O fato passou-se há
vários séculos numa região do Oriente, povoada por seres humanos ainda
possuidores de algumas taras peculiares aos Espíritos em princípio de evolução.
Procedia-se então a modificações necessárias do solo terreno, a fim de o tornar
mais apto à produção de alimentos, já insuficientes para atender às necessidades
da população. Era necessário, igualmente, atrair à superfície as derivações dos
condutos subterrâneos do precioso líquido, indispensável à cultura de vários
produtos da terra, bastante
ressequida nessa
região.
O trabalho
empreendido pelos Espíritos de Deus, após o longo período de estudo e
preparação no Alto, constava da demolição de algumas elevações existentes na
região, importando essa operação na destruição, também, de um regular número de
habitantes ali existentes. O trabalho iniciado a certa profundidade, constava
de uma espécie de terremoto que abrangesse toda a área planificada, fenômeno
este capaz de produzir os efeitos visados. Isto aconteceu então no dia
previsto, às primeiras horas, tendo, porém, as Forças Superiores tomado todas
as providências necessárias ao socorro das pessoas que viessem a ser atingidas
em suas vidas terrenas. E isto assim aconteceu. Foi ouvido pelos habitantes da
área atingida um primeiro ruído acompanhado do tremor do solo, o que serviu
para que todos deixassem os lares e viessem para o campo, onde o perigo era menor.
O fenômeno teve de ser repetido durante dois a três dias, para que o efeito se
processasse de modo completo. Ao fim desse curto período de tempo tudo estava
feito segundo os planos traçados.
Os habitantes da
região dirigiram-se ao campo e constataram com alegria, que algumas nascentes
se apresentavam nas elevações que ficaram intactas, cujo líquido corria
abundante sobre a parte atingida pelo tremor ou mesmo terremoto. Nenhuma
cratera, nenhum perigo à vista se lhes apresentava, numa área aproximada de
mais de duzentas milhas quadradas.
Em face da
constatação feita da existência de nascentes de água cristalina onde
anteriormente só havia terra seca, os habitantes mais próximos trataram de
conduzir o líquido em diversas direções, preparando-lhe represamentos para as
suas necessidades. Receosos de novos tremores e desmoronamentos, os habitantes
da região mantiveram-se afastados por algum tempo, meses apenas, à espera do
que pudesse ainda suceder. E como nada sucedesse em continuação, trataram eles
de preparar cada qual a sua área de cultura variada, pois que a estação era
chegada para isso.
Nada mais sucedeu
desde então naquela região da Terra, onde hoje se ergue um dos maiores e mais
prósperos núcleos de populações orientais, graças à transformação ali operada
pelas Forças Superiores que dirigem os destinos desta pequena esfera terrestre.
Adivinho a vossa natural curiosidade de saber também o que teria acontecido aos
habitantes humanos atingidos em suas vidas terrenas pelos efeitos da
transformação operada em torno de suas moradias. Alguns deles foram realmente
atingidos e partiram de regresso ao seu lar espiritual, onde foram recebidos
pelos antigos parentes e amigos, com demonstrações positivas da maior alegria
pelo seu regresso. Alguns que se lamentavam de haverem interrompido tão
bruscamente a existência terrena que usufruíam, foram conduzidos aonde pudessem
verificar, eles próprios, os registros pertinentes à vida de cada um. Aí
verificaram estes irmãos a perfeita exatidão dos fatos ocorridos desde sua
partida para a Terra, e até a data precisa em que deveriam regressar, inclusive
a maneira por que o fizeram. Assim puderam constatar aqueles Espíritos toda a
grandeza e perfeição das leis que regem a vida e também a morte em todos os
planetas do Universo, em virtude das quais nada acontece por acaso, porque tudo
está devidamente previsto e ajustado à vida de cada filho de Deus.
Ora bem; o fato que
acabo de narrar, bem sucintamente, servirá para ilustrar um pouco em vossa
imaginação, o que vem sendo narrado aos seres humanos acerca do que está para
acontecer neste vosso pequeno mundo, dentro de breves anos, meses ou mesmo
dias. O fato narrado deve ser tido como miniatura de outros muito mais importantes
a se registrarem na Terra com objetivos vários, sendo um deles a necessidade de
maiores áreas de produção de alimentos para a nova população deste mundo
terreno.
