é o fator luz resultante de suas ações. O fator luz é que determina em todas as almas o seu índice de progresso na escala espiritual, e nenhum outro fator estreitamente relacionado com a vida material. Pode uma alma cumprir um programa de vida terrena, bastante pobre de sucessos ou de bens materiais, e no entanto ser capaz de refletir perante o Divino Mestre uma trajetória particularmente propícia à evolução da alma. Uma alma que assim tenha podido cumprir um programa de vida terrena, orando com devotamento e sinceridade ao Senhor todo o santo dia, ainda que não possa registrar determinado índice de prosperidade material, ela contará, contudo, uma pequena ou grande fortuna expressa em luminosidade no seu diadema espiritual. Ao se despedir da matéria para reingressar no seu lar espiritual, esta alma sentir-se-á imensamente mais feliz do que se na Terra houvesse possuído uma grande fortuna em bens terrenos. Estes, como sabeis de sobra, sendo terrenos, à Terra pertencem e nenhum reflexo oferecem às almas que os tenham edificado. Estas, partindo da Terra, não mais os aproveitam, uma vez que para nada lhes podem servir no mundo espiritual. Guardai bem isto, filhas e filhos que eu muito amo.

Deixo-vos aqui a bênção que o Senhor vos envia por meu intermédio, e a minha própria que eu os ofereço de todo o coração.

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