Deverá suceder,
igualmente, que movimentos subterrâneos, ocorridos em várias regiões do planeta,
operem as transformações do solo onde ocorrerem, a fim de tornarem produtivas
muitas áreas até agora inaproveitáveis. Esse fato deverá proporcionar ainda,
aos homens da época, a descoberta e aproveitamento de certos minerais
riquíssimos em sua utilização, os quais permitirão aos homens várias
modificações apreciáveis, tanto no setor dos transportes aéreos como no da
própria alimentação.
A Terra deverá ter uma
notável melhoria em relação a tudo quanto diz respeito à vida dos seres humanos,
quando sua imensa maioria será constituída de Espíritos de grande evolução, e
que aceitaram uma nova encarnação no solo terreno para operarem as modificações
de ordem técnica e científica, semelhante àquelas que existem nos planetas mais
adiantados. Mas não apenas esta espécie de modificações será operada pelos Espíritos
de Luz, reencarnados na Terra a partir da época atual. Eles são portadores,
ainda, de novas concepções religiosas e filosóficas, que muito deverão
contribuir para a manutenção da harmonia e da felicidade na Terra, onde passará
a pertencer ao passado o uso da violência contra seres humanos, tal como se tem
verificado em todos os conflitos armados. Não haverá, a partir de então, esse
odiento espectro das guerras a afligir o homem em sua vivência terrena. A paz,
a harmonia, o entendimento fraterno, hão de preponderar de futuro entre todos
os felizes habitantes do mundo terreno, tal como nos sucede a nós, que temos a
ventura de habitar o plano espiritual, onde nossa maior
preocupação consiste em podermos contribuir para a felicidade e o bem-estar do
nosso próximo.
A seguir eu desejo
relatar-vos um fato ocorrido em outro mundo que não este, habitado por
Espíritos retirados, a seu tempo, de mundos mais evoluídos, inclusive alguns
que viveram nesta pequena esfera terrestre, mas que, tal o desmando moral em que
incorreram, não puderam continuar na Terra. Ao desencarnarem aqui, aqueles Espíritos,
assim como os de outros planetas, foram conduzidos por seus Guias ao mundo a
que me refiro, por ser ele mais compatível com as suas tendências de então.
Reunidos no plano de vida ou mundo físico em referência, alguns milhares de
Espíritos destinados a nele recomeçarem os seus esforços evolutivos, houve ali
uma espécie de festividade, assistida por todos os antigos Guias espirituais de
cada um, antes que tivesse lugar o seu nascimento nesse plano.
A festividade em
referência foi realizada com o objetivo dos Guias espirituais apresentarem as
suas despedidas aos respectivos guiados, entregando-os então aos cuidados das
novas Entidades que deles cuidariam a partir daquele momento. O que eu pude
registrar naquela festa de saudade e despedida, devo dizer-vos que me emocionou
profundamente, pois que a assisti como convidado especial, em companhia de
numerosas outras Entidades do meu plano de vida.
Reunidos os Espíritos
degredados, é bem o termo, muitos deles, entretanto, que na sua inconsciência e
degradação moral não conseguiam entender o verdadeiro sentido da reunião,
foi-lhes dirigida a saudação de despedida pela Entidade chefe que, se bem me posso
recordar, assim se pronunciou:
“Filhos queridos, que
aqui vos encontrais no limiar de uma nova vida! Meu coração sente-se como que
despedaçado, ao ter de vos dirigir estas palavras de despedida, uma vez que
hoje nos separaremos talvez para todo o sempre. Não valeram as nossas advertências
quando vos encontráveis encarnados no mundo de onde procedeis, nem tampouco
aquelas que vos foram feitas em Espírito, ao regressardes vezes seguidas ao
plano espiritual a que pertencíeis. Infelizmente, meus queridos, a tentação do
mal em vós, foi sempre mais forte que a do bem, e vós preferistes sempre
incorrer na infração das leis do amor, a enveredar pelo caminho luminoso que conduz
à bem-aventurança. Não fostes, porém, condenados, sem que vos fossem concedidas
novas e numerosas oportunidades de vos emendardes, e enveredardes decididamente
pelo caminho do bem. Ao contrário disso, sempre preferistes ao bem à prática da
violência, da injustiça e do mal contra os vossos companheiros de jornada. Os tempos
e as oportunidades se esgotaram de todo. Conselhos, apelos e advertências,
foram totalmente recusados ou mal ouvidos. Eis que a vossa permanência nos
vossos mundos se tornou de todo impossível, meus queridos. Foi necessário
afastar-vos de lá, para a tranqüilidade dos irmãos nossos que neles vivem e se
esforçam por se tornarem bons filhos de Deus. Viestes então para este plano
físico, onde outros irmãos, ainda menos evoluídos do que vós, aqui se encontram
vivendo, lutando e sofrendo, à medida em que vão apurando suas melhores
qualidades. Aqui encontrareis condições de vida bem mais dolorosas do que
aquelas que deixastes em vossos mundos. Tereis de as suportar, da mesma maneira
que a futura jóia suporta o processo da lapidação. A lei que nesta esfera ainda
predomina, e à qual todos os viventes terão de se submeter, é a lei do mais
forte. Tereis por isto de medir vossas forças físicas constantemente, para
alcançardes as várias coisas de que precisais, a começar pelo alimento do vosso
corpo. Recordais-vos do que fazem os animais nos mundos que deixastes para
trás? Eles abandonam os filhos à própria sorte com apenas dias de nascidos.
Pois assim vos sucederá como habitantes desta esfera. Tereis de disputar o
vosso alimento, a vossa habitação, a vossa tranqüilidade, e outras coisas de
que carecerdes. Eu vos sugiro então, meus queridos, que useis a vossa própria
inteligência neste plano, esforçando-vos por implantar nele melhores condições
de vida. Sugiro-vos a aplicação neste plano, dos conhecimentos técnicos que
muitos de vós possuem, no sentido de poderdes contribuir para o aceleramento do
seu progresso. Cada detalhe da vida neste plano deve ser melhorado, aprimorado,
refinado mesmo, para que o merecimento dele decorrente se transforme em
luminosidade para os vossos Espíritos. Desejo dizer-vos ao coração, que, embora
tendo sido recrutados entre os maus dos vossos respectivos planetas, podeis tornar-vos
sábios neste plano, usando a faculdade criadora que possuís, para implantar
melhoramentos de várias categorias, os quais acarretarão para vós o
reconhecimento dos vossos novos companheiros de jornada.”
Fez-se uma pausa,
durante a qual a maioria daqueles irmãos demonstrou entender a nova situação em
que se encontravam, deixando correr o pranto de um possível arrependimento
tardio. Ostentavam numerosos desses irmãos visíveis sinais decorrentes de práticas
criminosas de seu passado ainda recente, conservando em suas mãos não poucos
deles, manchas aterradoras do sangue por eles derramados de antigos
companheiros de jornada. A Entidade, visivelmente emocionada, concluiu a sua
oração de despedida àqueles pobres irmãos, infratores recalcitrantes das leis
do amor:
“Encontrareis todos
vós, meus queridos, numerosas oportunidades de provar e aplicar ensinamentos
que recebestes em vossas vidas passadas. Aplicai-os, pois, certos de que, de
cada ato bom que praticardes, um dia a menos tereis para viver nesta nova morada.
Procurai ensinar aos que aqui vivem, quanto de bom ouvistes, mas não quisestes
aplicar nos mundos de onde viestes. Mas, sobretudo, uma última recomendação eu
desejo fazer-vos: implantai em vossos corações o santo nome de Deus. Conservai
vivo em vossa mente o santo nome de Deus, que é um único em todo o Universo. E com
Deus no coração e na mente, meus queridos, tereis vencido a metade das vossas
penas. Que Deus vos abençoe e proteja em vossa nova vivência, meus queridos.
Adeus.”
A emoção era então
generalizada em todos aqueles milhares de Espíritos transmigrados. As palavras
da Entidade chefe do grupo de Guias e Protetores antigos daqueles irmãos,
haviam calado profundamente todos os corações. Eu nunca mais poderei apagar da memória
acontecimento tão contristador.
Nenhum comentário:
Postar um comentário